tag:blogger.com,1999:blog-42485220178188771912024-03-13T06:38:31.505+00:00Quarenta e DoisFilipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.comBlogger188125tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-29811387581117473442023-04-27T11:51:00.001+01:002023-04-27T15:37:41.310+01:00Madeira Island Ultra Trail 2023 (85km) - Apagou-se a luz.<p style="text-align: justify;">Desde 2015, altura em que fiz pela primeira vez a prova rainha do MIUT, os 115km, que olhava para a segunda distância, os 85, como uma espécie de refúgio seguro. Sem os demolidores primeiros 35km, a travessia da ilha parecia, na teoria, um passeio. Foi com essa sobranceria que o ano passado decidi inscrever-me, depois de uma experiencia muito boa nos 60km em 2022. Inevitavelmente a montanha pôs-me no meu lugar. Mas foi mais do que isso. Depois de anos a descrever aqui jornadas de auto-superação, esta é uma crónica muito especial. Foi neste dia que percebi que alguma coisa mudou em mim. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNAGiRY4WmTuIHMrcCJrBJNQJwbp76vtlBdSjvqyA0XzX8bjgf30-6gRCSosXZRZcqrLSu-J6LlL88fa3JRvEBnh6P9MeVRBfUGZ7dXgACvf-ZXj80qYzEmcgojtDvBu16-FORQN2fShpiOkje3vePeBis369tpKzUuS_7JQ_FrI_hj5I0iAErIDzkog/s2048/343296993_1305697626713499_7181335882275453810_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNAGiRY4WmTuIHMrcCJrBJNQJwbp76vtlBdSjvqyA0XzX8bjgf30-6gRCSosXZRZcqrLSu-J6LlL88fa3JRvEBnh6P9MeVRBfUGZ7dXgACvf-ZXj80qYzEmcgojtDvBu16-FORQN2fShpiOkje3vePeBis369tpKzUuS_7JQ_FrI_hj5I0iAErIDzkog/w400-h266/343296993_1305697626713499_7181335882275453810_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia muito boa da Bernardete Morita</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Cheguei tranquilo a São Vicente, ainda de noite. Pela primeira vez em 8 viagens de autocarro para a partida, adormeci a dormi praticamente o caminho todo desde Machico. Com a idade tenho desenvolvido o dom de conseguir dormir sentado, capacidade da qual me orgulho muito! Tal como em 2021, partia com zero confiança. Mais uma vez a preparação tinha sido manchada por uma lesãozeca que aparece sempre que meto alguma intensidade nos treinos, algo que me anda a enervar muito. Mas se em 2021 estava apavorado porque a juntar à fraca preparação tinha os 115km pela frente, este ano eram "apenas" os 85km. Os simpáticos e acessíveis 85km. Pois claro...</p><p style="text-align: justify;">A partida e primeiros quilómetros foram tudo o que eu precisava. Ligeiramente a subir, com 3 ou 4km sempre em alcatrão feitos a trote, permitiram ao corpo e mente entrarem lentamente em prova. As boas sensações chegaram com os primeiros raios de sol, que iluminavam as encostas das montanhas cobertas pela floresta Laurissilva. Pensei nos desgraçados dos 115km enquanto olhava lá para cima. Reconheci a montanha de Estanquinhos e lembrei-me, com um arrepio, das 6 vezes que fiz aquela descida precisamente por volta daquela hora, já com um empeno monumental nas costas e a fazer contas à vida. </p><p style="text-align: justify;">A junção dos percursos chegou pelos 10km, a meio da subida para o hotel da Encumeada. Seguia soltinho a bastonar pelos degraus, enquanto cruzávamos com os primeiros cadáveres dos 115km. Tão bem que me lembro daquelas ultrapassagens enquanto estava do outro lado... Desejei força e boa sorte a todos os que se cruzaram comigo, percebendo perfeitamente o que estavam a passar. Já eu, com uma dúzia de km fáceis nas pernas, continuava bem disposto e espantado com a facilidade com que virei a montanha e corria na levada antes da pequena descida que nos deixava no Hotel. Entrei no abastecimento e fui direto à casa de banho, para me livrar do, até então, único desconforto do dia. Renovei a água de um dos flasks e não consegui comer grande coisa, o Tailwind que levava no segundo e que vinha a beber deixou-me meio mal disposto. Nada de grave, concluí, enquanto arranquei para continuar a descer ainda com uma rodela de batata doce na mão.</p><p style="text-align: justify;">Aqui apanhei a grande novidade do percurso deste ano. O famoso tubo verde deixou de existir. Este ano descemos mais um bocado, mesmo até ao fundo do vale, e em vez de subirmos à bruta pelo tubo fomos subindo a encosta num trilho muito bom até encontrarmos o antigo percurso 2 ou 3km mais à frente. Daqui resultou mais desnível mas cumprido numa subida muito melhor e mais interessante. Nunca fui fã do tubo. A alteração acabou foi por cortar aqueles quilómetros mais corríveis a seguir ao tubo e uniram a subida inicial à subida da Encumeada. Por mim, tudo ok! Gostei bem mais assim. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO3juJPTx7vu7LTm0oC5YW6zkl_YGY_PUENmt5HHDzm97iXAJnJZgz-6CF8DY6zbzDJtekbX2YGT9oyK4L-kiU7oh4BpgSaV-LpFflAwOySgAGqOthW9oYiUjypeQ_SUTtlUoJRllD4cJ-SrrgFrC0W7GeM3H_BNZ5pWGi8EPutbEOHRyyoKLMLfCb-A/s2048/343797233_916403692951656_1421729971167247639_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO3juJPTx7vu7LTm0oC5YW6zkl_YGY_PUENmt5HHDzm97iXAJnJZgz-6CF8DY6zbzDJtekbX2YGT9oyK4L-kiU7oh4BpgSaV-LpFflAwOySgAGqOthW9oYiUjypeQ_SUTtlUoJRllD4cJ-SrrgFrC0W7GeM3H_BNZ5pWGi8EPutbEOHRyyoKLMLfCb-A/w300-h400/343797233_916403692951656_1421729971167247639_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Vasco Carvalho</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Nunca me tinha sentido tão bem a virar a montanha para o Curral. Cumpri a subida de forma muito tranquila, sem exagerar nada, e forcei metade de uma goma da Beta Fuel antes de começar a grande descida para o Curral. Apesar das pernas estarem lá, já tenho quilómetros suficientes para saber que se não tivesse juízo na descida a marretada mais tarde era inevitável, por isso desci com toda a precaução. Apesar disso, adorei descer esta encosta. A diferença que faz ter pernas ali... é incrível! O que noutros anos foi um pesadelo que parecia infinito, desta vez foi uma descida fluida e muito divertida. No entanto, por mais precauções que se tenha, são 5km e 800m de desnível negativo, e bem que os senti quando tive que subir até ao abastecimento já dentro do Curral das Freiras. Naqueles 100m de desnível positivo antes do pavilhão, feitos a subir por uma escadaria, notei as primeiras luzes amarelas do motor a acender. </p><p style="text-align: justify;">Base de vida. Detesto este abastecimento. Detesto a confusão, o calor, os cheiros... Tento mecanizar ao máximo as rotinas para me despachar. Vou buscar o saco e começo a tratar dos afazeres à pressa. Meti os frontais na mochila, alguma roupa para o frio e mais gomas. Encho os flasks. Um com mais uma saqueta de Tailwind, o segundo com goldrink e um terceiro com água. Estava muito calor e sabia bem o que me esperava na subida até ao Pico Ruivo, aquele terceiro flask ia ser usado de certeza. Fui comer, mas a má disposição que tinha na Encumeada tinha-se acentuado e só consegui meter meia banana e um bocadinho de marmelada. Não há-de ser nada. Fugi do abastecimento e meti-me ao caminho para a maior subida destes 85km.</p><p style="text-align: justify;">Estava muito calor, talvez o ano mais quente que apanhei. A subida ao Ruivo, um monstro com 10km e 1300D+, é horrível nos primeiros km. No meio de eucalitptos, com terra seca, sol nas costas e sem vento. Subi esta primeira fase sem ir ao limite, consciente que apesar de ainda ter pernas não podia forçar. O calor fez-me beber sofregamente os flasks, primeiro o do tailwind e depois o do goldrink. Ao ponto de já não me saber nada bem aquela mistela com sabor e desejar ter metido mais do que a terceira garrafa só com água. Bebia 1 gole e passava 5 minutos a arrotar. Normalmente uma subida constante como esta vai-se tornando mais fácil à medida que vamos subindo, como se o corpo encontrasse o ritmo, mas desta vez estava a ser diferente. Pelos 1600m, na Boca das Torrinhas, ponto em que saímos dos eucaliptos e começamos a subir e descer escadas lá em cima, entramos nas nuvens e a temperatura baixa radicalmente, ficando muito mais confortável, mas as escadas a subir estavam a ser um sacrifício e já implorava pelo refugio quando finalmente virámos no Pico Ruivo.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhacyUZvjVQhdusDq0eYtq72AmymA357-VlBJDulg9Cs98u2idiJczKKwTLtPsAKoIW2cPFoA0JjnGPhVd6BckQXWIHNO12uoK1pKrWeT3B6LKNLlxOQDQdm1vaOoi4N_yFR5Ymt_91ufoIm61Z5uH_xcy16YLLMuUAokrVfwqWUrZS6yxhUWUNfrGZcQ/s2048/342650874_2584256631712104_904672691143557837_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhacyUZvjVQhdusDq0eYtq72AmymA357-VlBJDulg9Cs98u2idiJczKKwTLtPsAKoIW2cPFoA0JjnGPhVd6BckQXWIHNO12uoK1pKrWeT3B6LKNLlxOQDQdm1vaOoi4N_yFR5Ymt_91ufoIm61Z5uH_xcy16YLLMuUAokrVfwqWUrZS6yxhUWUNfrGZcQ/w300-h400/342650874_2584256631712104_904672691143557837_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chegada ao Pico Ruivo. Única foto que tenho da prova, pelo Nelson Graça</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Como previsto, os 3 flasks estão quase vazios, só me sobrou metade do que tinha goldrink. Completei esse com água, ficando ainda a saber a goldrink, e enchi o segundo só com água. Entrei no abastecimento e estive aí um minuto a olhar antes de me decidir por um quarto de banana, a única coisa que comi. Estava muito mal disposto e só de olhar ficava agoniado. Ok, isto vai ser um problema...</p><p style="text-align: justify;">Travessia entre os picos. Os últimos 5km verdadeiramente difíceis do percurso. Aquelas escadas antes do Ruivo serviram como um preview do que se apanha a seguir, mas em muito pior. E se serviu de preview a coisa não estava com bom ar. Primeiro km a descer, no meio do fresco das nuvens, fez-se bem, mas assim que começo as primeiras subidas percebi que estava muito perto de estar vazio. Pronto, nada a fazer. Cerrei os dentes e forcei. Tantas e tantas vezes que já estive naquela situação ou pior, sabia que era inevitável. Era lidar e tentar sair pelo outro lado da melhor maneira possível. </p><p style="text-align: justify;">Quase todo o percurso foi feito no meio das nuvens, tornando a temperatura muito agradável. Foi a minha oitava travessia entre os picos, tive pena dos estreantes que não puderam usufruir verdadeiramente da vista brutal naquele sitio, mas a mim soube-me pela vida. Só saímos do meio delas na parte final da subida para o Arieiro, mesmo no sitio certo. Pudemos apreciar o manto branco e os picos angulares que o rompiam. Um espanto! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw9Qzfce4_Ueyi3ntEa7q9GCrE1ezUOOyofYHPYdzrmJe5fHzAPMaRiksIycZ3IUQUuFc0o88bXSwMllpvLGlV2ndNGRYrEqu9F9mSHI8jy9YoSJJOiFhLKcgwLnkZLG_PYxOqcgSmWJC7GoG2aPXe7ZXWTLzmxt5wo9OIuRFe3r5hUOPaJm2a80gePA/s1286/343319979_1246990739277046_8509295725888645753_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="857" data-original-width="1286" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw9Qzfce4_Ueyi3ntEa7q9GCrE1ezUOOyofYHPYdzrmJe5fHzAPMaRiksIycZ3IUQUuFc0o88bXSwMllpvLGlV2ndNGRYrEqu9F9mSHI8jy9YoSJJOiFhLKcgwLnkZLG_PYxOqcgSmWJC7GoG2aPXe7ZXWTLzmxt5wo9OIuRFe3r5hUOPaJm2a80gePA/w400-h266/343319979_1246990739277046_8509295725888645753_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia muito boa da Bernardete Morita a captar precisamente aquele momento que falei</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p style="text-align: justify;">Se os degraus finais a subir já foram um sacrifício o que dizer dos degraus a descer a seguir ao Pico. Estes são dos km que menos gosto de todo o percurso. Uma descida desconfortável, com degraus, muita pedra e uma pequena subida deixam-nos finalmente no abastecimento do Chão da Lagoa. Entrei na tenda e sentei-me na primeira cadeira que encontrei. Estava já completamente amassado, com um restinho de pernas a ameaçar seriamente esgotar. Luzes laranja no tablier piscavam incessantemente e mesmo assim não consegui levantar-me para comer. Lá tentei comer uma rodela de batata doce, dei uma dentada e empapou tanto que só consegui empurrar com água. Nem tentei comer mais nada. Voltei a encher com água e fiz-me ao caminho desanimado. </p><p style="text-align: justify;">Até à Portela seriam 11km sempre a descer, quase sempre quilómetros fáceis. Havendo pernas são 11km para se fazerem muito bem. Mas a minha esperança de sair do túnel onde entrei na subida ao Ruivo desvaneceu-se à medida que ia descendo. Os metros foram-se tornando cada vez mais custosos de cumprir, movimentos perros, dores e mais dores nas pernas, na lombar, nos ombros. Cada vez mais mal disposto.... </p><p style="text-align: justify;">Merda. Merda pra isto. Fiz tudo bem até aqui. Não abusei nas subidas, não exagerei nas descidas. Fiz tudo bem e mesmo assim estava outra vez no poço do costume. Nos 85km, aquele refugio seguro e agradável. Mais uma vez, como em todas as grandes ultras que fiz até hoje, e já foram 19 acima dos 100km, sentia-me completamente quebrado. Entrei frustrado no abastecimento da Portela. Não, era mais que frustrado, estava mesmo irritado. Quando em 2021 decidi que não voltava a fazer os 115km era precisamente para evitar chegar àquele ponto, agora ali estava eu. Claro que não era nada de novo, já lá estive dezenas de vezes, mas estava irritado com aquilo. Mesmo asem perceber ainda porquê, estava mesmo enervado!</p><p style="text-align: justify;">Entrei no abastecimento e sentei-me outra vez na primeira cadeira que encontrei. Calor, abafado e muita confusão lá dentro. Nem consegui pensar em comer, quanto mais tentar comer. Saí irritado para continuar a descer, 7km separavam-me de Porto da Cruz, local do ultimo abastecimento.</p><p style="text-align: justify;">Esta alteração depois da Portela foi introduzida apenas o ano passado. Se a descida para Porto da Cruz me tinha parecido má o ano passado, este ano fiquei mesmo com a certeza. Gostava muito mais do percurso antigo! Apesar de provavelmente ser mais duro, não gosto mesmo daquela alteração. A descida é horrível, quase sempre em escadas muito desconfortáveis, depois numas levadas manhosas onde parece que andamos nos quintais das pessoas e finalmente 2km em alcatrão. Ali, no alcatrão, apanhamos uma pequena subida. Tive que me sentar na berma da estrada! Que frustração...</p><p style="text-align: justify;">Entro no abastecimento e... adivinhem. Sim, sentei-me na primeira cadeira à esquerda da porta! Baixei a cabeça entre os joelhos. O corpo todo doía-me, dos dedos dos pés à ponta dos cabelos. Estava super mal disposto, não conseguia pensar sequer em comer. Saí da cadeira e sentei-me no chão encostado à parede, cabeça entre os joelhos. A seguir deitei-me de costas. Que nervos! Só queria desaparecer dali, já chegava! Perguntaram-me 3 vezes se precisava de ajuda. Não, não precisava. Eu sabia bem onde estava. Estava na merda! Como em tantas ocasiões no passado! Mas se dessas vezes mantive a calma e a certeza que ia sair bem do outro lado, desta vez não tinha a mínima vontade de tentar. Algo tinha mudado em mim, simplesmente não queria estar ali e nem sequer a meta servia como luz ao fundo do túnel. Os 15km que faltavam até chegar a Machico soavam-me a uma missão não impossível, porque sabia que de costas ou de barriga conseguia lá chegar, mas algo que não me apetecia mesmo nada, nada, NADA fazer! Puffff. Pronto, chega disto. Levantei-me, não comi, não bebi, não enchi flasks e pus-me a caminho. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhECDGgtfCIg1v87Y4QEJUlsmkDnu4EgTuKco-IvqWJxopsnRczLkcJBrhrKrRJTBavcdwo-2FikP9yXI2uV9v42a8cMD79NT8uIsmwOdV0jwXLgHNsn3OZXbD9hJJ3ndisKVp59S3QPVGqvqw_tFxrFzqD2a1byZH_k3_oRFyyPsz9fqGI44tIcVtAdQ/s2048/343658432_2224559167736008_8618006095754102491_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhECDGgtfCIg1v87Y4QEJUlsmkDnu4EgTuKco-IvqWJxopsnRczLkcJBrhrKrRJTBavcdwo-2FikP9yXI2uV9v42a8cMD79NT8uIsmwOdV0jwXLgHNsn3OZXbD9hJJ3ndisKVp59S3QPVGqvqw_tFxrFzqD2a1byZH_k3_oRFyyPsz9fqGI44tIcVtAdQ/w400-h400/343658432_2224559167736008_8618006095754102491_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vereda do Larano. Tirado do site da prova</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Antes de entrar no Larano ainda tínhamos uma subida muito chata em escadas, a sair da praia. 400 metros D+ feitos com sacrifício, a sentar-me nos degraus de vez em quando, a ser ultrapassado por muita gente. Depois o Larano. Ainda de dia. Quase sempre a correr, com todas as fibras do meu corpo a pedir para parar e uma nuvem negra por cima da cabeça. Boca do Risco, ultima descida antes de entrar no massacre das Levadas de Machico. Descer já era pra esquecer, as dores eram tantas que mesmo a andar custava. Sentia-me completamente vazio, não conseguia comer nada há muitas horas. Baaaaaah! Levadas. Mais uma vez, a trote. E nem estava a andar mal, mas foi outro sacrifício, principalmente mental! Liguei o frontal a meio das levadas, quando comecei a ver as luzes de Machico, com o piloto automático ligado há muito tempo, lá fui correndo levadas abaixo, até à descida da Santa Casa e finalmente a praia de Machico. Estava feito!</p><p style="text-align: justify;">Cortei a meta 14h40 depois de partir. Para mim foi uma boa prestação! Não estava confiante nem bem preparado, estava à espera de fazer pior, mas até correu bem. Cheguei a tempo de estar com os meus amigos, tomar um banho, comer uma pizza enquanto bebia a coca cola mais fresca de Machico e conversar com eles. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z9f64ei4g3WagwJeqr_mVcRW4qFdukRpa_M5-LgdFfw-j_6_IQM8LurXSoBdgvGb0ei8fWEo_6TX6x7jjWnjx1eeDSaBy-P-AHifFtYFQDbdNf0uiVWwdCASTkDbpGy8Fy3nwB5maPNdWCrg85kNXEWhvSGIt7oY6WdKrhvwpmNsbHg6n0jvsVO9gA/s2048/343102074_918586109407721_895991896090356136_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z9f64ei4g3WagwJeqr_mVcRW4qFdukRpa_M5-LgdFfw-j_6_IQM8LurXSoBdgvGb0ei8fWEo_6TX6x7jjWnjx1eeDSaBy-P-AHifFtYFQDbdNf0uiVWwdCASTkDbpGy8Fy3nwB5maPNdWCrg85kNXEWhvSGIt7oY6WdKrhvwpmNsbHg6n0jvsVO9gA/s320/343102074_918586109407721_895991896090356136_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com os companheiros deste ano. Nunca faltam almeirinenses no MIUT! Este ano nem tenho é uma fotografia da meta.</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Parecia tudo perfeito e só mais uma empreitada daquelas, mas sentia-me triste, vazio e irritado. Passei pelas tormentas, é certo, mas a recompensa ao fundo do túnel não chegou como chegava sempre noutras ocasiões. Percebi que subestimei muito a prova dos 85km. É claro que não era só por não ter aqueles primeiros 35km que a coisa se tornava fácil. Não sou nenhum pré-destinado, as coisas comigo saem sempre com sacrifício, mesmo que não cometa nenhum erro, e 85km com quase 5000D+ nunca podem ser feitos de ânimo leve. Mas o que me deixou triste não foi isso. O que me deixou triste e a precisar de arrumar as ideias, daí ter demorado tanto tempo a escrever esta crónica, foi ter percebido que aquela espirito de sacrifício, de sofrimento, aquela luz ao fundo do túnel que me guiou por tantas metas, se apagou. Não foi agora, foi há 2 anos, quando corri a ultima vez os 115km, decidi que não queria passar por isso. Desde então foi a primeira vez que voltei àquele lugar escuro e simplesmente não me apetece repetir. O contraste com os 60km do ano passado ou outras provas que tenho feito até essa distância não podia ser maior, é aí que quero estar. Talvez um dia volte às grandes epopeias, mas agora preciso de uma pausa. Correr, particularmente em montanha, continua a ser das coisas que mais gosto na vida. É nisso que me vou focar. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-68397147014277005882023-01-08T23:39:00.000+00:002023-01-08T23:39:09.591+00:00Vouga Ultra Trail - Um dia de inverno no Vale do Vouga<p style="text-align: justify;">Depois de na noite anterior ter visto a lua num céu limpo, cheguei a pensar que o IPMA se tinha precipitado ao decretar o alerta laranja, mas as dúvidas dissiparam-se na manhã seguinte. Pela janela da nossa confortável e quentinha casa em Paçô vi as árvores a balançarem violentamente, fustigadas pela chuva e o vento, num daqueles dias de inverno em que tudo parece cinzento. Franzi o nariz e vesti o impermeável por cima da mochila já toda arrumada, na esperança de, a certo ponto na prova, o poder tirar. Pensava eu que o tempo mais severo seria até ao meio dia e que a partir daí melhorava.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdjBUTrl40BndlN1deY0V35RIDGkYx4DywY-5ceWuBd-CJwSTvTaoyxeeWU-BHBBdXYO1EpR_DwltJD7fL1M95kYqoHOzWD0yeSxq0-KNhr1eQk4rhdG2QBtsIrhLHXMHV1tDmBaKl-313eAtYg2xjhWakqJ9ijX9q6ImhNVbvlLor_0zZJ-auaWFdfQ/s2048/323786816_6071496616235350_5926352364008595578_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdjBUTrl40BndlN1deY0V35RIDGkYx4DywY-5ceWuBd-CJwSTvTaoyxeeWU-BHBBdXYO1EpR_DwltJD7fL1M95kYqoHOzWD0yeSxq0-KNhr1eQk4rhdG2QBtsIrhLHXMHV1tDmBaKl-313eAtYg2xjhWakqJ9ijX9q6ImhNVbvlLor_0zZJ-auaWFdfQ/w300-h400/323786816_6071496616235350_5926352364008595578_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Passagem na Ponte do Poço de Santiago, fotografia do grande Samuel Fritz. Aliás, todas as fotos deste post são dele, fica já apresentado!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Na partida a perspectiva nem era má. Sim, estava muito vento, mas a chuva era miudinha. Durante a noite ouvi-a a cair com força, talvez o pior já tivesse passado! Bem, não interessa, às 8:30 deu-se a partida para os 210 participantes na prova aberta do Vouga Ultra Trail, uma hora depois de terem partido cerca de 300 atletas no campeonato nacional de ultra trail, que percorreria exatamente o mesmo percurso. Este é um facto importante na historia das próximas horas, já vão perceber porquê...</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRuZjTi5scuWzSQpTWOHqPtXUmpZ0MmkBreqBG48tcQ-TDUb_kn5w0PY_aRv0eGtFythHULVh7xO6-L4fD8wvfg2M469gKY2WdRYbdNgRYWGfyLTYHzQjDirxn1fdf3au7HgUh4S0S05OsSZd1JdRcqyClGjEeMG3z0RqpaNEnPf4sDWqW-ut4t8zF_g/s2048/323139630_889499832066559_1892183067383181656_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRuZjTi5scuWzSQpTWOHqPtXUmpZ0MmkBreqBG48tcQ-TDUb_kn5w0PY_aRv0eGtFythHULVh7xO6-L4fD8wvfg2M469gKY2WdRYbdNgRYWGfyLTYHzQjDirxn1fdf3au7HgUh4S0S05OsSZd1JdRcqyClGjEeMG3z0RqpaNEnPf4sDWqW-ut4t8zF_g/w400-h266/323139630_889499832066559_1892183067383181656_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Não passou muito tempo de corrida para o Vouga Trail se apresentar. Depois de um primeiro km a subir ainda dentro de Sever, entrámos nos primeiros trilhos. Terra escura, folhas caídas, raízes e muita água. Não era só água da chuva, toda a serra parecia que transbordava água, como se estivesse viva! O branco da água agitada que corria nos ribeiros contrastava com o verde das árvores e pedras cobertas de musgo e o castanho escuro da terra dos trilhos, coberta de matéria orgânica. De todo o lado brotavam cascatas quase que improvisadas, como se os montes já não soubessem o que fazer a tanta água! Corríamos em trilhos técnicos, num constante sobe e desce, ora dum lado ora do outro de algum ribeiro, muitas vezes dentro deles! Ora, terra macia + água com fartura + 300 pessoas a passar por cima dos trilhos uma hora antes só pode dar um resultado: lama com fartura e trilhos completamente empapados. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZnfpKPLLQRgtoBFQg4rmH1otwKQNflYgsdZYV0zDKJ479j9wU6UsJCpnJzYJTvKFvfOGZzTyWNgAR7DViru7L1UkpYwsM3yOJoJzP3r2loiInyfV05uafOqp1tIRkx-atc7hA8-s9LYnetkCGT-QerJQZPZGRRtc8wmC6jMyjxqlWQFLzSaB96nF48Q/s2048/324419956_3545002175779422_565272274805332930_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZnfpKPLLQRgtoBFQg4rmH1otwKQNflYgsdZYV0zDKJ479j9wU6UsJCpnJzYJTvKFvfOGZzTyWNgAR7DViru7L1UkpYwsM3yOJoJzP3r2loiInyfV05uafOqp1tIRkx-atc7hA8-s9LYnetkCGT-QerJQZPZGRRtc8wmC6jMyjxqlWQFLzSaB96nF48Q/w400-h266/324419956_3545002175779422_565272274805332930_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Nada de novo ou extraordinário, todos nós que corremos em trilhos já fizemos uma ou outra prova nestas condições. E durante as primeiras horas nem me pareceu assim tão mau! A progressão era naturalmente mais lenta e custosa, estar constantemente a escorregar implica que estejamos sempre a esforçar-nos para repor o equilíbrio. As descidas eram muito difíceis, não só tinham que ser feitas devagar (pelo menos por mim) como dispendíamos muita energia para as fazer. Muitas delas foram feitas de rabo no chão! Mas os trilhos na primeira metade da prova eram tão bons que todo aquele ambiente acabava por nos absorver.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-Te9NBhY3jH72V-DmmffArPFc67IWG5OSYEfLHc1AS8Em5wMClvGCSzGr2Fz0xgPUKptfOpxpoglU-AZlq6Lg6XeKcK3WC3zaRZsEFyW7J5cXdDXmgy72qgrL_wqY0YtQKU4E1BvtbRs3TWY9QjI9wZfFJVq8v_Dw-WJWXdLZR7EuO7zaOrNGdh4sZg/s2048/324185744_699238591797042_9091484102883742069_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-Te9NBhY3jH72V-DmmffArPFc67IWG5OSYEfLHc1AS8Em5wMClvGCSzGr2Fz0xgPUKptfOpxpoglU-AZlq6Lg6XeKcK3WC3zaRZsEFyW7J5cXdDXmgy72qgrL_wqY0YtQKU4E1BvtbRs3TWY9QjI9wZfFJVq8v_Dw-WJWXdLZR7EuO7zaOrNGdh4sZg/w400-h266/324185744_699238591797042_9091484102883742069_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Passagem pela espetacular Cascata da Cabreia.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">A primeira grande subida levou-nos aos 850m, ponto mais alto da prova. O perfil desta prova engana. Saltam à vista duas grandes subidas, uma de cada lado do vale, cada uma a elevar-nos acima dos 800m. O que não se vê logo é o constante parte pernas, com pequenas subidas e descidas, que compõe praticamente todo o percurso. Raramente estamos só a subir ou só a descer durante muito tempo. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8LnMG-IQuV38tdr7suYHkB3I7w494QFewUcRfGCc_ADtxL6Rzmf2-qiuUfL7AtXLYOJAyFtCZVGjm4iFkiVLUlJA6Bvj26mCsxTRAaPxMbdHcddLLIgiT6TFOW89ZGi3OONpnEK_XhwuZDIjg86nfqapxUBNp15fBUjfTGA4pKVEoZT06CL95WnwPXA/s1064/perfil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="1064" height="139" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8LnMG-IQuV38tdr7suYHkB3I7w494QFewUcRfGCc_ADtxL6Rzmf2-qiuUfL7AtXLYOJAyFtCZVGjm4iFkiVLUlJA6Bvj26mCsxTRAaPxMbdHcddLLIgiT6TFOW89ZGi3OONpnEK_XhwuZDIjg86nfqapxUBNp15fBUjfTGA4pKVEoZT06CL95WnwPXA/w400-h139/perfil.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Conseguem ver os dentinhos?</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">A passagem pela barragem de Ribeiradio marcou sensivelmente o meio do percurso, em todos os sentidos. Os próximos quilómetros seriam agora corridos na margem esquerda do Vouga, subiríamos à serra do Ladário, antes de voltar a cruzar o Rio para a ponta final da prova. E foi mesmo neste virar de margem que tudo mudou.</p><p style="text-align: justify;">Era meio dia. A tal hora a partir da qual eu achava que o tempo ia mudar. À minha espera no terceiro abastecimento, Paçô aos 29km, estava a Sara com os miúdos o Pedro e a família, que foram passar o fim de semana conosco. Tinha previsto passar lá ao meio dia, já ia pelo menos com meia hora de atraso. Senti-me mal por os fazer esperar, mas a progressão estava bastante mais lenta do que eu achava que conseguia. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguwIrOw-K7kN7p2oinHIa53xXwNgVVO6ppuUl5MQcLZFq6FiXwDnLbNAknAyxozE_6vHRto-3Bf2olBpMjugyGW6z98XZOzbPCNisEhi9WQ7kxcITfJkTFCLxnN4xMMGgFXr1-s3agM9TEF0AtRUBPHNmQtc1EpDLZFWG9YrsNI2wAf8hdC6xV4x9vIg/s2048/324101741_721656855990969_3558476109400601463_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguwIrOw-K7kN7p2oinHIa53xXwNgVVO6ppuUl5MQcLZFq6FiXwDnLbNAknAyxozE_6vHRto-3Bf2olBpMjugyGW6z98XZOzbPCNisEhi9WQ7kxcITfJkTFCLxnN4xMMGgFXr1-s3agM9TEF0AtRUBPHNmQtc1EpDLZFWG9YrsNI2wAf8hdC6xV4x9vIg/w400-h266/324101741_721656855990969_3558476109400601463_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">São estas figurinhas que ando a fazer.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Chovia torrencialmente há pelo menos meia hora quando lá cheguei. Estranhei, era àquela hora que devia começar a abrir. Comi umas bananas no abastecimento, muito pobre, por sinal. Os 300 do campeonato nacional tinham debelado completamente todos os abastecimentos, situação a rever no futuro. Enfim, combinei com a Sara só nos vermos na meta e parti para enfrentar a segunda grande subida do dia. </p><p style="text-align: justify;">Agora sim, subíamos a sério. Uma boa subida. Já a chuva, estranhamente não só não abrandou depois do abastecimento como era agora cada vez mais pesada! À medida que nos aproximávamos dos 800m esta era incessante, o vento cada vez mais forte e mais frio. Não conseguia fechar completamente o impermeável porque tinha as mãos geladas, por isso sentia-me a gelar. Assim que chegamos perto do cume e as árvores desapareceram, foi como se tivéssemos entrado noutro mundo! O vento era monstruoso, a chuva picava como agulhas na cara e na cabeça já sem capuz, sentia-me cada vez mais desconfortável e com dificuldade em produzir calor. Comecei a ficar preocupado! Pensei parar e tirar da mala um buff grosso que levava comigo e umas luvas mais grossas, mas isso implicava tirar o impermeável e passar muito tempo parado, péssima ideia. Decidi forçar o ritmo na descida, para produzir mais calor, mas a lama e água era tanta que dificultava muito a progressão. </p><p style="text-align: justify;">O abastecimento apareceu logo após o cume, em Lameiro Longo. Numa casa muito pequena e abafada. Consegui, aqui sim, comer uma canja quentinha. Pedi a uma pessoa para me ajudar a apertar o impermeável, o que me deu um grande alento, e parti logo de seguida, para não deixar o corpo habituar-se ao calor. Lá em cima vi pelo menos 10 pessoas embrulhadas em mantas térmicas ou a entrar dentro de carros a desistir. Estava realmente perigoso, como há algum tempo não sentia. </p><p style="text-align: justify;">Mais confortável pelo impermeável fechado e com a barriga satisfeita, enfrentei o resto da descida até cruzar novamente o Vouga com outro alento. A chuva, essa, é que não deu tréguas. Desde o meio dia que caía sem parar um segundo e sempre a intensificar, tornando impraticáveis todos os caminhos, desde os trilhos aos estradões, que às vezes pareciam autênticos rios, e às vezes até perigosos, como algumas levadas que percorremos, com pouco mais de 30cm de trilho enlameado, uma levada do lado direito e um precipício do lado esquerdo. Por isso, foi com alguma satisfação que percorri 500 metros da Ecopista do Vouga, um caminho de alcatrão, direitinho e sem lama!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTkZ_66Wze1TcxKOonN4vs0XGS21aV3KRU8lFgMdt2VEPjkhes0Q2IXej-W_oZ_2cpKChxpRZneDafQFZAY2BaJeZrnGi8DWoLMaMOtSGnzuJgHGrnVU3PFF-V_xCA3MvCHHjlqk4vTDSlH_j1b2QochPeEXvbPCLcigr9ou26A9m1NGqYanHbKO-1yA/s2048/323228683_3357624657813981_4727597339531751620_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTkZ_66Wze1TcxKOonN4vs0XGS21aV3KRU8lFgMdt2VEPjkhes0Q2IXej-W_oZ_2cpKChxpRZneDafQFZAY2BaJeZrnGi8DWoLMaMOtSGnzuJgHGrnVU3PFF-V_xCA3MvCHHjlqk4vTDSlH_j1b2QochPeEXvbPCLcigr9ou26A9m1NGqYanHbKO-1yA/w400-h266/323228683_3357624657813981_4727597339531751620_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um bocadinho de alcatrão nunca fez mal a ninguém!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Antes da chegada ao Parque Urbano de Sever do Vouga, onde estava a meta, ainda tivemos que mamar com um estradão a subir com quase 3km. Sempre debaixo de chuva torrencial, sempre com os pés de molho ou dentro de lama até ao tornozelo! Nesta altura já ia bastante saturado daquilo tudo e só queria chegar ao fim, o que não tardaria muito. </p><p style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWkAzLpFY20g-Ws6GKT6i3jcgXvJs1uN1B23BnomohaSjJraGGTagrXMgfs27NWh-5oEVwMDJCcYqAxi8cw5RoTc2kr4LAU4aU1tqiurB1gqKgKjokZ2n1NOFVFCMAdYL02SG7fGsGw8mkQrMvjkslbpLANQXnGorGJSfwnvdYEHTVYxoU6XiiU9gxiA/s2048/322954739_848990776216917_2188813403546199045_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWkAzLpFY20g-Ws6GKT6i3jcgXvJs1uN1B23BnomohaSjJraGGTagrXMgfs27NWh-5oEVwMDJCcYqAxi8cw5RoTc2kr4LAU4aU1tqiurB1gqKgKjokZ2n1NOFVFCMAdYL02SG7fGsGw8mkQrMvjkslbpLANQXnGorGJSfwnvdYEHTVYxoU6XiiU9gxiA/w400-h266/322954739_848990776216917_2188813403546199045_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Até os estradões pareciam rios</td></tr></tbody></table></p><p style="text-align: justify;">Tinha previsto chegar à meta a rondar as 7h30. Demorei mais uma hora que isso a completar os 56km com 3100+. Confesso que fiquei um pouco desiludido com a minha prestação, até porque não tive quebras nenhumas ao longo do percurso, simplesmente não estou em forma para mais. No entanto, esta é daquelas provas que deixam um certo orgulho e sensação de vitória por apenas e só ter chegado ao fim. Para terem uma ideia, dos 200 que começaram a prova aberta, apenas 120 chegaram ao fim. E nada melhor para celebrar uma vitória que comer uma vitela n'O Cortiço, em Sever do Vouga, acompanhado por um tinto, com a família e amigos! Bate lá isto, André Rodrigues!</p>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-62244452826633508372022-05-24T16:41:00.003+01:002022-05-24T16:59:26.436+01:00Estrela Grande Trail (49km) - Os Amigos do Armando<p style="text-align: justify;">Como em todas as provas do Armando, os minutos antes do inicio deste Estrela Grande Trail são diferentes. Olho à volta, somos cento e poucos na distância maior (49km), vejo muita gente conhecida, o ambiente é especial. Não há muitas pessoas no trail nacional tão consensuais como o Armando Teixeira. Todos lhe conhecem minimamente o currículo, se não, basta dar uma saltada ao perfil do ITRA. Com registos desde 2009, pódios e primeiros lugares em provas como o MIUT, Transgrancanária, ou Ronda dels Cims, é sem dúvida alguma um dos melhores de sempre a praticar o nosso desporto em Portugal. Mas não é o currículo desportivo que lhe confere aquela aura que todos reconhecem e que torna esta prova especial. É que o Armando é mesmo um gajo porreiro! Gosta de trail e da montanha, acima de tudo. É bem disposto, gosta de ajudar e nunca o vi a recusar dois dedos de conversa, seja com quem for! Naturalmente, à volta de uma personalidade forte e aglutinadora, gravitam pessoas que se identificam com ela. No fundo, mais que atletas inscritos, somos todos amigos do Armando! E às 8 em ponto, ao som de um badalo, lá partimos rumo a uma viagem de ida e volta ao ponto mais alto de Portugal Continental!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjivGcxrvxNnV50WOMgadnQUGw-r_Tsr031_BFXwxTKLEkTOyXHvvsiUYFx0ATlIxgEwomRHSvB7VycfeHh_R88rkyX_Ibds2g-P2e2fq6zCZdMTUvvsx-rDafbPphUTr7j-KFYK1b0A5wsokfyi6AuM1KifbFppSpPGxLHSiFRiy0Nde_uNWCjetVBsg/s1440/281196068_5047586178688182_7709215356266029225_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjivGcxrvxNnV50WOMgadnQUGw-r_Tsr031_BFXwxTKLEkTOyXHvvsiUYFx0ATlIxgEwomRHSvB7VycfeHh_R88rkyX_Ibds2g-P2e2fq6zCZdMTUvvsx-rDafbPphUTr7j-KFYK1b0A5wsokfyi6AuM1KifbFppSpPGxLHSiFRiy0Nde_uNWCjetVBsg/w266-h400/281196068_5047586178688182_7709215356266029225_n.jpg" width="266" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Armando pelo Francisco Soares</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O início da prova não esconde ao que vamos. Assim que cruzamos o pórtico em forma de estrela começamos a grande subida do dia. Primeiro ainda dentro de Manteigas, por entre escadas e ruelas, até entrar na estrada florestal que serpenteia no meio de um bosque quase Alpino rumo às Penhas Douradas. Já a fiz algumas vezes e gosto muito desta subida. É uma maneira excelente de começar uma prova! São cerca de 5km com uma inclinação muito constante, a rondar os 14%, cheia de curvas e contra curvas. Não muito bruta, ideal para acordar as pernas que, com um bocadinho de esforço, entram em modo cruzeiro permitindo o trote até lá acima. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIhIfZ8Mm2s-56-eJXhW1c152fwBMA-WhYQhV7FhNFc3Kk3H35vXzZWVRiA6kT698BcBtjx40c2Q7wf5a2HfEk9-r7l_qOuMiT7fhCC6dA4uVHw5-xf8rfpTfqRmdCxDlguo82VQhXMIGAXGFguA6ZTx6X8XCNuSWOajhAghbsehtwyiNboqV_-ME9iw/s580/283607425_771824240670681_2148662912953006426_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="580" data-original-width="376" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIhIfZ8Mm2s-56-eJXhW1c152fwBMA-WhYQhV7FhNFc3Kk3H35vXzZWVRiA6kT698BcBtjx40c2Q7wf5a2HfEk9-r7l_qOuMiT7fhCC6dA4uVHw5-xf8rfpTfqRmdCxDlguo82VQhXMIGAXGFguA6ZTx6X8XCNuSWOajhAghbsehtwyiNboqV_-ME9iw/w259-h400/283607425_771824240670681_2148662912953006426_n.jpg" width="259" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do grande Paulo Nunes. Esta prova teve uma caracteristica, eram tantos fotografos e câmaras de filmar que uma pessoas às vezes queria ir devagar mas tinha que correr por causa deles! </td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Tal como tem acontecido nos últimos tempos, sinto alguma confiança e tenho facilidade em entrar na prova. Chego lá acima na 7ª ou 8ª posição, naturalmente fora de pé, por isso não estranho nem me chateio quando meia dúzia de companheiros me vão apanhando enquanto cruzamos os trilhos rumo à barragem do Vale do Rossim. A primeira vez que aqui corri, no EGT de 2015 (na altura com 90km), lembro-me de achar que a organização tinha pecado por não limpar melhor os trilhos. Corremos em pequenos carreiros, quando existem, com muito mato rasteiro virgem. Os 7 anos de distância e muitos km de montanha depois mudaram-me a opinião quanto a isso. Percebo agora que a essência é mesmo essa, de modificar o menos possível o ambiente. É apontar à fita seguinte, descobrir as melhores linhas e estar sempre focado no que nos rodeia. Se isso implica arranhar mais um bocado as pernas, então que seja!</p><p style="text-align: justify;">Uma pequena alteração do percurso que conhecia leva-nos até à margem da barragem, ao longo da qual percorremos o km que nos separa do paredão e do Parque de Campismo do Vale. Sentia-me bem e solto nos quase 10km de trilhos percorridos no Vale do Rossim, que nos levariam até à Garganta da Loriga. Adoro estes trilhos. Maioritariamente a subir, com pequenas e entusiasmantes descidas, corremos com alguma facilidade a saltitar entre maciços gigantes de granito. A meio, a passagem obrigatória na Fenda da Talisca, no maciço da Nave Mestra, embala-nos para mais uns quilómetros de planalto verdejante, cortado por pequenos ribeiros de água gelada que se escondiam debaixo de tufos. Maravilha!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUX_TECn4hqJOee_HMdqmzCOyXgGOsxYbI42xOeoOQeBn63Tul4GYWYepfX94Yk2U457wxH8-Z9SASOXsmgZK-E01YxH-2bveBqYfexKWQYrQX9nFY28a2TXpJ_QHff33D8teLGFtYrYptKCzzLPwXb56kbYN9pjt3m8qmJuFeAWBMO4TPl6OO8fZXUQ/s1000/283800776_1360482907774000_5997406025825325294_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUX_TECn4hqJOee_HMdqmzCOyXgGOsxYbI42xOeoOQeBn63Tul4GYWYepfX94Yk2U457wxH8-Z9SASOXsmgZK-E01YxH-2bveBqYfexKWQYrQX9nFY28a2TXpJ_QHff33D8teLGFtYrYptKCzzLPwXb56kbYN9pjt3m8qmJuFeAWBMO4TPl6OO8fZXUQ/w300-h400/283800776_1360482907774000_5997406025825325294_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grande foto do Francisco Soares, dos tais ribeiros escondidos.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Na garganta, km 22, paro pela primeira vez num abastecimento, o segundo da prova. Completíssimo. Mas eu nem preciso de muito. Para mim qualquer abastecimento que tenha batata doce está aprovado! Como umas rodelas, empurro uma fatia de melancia e ala que se faz tarde!</p><p style="text-align: justify;">Um km a descer leva-nos mesmo à boca da barragem da Loriga, até que uma cortada à esquerda nos encaminhada para 3km a subir até à Torre, local de mais um abastecimento e que marca o meio da empreitada. Lá em cima o vento é fortíssimo e arrefece bastante. Sinto-me ligeiramente desconfortável, também por causa do ultimo km, onde apanhámos alguns troços de subida mais inclinada. Encho os flasks, como mais uns pedaços de batata doce e faço-me ao caminho. Nesta altura já tínhamos mais de metade do desnível positivo conquistado, seguia-se a compensação. Cerca de 8km a descer até meio do Vale Glaciar. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjleEW_I1G7IgCoKbWOJfByAmaJ018uxVmdu_Vrm73VfVGrBgTJ4Q6rKzQPExzny34LqJdcK8seyUDQPFdHgA0swpemPHvO_sV3ZH_82NmRLqOjjyvt7S-wV892D5hoXvXEu6Aprz2N5XTTLB1fRC_CMpuAu4gl1z4rfzxgK_rQu2vY9azkcKxnZaavpA/s1500/281558341_1153026015267005_7545196159421285688_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjleEW_I1G7IgCoKbWOJfByAmaJ018uxVmdu_Vrm73VfVGrBgTJ4Q6rKzQPExzny34LqJdcK8seyUDQPFdHgA0swpemPHvO_sV3ZH_82NmRLqOjjyvt7S-wV892D5hoXvXEu6Aprz2N5XTTLB1fRC_CMpuAu4gl1z4rfzxgK_rQu2vY9azkcKxnZaavpA/w400-h266/281558341_1153026015267005_7545196159421285688_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Francisco Soares na descida até À barragem da Loriga, antes de virar à esquerda para a Torre.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">É precisamente nesta fase da descida que passo o pior bocado na prova. No meu já muito conhecido trilho do major sinto-me enjoado e o corpo entra num estado dormente. Não me consigo concentrar convenientemente, tropeço a toda a hora, dou pontapés em pedras e avanço muito atabalhoadamente. E se há trilho pouco propicio a desconcentrações é este! Nos 2km quase planos da Nave de Sto. António consigo meter um passo razoável de corrida enquanto me preparo para a parte final da descida, já no Vale Glaciar. Mais uma vez, desço de maneira muito pouco fluída e já imploro pelo abastecimento para reanimar. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmThAuJc_1ryAeJLUXuQGrhr3OWLEjfiaUKcxlOhihfRySFPHbBlAEylv94zEKDYHbPU4ptaQB5738ZQ9brjMT1swIh1gxDLZLWiOyNvqCtMPuRKM5bf99fpIUfxezrGJt7JwystVXJGt82lZgWwmSI4BcjFRI_UhW-d0-afQ8hs6snJjKuXkLKLCv4w/s1000/282047764_759752465389324_5348860387248990170_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="667" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmThAuJc_1ryAeJLUXuQGrhr3OWLEjfiaUKcxlOhihfRySFPHbBlAEylv94zEKDYHbPU4ptaQB5738ZQ9brjMT1swIh1gxDLZLWiOyNvqCtMPuRKM5bf99fpIUfxezrGJt7JwystVXJGt82lZgWwmSI4BcjFRI_UhW-d0-afQ8hs6snJjKuXkLKLCv4w/w266-h400/282047764_759752465389324_5348860387248990170_n.jpg" width="266" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografias com fartura! do Francisco Soares.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Esse chega aos 34km. Respiro fundo, meto uns bocados de aletria à boca (neste não havia batata doce!) e hidrato bem. Volto a encher os flasks e avanço para a penúltima subida do dia, uma picada de 300+ que nos faria transpor a parede direita do Vale Glaciar. Aperto as alças dos bastões e começo a trabalhar.</p><p style="text-align: justify;">Nada como uma boa subida para nos trazer de volta à terra! O trilho aos zigue-zagues, cheio de pedras e patamares, é perfeito para meter um passinho certo. Mão direita, pé esquerdo, mão esquerda, pé direito. Inspira dois, expira três. A sintonia era perfeita e quase sem dar por cima estava a virar o Vale. Seguiam-se 2 ou 3km de estradão a descer com pouca inclinação, já conhecia esta parte. Felizmente as pernas disseram logo presente e fui correndo a um passo aceitável, apesar de nesta altura já com algum esforço. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz6-tMcDjADCxHkYQJdNec00cBegv40s2ps-WFn0mv4cnZ4aO8eo4WKKfdiSDCfJ6HV0XG8wMsJr08Z8aA58oPxT2dRLqnbr1nQgwhwBhAD_OXY5vMn0m7eBjSaX_2BjC4sCuOVQN_m0ZOl6lpIvHFtyLd3n7GYHAwoJfP-qROjOhXkWkJiyNjxt_zDA/s750/240395927_4496538463698722_7789664711770325596_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="646" data-original-width="750" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz6-tMcDjADCxHkYQJdNec00cBegv40s2ps-WFn0mv4cnZ4aO8eo4WKKfdiSDCfJ6HV0XG8wMsJr08Z8aA58oPxT2dRLqnbr1nQgwhwBhAD_OXY5vMn0m7eBjSaX_2BjC4sCuOVQN_m0ZOl6lpIvHFtyLd3n7GYHAwoJfP-qROjOhXkWkJiyNjxt_zDA/s320/240395927_4496538463698722_7789664711770325596_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tirei esta fotografia não este fim de semana mas no verão passado, quando fiz este mesmo trilho sozinho, a treinar. A minha vista preferida dos três cântaros! Vejam o fundo do Vale lá em baixo.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Entrava agora na única parte desconhecida para mim em todo o percurso. A descida ao Poço do Inferno. Já tinha feito a subida algumas vezes em sentido contrário, sabia que era muito inclinada apesar de curta, mas todo o caminho até ao fundo do Poço era nova. </p><p style="text-align: justify;">Saídos dos tais 3km de estradão começamos a descer a pique uma encosta cheia de árvores e coberta com uma camada de 30cm de folhas secas. Sem trilho aparente, só fitas a orientar o caminho. Naturalmente os movimentos de pernas eram mais amplos que o normal para tentar não ficar preso numa raiz ou pau que se escondia debaixo das folhas, o que provocou um acesso imediato e violento de cãibras! Tive mesmo que parar uns segundos, tomar uma cápsula de sal e respirar fundo. Confesso que não achei grande piada a este km, mas também rapidamente o esqueci quando entrámos no verdadeiro trilho do Poço do Inferno.</p><p style="text-align: justify;">Primeiro uma maravilha de terra numa encosta muito ingreme. Gradualmente ficou com mais e mais pedra, até se tornar num verdadeiro troço de skyrunning, muito difícil tecnicamente e de progressão lenta. Foi um alívio quando finalmente entrei no troço da subida que já conhecia, apesar dela própria ser bastante difícil. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzAmaldeUs0cJuxJOlR8LL70D_eE9IdsrG0XffdsaQmIAOY0h9CRlagwMJ93t0Bx1zdxMkyGGMO-_oki3F9AzzEpCnetR-fWBmCNdyH0NZ6fMlsCu51FPI7z_RnTueVO9QEvsC_NW12VkBwvKc3ZCbYJ4lSRlSqbgBS2MHTYFibP176YVxCsmoNgVWGw/s1500/281451130_425853668972548_1334772504718838099_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzAmaldeUs0cJuxJOlR8LL70D_eE9IdsrG0XffdsaQmIAOY0h9CRlagwMJ93t0Bx1zdxMkyGGMO-_oki3F9AzzEpCnetR-fWBmCNdyH0NZ6fMlsCu51FPI7z_RnTueVO9QEvsC_NW12VkBwvKc3ZCbYJ4lSRlSqbgBS2MHTYFibP176YVxCsmoNgVWGw/w400-h266/281451130_425853668972548_1334772504718838099_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A entrada no trilho do Poço do Inferno. Íamos mesmo até ao fim daquele desfiladeiro antes de voltar a subir.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Cinco km a descer separavam-me do final, 4.5 deles feitos no conhecido trilho do Javali. Felizmente as pernas ainda tinham algumas reservas. Meti um último gel e embalei na calçada romana do trilho por ali abaixo. Uma bela descida, pouco técnica, que nos aproximava devagarinho da vila de Manteigas. </p><p style="text-align: justify;">6h58 depois voltei a cruzar o pórtico da Estrela. Fui o 13º a cruzá-lo, o que me deixa orgulhoso, mas também tenho plena consciência que isso, no trail, não quer dizer nada. Na chegada lá estava o Armando para me dar um abraço e dois dedos de conversa, aposto que foi assim do primeiro ao ultimo classificado! Excelente prova com um excelente e equilibrado percurso. Adorei! Já não ia ao EGT desde 2015, quero ver se não passo tanto tempo sem voltar a ir uma reunião de Amigos do Armando!</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOlSkDG9WWuu9C5etXjRn5F-7p_TocDFo8fyQW_hBUyIbYByQFkJ0dZgbQnIC3497STU3z1vTBMxqE_jX0-VE4aBrvzwA6vp7YyZf0V527izs80atJt2Ub7F4wZtBy-6rr4eu7STcgyEJcjUmbrctkb9rTpEXVIwoSZotvlBsF5ei2feT-Sb5mGk_E6g/s750/282214652_355510089905968_5442010651146453057_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOlSkDG9WWuu9C5etXjRn5F-7p_TocDFo8fyQW_hBUyIbYByQFkJ0dZgbQnIC3497STU3z1vTBMxqE_jX0-VE4aBrvzwA6vp7YyZf0V527izs80atJt2Ub7F4wZtBy-6rr4eu7STcgyEJcjUmbrctkb9rTpEXVIwoSZotvlBsF5ei2feT-Sb5mGk_E6g/w400-h266/282214652_355510089905968_5442010651146453057_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr></tbody></table><p></p>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-10772849330090763992022-04-25T20:20:00.006+01:002022-04-25T22:36:21.507+01:00Madeira Island Ultra Trail - O ano da meia dose (60km)<p style="text-align: justify;">Seis vezes. Fui lá seis vezes e em cada uma levei cacetada que ferveu! Mesmo assim, na sétima, ainda consegui cometer o mais básico dos erros: subestimei o MIUT! Pronto, tem uma atenuante. Pela primeira vez não ia correr os 115km e ficar-me-ia pela meia dose, a recém estreada prova de 60km. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYFmwawR9fo3aKVkHa-OXXIlLK4wAq5Lc5bj6pQc2-UscdmcygQFKjYzFf3UGsUnUP7v7fMHqlmc1ERoBA8pl9GDDEiHYx_OMvT4oSaGlBK3btXqtYOMPK_iLej7KDEDz96E0hIDWbnwpie3hkYcswcSG-6gUl2aIa481eZpLlx1Y_adTxLeO9fSFR5A/s1280/thumbnail_b942ee8f-d2e0-4128-b2cc-4f19bb6b9077.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="852" data-original-width="1280" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYFmwawR9fo3aKVkHa-OXXIlLK4wAq5Lc5bj6pQc2-UscdmcygQFKjYzFf3UGsUnUP7v7fMHqlmc1ERoBA8pl9GDDEiHYx_OMvT4oSaGlBK3btXqtYOMPK_iLej7KDEDz96E0hIDWbnwpie3hkYcswcSG-6gUl2aIa481eZpLlx1Y_adTxLeO9fSFR5A/w400-h266/thumbnail_b942ee8f-d2e0-4128-b2cc-4f19bb6b9077.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Aurélio David</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Infelizmente tenho escrito muito pouco por aqui, mas quem priva comigo já percebeu que nos últimos meses tenho feito a transição para uma nova fase na corrida. Desde o Sicó e, principalmente, desde o MIUT 2021 que não me tem apetecido fazer provas de 3 dígitos! O relato do ultimo MIUT pode ter dado algumas pistas e na altura associei à lesão que me chateava, mas a verdade é que não era só isso. Toda a experiência foi terrivelmente angustiante! O nó gigante que tinha na barriga, daquela vez não era pela ansiedade de começar, simplesmente não me apetecia voltar a passar pelo sofrimento que envolve uma prova como o MIUT. Não me apetecia começar, não me apeteceu enquanto corri e nem sequer tirei grande prazer por chegar ao fim. Fiz 19 provas acima dos 100km nos últimos 8 anos, tenho melhorado os métodos de treino, de nutrição, ganhei experiência, passei por muito. Mas sinto que não consigo evoluir. Pior, depois de 6 MIUTs concluídos, sinto que simplesmente não sou feito para aquelas distâncias! Mas, tranquilo. São fases. Talvez daqui a uns tempos me volte a apetecer enfrentar essa besta que são os 3 dígitos, mas neste momento estou noutra. Apetece-me fazer provas "curtas", até aos 50/60km. Andar com a corda na garganta, pensar menos em gestão e mais em dar o máximo, ir a fundo nas descidas, chegar ao limite nas subidas, perceber que, aqui sim, quanto mais treino mais pernas tenho! Enfim, são fases. Agora estou nesta!</p><p style="text-align: justify;">Pronto, feita a introdução/justificação, vamos à prova!</p><p style="text-align: justify;">Como todos os anos, o fim de semana MIUT é uma festa. A Sara diz que é a minha viagem de finalistas anual! Este ano, entre repetentes e estreantes, éramos 6! Eu, Simão, Alexandre, Vasco e Chico nos 60km e o grande Vasco Lopes nos 115km. A sexta feira, dia antes da prova, foi o oposto completo do ano passado. Passei o dia bem disposto e muito ansioso por começar, bem descansado, confiante no treino e sem lesões a chatear!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiam2Hrj2_cJSlZYX9TcRPixy00h7f5qO9Xj5qCDoFEjoXSuXidpT9KlBMxFlzPPVQX4mMj4IjimZm0XO_KIPsacfbQUfffbLJZ_1fenrtjMaJexyhBIuqFS6VXjO70kCHbguvY0zKfmjsK9AfR8bsz4eIvj1LzwSv1X9mZZahKXoL9jlXkapV536mg5A/s1280/thumbnail_54f5f610-bce2-41c0-8717-86954ce35fad.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiam2Hrj2_cJSlZYX9TcRPixy00h7f5qO9Xj5qCDoFEjoXSuXidpT9KlBMxFlzPPVQX4mMj4IjimZm0XO_KIPsacfbQUfffbLJZ_1fenrtjMaJexyhBIuqFS6VXjO70kCHbguvY0zKfmjsK9AfR8bsz4eIvj1LzwSv1X9mZZahKXoL9jlXkapV536mg5A/w400-h300/thumbnail_54f5f610-bce2-41c0-8717-86954ce35fad.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O grupo na partida. Menos o Vasco Lopes, que já andava a palmilhar desde a meia noite.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O percurso desta prova é perfeito. Começar com uma grande subida aos Picos, com direito a fazer o ex-libris da ilha, que é a ligação Ruivo-Areeiro, e depois quase sempre a descer até Machico, já pelo percurso habitual do MIUT. Na minha cabeça eram só facilidades. Subir forte no inicio, porque as pernas estão frescas, e depois controlar-me na descida para não ir depressa de mais e ter pernas para correr no fim. Pois claro, controlar-me para não ir muito depressa....</p><p style="text-align: justify;">Oito da manhã e deu-se a partida para os cerca de 400 atletas, maioritariamente estrangeiros, como já é normal no MIUT. O tempo era o típico da Madeira, sol, chuva, vento, frio, calor, nevoeiro, céu limpo e nuvens. Tudo no espaço de 15 minutos! </p><p style="text-align: justify;">Saí de Boaventura a andar forte, com o Simão, de forma a nos colocarmos numa boa zona do pelotão. Conseguimos, mas com isso lá tivemos que andar a meia hora da praxe com a corda na garganta! Sobe e desce em levadas e trilhos no meio de hortas e pequenas povoações. com muita vegetação e sensação de correr numa floresta húmida, levaram-nos até ao primeiro abastecimento, no Lombo do Urzal, onde se iniciaria o prato principal desta corrida: a subida ao Pico Ruivo. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyuhdryJ3q_EJFFsPKpzXwe7pnyCAo0JdbA3SJc_KnZmooq3RraJKoRwTao9lRX5FgNR1f85DreACqk4NvHyQQS9vBbscztrybOGoRTiiHwNLCKvzPy6TAXVEMtb78CTIiKztO5eJW5RcoMM1pWRmW8CO_SVozpXou5-vWuFnZxxyw-F8gk6Clpm2iYg/s1280/thumbnail_6fb205af-bcf9-408d-be22-147aff8ebc44.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyuhdryJ3q_EJFFsPKpzXwe7pnyCAo0JdbA3SJc_KnZmooq3RraJKoRwTao9lRX5FgNR1f85DreACqk4NvHyQQS9vBbscztrybOGoRTiiHwNLCKvzPy6TAXVEMtb78CTIiKztO5eJW5RcoMM1pWRmW8CO_SVozpXou5-vWuFnZxxyw-F8gk6Clpm2iYg/w300-h400/thumbnail_6fb205af-bcf9-408d-be22-147aff8ebc44.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A visão mais comum do MIUT. Foto do Vasco Carvalho</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Como não podia deixar de ser, a subida era uma besta. Saídos do abastecimento, entrámos logo num trilho perfeitamente embrenhado na floresta, a fazer lembrar muito a parte inicial da subida a Estanquinhos. Um trilho de curva e contra-curva, de terra escura e pedras cobertas de musgo, muito constante, trabalhosa, a exigir uma constante adaptação da trajetória de maneira a tornar o esforço mais eficiente. 1, 2, 3, 4km, sempre a subir, sempre a trabalhar. 600, 700, 800m de desnível acumulado. Nem queria acreditar que já estávamos tão perto do km vertical! As pernas fresquinhas ajudavam, mas só me lembro de ter sentido uma euforia tão grande a subir uma outra vez na vida: no ataque ao Comapedrosa em Andorra, na Mitic! </p><p style="text-align: justify;">À medida que nos aproximávamos das cotas mais altas a paisagem ia mudando, passámos por verdadeiras gargantas, virámos montanhas só para dar de caras com outras maiores, rasgámos encostas em trilhos que pareciam estar ali desde que a montanha nasceu. Só podia, tudo ali fazia sentido, era perfeito! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ5aiEKB1Z6vSZS6wZoMbM092vZxIU7gJZk-8eINDR0_mo3rAmSw2xUJ8TzrrbwH2LLwigxraM3GPukC8slEo8gIqPzrdOoC7-UcTWdzLx4q3ncm6dvRZg0IW548FtXGYknFtKmW4IvMjH6oRp058ef1oMXRSL6ZiaLFfCnqeCP-vRBYxZng798Ph33A/s2048/6b76c4be-54cf-4ed5-a602-35c12d4026d4.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ5aiEKB1Z6vSZS6wZoMbM092vZxIU7gJZk-8eINDR0_mo3rAmSw2xUJ8TzrrbwH2LLwigxraM3GPukC8slEo8gIqPzrdOoC7-UcTWdzLx4q3ncm6dvRZg0IW548FtXGYknFtKmW4IvMjH6oRp058ef1oMXRSL6ZiaLFfCnqeCP-vRBYxZng798Ph33A/w400-h300/6b76c4be-54cf-4ed5-a602-35c12d4026d4.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto lá em cima, do Vasco Carvalho</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Já nos 1400m passámos pela Boca das Torrinhas e embocámos no percurso já conhecido do MIUT. A grande diferença é que desta vez estava a chegar ali com pernas! E, pasmem-se, dá mesmo para correr lá em cima! Perfeito, perfeito! Corria com um sorriso rasgado no rosto, a descer, em plano e a subir, é difícil descrever a alguém o prazer que se sente! A sério, se alguém estiver a ler isto e nunca tiver corrido em trilhos.... vão, vão, não percam tempo!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrrNOJzfm0G1evOo6zhv-oxt9menFO6Xcv-6AqbrfSsk-vX6gsUZX9KjXJRp1N8341YThF_qlP7ZSpYVPDdeS-k1HveQWz8cDKGVb5BuUTajF-uvP3x9-HaDehsLn9ks6Ev_KxxXv2iwVQ6wWZvD7TXy4R1ZMPXe6uJJ6UbONeYMeybtp2BSqw46bHTg/s1280/thumbnail_IMG_4781.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrrNOJzfm0G1evOo6zhv-oxt9menFO6Xcv-6AqbrfSsk-vX6gsUZX9KjXJRp1N8341YThF_qlP7ZSpYVPDdeS-k1HveQWz8cDKGVb5BuUTajF-uvP3x9-HaDehsLn9ks6Ev_KxxXv2iwVQ6wWZvD7TXy4R1ZMPXe6uJJ6UbONeYMeybtp2BSqw46bHTg/w400-h400/thumbnail_IMG_4781.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Luis Alberto Hernando pelo enorme Ian Corless. Vi-o lá neste sítio e fotografou-me, quem me dera encontrar isso! Depois tive vergonha de lhe dizer que sou fã dele.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">De repente estava no Pico Ruivo. 16km, 2000m de desnível positivo acumulado. Não me podia deixar levar pela euforia, faltava muita prova. Entrei no abastecimento, enchi os flasks e comi à pressa. Seguia-se o ex-libris da prova, a travessia até ao Pico do Areeiro e, mais uma vez, foi todo um mundo de sensações novas conseguir ter pernas para correr ali. </p><p style="text-align: justify;">Tudo ajudava, até as dezenas de caminheiros que estavam a dividir os trilhos connosco. Imaginem um trilho tão estreito que mal cabe uma pessoa, dum lado uma parede de rocha, do outro uma falésia com centenas de metros. Agora imaginem cruzarem-se com dezenas de caminheiros enquanto correm! Todos eles se colavam à encosta, o único movimento que faziam era para bater palmas e gritar incentivos, criando corredores humanos, tal e qual os metros finais de uma maratona por uma qualquer capital europeia! Que loucura! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUPdA4AlzSNcMS-hHmulFY5sPIptyMXv-VU2TK45-OgZGffyWMZy5np8IxwxkF81K46bj-_aDx0a8mYu3NOGlA-tqoZR_v98DGmL9_KKvmyfhiJlJ9gxjoAC0RyhtWg_Vb0zqedrEAMcrjSenfoG6Ip_YwrdADpiiVXG1mdqA1WWtzHoZQm25zhBY-eg/s1280/thumbnail_06d67066-0436-4e87-b21c-caaed3731f01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUPdA4AlzSNcMS-hHmulFY5sPIptyMXv-VU2TK45-OgZGffyWMZy5np8IxwxkF81K46bj-_aDx0a8mYu3NOGlA-tqoZR_v98DGmL9_KKvmyfhiJlJ9gxjoAC0RyhtWg_Vb0zqedrEAMcrjSenfoG6Ip_YwrdADpiiVXG1mdqA1WWtzHoZQm25zhBY-eg/w400-h300/thumbnail_06d67066-0436-4e87-b21c-caaed3731f01.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais uma do Vasco, onde dá para ver a quantidade de gente no trilho.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Pico do Areeiro, 21km, 2500+. Estava cumprida um terço da distancia e só restavam 700m de subida até ao fim. Faltava a outra parte, o desnível negativo. Nos próximos 22km íamos passar da cota 1800 até à cota 0, na praia de Porto da Cruz. Na minha cabeça era aqui que estava a chave da prova. Controlar a descida para não massacrar de mais as pernas e conseguir correr nos 16km finais, que são planos. Sim, na minha cabeça os 2500+ que teríamos nas pernas neste ponto eram só um pro-forma! Não podia estar mais enganado. É certo que as pernas ainda não estavam na reserva, mas a subida estava lá. Ai se estava...</p><p style="text-align: justify;">Senti-a assim que começou a descida até ao Chão da Lagoa e, ao contrário do que tinha imaginado, o problema não era controlar-me para não ir depressa de mais. Era mais perceber onde é que ia buscar força para andar depressa na descida! Nunca andei soltinho, mas como sabia que a prova era "curta", também não me poupei. Portanto, forcei. Andei no limite naqueles primeiros quilómetros mais técnicos até ao Chão da Lagoa, de tal maneira que assim que entrei no abastecimento me saltou um musculo da perna. Tudo bem, foi no sitio certo. Parei, alonguei, comi e voltei a encher os flasks. Quando saí do abastecimento já estava recomposto. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVLY52xlcIDcTISW5Pdx1LC8nd8lrSaVBXTDVbW0ESShS2QUnihEORSnA9NWfcMbzxfYzruB1RzNX6JjTxHDTrKvRyTNeQvpwcBO47vdCCGCLYfHaV1Qppp5D0c2b5De-Nxii4HL--q-4vmRm_7ccruB9vEfc8h1-hkYP0gmp1z1eNbqOFJrAOKeSfAA/s1280/thumbnail_IMG_4754.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVLY52xlcIDcTISW5Pdx1LC8nd8lrSaVBXTDVbW0ESShS2QUnihEORSnA9NWfcMbzxfYzruB1RzNX6JjTxHDTrKvRyTNeQvpwcBO47vdCCGCLYfHaV1Qppp5D0c2b5De-Nxii4HL--q-4vmRm_7ccruB9vEfc8h1-hkYP0gmp1z1eNbqOFJrAOKeSfAA/w400-h266/thumbnail_IMG_4754.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Única foto minha na prova, pelo Aurélio David. É o que dar escrever isto antes de saírem as fotografias.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Era hora da primeira grande alteração do percurso. Este ano, em vez de descer ao Ribeiro Frio e subir ao Poiso, desceríamos diretamente ao Poiso para depois voltar a entrar novamente no percurso conhecido até à Portela. Fiquei surpreendido quando chegámos ao Poiso em pouco mais de 2km! </p><p style="text-align: justify;">Em todos os anos anteriores, este era o ponto fulcral do MIUT. Dizia sempre que se chegasse ao Poiso com pernas era sinal que a prova tinha corrido bem. Este ano não podia aplicar esse raciocínio, mas a verdade é que cheguei lá mesmo com pernas e com pernas entrei na descida mais fácil do percurso, os 9km que ligam o Poiso à Portela. </p><p style="text-align: justify;">Trilhos limpos, pouco inclinados, estradão e levadas. Perfeito para desenrolar as pernas! Corri sempre, mas em esforço, não muito depressa. A ponta final da descida é feita ao lado de uma levada, nuns degraus de troncos muito agressivos. Depois de alguns km de estradão, os movimentos bruscos de ter que saltitar nos degraus provocaram a segunda crise de câimbras do dia! Mais uma vez: timing perfeito. Foi mesmo à porta do abastecimento, na Portela.</p><p style="text-align: justify;">Entrei e, pela primeira vez, sentei-me. Estava mesmo a precisar! Já estava muito massacrado da descida. Comi umas rodelas de batata doce com toping de sal grosso, numa tentativa desesperada de controlar as câimbras. Não fui rápido no abastecimento, mas estava a precisar. Nesta altura já estávamos a dividir os trilhos com a malta dos 42km, que apareceram a todo o gás no Chão da Lagoa, por isso o abastecimento estava cheio e abafado. Espreitei lá para fora só para perceber que a chuva grossa que apanhei nos metros finais antes do abastecimento continuava a cair. Enfim, estava na hora! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS5nZ3eBiszGP-QpR72F5K4TTkKTp51pwB82txOb0M57Zujwm_F_zJFOaocYw8Lh8IIv4zjWTFbOb7_aqgbXuDGcdl3P3aZaDOW9EdmL7_t6I0C38z4Fz54lPJsnpbdVUEQv99adeLK-6cJ9L0kwRzkk1YmSVuNogamQUE94COabDvAWqbAASVUh9wOA/s1280/thumbnail_21788865-e221-4b14-b634-1241626c06b7.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS5nZ3eBiszGP-QpR72F5K4TTkKTp51pwB82txOb0M57Zujwm_F_zJFOaocYw8Lh8IIv4zjWTFbOb7_aqgbXuDGcdl3P3aZaDOW9EdmL7_t6I0C38z4Fz54lPJsnpbdVUEQv99adeLK-6cJ9L0kwRzkk1YmSVuNogamQUE94COabDvAWqbAASVUh9wOA/w300-h400/thumbnail_21788865-e221-4b14-b634-1241626c06b7.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do Vasco a meio da descida para o Porto da Cruz.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Segunda alteração do dia: depois da Portela, em vez de seguir para os trilhos das Funduras e para a Degolada iriamos continuar a grande descida até ao Porto da Cruz. A primeira parte da descida foi muito massacrante, pelo Caminho Real. Um trilho de calçada de basalto, muito inclinado, com degraus muito curtos. Curtos de mais para permitir um passo de corrida fluido, obrigava a um constante saltitar. Não haviam bastões que ajudassem, todo o peso do corpo era descarregado nas pernas. Tum, tum, tum, sempre a martelar músculos e articulações! Numa segunda fase entrámos nuns trilhos junto a levadas, com lama, muito pesados, por causa da chuva que caía. Finalmente desembocámos nas estradas de Porto da Cruz, já quase ao nível do mar, para cumprir um par de km em estrada.</p><p style="text-align: justify;">Cota zero, 45km. Faltavam apenas 15km para a meta. Uma subida que não conhecia separava-nos da entrada na já conhecida Vereda do Larano e finalmente as levadas de Machico. Comi bem no abastecimento e fiz-me ao caminho.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsJjUr4nRiTsbJuWkV1KwlQO5dNUSva0XhpABG2fDUTObIrTyy0viqYwqwpZ0MLqZyHbkMCNvGtxAYyE7XVFnXfpyIg-LNI-OSJtSLuSg0ZuMK0A07UHc3O0NU7jaCepZw2OE_TtMgiSL912zjxWHf_kCgMpjdYi4D2kHvtoh89TuEQuvrJe8q3C_nkg/s1280/thumbnail_IMG_4782.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsJjUr4nRiTsbJuWkV1KwlQO5dNUSva0XhpABG2fDUTObIrTyy0viqYwqwpZ0MLqZyHbkMCNvGtxAYyE7XVFnXfpyIg-LNI-OSJtSLuSg0ZuMK0A07UHc3O0NU7jaCepZw2OE_TtMgiSL912zjxWHf_kCgMpjdYi4D2kHvtoh89TuEQuvrJe8q3C_nkg/w400-h266/thumbnail_IMG_4782.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O meu grande amigo Vasco, pelo Aurélio David, no fim da subida após Porto da Cruz. Este senhor, que já anda nisto há uma data de anos, sacou só 21 horas nos 115km. Que animal!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Esta seria a ultima parte desconhecida do percurso. Acabou por ser uma subida relativamente fácil, quase toda ela feita em escadas e com 300m de desnível positivo. No entanto, foi a parte onde sofri mais em todo o percurso. Já muito desfeitos da descida, os músculos começaram a gritar assim que alcei a perna para o primeiro degrau! Toda a subida foi feita em grande sofrimento e até tive que me sentar duas vezes para ganhar alento. Fiquei preocupado com os 12km finais, os tais que, com pernas, são perfeitamente corriveis. Primeiro no Larano e depois das Levadas.</p><p style="text-align: justify;">Não foi fácil. Não estava soltinhos nem com pernas frescas. Não foi bonito. Foi mesmo de faca nos dentes que meti o trote no inicio da vereda do Larano! 4km de um falso plano (tem 100+), feitos em esforço mas num passo muito certinho. Ah, pela primeira vez fiz o Larano de dia. Que portento! Uma brutalidade de trilho a contornar as encostas, com o mar do lado esquerdo. </p><p style="text-align: justify;">Entrei nas levadas de Machico já com muitas luzes acesas no tabelier, mas agora era mesmo só um esforçozinho. Há alguns km que fazia contas de cabeça para perceber se conseguiria chegar antes das 9 horas, agora já era certo. Não desarmei e corri mesmo até à meta, onde cheguei 8h34 depois de sair de Machico!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWXl74uXiBOW-6IVffCYIlR-w_SHLn_9SAPy0x3gzxOgJ6UsOkyKpX3gDQfBETGLGBIv8C_6H1pv9M4Vb3LG1PeqlVqgSuJESv1JpOV3tkuH0XpP3UYlxrgaygNntK9XnpdnWD3bU70Sptt-DB6KmYO8pgSKMEtCPNjVrPMnBk92to67epezPnIfqUDg/s1024/4ad71d09-5b0e-4668-b9a6-70b8e64f7eca.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWXl74uXiBOW-6IVffCYIlR-w_SHLn_9SAPy0x3gzxOgJ6UsOkyKpX3gDQfBETGLGBIv8C_6H1pv9M4Vb3LG1PeqlVqgSuJESv1JpOV3tkuH0XpP3UYlxrgaygNntK9XnpdnWD3bU70Sptt-DB6KmYO8pgSKMEtCPNjVrPMnBk92to67epezPnIfqUDg/w300-h400/4ad71d09-5b0e-4668-b9a6-70b8e64f7eca.JPG" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Manelíco à minha espera.</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8aF4jncCEXRgUPklcARRIOmWR6yy1enYp5NoFbmyT_i9IXS7iLMuUlng2bbf83pqc7qTWFrjVDQrQgBXwKP04BKpljpTtotkLbvQrBO_DFx9-W-rnOGjfOjc9OTZR7_TaKkRQTqfoemnF2drkLZCxjSbJrNJL4pKUT9wt1rIu1BJRkCArD__WKUwP6Q/s750/thumbnail_IMG_4784.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="750" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8aF4jncCEXRgUPklcARRIOmWR6yy1enYp5NoFbmyT_i9IXS7iLMuUlng2bbf83pqc7qTWFrjVDQrQgBXwKP04BKpljpTtotkLbvQrBO_DFx9-W-rnOGjfOjc9OTZR7_TaKkRQTqfoemnF2drkLZCxjSbJrNJL4pKUT9wt1rIu1BJRkCArD__WKUwP6Q/w400-h225/thumbnail_IMG_4784.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aqui está ele.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Não foi uma chegada apoteótica, não me emocionei nem nada que se pareça. Mas cheguei feliz e animado. Total e perfeitamente satisfeito, com a sensação que dei tudo o que tinha e que mesmo assim não fui ao fundo do poço. Não precisei, assegurei-me disso ao longo das muitas horas de treino e agora tinha ali a minha recompensa! Ainda não eram 5 da tarde, liguei à Sara, falei com os miúdos e fui tranquilo tomar banho. Juntei-me ao Simão enquanto esperávamos pelo resto da malta de Almeirim e víamos as chegadas. Todos os nossos companheiros chegaram bem e fizeram provas brutais. Jantámos descansados uma bela pizza e duas ou três corais, na praça central de Machico. Tranquilos. Completamente desfeitos e moídos, mas tranquilos e satisfeitos, ainda com a cabeça numa nuvem de endorfinas. </p><p style="text-align: justify;">São fases, suponho... E nesta fase é precisamente isto que eu preciso da corrida. Foi perfeito!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOiX207z6Sw_A22kVSGvjtbAmE-LLmyieu17EXsVLQ4ex5zZod4ZGSCLa-OsKkMNtN9I9W8CDfSRvuw_9o5ilMHDZ-fj1GU4AoAN6VqG2J2B5GamrMbXT_nVxcY0JDhYqQhYb8BY8NfGXYQ3viR782dcmJPvAa82sQ5Rvm3H1xRZi-u5mAvjwi5cC5lw/s1280/thumbnail_dddd5eb3-d6b1-4717-a52f-8e9146e7436f.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOiX207z6Sw_A22kVSGvjtbAmE-LLmyieu17EXsVLQ4ex5zZod4ZGSCLa-OsKkMNtN9I9W8CDfSRvuw_9o5ilMHDZ-fj1GU4AoAN6VqG2J2B5GamrMbXT_nVxcY0JDhYqQhYb8BY8NfGXYQ3viR782dcmJPvAa82sQ5Rvm3H1xRZi-u5mAvjwi5cC5lw/w300-h400/thumbnail_dddd5eb3-d6b1-4717-a52f-8e9146e7436f.jpg" width="300" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-82734306398181144772021-11-22T17:15:00.004+00:002021-11-22T17:42:50.152+00:00Madeira Island Ultra Trail <div style="text-align: justify;">Parti derrotado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não me lembro de alguma vez ter começado uma prova assim. Certamente nenhum MIUT! Depois de praticamente ter deixado de conseguir treinar após os 20km de Almeirim, a 3 semanas da partida, perdi toda e qualquer confiança que tinha para o MIUT. As dores no gémeo, mesmo quando caminhava, eram uma constante nuvem negra que pairava, mas pior que isso era ter perdido a vontade de partir. A angustia aumentou na quinta feira, dia em que fui para a Madeira com o Rodrigo, o Mota e o Simão. No aeroporto o pânico instalou-se de tal forma que, já dentro do avião e a minutos de descolar, enviei um mail à pressa à organização a pedir para trocar a distância para os 60km! A resposta chegou às 4 da manhã: não, amigo. Vais ter que te aguentar à bronca!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn1Ui4fktnRSivCgIQ4Ixts35pxR5K_XLke2vaA8UzEi9QJr4kR_-kfRNIOz0RIrVzVFiyPH30y5DDVzvJrWDUvxyYOIHuJQZ55kU4VZ-jKg2W_2hFbnNZ5lUb-6EfEhhv9yeD4XtZy94C/s751/thumbnail_IMG_3837.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="751" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn1Ui4fktnRSivCgIQ4Ixts35pxR5K_XLke2vaA8UzEi9QJr4kR_-kfRNIOz0RIrVzVFiyPH30y5DDVzvJrWDUvxyYOIHuJQZ55kU4VZ-jKg2W_2hFbnNZ5lUb-6EfEhhv9yeD4XtZy94C/w400-h190/thumbnail_IMG_3837.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Nuno, que vai assumir um papel preponderante nesta história. Já vos conto.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">A noite estava perfeita. Céu limpo, temperatura fresca mas não demasiado e sem vento. Pareceu de encomenda, já que choveu torrencialmente na quinta feira e depois voltou a chover no domingo de manhã. O ambiente em Porto Moniz estava uma sombra de anos anteriores. Fruto dos adiamentos por causa da COVID eramos apenas 315, um terço de 2019. Não me queixo, sou um bocado bicho do mato e gosto muito mais das provas com menos gente. Bebi um café no sitio habitual, para dar sorte, e sentei-me na escadaria habitual, para dar sorte. Meti a cabeça entre as pernas e fechei os olhos, a tentar abstrair-me ao máximo de tudo o resto. Faltava uma hora. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizbAeEPok8NluS0hz6YNBJuzUwYYK3Gej38QSi0I_tnkQUyKLdQXYacJRRfEyFVe93mCGE3sG51rHBB_5OBmZDYOliw5g7awnh10wXPThmzFozXyzK-3QSUrLSsrSx0ARaLxP5DsVA0jMQ/s2048/ac6d0914-4769-4e7a-ac9e-74bdb7f7ecfe.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizbAeEPok8NluS0hz6YNBJuzUwYYK3Gej38QSi0I_tnkQUyKLdQXYacJRRfEyFVe93mCGE3sG51rHBB_5OBmZDYOliw5g7awnh10wXPThmzFozXyzK-3QSUrLSsrSx0ARaLxP5DsVA0jMQ/w300-h400/ac6d0914-4769-4e7a-ac9e-74bdb7f7ecfe.JPG" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Minutos antes de apanhar o autocarro para Porto Moniz. A moral estava em altas, como se percebe.</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLeEeNBtFidHe-vOxeJZ5B9daUbpPbb25UzoWZCSGaF_3S6i7H5aR2H9r9MJeTrPM3WJ4csllebYvOxOSCS6dav9wbQmeJIKa6Bug5gGN_KOdqpWGxM4OGk0x2zk9ysd5wY-2aP4BMj2Yd/s1280/thumbnail_c5ff442b-e965-4996-a4ea-c79caf4e62c5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLeEeNBtFidHe-vOxeJZ5B9daUbpPbb25UzoWZCSGaF_3S6i7H5aR2H9r9MJeTrPM3WJ4csllebYvOxOSCS6dav9wbQmeJIKa6Bug5gGN_KOdqpWGxM4OGk0x2zk9ysd5wY-2aP4BMj2Yd/w300-h400/thumbnail_c5ff442b-e965-4996-a4ea-c79caf4e62c5.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com o Simão, o meu companheiro de treinos na caminhada até aqui. E que brutalidade de prova ele fez! 21h45</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Olhos fechados, respirar fundo e contagem decrescente. Estava na altura. Assim que tocasse a meia noite a minha vida nas próximas 20 e muitas horas teria apenas um objetivo: conquistar o próximo metro. Conheço esse sítio, já quase vivo lá. 3, 2, 1.... Bip. Cronómetro iniciado. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUvcFQNOPgF89ceZ1w-cjnf4PIvP49boxF5CMEamYxaAno3r4aOy4VtIV1snaNnk-26R_v1eHTgAAOXSNvBss6cucOR3NUIkoJGO7t9N-DRoFbB5S098w3LZamUmLkNy7ZhqaOOliNTvLD/s2048/259294733_4655469541198822_1012704910854989467_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1377" data-original-width="2048" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUvcFQNOPgF89ceZ1w-cjnf4PIvP49boxF5CMEamYxaAno3r4aOy4VtIV1snaNnk-26R_v1eHTgAAOXSNvBss6cucOR3NUIkoJGO7t9N-DRoFbB5S098w3LZamUmLkNy7ZhqaOOliNTvLD/w400-h269/259294733_4655469541198822_1012704910854989467_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Primeiros passos de corrida e o gémeo deu logo sinal. Já estava à espera, nada de pânico. Só precisava de perceber se a dor ia aumentando ou se seria suportável, como nas ultimas semanas. 500 metros de corrida e engatámos logo na primeira subida. Armar bastões e siga pra cima! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwp5ONGyeeG36iZdATATkYNZEO7C9Z_BvbKAWyWDXggsSy5miBgTYMeKFmnqLOrE8yXaYbl4Gpi0kU8-Mxfsl_xbLBTb2_I49WLxXBCrd_XlxD_rfkEtQZbzMI4mRUylVbiPHNhNS48kMN/s2048/260101891_3099789590252194_3376238932667359001_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwp5ONGyeeG36iZdATATkYNZEO7C9Z_BvbKAWyWDXggsSy5miBgTYMeKFmnqLOrE8yXaYbl4Gpi0kU8-Mxfsl_xbLBTb2_I49WLxXBCrd_XlxD_rfkEtQZbzMI4mRUylVbiPHNhNS48kMN/w400-h300/260101891_3099789590252194_3376238932667359001_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Inicio da primeira subida. Fotografia do Miguel Cadalso.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Continuava com nenhuma vontade de ali estar, desconcentrado e pessimista. Não que pensasse em desistir, isso nunca me passou pela cabeça em qualquer ponto da prova, mas estava quase a fazer um frete. É um lugar comum dizer que numa grande ultra metade é físico e a outra metade é cabeça, mas é 100% verdade e o facto é que a minha cabeça não estava para ali virada. Subia devagar, mais devagar do que devia e podia, sempre perfeitamente na zona de conforto. Tinha decidido que, por causa do gémeo, não ligaria ao tempo final, só queria chegar ao fim. Claro que isso do gémeo era treta. Quer dizer, doía-me e doeu-me do primeiro ao ultimo passo, mas era suportável, não era isso que me prendia. Foi a desculpa que dei a mim mesmo naquelas horas iniciais para não entrar em prova!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas o MIUT não se coaduna com desculpas e a descida para a Ribeira da Janela era já ao virar do monte. Primeira descida, num trilho simpático que serpenteava pela encosta, mesmo até junto ao mar onde apanhámos um banho não de água mas de pessoas, aplausos e gritos. É uma passagem mítica todos os anos e, para mim, marca o verdadeiro inicio da prova: a subida para o Fanal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhby6AlvKhSwt0KOnSz8dGbgLqdNuWmunfLNnwsjQzdLJIVx1JFD6XIcK8yQHxyHXwzNXTV_a3HwCmlZdZyupwkAJV29vTvvjcnkaa7LWOGV2pNknvkuFl3LfltTucUoMs9r7ss80Lm6Zdo/s2048/259450696_4655469617865481_1353872766046262527_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1363" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhby6AlvKhSwt0KOnSz8dGbgLqdNuWmunfLNnwsjQzdLJIVx1JFD6XIcK8yQHxyHXwzNXTV_a3HwCmlZdZyupwkAJV29vTvvjcnkaa7LWOGV2pNknvkuFl3LfltTucUoMs9r7ss80Lm6Zdo/w400-h266/259450696_4655469617865481_1353872766046262527_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Mario Pereira, retirada do Facebook da prova. Em primeiro plano o Pedro Caprichoso e o Ricardo Silva, ainda partilhei uns km com o grupo deles, lá atrás venho eu e lá mais atrás reparem na serpente de luzes a descer a encosta.</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeHCsOF7R7eQc7SXcteIbH9XVdVTZCyxPrVg8BgaNcLLF7hDU3p4Llyo7RmQnuKwSuDeu9lGUPtzkLt397VX7THPHTub4vYv57eA4hU777KwrI0o307je2EVlTfi9SHjWXo7SO0Ix7XnmY/s2048/259425792_4655469434532166_6489659784766591130_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1377" data-original-width="2048" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeHCsOF7R7eQc7SXcteIbH9XVdVTZCyxPrVg8BgaNcLLF7hDU3p4Llyo7RmQnuKwSuDeu9lGUPtzkLt397VX7THPHTub4vYv57eA4hU777KwrI0o307je2EVlTfi9SHjWXo7SO0Ix7XnmY/w400-h269/259425792_4655469434532166_6489659784766591130_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nesta fotografia do João Faria, também retirada do Facebook da prova, dá para ver a serpente a partir da subida ao Fanal. Uma imagem mítica de todos os MIUT</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Na subida para o Fanal, o primeiro km vertical que apanharíamos, com 1100+ em 11km, continuei com a mesma estratégia. Devagar, sempre abaixo da zona de conforto, sem forçar nada. Primeiro por entre as casas e finalmente no meio da floresta, entre degraus de troncos de madeira e piso enlameado, lá chegámos ao primeiro abastecimento, aos 15km. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A estrutura montada para este MIUT era a mesma para aqueles com 1000 pessoas. Quer dizer que os abastecimentos eram enormes e havia pouca gente. Impecável. Comi bem e bebi dois copos grandes de café. Sentia-me bem e o gémeo estava controlado, mas ataquei a descida seguinte com cuidados redobrados. Fui muito lento nas partes mais técnicas e nunca arrisquei nada. Queria chegar a Estanquinhos o mais são possível, mas isso estava a custar-me tempo. Muito tempo. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A subida seguinte, para Estanquinhos, é um dos momentos chave do MIUT. É uma bomba. Impossível descrever por palavras aquele portento. Os números da parte inicial, 1100+ em 4km, explicam alguma coisa, mas só passando por lá se consegue perceber. É a subida perfeita. Sempre aos ésses, num trilho de terra escura cravejado com pedras que permitem ir sempre escolhendo a melhor maneira de subir. O ritmo era certinho, fluido, sempre a trabalhar por entre pedras e degraus. Já depois dos 1000 metros uma pequena pequena folga na inclinação e aproveito para comer uns figos secos que levava comigo, mas logo a seguir recomeça o trabalho para a ponta final, agora num trilho mais a direito que nos levaria até ao planalto do Paul da Serra, que estava incrivelmente bonito. A lua cheia brilhava no céu limpo e mostrava os cumes todos que nos rodeavam, a erva rasteira estava congelada pelo frio e toda ela brilhava como pequenos cristais que estalavam quando os pisávamos. Perfeito!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No abastecimento de Estanquinhos dei uma vista de olhos ao papel que levava comigo onde tinha os tempos previstos de passagem. Já levava mais meia hora que em 2019! Não estava à espera que fosse tanto. Enfim, o mal estava feito. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Segui com o plano e tentei poupar-me ao máximo na descida para o Rosário, abastecimento que marcava os 40km de prova. Praticamente percorri a andar os 2km muito chatos naquele estradão inicial cheio de pedra grande e solta à saída do abastecimento e finalmente soltei-me quando entrámos nas levadas. Um trilho maravilhoso, quase plano, que nos embrenha dentro da floresta Laurissilva. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl2rsTA8ZarkvCNiTAsP1pQMcuQZ3ykhUw4EUf2hO6m8-PWYdAZhz0wE61H_aZUWiv1yt1Cba5u3ZgZFitbNYbB9D4aNrMc3n6aLBeJ6JnjlqvORsw6IP-LTmh-BbChdRwJmNGsKIVAAFW/s2048/259250437_3099790963585390_601990702275672447_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl2rsTA8ZarkvCNiTAsP1pQMcuQZ3ykhUw4EUf2hO6m8-PWYdAZhz0wE61H_aZUWiv1yt1Cba5u3ZgZFitbNYbB9D4aNrMc3n6aLBeJ6JnjlqvORsw6IP-LTmh-BbChdRwJmNGsKIVAAFW/w400-h300/259250437_3099790963585390_601990702275672447_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZwxfnJaxG11Wfa5eKbzWw9-G56uIrHeJB5-URD5c-gFT6du1MAzcUyEO6UeeXjpVqQYVYtl8qIi6D15fKX38FOjpSVr3ur1cH2p5IDhXKEUZf9txSlCC6c09wGQw-2QJsG3yx2FeSXEv9/s2048/259444118_3099791400252013_6860118545338924011_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZwxfnJaxG11Wfa5eKbzWw9-G56uIrHeJB5-URD5c-gFT6du1MAzcUyEO6UeeXjpVqQYVYtl8qIi6D15fKX38FOjpSVr3ur1cH2p5IDhXKEUZf9txSlCC6c09wGQw-2QJsG3yx2FeSXEv9/w400-h300/259444118_3099791400252013_6860118545338924011_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Duas fotografias dos trilhos na descida para o Rosário, pelo Miguel Cadalso.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Foi a sexta vez que ali passei e a sexta vez que apanhei o nascer do sol nestes trilhos. Mas posso dizer com toda a certeza: nunca apanhei um tão perfeito como este ano. Não sei se por ter sido um sol de Outono, pelo céu estar tão limpo, pela conjugação de tudo e mais alguma coisa... Nunca vi nada assim. Os tons laranja dos primeiros raios de sol davam vida e aqueciam o verde da Laurissilva, uma coisa de outro mundo! A Madeira é mesmo um sitio único. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEGrrlTJU2G7wxfHYEAuruNU254nrXfO3CqdyX2jpzxcXMjh1jXAUEEiQUNOa4EqPvAh-LBs0okUiak0BZIV9Usi-pwTzbODtw8uh7FSZG0Th_VP_RQ_gGdIq91GKSru2m_hWPcg6EpIZ6/s2048/260246147_3099791603585326_4811802108603472435_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEGrrlTJU2G7wxfHYEAuruNU254nrXfO3CqdyX2jpzxcXMjh1jXAUEEiQUNOa4EqPvAh-LBs0okUiak0BZIV9Usi-pwTzbODtw8uh7FSZG0Th_VP_RQ_gGdIq91GKSru2m_hWPcg6EpIZ6/w400-h300/260246147_3099791603585326_4811802108603472435_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Cadalso numa parte emblemática da descida.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Chegado ao Rosário voltei a olhar para a cábula, tinha mantido a meia hora a mais em relação a 2019, mesmo a ser muito conservador na descida. Não estava mau, meia hora ainda era recuperável... Nesta altura comecei a entrar na prova, sentia-me bem e solto, naturalmente amassado dos 3000+ que já tinha nas pernas, mas isso é o mais normal. Com jeitinho a coisa ainda encarrilhava!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Iniciei o caminho do Rosário para a Encumeada bastante mais animado. Pela primeira vez tinha a cabeça dentro da prova, agora era altura de ver se o resto se alinhava. Sempre encarei esta parte do percurso como uma espécie de proforma: saímos da noite e sobrevivemos ao inferno dos primeiros 30km, agora íamos a caminho da Encumeada para uma das descidas mais massacrantes antes de começar a segunda parte da prova, mas antes temos estes 9km com 600+ de interlúdio. Primeiro descemos por umas hortas, depois um estradão e finalmente as escadas mais certinhas de toda a prova, no caminho do quebra panelas (não me lembro se é mesmo este o nome), uns degraus a subir perfeitos para meter um ritmo certinho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5GQi0dlbx87MEUTUgwLAi5-K0GdouJBclC1ozSR5oVAtZrc34eQzRRTDKCIj0-ms4efv_X1ZZVZePi23f-w9vxtwidyqGnxo5bJXf3_TmcV-CzYzJjsoiSWUtCytGqUOhuTI95oX2dd3f/s576/IMG_20190427_090336-01.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="432" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5GQi0dlbx87MEUTUgwLAi5-K0GdouJBclC1ozSR5oVAtZrc34eQzRRTDKCIj0-ms4efv_X1ZZVZePi23f-w9vxtwidyqGnxo5bJXf3_TmcV-CzYzJjsoiSWUtCytGqUOhuTI95oX2dd3f/w300-h400/IMG_20190427_090336-01.jpeg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A parte final da subida.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Virada a encumeada tínhamos uma pequena descida antes do abastecimento no hotel. Nos outros 5 anos esta descida era pela estrada, mas este ano entrámos numa levada incrível com 1 ou 2km que acabou num trilho a pique a desembocar mesmo à entrada no hotel. Muito mais massacrante, por causa da inclinação do trilho, mas valeu a pena. O que também valeu a pena foi ter encontrado a meio desta descida o Mota, que estava nos 85km! Um dos meus companheiros de treinos de madrugada, que se estava a estrear numa distância destas. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entrámos e saímos do abastecimento juntos e seguimos para a segunda parte do interlúdio, antes de finalmente começarmos a descer para o Curral. Mas desta vez já não era um caminho simples. Primeiro subimos o famoso pipeline, que mais uma vez fiquei com a impressão que tem mais fama que proveito. Não é uma subida muito difícil. Depois contornámos o vale inteiro num trilho muito bom, ondulante, quase sem inclinação, que fizemos quase integralmente a correr, tais eram as boas sensações!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_lz7U8C8pgTbLxZOWDn7II35g5KEqKO3AVb4l75RjqIKe50lPM-SRWbwBBGiD_wUO8WjXAo0uUjvmuufyxg1dpnk4nPMOSHLyKXHyXxQmnqKAW4YrdVHO6OwvFPqlvI1GStNz-0V39kAq/s1280/thumbnail_3f400e0d-f6c2-4fbe-bdb2-f6249c617599.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="590" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_lz7U8C8pgTbLxZOWDn7II35g5KEqKO3AVb4l75RjqIKe50lPM-SRWbwBBGiD_wUO8WjXAo0uUjvmuufyxg1dpnk4nPMOSHLyKXHyXxQmnqKAW4YrdVHO6OwvFPqlvI1GStNz-0V39kAq/w185-h400/thumbnail_3f400e0d-f6c2-4fbe-bdb2-f6249c617599.jpg" width="185" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Mota no fim do pipeline.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Faltava-nos agora apenas o meio km vertical de subida antes da grande descida para o Curral. Tínhamos saído à 1h15 do abastecimento, por isso decidi que seria ali, bem no inicio da subida, que iria comer. Para esta prova adoptei uma estratégia diferente com a alimentação. Com a ajuda e conselhos do Simão, decidi que até ao Curral não ia tomar géis. Antes, levei uns sacos que continham meia sandes de pão de forma com presunto, dois figos secos e duas gomas. A cada hora, hora e meia comia um destes sacos, além dos abastecimentos. Até ali já tinha comido 3 daqueles sacos e a estratégia estava a correr bem, mas...algo mudou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Comecei a comer a sandes e, como sempre, empapou um bocado na boca. Nada de estranhar, é normal. Mas outra coisa não estava a ser normal, estava a subir a um ritmo muito baixo e enquanto comia a minha respiração estava descontrolada, completamente ofegante. O sol já estava alto e corríamos pela primeira vez fora da sombra, comecei a suar em bica. Demorei mais de 10 minutos a comer a sandes e os figos e acabei com a sensação que tinha feito uma série de 1000m a fundo! Respirei fundo e tentei meter um ritmo certo na subida para recuperar o folego, mas simplesmente não conseguia. O Mota começou a afastar-se ao ritmo dele e eu a afundar-me. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Finalmente chegados à Relvinha, local onde viramos a montanha para a descida, 4.5km de subida depois, engato na descida já derreado. E, claro, esta não é a descida certa para se fazer vencido. Mais de 3km onde se perdem quase 700m de desnível, muito massacrante e técnico. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cheguei ao Curral das Freitas, Base de Vida, 61km, às 12h38. Quase uma hora depois de 2019...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit1Jar1HBWbFsEp4uVrGNV9ESjv-ic5qZ42p83Q7-8QqBv6Knb_RWTQlGMDxpumKA-mKLdVbUop_qRDeu1udsrc10zIyThBSCOi8dfP9SW-mhvEBG3JioLk2ASocG1WZ0joea9nwJ4VtR1/s1280/thumbnail_IMG_3821.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="961" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit1Jar1HBWbFsEp4uVrGNV9ESjv-ic5qZ42p83Q7-8QqBv6Knb_RWTQlGMDxpumKA-mKLdVbUop_qRDeu1udsrc10zIyThBSCOi8dfP9SW-mhvEBG3JioLk2ASocG1WZ0joea9nwJ4VtR1/w300-h400/thumbnail_IMG_3821.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia que enviei à Sara, com o obrigatório Compal de pêra na Base de Vida.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Aquela réstia de esperança sentida até à subida da Encumeada tinha-se esvaído. As ultras são uma verdadeira montanha russa de emoções. É incrível como num momento estamos no topo do mundo e, meia sandes de presunto depois, descemos ao fundo do poço.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sentado na base de vida sentia-me um farrapo. O gémeo tinha-me voltado a doer e coxeei até à zona da comida quente para ir buscar um prato de massa, do qual comi 3 garfadas, enjoei e deixei o resto. Troquei relutantemente de tshirt mas deixei a térmica, apesar de estar calor. Não me apetecia... Troquei 4 ou 5 palavras com o Mota, disse-lhe que estava acabado, que ia ser em modo wallking dead até ao fim. Arranquei primeiro que ele, disse-lhe que nos viamos na subida de certeza.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Saí do abastecimento dobrado, cabisbaixo e vencido. Afundei-me em pensamentos negativos. "Não presto para isto", pensava. "Não fui feito para provas de 3 dígitos. Farto-me de treinar e depois chego aqui e é sempre a mesma merda. Nunca evoluo, é sofrer do início ao fim!". </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Arrastei-me nos 2km de alcatrão que subimos à saída do Curral antes de entrarmos no trilho da gigante subida ao Pico Ruivo. Já sabia de cor e salteado o que me esperava: um mar de sofrimento. Estava no fundo do poço. Bem, mas agora já ali estava, nada a fazer, tenho que ir ao trabalho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Subia vagarosamente apoiado nos bastões por entre os eucaliptos do inicio da subida. Lá em baixo começo a ver alguns companheiros que naturalmente me vão alcançando. Um, mais outro, mais outro... vão todos passando por mim. Um deles era o Vitor Silva, um amigo de Guimarães com quem já partilhei alguns km e aventuras. Vinha com o Nuno, um maluco, também de Guimarães, que estava inscrito na prova dos 42km mas decidiu não partir e antes sair com o Vitor do Curral e levá-lo à meta. Engataram atrás de mim e começámos a conversar. Não me quiseram passar e eu, para não estar a atrapalhar, aumentei um pouco o ritmo. Continuámos a conversar, aquelas conversas normais à pescadores, de conquistas passadas. Continuei na frente, no mesmo ritmo, e eles atrás mim. Conversámos, rimos, passámos pessoal..... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Espera, passámos pessoal?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um de cada vez, fomos rodando os 3 na frente do comboio. Falámos de corrida, do trabalho, dos filhos, da vida... Sem dar por isso, já tínhamos a subida praticamente toda feita! Passámos a Boca das Torrinhas, já perto dos 1600m, e entrámos no reino das escadas. Sempre bem dispostos e a andar bem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há pouco falei-vos da montanha russa que é uma ultra, se isto não foi a maior reviravolta que eu já passei está lá perto. Fiz nada mais nada menos que o meu melhor tempo na subida Curral - Ruivo! E tudo graças ao Nuno e ao Vitor. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjDOQWzHlqRjSaiHojJaHO4RfLfvvJyzSGhuVJc-9ua7oCY3lVO5xwskL0V0Qwh7PBJMRWYGyqIDaNOkrJLdz8EczaqznN4eUgJ7flUGmYTR_1t8uaGM-0ecs9tjnjMFKuU9BZ1_aySLMq/s1733/259249056_263986485779180_6562386351441760118_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1733" data-original-width="1052" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjDOQWzHlqRjSaiHojJaHO4RfLfvvJyzSGhuVJc-9ua7oCY3lVO5xwskL0V0Qwh7PBJMRWYGyqIDaNOkrJLdz8EczaqznN4eUgJ7flUGmYTR_1t8uaGM-0ecs9tjnjMFKuU9BZ1_aySLMq/w242-h400/259249056_263986485779180_6562386351441760118_n.jpg" width="242" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia que o Nuno tirou ao Vitor no abastecimento do Pico Ruivo. Tenho pena de não ter uma boa foto com os dois!</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Lá em cima, entre os picos, foi abismal. Vale sempre, mas sempre a pena. Tudo. O esforço, o sofrimento, o treino, as dores. Quando entramos naquele mundo fica tudo compensado. Este ano estava incrível, com algumas nuvens que nunca chegavam a cobrir completamente mas iam abrindo e fechando, sempre em movimento, sempre a modificar a paisagem. Mais uma vez, íamos os 3 em perfeita sintonia, agora com a companhia do Aldónio, um madeirense que engatou no comboio. Esta foi sem dúvida a minha melhor fase da prova e, também aqui, bati o meu record para o percurso entre os picos!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXJkN0lO3Q1A_T1OcgAVkB6ma0IH8b3OQ7XrCfN2mGMsPftjZZYd4h3khFaV13AxX6FGi8hZaLePJYUb1ySROq355bBW15xyAJtK833IlxVcII2o1gNxc_1kfCRpBgh0emNu-fmoocksrz/s751/thumbnail_IMG_3837.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="751" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXJkN0lO3Q1A_T1OcgAVkB6ma0IH8b3OQ7XrCfN2mGMsPftjZZYd4h3khFaV13AxX6FGi8hZaLePJYUb1ySROq355bBW15xyAJtK833IlxVcII2o1gNxc_1kfCRpBgh0emNu-fmoocksrz/w400-h190/thumbnail_IMG_3837.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ6JKFPPeOK1eoFP88m4qelHZZu2WHn70AHBTDKnnEvssYd4OS_KdrszMwUb1E3vK2Aa8SSCv0f9liw2ww-cjToEkBm00KF7o9nfn4xDpT0YWGJkgqCngRyvxXOpcNRB37gq11vWNNBaLe/s1280/thumbnail_IMG_3838.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="607" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ6JKFPPeOK1eoFP88m4qelHZZu2WHn70AHBTDKnnEvssYd4OS_KdrszMwUb1E3vK2Aa8SSCv0f9liw2ww-cjToEkBm00KF7o9nfn4xDpT0YWGJkgqCngRyvxXOpcNRB37gq11vWNNBaLe/w190-h400/thumbnail_IMG_3838.jpg" width="190" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSDBXAFAOTA9sfeKGh33VaV1Xpo8dAAdZ7aZ36wCtO3-V02_oP46Hz1vZkADVQ4Izu-vViJapTeB5E7RSs-hER9_twgt-Vzo-jGVDD7mLW39AaHJ3LZq008x7HByW9RPIfm-COxP-2uHfa/s1280/thumbnail_IMG_3839.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="607" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSDBXAFAOTA9sfeKGh33VaV1Xpo8dAAdZ7aZ36wCtO3-V02_oP46Hz1vZkADVQ4Izu-vViJapTeB5E7RSs-hER9_twgt-Vzo-jGVDD7mLW39AaHJ3LZq008x7HByW9RPIfm-COxP-2uHfa/w190-h400/thumbnail_IMG_3839.jpg" width="190" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E esta sequência de fotos tirada pelo Nuno? Brutal.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Conquistado o pico do Areeiro saímos daquele planeta e voltámos à Madeira. Tínhamos pela frente 4km de trilho maioritariamente a descer até ao abastecimento, no Chão da Lagoa. Aqui descemos novamente à terra. Os degraus a descer logo a seguir ao Areeiro têm um tamanho terrível, o mais desconfortável possível. Demasiado altos e espaçados, não dá para transpor sem ser a martelar as pernas! Com o sol a pôr-se no horizonte também as reservas acumuladas naquelas horas de euforia começaram a esgotar-se. É mesmo assim, a montanha russa estava novamente a virar. Estava na altura de voltar a cerrar os dentes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL1z0QMATzNeXLD4rbL0oGrMbWK-2YIER6sgt-x01Kfebilx6ovl28n2x4iycZj-g2of5zLNbYzyM_s3YJXg5Sgd7yxURFDLfr1Ps0DsqColvlGY9U6hAAFfgxtlOgJdkdJHpb0TbfGPB3/s1106/thumbnail_IMG_3827.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1106" data-original-width="622" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL1z0QMATzNeXLD4rbL0oGrMbWK-2YIER6sgt-x01Kfebilx6ovl28n2x4iycZj-g2of5zLNbYzyM_s3YJXg5Sgd7yxURFDLfr1Ps0DsqColvlGY9U6hAAFfgxtlOgJdkdJHpb0TbfGPB3/w225-h400/thumbnail_IMG_3827.jpg" width="225" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia pelo Ricardo Gonçalves, um amigo madeirense que conheci há uns anos precisamente aqui no Areeiro! Atrás vem o Aldónio, também ele irá ter um papel muito importante no desfecho.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Chão da Lagoa, 81km. O pior já estava, já tínhamos praticamente todo o desnível positivo vencido, assim como as maiores dificuldades técnicas. Mas a chave desta prova é no Poiso, aos 92km. Digo isto a toda a gente: se ao sairmos do Poiso tivermos pernas para correr, então a prova está feita. Se não, é um martírio até ao fim. Bem, mas antes do Poiso, temos uma descida e uma subida para tratar. Vamos a isso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwY1BV9oHhinCVHRiEvd5t1KTsINR86wb5gdl7c1GZKetvTLN-L-oeEhW-gs4UdD-hCiY83yX6Bsm1kjiHHOxkn9wywBmx24pVBTzIZL693J_hyphenhyphenVAJER0cm01aLGUiE6FrPM0Vvuq-tZQT/s568/PXL_20211120_183316351.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="568" data-original-width="320" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwY1BV9oHhinCVHRiEvd5t1KTsINR86wb5gdl7c1GZKetvTLN-L-oeEhW-gs4UdD-hCiY83yX6Bsm1kjiHHOxkn9wywBmx24pVBTzIZL693J_hyphenhyphenVAJER0cm01aLGUiE6FrPM0Vvuq-tZQT/w225-h400/PXL_20211120_183316351.jpg" width="225" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do Ricardo, dentro do abastecimento do Chão da Lagoa, com o Vitor e o Nuno. Foi aqui que ligámos os frontais.<br /><br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSd2C1efrZdVekThxgHEP4sGXDnJL7Mz4-9xISpYtu5-e5-YxXVI7Nz4DQn22Jl9bFYFPolNYgQZ6WkTd9PLEgmVMWv3OF1OfLXxzGQ40YD_y59XyvIL_cKJ4vX9-l5eeUI2Spv8He3Xyt/s1170/115_Grafico_Web_PT.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="1170" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSd2C1efrZdVekThxgHEP4sGXDnJL7Mz4-9xISpYtu5-e5-YxXVI7Nz4DQn22Jl9bFYFPolNYgQZ6WkTd9PLEgmVMWv3OF1OfLXxzGQ40YD_y59XyvIL_cKJ4vX9-l5eeUI2Spv8He3Xyt/w400-h178/115_Grafico_Web_PT.png" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Às vezes esqueço-me que nem toda a gente conhece este perfil de cor. Aqui fica, para se situarem.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Detestava esta descida ao Ribeiro Frio, que é a aldeia antes da subida ao Poiso. Quem leu os meus anteriores relatos do MIUT já ouviu falar muito dela. Principalmente das subidas a meio da descida! Mas este ano a organização fez-nos uma muito agradável e bem vinda surpresa: descemos por outro sitio! Uma pista de BTT aos ésses, muito boa de correr! Que maravilha. Nem dei pelo tempo passar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já a subida senti-a bem nas pernas. E nos braços. E nas costas. E nos ombros. Ufa, que o gajo da marreta estava ali a meio! Mais uma volta na montanha russa! Pumba, lá pra baixo! Ainda por cima estávamos a chegar ao ponto chave! Vejam bem no perfil acima, a partir daqui é sempre a descer, mais propriamente 25km a descer. Se as pernas tiverem reservas é uma limpeza, se não...ui, modo walking dead, na segunda noite, durante 25km... E a verdade é que as luzes do tablier estavam todas acesas nesta altura.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh37BDNCeTIFBp6-n-vZgtt5AljuE0snb3iT7yYIeRzQoQyaf5AFqFSqfNSrLd3acVExU2HIKpTKB2cm6CRfkn0Jtn5_YFUtk4P9fQGk9hbAUNnagQiiTMtcKrUcCYEGI8f-Ds8JsvQMMzX/s1920/259765390_257922472983999_8554682362088173078_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh37BDNCeTIFBp6-n-vZgtt5AljuE0snb3iT7yYIeRzQoQyaf5AFqFSqfNSrLd3acVExU2HIKpTKB2cm6CRfkn0Jtn5_YFUtk4P9fQGk9hbAUNnagQiiTMtcKrUcCYEGI8f-Ds8JsvQMMzX/w225-h400/259765390_257922472983999_8554682362088173078_n.jpg" width="225" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ultima foto que enviei à Sara, no Poiso. As minhas selfies são sempre terríveis. </td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Comidinha para o bucho e ala que se faz tarde. Os 9km até à Portela são, na teoria, os mais fáceis de todo o MIUT. Primeiro num trilho muito limpo e simpático, depois num estradão a descer. Tudo muito corrível e com desnível negativo. Perfeito, não é? Pois bem, o problema é que tinha os quadríceps destruídos. Tal como no UTMB, em 2016, rebentei a parte da frente das coxas e agora tinha dores horríveis a descer. Inacreditável. Tive tanto cuidado em todas as descidas! Pensando com distanciamento, talvez o problema tenha sido esse. Travei demasiado em todas as descidas e lixei as pastilhas. Parecia um entrevado cada vez que o terreno inclinava mais um bocadinho, estava a ficar profundamente irritado e frustrado. O pior cenário estava a concretizar-se. Ao chegar ao abastecimento da portela temos 200 metros a descer em alcatrão. Tive que adoptar a táctica UTMB, desci de costas! Valha-me Deus. Como tu estás, Filipe Honório....</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Agora sim, definitivamente toalha ao chão. A hora que tinha a mais no Curral nunca mais a recuperei, mas agora até as 25 horas estavam em risco. Mais uma vez, no fundo do poço. Entrei no abastecimento, agarrei em dois bocados de banana, um de bolo de mel e dois quadrados de chocolate e fui para a rua comer. Não queria aquecer muito e apetecia-me estar sozinho. Esperei tranquilamente pelo Vitor e o Nuno lá fora, uns bons 20 minutos. Não faz mal, estava a saber-me bem e a prova já estava perdida de qualquer maneira. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Faltavam 17km. Arrancámos todos juntos, mais uma vez, com o Nuno a puxar na frente. Meteu um trote ao qual todos responderam e foi assim que fomos papando o estradão inicial até entrarmos no trilho das Funduras. Em plano os quadriceps não me doíam tanto e até estava a ser capaz de manter aquele ritmo. O Nuno encostou e eu, como não queria parar porque depois me custava a recomeçar, assumi a frente e continuei no mesmo ritmo. Seguiu-me o Aldónio. Entrámos no trilho das Funduras os dois sozinhos, eu na frente, sempre a trote. O trilho é muito ondulante, tanto sobe como desce, mas incrivelmente corria melhor a subir do que a descer. Então continuei, continuei, continuei... Com o Aldónio atrás de mim, já isolados, nunca deixámos de correr. Foram 7km sempre a trote, no sobe e desce. De repente já estávamos na Degolada, uma descida assassina antes do ultimo abastecimento, do Larano. Cerrei os dentes e assumi as dores todas naquela descida. Disse ao Aldónio: "Vamos passar direto no abastecimento?"</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Incrível. Já nem sei o que dizer. Passámos diretos a correr no abastecimento, para espanto de todos os que lá estavam, e continuámos o nosso trote na Vereda do Larano. A infinita. Ligeiramente a subir, mesmo boa para as minhas pernas destruídas das descidas. Descemos a boca do risco e aí sim, tive que parar uns segundos, alongar, conter as lágrimas que quase caíam com as dores nos quadriceps, e seguir. Só faltava a ultima etapa, os 5km de levadas à porta de Machico. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Aldónio, tal qual anjo da guarda, sempre atrás mim. Passei horas com ele desde o Curral. Ao contrario do Vitor e do Nuno, com ele falei muito pouco, mas também não era preciso, entendemo-nos na perfeição. Parava quando eu parava, acelerava quando eu acelerava, dizia-me para abrandar quando via que eu estava cansado. Conhecemo-nos ali, ele a fazer os 85km eu os 115. Provavelmente nunca mais nos veremos, mas foi em dupla que chegámos a Machico. Em contra relógio, a dar tudo nas levadas finais para conseguirmos chegar antes das 25 horas, o que conseguimos, por 40 segundos!! Só de pensar que há 16km atrás, na Portela, parecia impossível chegar antes das 26!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQImDIcpxJcYPREPJwx9mZ8guWfj7EcxN5nTmmnDMDjiKEwiUGjNzozvvTvGyUKSF6ahuG73oJDwdTJO6QS1IOQx1NPoeiQQ6zz9Ez4pVuuzu_KdyStNPV_MQBC0SIfPkXtGIUvo4AHADz/s1280/thumbnail_IMG_3822.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQImDIcpxJcYPREPJwx9mZ8guWfj7EcxN5nTmmnDMDjiKEwiUGjNzozvvTvGyUKSF6ahuG73oJDwdTJO6QS1IOQx1NPoeiQQ6zz9Ez4pVuuzu_KdyStNPV_MQBC0SIfPkXtGIUvo4AHADz/w300-h400/thumbnail_IMG_3822.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">6 em 6.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Todos os MIUT que fiz foram especiais por uma ou outra razão. Este também o foi. E foi porque não o fiz sozinho, era impossível ter chegado a Machico a esta hora sem a ajuda de outras pessoas: primeiro do Mota, que me meteu dentro da prova na Encumeada, depois do Vitor e do Nuno, que me foram buscar ao fundo do Poço no Curral e me levaram até ao Pico do Areeiro são e salvo e finalmente do Aldónio, que me empurrou para uma parte final incrível. Foi graças a eles, mas também foi graças a vocês todos que foram enviando mensagens de incentivo ao longo destes 6 anos. Foram 690km e sensivelmente 150 horas que passei nos trilhos do MIUT, numa ilha que já considero também como minha casa. E, claro, foi graças à minha Sara. Incansável no apoio, vive tanto isto como eu e ainda consegue segurar as pontas enquanto eu me vou perder para a montanha. O final perfeito para o ciclo Madeira Island Ultra Trail.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Será..?</div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com21tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-71073949557907614862021-11-14T19:35:00.000+00:002021-11-14T19:35:40.910+00:00"Ter fé é dançar na beira do abismo". Vem aí o Madeira Island Ultra Trail.<div style="text-align: justify;">Há cinco meses que não escrevo aqui. Não há volta a dar, pela primeira vez em quase 7 anos não me tem apetecido escrever.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar de nulos em escrita, foram 5 meses fartos em corrida. Não em provas, mas em corrida. Daquela pura! Muitas saídas de madrugada na Estrela, na Gardunha, na Lousã e até nos Açores. Quase sempre sozinho, outras vezes acompanhado apenas por uma ou duas pessoas, foram corridas onde senti uma sintonia comigo mesmo que não me lembro de alguma vez ter sentido ao longo dos anos todos que corro. Talvez por isso, pelas peças todas que encaixaram na perfeição e conseguir tirar da corrida tudo o que preciso, me tenha afastado do blog.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk67_F1vif9oDI6y8ICGBWSJ_g3Cpj8CanWn2OUV5sw9FndyCZ7Tm16UygV06RWifPWWgQXHyIu75Eb5yor_5HKgv_vnr4gGVkWiLorVSyYp0beymQjefUyjm2fFhw4CV0BeeTr7w4R0du/s960/240371052_4497771923575376_3196401311125776084_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk67_F1vif9oDI6y8ICGBWSJ_g3Cpj8CanWn2OUV5sw9FndyCZ7Tm16UygV06RWifPWWgQXHyIu75Eb5yor_5HKgv_vnr4gGVkWiLorVSyYp0beymQjefUyjm2fFhw4CV0BeeTr7w4R0du/w400-h300/240371052_4497771923575376_3196401311125776084_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nascer do sol no Cântaro Gordo, na Estrela</td></tr></tbody></table><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtJ1Zsz8QgdXIYPoYbIjPQ-FPaRUhOKe0JeipjNxRc9NTBGkOsPNwNFWrR6A_UeqzOo-73o4kvI4SfBFUFM7jgKzc2JCbYEx_N923_6NDfXPo6z-jergURHOWEeQpDzGvwR2fc4FIKLgiY/s960/240184598_4512249255460976_2793544139871152156_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtJ1Zsz8QgdXIYPoYbIjPQ-FPaRUhOKe0JeipjNxRc9NTBGkOsPNwNFWrR6A_UeqzOo-73o4kvI4SfBFUFM7jgKzc2JCbYEx_N923_6NDfXPo6z-jergURHOWEeQpDzGvwR2fc4FIKLgiY/w300-h400/240184598_4512249255460976_2793544139871152156_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nascer do sol no Pico da Vara, em São Miguel nos Açores<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_zdTXfmhoQUZwpXZuQSWEMIMS9V6jieixCzk9vTp1FjIDkF6O0rrJEf-UVJk9ywIy9TVfGSbwzGf6YLd_dW8EcjIGoCAYPXnJYrdA2wpwf2sSaVuDx5n7TyeLN2Z7_flVa_QwIBCQFOXF/s1000/256014078_475464633800189_2607754267626025493_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_zdTXfmhoQUZwpXZuQSWEMIMS9V6jieixCzk9vTp1FjIDkF6O0rrJEf-UVJk9ywIy9TVfGSbwzGf6YLd_dW8EcjIGoCAYPXnJYrdA2wpwf2sSaVuDx5n7TyeLN2Z7_flVa_QwIBCQFOXF/w300-h400/256014078_475464633800189_2607754267626025493_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E....nascer do sol no Trevim, na Lousã! O que é que querem, gosto de treinar cedo...</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Bem, mas chega de melodrama e sentimentalismo. Vamos lá despachar a ordem do dia que os 3 ou 4 que ainda estão a ler já começaram a olhar para as notificações no telemóvel. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desde os 65km da Freita, o ultimo relato que aqui escrevi, o meu foco virou-se para o Adamastor do costume: o MIUT. O meu 6º MIUT, que, fruto daquilo que nós sabemos, este ano passou do habitual mês de Abril para Novembro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desde então participei apenas em duas provas. Os 50km do Estrelaçor e os 20km de Almeirim. Ambas correram muito bem. Foram as primeiras duas provas desde que comecei o blog sobre as quais não escrevi no fim. Infelizmente, um ou dois dias após cada uma delas, faleceram dois familiares muito próximos, o que obviamente me deixou sem disposição para relatos. Segue um curtíssimo resumo:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No Estrelaçor ficou provado mais uma vez que aquele é um traçado perfeito para mim, com a primeira metade muito técnica e a segunda muito rolante. Também já percebi que entre os 30 e os 50km é a distância onde sou mais competitivo, e isso provou-se na Estrela, com um 10º lugar da geral. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5CYfUb8HazpYrTatX8645rrW9SbRn_JUtkvBz9SrjjX3Je9F6J78fWjR0mjGp3jPCFOZGHhvHhjrtJq-UVe_dbg81v8-wAmjxNeU8R6BWc8aqx-ne1-gdNYzzurzAf1kY7XEdYEPmWLU-/s960/240128890_4497771643575404_8222925085882638001_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5CYfUb8HazpYrTatX8645rrW9SbRn_JUtkvBz9SrjjX3Je9F6J78fWjR0mjGp3jPCFOZGHhvHhjrtJq-UVe_dbg81v8-wAmjxNeU8R6BWc8aqx-ne1-gdNYzzurzAf1kY7XEdYEPmWLU-/w400-h300/240128890_4497771643575404_8222925085882638001_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não tenho uma única foto no Estrelaçor, mas esta é de um treino que fiz na Estrela e passámos ali naquele lago lá em baixo. Por isso....serve!</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Nos 20km consegui finalmente alcançar algo que perseguia há meia dúzia de anos, o sub 1h20. Acabei com 1h19m39s, mesmo à justa, com uma média de 3'59''/km! Soube extraordinariamente bem voltar a correr os 20, depois de um ano de interregno. Tanta gente conhecida a puxar por mim quase que aliviou o sufoco que é correr 80 minutos de corda na garganta. Eu disse QUASE! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTxYoBpRO4XcEpHpRQ6cXE299W1rAP4KzTAA3arflFaUja2KfRsARX6TYBfVPq43mCrvBVTX4_CnK6iOX9HWN8NOAeTa-UyAcNy7vZDFmghuIMAzl-egQxE84I6G7RZLz3TVx-OkMRYuiT/s779/248202975_299087615458367_421817941237814213_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="779" data-original-width="736" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTxYoBpRO4XcEpHpRQ6cXE299W1rAP4KzTAA3arflFaUja2KfRsARX6TYBfVPq43mCrvBVTX4_CnK6iOX9HWN8NOAeTa-UyAcNy7vZDFmghuIMAzl-egQxE84I6G7RZLz3TVx-OkMRYuiT/w378-h400/248202975_299087615458367_421817941237814213_n.jpg" width="378" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com o Mota, o Rodrigo e as nossas camisolas novas! </td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP-Qo289y8QMpePd_KKYH3hbO8fArpJrCYmK1_eX7t5lHNS5_1fD1_GVHFKJteqUdXnuTyaAc93U_2guC63M-ecmL2xQzxPqN_zQYYnSh1NRSzc0QHAh9_AMBQe478K56FliKMj4qOpY_m/s500/256354105_4482637578471629_5967031261225406617_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="281" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP-Qo289y8QMpePd_KKYH3hbO8fArpJrCYmK1_eX7t5lHNS5_1fD1_GVHFKJteqUdXnuTyaAc93U_2guC63M-ecmL2xQzxPqN_zQYYnSh1NRSzc0QHAh9_AMBQe478K56FliKMj4qOpY_m/w225-h400/256354105_4482637578471629_5967031261225406617_n.jpg" width="225" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu disse que tinha sido um sufoco.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Se bem se lembram, no final de 2019 e inicio de 2020 treinei com a beAPT, do Armando Teixeira, com vista ao MIUT 2020, que foi cancelado. Foram meses de mudança radical de métodos de treino e, apesar de ter sido durante tão pouco tempo, notei logo uma evolução brutal. Nunca mais voltei a treinar com eles, não que não quisesse, mas infelizmente é um esforço financeiro que não posso assumir hoje em dia. No entanto muita coisa ficou desses meses. Claro que sem o método de um profissional a orientar, mas algumas linhas básicas ficaram gravadas. Passei a sair mais vezes da zona de conforto nos treinos e passei a dar muito mais valor à intensidade do que ao volume de km. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRbwj7mGwv6-UZfK4BgsTlSMa5wRQgfgNrCMKJhPfDdwb0qasUQ7ei2uGFoO1HqGKn4xCOsvplVRPZ2fZ9mEG16PbLh-IzEkt1qlm9J11qqs0qlpdYZTdW-XSDTE4L2KvpJCtnDryEVpVo/s960/240603650_4536976879654880_3696237292963072367_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRbwj7mGwv6-UZfK4BgsTlSMa5wRQgfgNrCMKJhPfDdwb0qasUQ7ei2uGFoO1HqGKn4xCOsvplVRPZ2fZ9mEG16PbLh-IzEkt1qlm9J11qqs0qlpdYZTdW-XSDTE4L2KvpJCtnDryEVpVo/w300-h400/240603650_4536976879654880_3696237292963072367_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo1x6B7Ss1UBvgNDG_BiiK4JSKuXGwgJ6q-Wetiagqu6z0uNneotZHFtrWss_JR5SOcjpvO6j-pN9XNzRhi7xi509tY4e-vApylJ-Fp7SYvGlkRoYCWCAbgrGtZBpYS7iWLn72bBOCRLvc/s1422/242127978_4582007448485156_5045345530638508727_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1422" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo1x6B7Ss1UBvgNDG_BiiK4JSKuXGwgJ6q-Wetiagqu6z0uNneotZHFtrWss_JR5SOcjpvO6j-pN9XNzRhi7xi509tY4e-vApylJ-Fp7SYvGlkRoYCWCAbgrGtZBpYS7iWLn72bBOCRLvc/w180-h400/242127978_4582007448485156_5045345530638508727_n.jpg" width="180" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Só mais duas fotos de treinos perfeitos nestes meses. A primeira na mariola grande do KV do Alvoco e a segunda num qualquer bosque de sonho da Lousã.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Foram assim os últimos 2 meses de preparação para o MIUT. Poucas provas, semanas de treino de muita carga e sensações ótimas! Tudo estaria perfeito e encaminhado para um bom MIUT, mas......</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O gémeo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Raramente estou lesionado. Deve ser aí de dois em dois anos. Detesto falar sobre isso, quanto mais escrever sobre isso... Mas justifica-se, porque neste preciso momento, domingo, a 5 dias de sair de Porto Moniz, ainda tenho sérias dúvidas se vou partir na Madeira. Já que à pergunta se "devo" partir sei a resposta. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sim, é dramático. Começou uma semana antes da Estrela, 7 semanas antes do MIUT. Corri o Estrelaçor já limitado e desde então foram 5 semanas de carga cumpridas a toque de anti-inflamatório. Não me orgulho nada disso, mas foi literalmente isso: um treino - um comprimido no fim. Cumpri o plano com o gémeo preso por um arame, mas os 20km de Almeirim trataram de o torcer até ficar da espessura de um fio de cabelo. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Toda a minha esperança estava depositada nas ultimas duas semanas antes da prova. Parei de correr, comecei a fazer massagens. Mas, infelizmente, ao fim da primeira semana de emergência, as perspetivas não são boas.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Vou entrar na ultima semana e não volto a correr até sexta feira à meia noite. Não faço ideia se consigo chegar sequer ao fim da primeira subida, mas, conhecendo-me, já sei que não vai ser por falta de tentativa. Duas semanas sem corrida claro que vão debelar a boa forma que tinha, mas numa prova de 115km não é por estar 10% em pior forma que me preocupo. Só queria que das 398 variáveis numa ultra daquelas que podem deitar tudo a perder, não conseguir correr por causa de uma dor no gémeo não seja uma delas. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Enfim. O MIUT não espera por ninguém e está aí à porta. A minha prova preferida, o meu arqui-inimigo. Estou muito ansioso, nervoso e pessimista. Não sei se é daqui que vai sair o primeiro DNF da minha vida, mas não me vou ficar sem dar luta. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Vamos a isso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsCUBSMqghriRO3ASftMM0-zstWmZaw6Igj1KPPVkaJkITPVwulHgIGVG8Cfi7e3sATH8Ucsv5NFP9AZiiWFN5sHx2q_CdGgoc2dSGxKoQD0aKkvGjrYg1Ca9TDJHP0uCWcFAExKIhKLc4/s2048/241634424_4424873837591728_251438617351741736_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsCUBSMqghriRO3ASftMM0-zstWmZaw6Igj1KPPVkaJkITPVwulHgIGVG8Cfi7e3sATH8Ucsv5NFP9AZiiWFN5sHx2q_CdGgoc2dSGxKoQD0aKkvGjrYg1Ca9TDJHP0uCWcFAExKIhKLc4/w400-h400/241634424_4424873837591728_251438617351741736_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Algumas fotos do site oficial, para inspiração.</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYwdd7dTmUKYwx-bFOn0ZxWL-8B0J-PidZZYZOAI-boqe_1bMQ8OKjpFP2iiYRw1O5Klf_8haM-FEuggFHRjySh-puGHzgxIgP7btgdtr_rOOdaM6MqJkeGwtZJnrw8F50zTrCQjru6HaL/s2048/247743750_4571191292959981_3935345531813931514_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYwdd7dTmUKYwx-bFOn0ZxWL-8B0J-PidZZYZOAI-boqe_1bMQ8OKjpFP2iiYRw1O5Klf_8haM-FEuggFHRjySh-puGHzgxIgP7btgdtr_rOOdaM6MqJkeGwtZJnrw8F50zTrCQjru6HaL/w400-h400/247743750_4571191292959981_3935345531813931514_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp1ELjp72-Z0J5-TbdFymkt30rxnHaY4hUmMyxD8jEUTf7MjD-hARYXVNy5iGXkmFo2iL5UdUdG6JXyIq2mXEd3jTxLNHKURndH572CpcxTkL4hk9XbHGE9fOXNjGDZ_oxtEZ1wMxGqJrF/s2048/252231087_4594484480630662_6566044940803148496_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp1ELjp72-Z0J5-TbdFymkt30rxnHaY4hUmMyxD8jEUTf7MjD-hARYXVNy5iGXkmFo2iL5UdUdG6JXyIq2mXEd3jTxLNHKURndH572CpcxTkL4hk9XbHGE9fOXNjGDZ_oxtEZ1wMxGqJrF/w400-h400/252231087_4594484480630662_6566044940803148496_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwXUpUGfTXHQKVpsHipmOON6WTlPCmo2l3pKi6Q42VFESl03am_qp5taR3t_lGfnTVuo5CHfaHywAIqDdLr8l-Haf_X9ZxPAB4olSS9B-hSXFmvjDrvdXJsezViWQ6o-ktHJApOuVZidmA/s2048/252690732_4600364296709347_4325420554091708025_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwXUpUGfTXHQKVpsHipmOON6WTlPCmo2l3pKi6Q42VFESl03am_qp5taR3t_lGfnTVuo5CHfaHywAIqDdLr8l-Haf_X9ZxPAB4olSS9B-hSXFmvjDrvdXJsezViWQ6o-ktHJApOuVZidmA/w400-h400/252690732_4600364296709347_4325420554091708025_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBpgxX5eOT1qiBl-i1X61N2Xdj_MLIJE8qFYrMi5aKGiDGcvsy-EfyRYeWK6egYSajrK7bAfIUmQVZte22p8w_mPKDbzv7G1QJUyu-vd1nKVTOt8Gqa-2PnrrQntvRShWm8Emx_Xf5GWDj/s2048/255140827_4615965111815932_6251670973285005954_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1638" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBpgxX5eOT1qiBl-i1X61N2Xdj_MLIJE8qFYrMi5aKGiDGcvsy-EfyRYeWK6egYSajrK7bAfIUmQVZte22p8w_mPKDbzv7G1QJUyu-vd1nKVTOt8Gqa-2PnrrQntvRShWm8Emx_Xf5GWDj/w320-h400/255140827_4615965111815932_6251670973285005954_n.jpg" width="320" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-57661453382068284432021-06-28T18:38:00.005+01:002021-06-28T18:38:48.357+01:00Ultra Trail Serra da Freita (60km) - As Goelas do Mundo do Moutinho<p style="text-align: justify;">Levantei-me, equipei-me e tomei o pequeno almoço em silêncio, para não acordar a família. Eram 5 da manhã quando saí do nosso Airbnb na Póvoa das Leiras, no coração da Serra da Freita. Estava fresco, nada que obrigasse a mais que uma tshirt. Liguei o carro e fiz-me aos 25km que me separavam de Arouca numa estrada muito boa, uma montanha russa a contornar as montanhas da Freita. O sol ainda não tinha nascido mas já se vislumbravam os contornos dos monstros e uma fina linha vermelha denunciava o crepúsculo. No rádio entrou a guitarra nervosa da música "Eu só preciso", do Jónatas Pires, quando um arrepio gigante percorreu o meu corpo todo. Volume no máximo e janelas abertas, deslizava sozinho na estrada, como se todas as peças tivessem encaixado naquele momento! Algo me dizia que o dia ia ser...épico!</p><p style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidWLmNCeTcczwiitwE9WyuJQ0xPg7WWwRgN4Bk34_CHQbdlpmdawv-legGHrcArWkQTN_cXcEXSX7LYh_5UozQNi1aTw74tifN3tVADdxHLTrpwS8AYHNgmWhAjJMCxjwYL254GXCZQYdM/s2048/206391645_242217470710903_6596206913792537992_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidWLmNCeTcczwiitwE9WyuJQ0xPg7WWwRgN4Bk34_CHQbdlpmdawv-legGHrcArWkQTN_cXcEXSX7LYh_5UozQNi1aTw74tifN3tVADdxHLTrpwS8AYHNgmWhAjJMCxjwYL254GXCZQYdM/w400-h266/206391645_242217470710903_6596206913792537992_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Onde há Fritz há grandes fotos. Não falha.</td></tr></tbody></table></p><p style="text-align: justify;">Seis da manhã na Escola Secundária de Arouca. Há dois anos, no mesmo sitio mas para os 100km, estava um caco. Nervoso, ansioso, com tosse e dores de cabeça fruto de uma noite gelada e muito mal dormida. O pior de tudo é que estava longe de saber o que me esperava. Este ano estava no extremo oposto. Muito tranquilo, depois de uma semana com bom sono e a pulsação em repouso a indicar boa forma (yep, controlo isso), mas principalmente ciente do que me esperava e de como o enfrentar. Parti às 6:15, na quarta vaga de 100 atletas. Tudo perfeitamente organizado e fluido, como é apanágio do UTSF. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxNQFV5WWj5WmGmKI1sPLs73qGCYsFMB7pYq3DFjCUkBdlOFijORX6BVkczu10QqPUSI5oAkFFF9J1Muke8HRvYVzKWA2GSGCYe3k_otsTL1icKc2ACHbK0cjV5HvTynFycmoZicQd5Fs8/s2048/206852654_4709669045715099_1247387954042021581_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxNQFV5WWj5WmGmKI1sPLs73qGCYsFMB7pYq3DFjCUkBdlOFijORX6BVkczu10QqPUSI5oAkFFF9J1Muke8HRvYVzKWA2GSGCYe3k_otsTL1icKc2ACHbK0cjV5HvTynFycmoZicQd5Fs8/w400-h266/206852654_4709669045715099_1247387954042021581_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chefe Moutinho em frente da grelha de partida. Foto do Fritz</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O percurso mantem-se igual a 2019 até aos 3km, mas logo abandonamos a subida até ao Detrelo da Malhada que caracterizava as edições anteriores, para nos embrenharmos num trilho num bosque húmido e muito fechado, com trilhos de terra escura, pedras de granito cobertas de musgo, lama e a sempre presente água que corria num ribeiro que atravessámos incontáveis vezes. Muito sobe e desce curto, a fazer lembrar os Abutres, naquele segmento entre Gondramaz e Espinheiro. A "Via Dolorosa", conforme nos informava uma placa no inicio. Um trilho técnico e de progressão lenta. Muito bom! O pior é que, tendo partido na quarta vaga de 100 atletas, os 10km que separavam a Via Dolorosa da partida não tinham sido suficientes para dispersar o pelotão, então foi todo feito num irritante e frustrante pára-arranca.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWwW65_bHC_JvcnSIBIgVhYYzmzr5rm6im_6R77LpDae6drSJ986Zkh3ipNr1kx9uOzgovX7COHvGCP_1FHkZpKebER2Ck7NL8d2mPpqXKJFDY3lk1Ti4WCtg7Iky8hsnF_neneHoklM5-/s2048/206656090_183937793587408_1527248098099410435_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWwW65_bHC_JvcnSIBIgVhYYzmzr5rm6im_6R77LpDae6drSJ986Zkh3ipNr1kx9uOzgovX7COHvGCP_1FHkZpKebER2Ck7NL8d2mPpqXKJFDY3lk1Ti4WCtg7Iky8hsnF_neneHoklM5-/w400-h266/206656090_183937793587408_1527248098099410435_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Outra do Fritz. Se eu fosse famoso tornava-o o meu fotografo oficial. Acho que isso é uma coisa que os famosos fazem.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Primeiro abastecimento em Pedrogão. Saímos do bosque e entrámos finalmente na Freita. Embocamos no PR8, um trilho arrancado à encosta, em xisto, muito exposto e difícil. Paisagem agreste e declives brutais levaram-nos às entranhas de uma garganta muito apertada. De repente eram só troncos, pedras, correntes e cordas. Impossível correr, enquanto nos enfiávamos dentro da barriga do diabo. Até que.. lá estava ela... a placa a indicar que tínhamos entrado nas Goelas do Mundo.</p><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYSHpJSgFsbZ_XW9SIHIDL2HrSBX0oYCyhFGDS6L6g2PWEkHL_pqrYafKIBmedSfV8OqVWS9X6jUoxm7Ay2fKLN8hX5IQ_3lTh9iwm8e_I8B40ypdzefz6NOPtWyTGBGk7HhnPn9vO-KNG/s2048/200934681_4680249768657027_2024935878063535305_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1364" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYSHpJSgFsbZ_XW9SIHIDL2HrSBX0oYCyhFGDS6L6g2PWEkHL_pqrYafKIBmedSfV8OqVWS9X6jUoxm7Ay2fKLN8hX5IQ_3lTh9iwm8e_I8B40ypdzefz6NOPtWyTGBGk7HhnPn9vO-KNG/w400-h266/200934681_4680249768657027_2024935878063535305_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As Goelas vistas de cima. Aquele vale apertado lá em baixo é o que estava a falar. Foto tirada do Facebook da prova.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Uma das coisas que sempre me fascinou na Freita é a maneira como os trilhos têm personalidade. Fruto, obviamente, da paixão com que o Moutinho não só fala deles mas principalmente pela maneira como os pensa. Não há mais serra nenhuma em Portugal em que hajam tantos trilhos dos quais basta dizer o nome e que todos identificam. À Besta, Escadas do Martírio, Três Pinheiros, Bradar aos Céus, entre tantos outros, juntou-se agora o inacreditável Goelas do Mundo. Há meses que o Zé Moutinho nos prepara para ele na sua página de Facebook. Todos acompanhámos o trabalho árduo e a maneira como o mestre se apaixonou por este novo monumento. Era a grande novidade do UTSF e a razão pela alteração do percurso nos primeiros 20km. Dizer que sobreviveu às expectativas é pouco. Se não é o melhor e mais difícil trilho da Freita, anda lá perto!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3UZ63JOMSGAKsudmsh6KCNmZtubJub5ixqnsg650ZTYxAAIrWIsryctm1cyD-KZZntakwrQG8KlF7e9JG5eVOvy199_73Oz41NyaHZLGiFX1ujkwbXhY6_-E1FSUK0LmLi2-wPiF7hub1/s2048/202926038_4680249918657012_2087549571674313365_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1364" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3UZ63JOMSGAKsudmsh6KCNmZtubJub5ixqnsg650ZTYxAAIrWIsryctm1cyD-KZZntakwrQG8KlF7e9JG5eVOvy199_73Oz41NyaHZLGiFX1ujkwbXhY6_-E1FSUK0LmLi2-wPiF7hub1/w400-h266/202926038_4680249918657012_2087549571674313365_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Conseguem ver o trilho ali na crista? Do Facebook da prova.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Depois do primeiro km, em que nos afundamos na garganta mas que mal subimos, chegamos a uma lagoa alimentada por uma cascata lindíssima. A partir desse ponto a progressão só é possível porque fixaram uns varões de aço na rocha que servem de apoio para os pés e mãos, era impossível progredir sem eles. Já saímos do meio das árvores e agora subimos completamente a pique pela crista de um dedo da montanha. O próximo quilómetro, em que subimos quase 400 metros, foi conquistado a força de braços e pernas, impossível usar os bastões. Este é daqueles que justifica o regresso todos os anos! O único problema foi o trânsito... Nesta altura os trilhos mais difíceis ainda eram todos feitos no pára-arranca.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi847SJXYR4VdzIfBfgUVKxjp0SzI3WJ8tS4cEJwhZDysg1RBI0hA3UcVniXr-bkpkVXp20CyUTb8ZhZ1_CO16T1rT5inl9qffhWAt5DaO7VzYv67XtJZMHVOsECkVGRE1xS0T85TbaHYqI/s2015/208772157_10223041495718883_215556461885268470_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2015" data-original-width="1611" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi847SJXYR4VdzIfBfgUVKxjp0SzI3WJ8tS4cEJwhZDysg1RBI0hA3UcVniXr-bkpkVXp20CyUTb8ZhZ1_CO16T1rT5inl9qffhWAt5DaO7VzYv67XtJZMHVOsECkVGRE1xS0T85TbaHYqI/w320-h400/208772157_10223041495718883_215556461885268470_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do meu amigo Marco Domingos. Procurem as pessoas.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Tebilhão, 20km, segundo abastecimento e o famoso ponto em que os percursos se separam. Desta vez segui, com alívio, para a direita, em direção aos 65km, em vez dos 100km. O que já não se pode dizer é que os 100km só começam ali, as Goelas já fazem bem parte do menu. </p><p style="text-align: justify;">4km de trilho fácil até à Povoa das Leiras e estava na base da Besta. Até me arrepio só de pensar no que a malta da prova grande ainda teria que passar até chegar àquele ponto! O ano passado cheguei ali completamente de rastos e ao início da noite. Agora estava com 24km e fresco de pernas, fruto do transito que apanhei até ali e que me obrigou a andar mais devagar. Mas a Besta é a Besta. Ou será a Freita? Bem, o melhor é subir.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ-rTwmRsErdDdvkbO0EUlMNL3xSaMWlpEgwKmnH8rPOqGiEMeK5BLClArOiDIeCWTpNTwm8Pc57dgywItryRiNfRm7cAmkEzBc6K-aGu8orgM595TmF2HWKYzlbumdmFidHLJhqYt7ev9/s1104/204475525_187206613251177_6783724452896560386_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1104" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ-rTwmRsErdDdvkbO0EUlMNL3xSaMWlpEgwKmnH8rPOqGiEMeK5BLClArOiDIeCWTpNTwm8Pc57dgywItryRiNfRm7cAmkEzBc6K-aGu8orgM595TmF2HWKYzlbumdmFidHLJhqYt7ev9/w300-h400/204475525_187206613251177_6783724452896560386_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A minha melhor foto da Besta. No dia seguinte fui lá com os miúdos. Acho que é um bom trilho para iniciação.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Aproveito para fazer aqui um pequeno parênteses no relato. Os 100km da Freita são a verdadeira prova idealizada pelo Moutinho. Os 65km continuam a ser uma prova extraordinariamente exigente, mas incomparavelmente mais fácil que os 100. É indescritível a diferença que aqueles 35km entre Tebilhão e Povoa das Leiras fazem. Há dois anos disse aqui que saí com um amargo de boca. De facto, não desfrutei grande coisa da prova. É demasiado difícil durante demasiado tempo. Corrijo, é SEMPRE difícil. Rebenta com os pés, o corpo e o espírito. Se a distância se tivesse mantido nos 65/70km, com aquele nível de exigência, pra mim era o ideal. Mas a minha opinião não conta pra nada e esta é a prova do Moutinho. É assim que tem que ser. Serve isto para dizer: querem ver o que é a Freita, vão aos 65km. Querem perceber o Moutinho, vão aos 100km. Mas preparem-se. Não é para qualquer um.</p><p style="text-align: justify;">Bem, voltemos. </p><p style="text-align: justify;">Já sem filas, escalei a Besta ao meu ritmo. Que maravilha de subida. Não me entendam mal, é uma parvoíce de difícil, com pedras para escalar com mais de 1 metro de altura, rochas escorregadias e cheiinhas de musgo, água corrente, mãos e pés molhados. Como as pernas ainda estavam frescas não haviam sequer ameaças de cãimbras. Foi prazer puro o que senti, para transpor o km com 350+, até finalmente ser cuspido já depois dos 1000m de altitude. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUjYkf74TPraboKOCUtDCvsY6LWCcISsFX6f-L8RM4Hwkp1Igtm6gjyPQHG1FfPvjDApDxWM6AqQMBlPmDmhCVPvvdsgLd4UGdwrLXTCSyZmjf-Jt0yo00V5Ogtae1E93m019aSjIL0qtQ/s2048/204164248_210053397647816_7600155688687532610_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUjYkf74TPraboKOCUtDCvsY6LWCcISsFX6f-L8RM4Hwkp1Igtm6gjyPQHG1FfPvjDApDxWM6AqQMBlPmDmhCVPvvdsgLd4UGdwrLXTCSyZmjf-Jt0yo00V5Ogtae1E93m019aSjIL0qtQ/w400-h266/204164248_210053397647816_7600155688687532610_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Já não sei bem onde isto é. Mas é do meu fotografo oficial e está boa.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Lembro-me do Moutinho uma vez ter dito que depois da Besta, até ao próximo abastecimento em Bondança, seria uma secção fácil, com trilhos limpos, planos ou a descer, para descansar da tareia que tínhamos levado até ali. Claro que isto faz muito mais sentido para quem vem na prova grande, mas ali soube mesmo bem rolar aqueles km até encontrar o abastecimento. </p><p style="text-align: justify;">Continuava a sentir-me super bem, com pernas para correr e força para subir. Depois de Bondança temos uma pequena subida que nos leva de volta aos 900m, antes da descida enorme para as Porqueiras. Mesmo naqueles metros finais da subida em que viramos o monte, meti o trote e as pernas responderam fácil. Com a "Eu Só Preciso" do Jónatas na cabeça desde o início, foi impossível não ficar arrepiado com a vista do horizonte enquanto corria leve e, agora sim, finalmente sozinho como eu gosto, rumo à descida. Um daqueles momentos perfeitos e inesquecíveis. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIv4lquP9IVEaHwyf65oQUxcJ7mphwrtfrjMgs2fvnoiRUfh2QvgZ3_i_5MWRPvl7izrkkJIGqZu0DlROkQ3P24QWRu4V1ENVb0e3CdKOjFfQUp_XejAm0Vn-MqoJ2AvY6c4ErXX-Gs5Rf/s2048/206391645_242217470710903_6596206913792537992_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIv4lquP9IVEaHwyf65oQUxcJ7mphwrtfrjMgs2fvnoiRUfh2QvgZ3_i_5MWRPvl7izrkkJIGqZu0DlROkQ3P24QWRu4V1ENVb0e3CdKOjFfQUp_XejAm0Vn-MqoJ2AvY6c4ErXX-Gs5Rf/w400-h266/206391645_242217470710903_6596206913792537992_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu sei que esta é repetida, mas adequa-se ao momento. Do Fritz.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Desci motivado os 4km de trilhos que se vão tornando cada vez mais intricados e inclinados à medida que nos aproximamos do fundo, nas Porqueiras. Sempre a trabalhar de bastões, continuava a surfar a onda positiva que tinha apanhado desde o início. Que prova perfeita. </p><p style="text-align: justify;">Seguem-se as Escadas do Martírio, primeira metade da subida final de 800+. Muita água, muita sombra e muitos degraus apertados e curtinhos. Perfeito para manter um ritmo certo. Tal como em 2019, bebi água de cada charco que encontrava. Acho que repeti mais de 100 vezes na minha cabeça a máxima "água corrente não mata gente". O que é certo é que ainda não apanhei nenhuma dor de barriga!</p><p style="text-align: justify;">No mal cheiroso paraíso da Lomba, local do mítico abastecimento da canja com cheiro a cabra, sentei-me bem disposto a uma sombra e comi a obrigatória bifana com uma mini fresquinha! Em mais lado nenhum bebo cerveja durante uma corrida, mas porra, soube pela vida!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAErJgft5a_uKb8GF1G00yEmEngeUXKddOEoU__nGwQpBgo3CFFn5A7ijmiUlZ3uFgCtwxAz71AtQ2jr0zbVKii7qT1nifjCKbN0MFbbwiUDWDt2Byj8Lsq6UiO54G99qzMreQx_OJZkap/s2048/198822059_4662653220416682_6084415914597136654_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1364" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAErJgft5a_uKb8GF1G00yEmEngeUXKddOEoU__nGwQpBgo3CFFn5A7ijmiUlZ3uFgCtwxAz71AtQ2jr0zbVKii7qT1nifjCKbN0MFbbwiUDWDt2Byj8Lsq6UiO54G99qzMreQx_OJZkap/w400-h266/198822059_4662653220416682_6084415914597136654_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Lomba vista de cima. Do Facebook da prova.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Seguia-se agora a segunda metade da subida final. A subida de Bradar aos Céus. Em 2019 foi a estucada final, derrotou-me completamente e ainda hoje estou pra saber como é que a transpus. Estava convencido que este ano seria diferente. Só podia, estava a correr tão bem! Mas assim que comecei a meter a cabeça de fora a pensar que estava ganho, TUMBA, marretada!</p><p style="text-align: justify;">Ao contrário das escadas, subia agora completamente exposto ao sol. A água já não corria pelo meio das pedras, agora só havia pó, xisto e moscas a atazanar-me. Já não haviam degraus certinhos, eram pedras de todo o tamanho que nos obrigavam a todo o tipo de abertura de pernas. Lembram-se de na Besta as cãimbras estarem longe? Pois bem, estavam guardadas para ali. Sentia-me completamente ensopado em suor, a gerir os líquidos, com os braços completamente rebentados de bastonar a subir e descer. Subi lento, lento, lento os mais de 300 metros de desnível positivo naquele km antes de chegar novamente ao planalto. Até que finalmente o ar deixou de estar pesado e morno e voltei a sentir uma brisa fresca. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMj2lrJuI_AuKNRZnyKlnpDVi3O76iGBbD4QyJPRcC9ee0gNws3QLVnlyWZ9mYqJtmHh_myF5c5yr2IMHDrubKel6prBUxTUqYrHVcN8VfPjDgn3bQJp52Y9_Ifx435nwx7NPAipTZDOBj/s2048/205394115_4709701849045152_7610177116769815918_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMj2lrJuI_AuKNRZnyKlnpDVi3O76iGBbD4QyJPRcC9ee0gNws3QLVnlyWZ9mYqJtmHh_myF5c5yr2IMHDrubKel6prBUxTUqYrHVcN8VfPjDgn3bQJp52Y9_Ifx435nwx7NPAipTZDOBj/w400-h266/205394115_4709701849045152_7610177116769815918_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Mizarela, pelo Fritz. Poucos depois de virar a subida de Bradar aos Céus.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Abananado pela violência da subida, demorei umas centenas de metros até voltar a mim, mas as pernas ainda tinham descida. Ufa, foi por pouco! Corri pelas pedras parideiras e batalhei no incrível PR7, com a Mizarela como imagem de fundo, até chegar ao ultimo abastecimento em Albergaria da Serra. Não me demorei lá mais de 2 minutos dentro, porque uns metros à frente, na praia fluvial, estava a Sara e os miúdos com um rissolinho de camarão e compal de pêra à minha espera. Que prova perfeita!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrU2FIiBioq_LNLlSUnJENapysstxNiBeyCj7Uq5l311PJ72r-RErxvaTQRqb9MlSdwea6DtenlD1BOsEgId4TjU_ynUkeIlZxxPo9tf5iCdov8PT5rtVAIlrhFVh2kumiklOytYuD_04e/s1104/207211382_165522542168313_5950369611605093577_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1104" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrU2FIiBioq_LNLlSUnJENapysstxNiBeyCj7Uq5l311PJ72r-RErxvaTQRqb9MlSdwea6DtenlD1BOsEgId4TjU_ynUkeIlZxxPo9tf5iCdov8PT5rtVAIlrhFVh2kumiklOytYuD_04e/w300-h400/207211382_165522542168313_5950369611605093577_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rapaziada na praia de Albergaria.</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcTT0FYaBA2s9B-Xyk1XdviSb7hUgua-lRBgpX_R62hbEZs2ZthktxVcGeWiA-fhKSZxaOlVYtQDmHxUjlqgivXmsdL4b0i4Lf8Rxj6q_HRntPaRCU_U83Bs4CLo01a1IcWUIODK57kvUR/s1104/207378231_525438821835813_6757902654467535901_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1104" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcTT0FYaBA2s9B-Xyk1XdviSb7hUgua-lRBgpX_R62hbEZs2ZthktxVcGeWiA-fhKSZxaOlVYtQDmHxUjlqgivXmsdL4b0i4Lf8Rxj6q_HRntPaRCU_U83Bs4CLo01a1IcWUIODK57kvUR/w300-h400/207378231_525438821835813_6757902654467535901_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMl06zhIwcaSQ366Bi6FF2sXpla52a498lewuLKvQFYSNSqGo4sKgZVufHURDpGxzrmac_xPYjSd1xQ5Z5zAZfu4AxVi4EUGckgHCCplaq3FWVB2_BX9IQaG3kGrY1yLsZ6c4F05E5BKtu/s1792/207941375_853988915533537_9067363933822958979_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1792" data-original-width="717" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMl06zhIwcaSQ366Bi6FF2sXpla52a498lewuLKvQFYSNSqGo4sKgZVufHURDpGxzrmac_xPYjSd1xQ5Z5zAZfu4AxVi4EUGckgHCCplaq3FWVB2_BX9IQaG3kGrY1yLsZ6c4F05E5BKtu/w160-h400/207941375_853988915533537_9067363933822958979_n.jpg" width="160" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguNVdc_uM5a_byQiYbeoOpLmfqzAfp1Nkke03-iRPKt19MA6uurOKdz7sIN-RZmYynpOkcw5qhyphenhyphen3tThjPPlAyDJpFjhavNlHjItt5BcSsHJooR8o3w6nvqlVtUtVK9w7YYx-hX-emdDEjt/s1104/208179775_795469414668061_3503090962692388335_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1104" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguNVdc_uM5a_byQiYbeoOpLmfqzAfp1Nkke03-iRPKt19MA6uurOKdz7sIN-RZmYynpOkcw5qhyphenhyphen3tThjPPlAyDJpFjhavNlHjItt5BcSsHJooR8o3w6nvqlVtUtVK9w7YYx-hX-emdDEjt/w300-h400/208179775_795469414668061_3503090962692388335_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Agora só 15km me separavam de Arouca. Meia dúzia ligeiramente a subir e finalmente a gigantesca descida final. Desta vez descemos pelo trilho que na edição anterior subimos no inicio, desde o Detrelo da Malhada. Mais uma mudança muitíssimo bem vinda. A descida é toda suave, num trilho muito bom e fácil, no meio das árvores, como uma espécie de prémio para quem chegou até ali. Muito melhor assim. Afinal as pernas ainda estavam carregadas de descida e deu para curtir muito até ao fim. </p><p style="text-align: justify;">No pavilhão lá estava a Sara e os miúdos, que me acompanharam na meta. Já não o faziam desde Março de 2020 por causa da merda da Covid. Mas neste dia todas as peças encaixaram. Desde as 5 da manhã, quando saí do Airbnb, até às 5 da tarde, quando cheguei à meta, 11h07 depois de partir. Aliás, continuou a encaixar na perfeição nas horas seguintes, enquanto descansava ao fim do dia no jardim da nossa casa das Leiras e via os miúdos a brincar, enquanto jantávamos uma posta arouquesa na aldeia do Espinheiro, até ao momento em que nos despedimos da Serra da Freita, no domingo. Que prova perfeita.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9VF7S8t_-G7GiWxFBQXF86zxuENkbK9jV23jr6c1qV7BUs5FUM92unmD0YnQ3UxYxbncBDst4gDdjlolj0x2EWg7SbVTquQAKEDdxY9zZS-wqZqcS5-ItAaTavNCukLiRMnN28i710TAc/s2048/208962722_342471414215465_6941142209340849565_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9VF7S8t_-G7GiWxFBQXF86zxuENkbK9jV23jr6c1qV7BUs5FUM92unmD0YnQ3UxYxbncBDst4gDdjlolj0x2EWg7SbVTquQAKEDdxY9zZS-wqZqcS5-ItAaTavNCukLiRMnN28i710TAc/w400-h300/208962722_342471414215465_6941142209340849565_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Feito.</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhltZgct0M7bCU9VCt23y9RxKZ7Pa6HyNTGh7DJz4-VrdcnH1gSkAxQmSMnTo66KVLVVcqpYxq8dyY8yQYJ-avRrAgT_OIoVU7Kw1IDdXtHrgzCCcNdwkEWYpv59ePpwBTr3QIeG7QD_BzG/s2048/203667552_242568770659746_5253582296848072858_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhltZgct0M7bCU9VCt23y9RxKZ7Pa6HyNTGh7DJz4-VrdcnH1gSkAxQmSMnTo66KVLVVcqpYxq8dyY8yQYJ-avRrAgT_OIoVU7Kw1IDdXtHrgzCCcNdwkEWYpv59ePpwBTr3QIeG7QD_BzG/w400-h300/203667552_242568770659746_5253582296848072858_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg7EKvLC-9LOq8XIr4hEMQCtPhFAu7cuB_ozGKdgbXzG6XBshyU9Tt0wzmG-UU8cJlrF9YZN_0zHlHDR0FJxcoNXoif1Ori1Ti4GYwuy5lyHroFDC2O8nixeWBG5Wy86ZZM6rL_tIi_F6O/s2048/204457673_857765348426312_6575141810537347819_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg7EKvLC-9LOq8XIr4hEMQCtPhFAu7cuB_ozGKdgbXzG6XBshyU9Tt0wzmG-UU8cJlrF9YZN_0zHlHDR0FJxcoNXoif1Ori1Ti4GYwuy5lyHroFDC2O8nixeWBG5Wy86ZZM6rL_tIi_F6O/w300-h400/204457673_857765348426312_6575141810537347819_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLB6QAL6TXfL3gTWp3yFwYTcLyg1xgWazpclAaieKjEifcBvSIu5N_dNk77pZp_X6RmwlUNqG6sirFHEGUuFTP_GLy4qT6gn4bJGAn0iBsEHliKlNX003DUttoWzFOCcRaT5iA0XB-f36p/s2048/205624153_3961401517321705_2790452455028505770_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1538" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLB6QAL6TXfL3gTWp3yFwYTcLyg1xgWazpclAaieKjEifcBvSIu5N_dNk77pZp_X6RmwlUNqG6sirFHEGUuFTP_GLy4qT6gn4bJGAn0iBsEHliKlNX003DUttoWzFOCcRaT5iA0XB-f36p/w300-h400/205624153_3961401517321705_2790452455028505770_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii0lGynha6mMJ_L_xpQpS7NgLJxI9rYiZpm6xnn_90LVo_JaGLha8l31VdhxVDcH0F3t8hkGYe3xeXNiZQAY-tG0Jjfc_mMEISmsGlX8ovFna8xqAGCPI8Wc0i-iukTAaK53yx1pau73lT/s2048/206212110_539947783803464_4670786252686314998_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii0lGynha6mMJ_L_xpQpS7NgLJxI9rYiZpm6xnn_90LVo_JaGLha8l31VdhxVDcH0F3t8hkGYe3xeXNiZQAY-tG0Jjfc_mMEISmsGlX8ovFna8xqAGCPI8Wc0i-iukTAaK53yx1pau73lT/w300-h400/206212110_539947783803464_4670786252686314998_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD73BgAh3dxGuKTYuU7So3WbzKpnyr6eaxgD089aDc_WMUQ9hAMUXFupYATNTn2YmBZy4ERnqZQuHaewrmbTCUQH-ZCmKIt4R_VwDZzPwNb6Wh1HgUnbPBUXc8AcIKXm_ivA5TgmoWwdvh/s1104/207671132_497971528149797_8660227865166408825_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1104" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD73BgAh3dxGuKTYuU7So3WbzKpnyr6eaxgD089aDc_WMUQ9hAMUXFupYATNTn2YmBZy4ERnqZQuHaewrmbTCUQH-ZCmKIt4R_VwDZzPwNb6Wh1HgUnbPBUXc8AcIKXm_ivA5TgmoWwdvh/w300-h400/207671132_497971528149797_8660227865166408825_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZyTJMg7NozLrwDNaX2n2NWJChIaLMAhB1_6GPzH6AYd4E9S5l-xbjOeJHIGXOdpjelClrgf7igCUgYCPDOsU9SXwv5KqIETrHERwA0FesWJ_kacaEKa8cegFHWVixhYB_Ht9fC2G4l09N/s1104/208293855_192365689494274_7195278734645374510_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1104" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZyTJMg7NozLrwDNaX2n2NWJChIaLMAhB1_6GPzH6AYd4E9S5l-xbjOeJHIGXOdpjelClrgf7igCUgYCPDOsU9SXwv5KqIETrHERwA0FesWJ_kacaEKa8cegFHWVixhYB_Ht9fC2G4l09N/w300-h400/208293855_192365689494274_7195278734645374510_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPD6N5TJ3GLZ35EAA682zBrkkP8bA0b_bIXZc8sTtgwBiJxhq5iVVIfaoONggW5YOwGIK1DjlpFGjoflq2CQ8sGLWTjnbB911Hyhy5a3u84Z-YoGtJxyOphJ-jMb-7tXFhxmdWdpuLEVDs/s2048/206900745_4709669515715052_2982194952722883104_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPD6N5TJ3GLZ35EAA682zBrkkP8bA0b_bIXZc8sTtgwBiJxhq5iVVIfaoONggW5YOwGIK1DjlpFGjoflq2CQ8sGLWTjnbB911Hyhy5a3u84Z-YoGtJxyOphJ-jMb-7tXFhxmdWdpuLEVDs/w400-h266/206900745_4709669515715052_2982194952722883104_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fritz.</td></tr></tbody></table><br /><p><br /></p><p><br /></p><p><a href="https://www.strava.com/activities/5533132719/overview" target="_blank">Link para o Strava</a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br />Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-61509082991059659392021-05-30T19:29:00.001+01:002021-05-30T19:29:35.493+01:00Sicó 111km - Back to the future<p style="text-align: justify;">Foi
aqui, no Sicó, que há 6 anos acabei a minha prova de 3 dígitos. Desde então já
passei essa barreira por 18 vezes. Umas melhores, outras piores, em todas
aprendi e evoluí. Adaptei o treino, alimentação, corpo e mente à grande
provação que é estar tantas horas em prova. Agora, dois anos depois da prova
Elite da Freita, era hora de voltar aos 100km!<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">O problema é que o corpo e
mente que estavam adaptados em 2019 ficaram em 2019, na era pré-COVID. Percebi
isso no fim da Zela, há 3 semanas. Tinha a perfeita noção que não estava com o
treino adequado para os 111km do Sicó. Mesmo assim as saudades de embarcar numa
aventura de 3 dígitos foram maiores que a razão e, na sexta feira às 22:08, lá
parti na oitava vaga de 20 atletas para a 18ª vez acima dos 100. O que eu não
sabia ainda é que ao passar o pórtico tinha entrado numa máquina do tempo que
me levaria de volta a 2015. E que viagem foi...<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcJPD4W_1Pk2c1Wca_GzAB7VCYrdELzEYUJXfB2voYt9TYbBqRDh8ZlvkR8BMifi7SUxzXKFOvCs9ibVtSt6RzC7K65cszlNpkO2b8-nVGHRb8_d8HwWJusnlVVQY_yQ8baQx6DmI1Qfbb/s300/transferir.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcJPD4W_1Pk2c1Wca_GzAB7VCYrdELzEYUJXfB2voYt9TYbBqRDh8ZlvkR8BMifi7SUxzXKFOvCs9ibVtSt6RzC7K65cszlNpkO2b8-nVGHRb8_d8HwWJusnlVVQY_yQ8baQx6DmI1Qfbb/w400-h224/transferir.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não tenho uma única foto da prova e só sairam meia duzia. O desespero por fotos neste post vai ser muito. Tenham paciência.</td></tr></tbody></table><span style="text-align: justify;"><br /></span><div><div style="text-align: start;"><span style="text-align: justify;">Dificilmente se podia pedir uma
melhor noite para correr. Temperatura a rondar os 12 graus, sem chuva. Parti só
com uma tshirt e manguitos e andei sempre ali no limite entre ter frio e estar
demasiado quente. os primeiros 20km passaram num ápice, em menos de duas horas.
Muito estradão, pouca subida, feitos sempre a correr e a controlar o ritmo para
não abusar. </span></div><p style="text-align: justify;">25, 30km... Continuamos sem
grandes subidas e com muito estradão. Percurso desinteressante mas com destaque
para a chegada à bonita Penela, onde apanhámos uma primeira subida mais longa.
Lá em cima, no castelo, mais um magnífico abastecimento, como é apanágio do
Sicó. Comi e bebi bem e depressa, para não povoar muito o abastecimento.<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9Hu0v7af9_s4Yb7qKl-03qc7J3qBJIJTCP39MESHfH6J8aW5JQEZa8SyO_ZcUgNlzOIzsPaTy1zfTfxWalp-8zPwJUWyJeNFFRUGtgud-7byHCWssiUjw4UZlQ79FI_mu4QDR7ct2I2EQ/s730/Castelo-de-Penela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="487" data-original-width="730" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9Hu0v7af9_s4Yb7qKl-03qc7J3qBJIJTCP39MESHfH6J8aW5JQEZa8SyO_ZcUgNlzOIzsPaTy1zfTfxWalp-8zPwJUWyJeNFFRUGtgud-7byHCWssiUjw4UZlQ79FI_mu4QDR7ct2I2EQ/w400-h266/Castelo-de-Penela.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Castelo de Penela, tirado do sr. Google.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">40, 45km... O trote já não era
de todo tão leve como até aos 30km. Se dantes ainda fazia algumas subidas a
correr, agora já nem tentava. Corria no plano e a descer e mesmo aí já com
algum esforço. É o problema de me ter desabituado das distâncias grandes. Elas
não perdoam e o meu corpo estava a começar a sentir os quilómetros... </p><p style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">52km, base de vida em Santiago
da Guarda. Cheguei lá com 6h19 de prova e, pode-se dizer, foi mesmo a tempo.
Estava mesmo a precisar de me sentar um bocado e assentar ideias. <o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Entrei, sentei-me, fui buscar o
meu saco e, calmamente mas sem perder tempo, tratei dos afazeres. Troquei de
t-shirt e buff, que estavam transpirados, comi uma canja, bebi o meu compal de
pêra, mensagem para casa e ala que se faz tarde! ...quer dizer, não sem antes
lavar os dentes! Estão a gozar?? Experimentem lavar os dentes numa base de vida
para tirar aquela nhanha dos dentes. Ganham uma vida nova!<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Eram 4 e meia da manhã quando
saí do abastecimento, ainda faltava hora e meia para o nascer do sol. Sabia que
a partir dali a prova ia mudar completamente por causa do percurso. O que não
esperava era que eu também me alterasse tão bruscamente. A máquina do tempo
tinha aterrado. Bem vindo a 2015.<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Lá para as 5 da manhã comecei a
andar dentro de um nevoeiro denso e uma ligeira morraça. Não conseguia ver mais
que o circulo branco e brilhante provocado pelo meu frontal refletido no
nevoeiro e no tout-venant branco dos estradões infindáveis. Seguia sozinho,
acompanhado pela minha respiração e o eventual tilintar de bastões lá ao longe.
O branco tornava-se cada vez mais pastoso, a brita dos estradões parecia que
ondulava à frente dos meus olhos e provocada ligeiras tonturas. O declive nunca
era acentuado, já não sabia se descia ou subia. Só via o branco da luz,
misturado com o branco do estradão, e a cabeça a andar à roda e à roda..</p><p style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Às 6 da manhã, enquanto cumpria
a primeira grande subida num trilho muito bom que nos levaria ao ponto mais
alto da prova (553m), já havia claridade suficiente para desligar o frontal. Lá
em cima, ao pé das famosas letras a dizer "SICÓ", o ar frio
despertou-me um pouco, mas logo a seguir, naquele que para mim é o melhor
trilho da prova e nos levaria, a descer, até ao abastecimento aos 66km, o sono
voltou a atacar.<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir_32IUrpcfYu5tw-xH68m4flegy5AXfcHdvwuwLCnLRAVjRSG8M5_uY2Jpb9yT-01BEDnipy2AYAW16K99d6nC8kA7HshJcLQOh0L7zi1F3xXAuGpNGNEKfLne_7mbNwFEDN1211Eq2JX/s2048/191870287_318741616294665_7549898061799481195_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1178" data-original-width="2048" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir_32IUrpcfYu5tw-xH68m4flegy5AXfcHdvwuwLCnLRAVjRSG8M5_uY2Jpb9yT-01BEDnipy2AYAW16K99d6nC8kA7HshJcLQOh0L7zi1F3xXAuGpNGNEKfLne_7mbNwFEDN1211Eq2JX/w400-h230/191870287_318741616294665_7549898061799481195_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do Zé do Zé das Fotos.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">No fim do meu primeiro MIUT, em
2015, quando passei pelo mesmo ao nascer do dia, descrevi a sensação como
quando estamos a ver televisão à noite no sofá e não conseguimos controlar o
sono, mesmo que tentemos. Nunca mais voltei a passar pelo mesmo até esta
madrugada. O trilho era bom de correr e as pernas até estavam a responder, mas
as tonturas eram cada vez maiores e os olhos insistiam em fechar. Era
incontrolável. </p><p style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Mesmo antes do abastecimento
temos cerca de 1km feito em estrada, aí fechei mesmo os olhos durante alguns
segundos. Cada vez que os abria via tudo a andar à roda! Que desespero.<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Cheguei ao abastecimento, olhei
para o relógio, sentei-me à mesa e deitei a cabeça em cima dos braços.
Imediatamente adormeci e apaguei completamente. <o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Um barulho. Despertei. Olhei
para o relógio, tinham passado 5 ou 6 minutos. Não sabia se seria o suficiente,
mas lembrava-me bem do relato da Courtney Dauwalter que no MOAB 240 (uma prova
de quase 400km que ela venceu) dormia sestas de 2 ou 3 minutos. Bem, tinha que
dar. Levantei-me e fui comer qualquer coisa e beber mais um copázio de
café. <o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Saí do abastecimento, fiz uns
metros a andar para assentar a comida, experimentei a corrida e....não é que
estava bem melhor?! Não só estava mais desperto como as pernas até ganharam
algum ânimo!<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Entre os 66 e os 85km foi mesmo
a minha melhor fase em toda a corrida. Estava com um trote fácil, seguia bem
disposto e ganhei várias posições. O percurso nesta fase era bem mais
interessante, com passagem pelo incrível canhão dos Poios. Havia mais trilhos e
tudo corria melhor. Não voltei a ter sono (até ao fim da prova) e, apesar de
muito cansado, sentia-me razoavelmente bem. A coisa estava bem
encaminhada! <o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDJjXwS7B7E8MjOeNqK4JuqiMPjKnxLiHezV8ihLrJxtCSDJ8JrXnyL8sTOE3xKmhMcdiiCY0GwS1arP0GgD8-Fp321bDilmwYqCzhvOGiFKJgvfP5f92yUclfkPXIhDBhyphenhyphenZHyXRrCjJcs/s800/6979458Master.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDJjXwS7B7E8MjOeNqK4JuqiMPjKnxLiHezV8ihLrJxtCSDJ8JrXnyL8sTOE3xKmhMcdiiCY0GwS1arP0GgD8-Fp321bDilmwYqCzhvOGiFKJgvfP5f92yUclfkPXIhDBhyphenhyphenZHyXRrCjJcs/w400-h300/6979458Master.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Canhão do Vale de Poios, uma das zonas mais interessantes do percurso. Tirado do Google</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Até que o Marty meteu plutónio no DeLorean, ligou o Flux Capacitor, acelerou a 142km/h e, SNAP, estava de volta a 2015!</p><p style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Tapeus, 85km. À minha frente
estava a maior subida do percurso, a primeira mêmo a sério, com 400m de
desnível. Normalmente é nestas subidas que eu ando melhor nas provas. À João
Almeida, não vou atrás de ninguém, meto o meu ritmo e lá vou recuperando. A
parte de não ir atrás de ninguém estava a resultar. Fui passado por uma dúzia
de pessoas. Já a parte de ir recuperando.... bem, isso já não foi conforme o
plano. <o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Foi com muito esforço que
cheguei lá a cima e com ainda mais esforço que tentei trotar no estradão a
descer. Não estava a dar. Doíam-me as pernas, as costas, os braços...tudo! Cada
passo era um sofrimento. Desci para o trilho das Buracas de Casmilo, um dos
mais técnicos do percurso, com muita dificuldade. Arrastei-me por ali a cima e
caminhei o km de estrada até ao abastecimento de Casmilo, aos 95km. Foi aqui
que deitei a toalha ao chão e acionei o malfadado modo Walking Dead. Já não era
um homem que estava em prova. Era um autêntico zombie.<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzcwp7Q5mV-ESxynqiqeSgvmBN7PIgn62VWwBrCiqkzwZN0FXtpZyffW36WOk6_sKdewzlBYdiwMattu5ClHBeHOW7fkqu6Bp5SNdgx7w5x8hx5S3SIYVWt-gSXcyEyFkjvTKRwnLveRv/s960/186556741_3955682514553114_5898230138551230201_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzcwp7Q5mV-ESxynqiqeSgvmBN7PIgn62VWwBrCiqkzwZN0FXtpZyffW36WOk6_sKdewzlBYdiwMattu5ClHBeHOW7fkqu6Bp5SNdgx7w5x8hx5S3SIYVWt-gSXcyEyFkjvTKRwnLveRv/s320/186556741_3955682514553114_5898230138551230201_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Buracas de Casmilo, tirado do Facebook da prova</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">No abastecimento dei uma
mordidela numa bifana e estive ali com aquilo enrolado na boca uns 5 minutos.
Forcei para engolir, comi um bocado de banana e saí. Para ajudar, as nuvens
começaram a limpar e o céu ficou limpo. A temperatura que até ali estava
fresquinha aumentou brutalmente e agora suava em bica. </p><p style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Claro que já não ia desistir
ali, afinal cansados estamos todos, mas detesto entrar neste modo em prova. Foi
um autentico arrastar de cadáver. Fui metendo o trote sempre que dava, mas
parecia um enfezado a correr e já olhava para o relógio de 5 em 5 segundos. <o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Até ao final ainda haviam dois
obstáculos chatos para transpor. O horroroso estradão a subir, antes do
abastecimento do Poço, e o dificílimo trilho da Cascata do Rio de Mouros. <o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxPf0Apnu7DFjlZmlbc_h1RYmRxmZwwqFgjo-uObAUoXHgp9hUKSlDg6uQXdwRisCp-sktI8it9FHoxPnoDvU1F6kUC_q8IqLS7zmQoXQt-C5TIkvX0MVRKF0OhyphenhyphenNlIOLHIeMWaLiWPhRQ/s550/caption.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="367" data-original-width="550" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxPf0Apnu7DFjlZmlbc_h1RYmRxmZwwqFgjo-uObAUoXHgp9hUKSlDg6uQXdwRisCp-sktI8it9FHoxPnoDvU1F6kUC_q8IqLS7zmQoXQt-C5TIkvX0MVRKF0OhyphenhyphenNlIOLHIeMWaLiWPhRQ/w400-h268/caption.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cascata do Rio de Mouros, que ontem estava sequinha sequinha. Tirado do Google.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Mesmo na base do estradão, uma
rampa super inclinada com sol de chapa e 150+, ainda passei por um oásis. O
Fantástico João estava com a sua Liliane a dar água fresquinha e dois dedos de
conversa a toda a gente que ali passava! Foi o suficiente para transpor o
estradão e nem dar por ele. Obrigado, amigo!</p><p style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Ultimo abastecimento. O meu
relógio diz que faltam 6km, mas foi a medo que perguntei a quem lá estava
quanto faltava. "6km!", responderam-me eles simpaticamente! Ufa! Mas
eu sabia que não eram 6 simples quilómetros. Pelo menos 2 deles eram passados
no super técnico trilho da cascata. Um infindável sobe e desce de pedregulhos,
cordas e degraus, ao lado de um leito de rio agora completamente seco, a fazer
lembrar alguns trilhos da Lousã nos Abutres. O suficiente para destruir o pouco
que ainda tinha!<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Saí das entranhas da cascata e
faltavam 2km fáceis, mas já nem nas descidas corria! Guardei o último miligrama
de energia para correr na reta da meta e cruzei-a com 16h48, uma hora a mais do
que tinha idealizado. <o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Está feita a 18ª. Voltei a ter
sensações que já não tinha há muito. Voltei a ligar o modo walking dead, a ter
sono durante a prova, a desesperar com o percurso, a ter dores no corpo todo, a
sofrer muitíssimo, a ter dores de barriga, a ter assaduras em todo o lado, a
ter calor, a ter frio...a viver! <o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">
</p><p style="text-align: justify;">Caraças..que saudades disto!<span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj5anhiOJTYB0SF6d2oXZu-MDCpCP6by2Ts2XVV9F9NIloIdKFlfDYGbFvYcRu6N35SmG20_yftYHnxlRdUb98Nr_tepWVMzMlbcQaUFUjTcPG9KlN8vc781hUzbx0fC8vg5TNLa8rxZDm/s2048/193727359_227747308802838_3523088842263236671_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj5anhiOJTYB0SF6d2oXZu-MDCpCP6by2Ts2XVV9F9NIloIdKFlfDYGbFvYcRu6N35SmG20_yftYHnxlRdUb98Nr_tepWVMzMlbcQaUFUjTcPG9KlN8vc781hUzbx0fC8vg5TNLa8rxZDm/w300-h400/193727359_227747308802838_3523088842263236671_n.jpg" width="300" /></a></div><p><br /></p><p><a href="https://www.strava.com/activities/5377427819/overview" target="_blank">Link para o Strava</a></p><p><br /></p></div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-64744260943893038282021-05-03T22:20:00.005+01:002021-05-03T22:37:28.208+01:00Zela Ultra Marathon (55km) - RUDE.<p style="text-align: justify;">Outubro de 2020. Foi a ultima vez que usei um dorsal. Foram praticamente 7 meses nos quais continuei a treinar com a frequência do costume, a ir para os quintais do costume, com a distância e intensidade do costume... Por outras palavras: foram 7 meses bem instaladinho na zona de conforto! </p><p style="text-align: justify;">Não me entendam mal, nunca deixei de correr pelo menos 6 vezes por semana e nunca falhei uma ida à serra ao sábado, por isso mesmo sentia-me confiante e em forma. Tão confiante que há uns dias, quando o João Miguel me disse que estava inscrito na Zela Ultra Marathon (já não se lembrava), eu nem pensei duas vezes em dizer que também ia! </p><p style="text-align: justify;">Não demorou muito... Ainda nem 10km tinha quando o Filipe de 2019 apareceu com ar de gozão na minha cabeça e disse "ah achavas que isto era só querer? Prepara-te e aperta o cinto, vais embarcar numa bela viagem muahahaha".</p><p style="text-align: justify;">Yep.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWemn3_-pfRhNJR6yySsOaRIJuBtPmB9O28Vg6d9mbjKM6l-z3GbMVNAwx1UBlhUAbYOh7zPUIKi0d_oJOegxMrqNU72ilpyHuQOnjCU-mAHi-FBcPQ96SjsQWw5hHrU9XzFdYwYHvAPUe/s814/Sem+T%25C3%25ADtulo.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="814" data-original-width="627" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWemn3_-pfRhNJR6yySsOaRIJuBtPmB9O28Vg6d9mbjKM6l-z3GbMVNAwx1UBlhUAbYOh7zPUIKi0d_oJOegxMrqNU72ilpyHuQOnjCU-mAHi-FBcPQ96SjsQWw5hHrU9XzFdYwYHvAPUe/w308-h400/Sem+T%25C3%25ADtulo.png" width="308" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Fritz escandalosamente cropada. Desculpa amigo, lá para a frente já a meto completa, só queria que se visse melhor a a cara de bebé chorão do Filipe de 2021.</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">5 da manhã e estávamos os dois a sair de Almeirim. Claro que, com toda a leviendade, achámos que era perfeitamente razoável fazer 250km para cada lado, com uma prova de 55km e 3600+ pelo meio, no mesmo dia. </p><p style="text-align: justify;">Sete e meia da manhã já estávamos em Vouzela. Céu limpo, moderadamente frio, parti com roupa suficiente e ainda bem que não cedi ao fresco da madrugada, o dia viria a aquecer. Mostrámos o equipamento obrigatório e partimos na terceira vaga, pontualmente às 8:06. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiamNOlfPGGwXXr-7CAewxHC1Yb1B9QxXIrl9JHi_ENgy93VR9pT1vcxN6tu6YgJ-iPn6ZcEd8WIOkg4kov7OsmOIo7ySE5yhEJMS38DLld9ZvF0isgmbO9ueCVepyj_XFiKtY-MlArdOOI/s2048/181775068_2893498357528685_6748280542472695697_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiamNOlfPGGwXXr-7CAewxHC1Yb1B9QxXIrl9JHi_ENgy93VR9pT1vcxN6tu6YgJ-iPn6ZcEd8WIOkg4kov7OsmOIo7ySE5yhEJMS38DLld9ZvF0isgmbO9ueCVepyj_XFiKtY-MlArdOOI/w400-h225/181775068_2893498357528685_6748280542472695697_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A partida, super bem organizada, foi numa grid tipo F1. Aqui partiram os aviões da primeira vaga, eu estava lá atrás com o João Miguel pronto para a terceira. Foto do Fritz.<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Tinha feito a distância de 42km há 3 anos, mas lembrava-me muito pouco do percurso. Em 2018 foi um dia muito chuvoso e fechado, não me consigo lembrar de quase nada. Antes da prova ainda subrepus os dois tracks e percebi que haviam alguns troços em comum na primeira metade, mas cerca de 30 ou mais km eram novos. Enfim, siga, era só mais uma ultra! [inserir aqui aquele emoji do boneco com a mão na testa].</p><p style="text-align: justify;">Logo logo, a prova mostrou ao que vinha. Mal passamos o pórtico começamos a subir a pique. Primeiro em estrada, para não nos assustarmos, depois estradão e finalmente nos omnipresentes blocos de granito. As subidas invariavelmente tinham troços de escalada, com o devido alçamento de perna e utilização dos membros superiores para nos içarmos. As descidas eram quase sempre tão ou mais dificeis que as subidas, super inclinadas e muito técnicas. A progressão era lentíssima, portanto. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZU7qH8tWdlLN9yvr3RUs_pPe7SyLBUwSGGfBWcsN-P3k7PDMx5pl-MH3nlBsKhveuAyvyabxj2qCEBUXYF7T51gxSDrJc2H2qks1j44JSoF9KXLz4k_FFp51ai4Hv_7Jjk5HzC7lmyYLo/s2000/180944509_2893072824237905_2696810214100869291_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1334" data-original-width="2000" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZU7qH8tWdlLN9yvr3RUs_pPe7SyLBUwSGGfBWcsN-P3k7PDMx5pl-MH3nlBsKhveuAyvyabxj2qCEBUXYF7T51gxSDrJc2H2qks1j44JSoF9KXLz4k_FFp51ai4Hv_7Jjk5HzC7lmyYLo/w400-h266/180944509_2893072824237905_2696810214100869291_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do Fritz, que mostra bem ao que íamos.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Sabem aquela sensação nas provas grandes de olhar a primeira vez para o relógio e ficar surpreendido por já terem passado 20 e tal km? Pois. Esqueçam. Comecei a olhar para o relógio logo aos 6km, aos 10 tive que olhar bem para tentar perceber se por engano tinha mudado as definições para milhas em vez de km. Juro! Sentia-me demasiado quente, com dores de cabeça e suores frios. Vi a coisa muito torta lá para os 15km, passou-me pela cabeça que talvez viesse de Vouzela o meu primeiro DNF!</p><p style="text-align: justify;">O parte pernas era de uma violência brutal. As subidas nunca eram longas o suficiente ao ponto de entrarmos em modo subida e as descidas invariavelmente eram dificeis de mais para recuperar o que quer que fosse. Não havia cume nenhum nas redondezas onde não fossemos picar o ponto, saltitávamos de bloco de granito em bloco de granito por cristas cinzentas. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifnEhQUrDrRCEehROUUkm9lFEEeNDyYlHjnNmZjebnB3OW4c_ujjwH5sWc-9mf-oOlImjit4dddQhdOlYs0NOFFqWx2CT3GlxwcK9wFBCnm9fmMI0uFvkylFnjyuPyimPosgHPGzCvUuml/s2048/181605372_2892458080966046_4822994101684153884_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifnEhQUrDrRCEehROUUkm9lFEEeNDyYlHjnNmZjebnB3OW4c_ujjwH5sWc-9mf-oOlImjit4dddQhdOlYs0NOFFqWx2CT3GlxwcK9wFBCnm9fmMI0uFvkylFnjyuPyimPosgHPGzCvUuml/w400-h266/181605372_2892458080966046_4822994101684153884_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Claro que tínhamos que ir lá picar o ponto.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O acumular de desnivel positivo seguia o ritmo dos km. Os 3000+ chegaram bem antes dos 40km e a cada escalada sentia-me mais proximo do limite. As cãimbras ameaçavam, até que me tive que sentar no chão para acalmar um quadricepe em pânico. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOx8bRVWOuPG8RygqQNF-Y0rRBjxyrXJ9COVTV1k-8dF1H_1KqFj7DsU7yv4-9_iIEyZPeC9EhyTYIBRWpTWc2QjlQimUVFZMZ2jUUBtyiw-w_jXMkWQwpPtxR2PQwSzFDH7C2Ve08djJR/w400-h0/180862599_2892459184299269_7881162061312462910_n.jpg" width="400" /></div><div style="text-align: justify;">Aos 43km, local do segundo e ultimo abastecimento (já vamos falar sobre isso daqui a pouco), estávamos com 3300+ e cheguei lá com 7h30. Apenas uma hora antes do corte! (também já falamos sobre isso). Por esta altura sabia que já não me escapava, até porque os restantes 12km seriam quase sempre a descer e tinha 2h30 para os fazer, mas claro que a descida não foi pêra doce. Não me lembro da ultima vez que tive que ponderar os tempos de corte!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGoPUNxjNSCclC809vPL3csm5I6KAEHuW-zW951xsrqylouysZjJbgBUDPDo9yzKnA0FkXM33S5yGUDdUs2zSj2Z-GqaIf_4rvjHg1H7Ev48hzpt1WuS-e7eTYsU4qag5LF31xkNkYDG4R/s2048/182248621_2893499824195205_3680955099380974743_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGoPUNxjNSCclC809vPL3csm5I6KAEHuW-zW951xsrqylouysZjJbgBUDPDo9yzKnA0FkXM33S5yGUDdUs2zSj2Z-GqaIf_4rvjHg1H7Ev48hzpt1WuS-e7eTYsU4qag5LF31xkNkYDG4R/w400-h266/182248621_2893499824195205_3680955099380974743_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não era esta descida. Esta era fácil e foi no início. Mas queria meter esta foto do Fritz que está muito boa!</td></tr></tbody></table><br /><div><div style="text-align: justify;">Os trilhos das descidas finais foram conquistados às encostas a toque de roçadora, não eram óbvios. O mato tinha quase sempre um palmo de altura e escondiam pedras, buracos e cepos de arbustos maiores que foram cortados. A concentração tinha que estar sempre ligada no máximo, o que, aliado ao desgaste brutal da prova até ali, tornava a situação muito perigosa. </div><div><p style="text-align: justify;">Cheguei à meta com 9h13 para os 55km e 3600+. Se eu alguma vez achei que ia apanhar uma dose destas... Foi no primeiro de Maio mas fartei-me de trabalhar! Adorei a prova, o percurso, todo o dia... Como disse no inicio, foram muitos meses na minha zona de conforto, da qual fui arrancado com toda a força. Já não estava habituado fisica nem psicologicamente a este tipo de provas, mas fez-me lembrar porque é que gosto tanto disto!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhknYSyg1z4IljLZFZP6Vq7_nQ3LjXH9rhg4wQSuvOJhNYRUVlUGlUh1HpNifynmbM14nn0zJz1HnYIkCa4jrhmY5GiD15jhZzhemUTrwGnd_h3HJg96M89CzcUzZ8Q4pt87ybX7Uj7GAI1/s2048/180661516_2892458274299360_1327449167859363699_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhknYSyg1z4IljLZFZP6Vq7_nQ3LjXH9rhg4wQSuvOJhNYRUVlUGlUh1HpNifynmbM14nn0zJz1HnYIkCa4jrhmY5GiD15jhZzhemUTrwGnd_h3HJg96M89CzcUzZ8Q4pt87ybX7Uj7GAI1/w400-h266/180661516_2892458274299360_1327449167859363699_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Outra do Fritz, que às vezes me obriga a correr nas subidas.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Agora, sobre a organização. Tenho lido por aí muitos comentários depreciativos sobre os abastecimentos, a dureza do percurso, os tempos de corte... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Meus amigos, a sério? Estamos em 2021 e ainda não sabem ao que vão? Deixem-me só relembrar-vos que esta organização, a Spot Criativo, é a mesma que vos trouxe o inenarrável Pisão. A prova tem "sky" no nome, esta malta leva essa denominação a sério. As provas deles não são para qualquer um, ponto. Não quer dizer que qualquer pessoa não as faça, mas não são para o gosto de qualquer um. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As marcações não são daquelas à prova de cegos, é preciso ir com atenção, mas não falham (eu nunca tive dúvidas no caminho). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os trilhos não são fofinhos, são rudes, selvagens, duros. Às vezes nem trilho há, são só algumas fitas que têm que ir seguindo. Convençam-se que vão subir a cada marco, antena ou pico que vejam pelo caminho, nem que tenham que descer imediatamente a seguir.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os tempos de corte são apertados? Sim, são... O percurso é extremamente dificil e de progressão muito lenta, mas deixem-me lembrar-vos que o Carlos Ferreira, Jaguar, fez o percurso em 6 horas. Yep. Se não conseguirem cumprir é perfeitamente normal, isto não tem que ser uma coisa garantida. Faz parte do desafio. Ninguém quer uma medalha oferecida! </div><div><p style="text-align: justify;">Quanto à distância e número de abastecimentos, de facto, eram poucos. Apenas 2 para os 55km, um aos 22 e outro aos 43km. Talvez devido às regras mais restritas para evitar ajuntamentos, não confirmei isso, mas nas outras provas que fiz desta organização o número de abastecimentos foi sempre adequado. Mas a verdade é que todos sabíamos à partida quantos eram e onde estavam os abastecimentos, só tinhamos que nos preparar! Levavam mais comida, abasteciam em todas as fontes e ribeiros que fossem encontrando. Adaptem-se! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGA73DXsJovA7aPR0z64H0Je_U30eD18uoxORU5QlAm0TctZfyYEmBcIEkZ-syRhsrbiDiFN1QBiagi56UQdSRPEPgmk6zmrPzbsDV_OGlDbr8qAbeurwf8LAFActQGrBc6elPAJEbRKVA/s2048/180862599_2892459184299269_7881162061312462910_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGA73DXsJovA7aPR0z64H0Je_U30eD18uoxORU5QlAm0TctZfyYEmBcIEkZ-syRhsrbiDiFN1QBiagi56UQdSRPEPgmk6zmrPzbsDV_OGlDbr8qAbeurwf8LAFActQGrBc6elPAJEbRKVA/w400-h266/180862599_2892459184299269_7881162061312462910_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Agora sim, a foto completa!</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Está feita e doi-me o corpo todo. Objectivo cumprido! </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/5224862430/overview" target="_blank">Link para o Strava.</a></p></div></div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-61115967139862446752020-12-30T15:35:00.002+00:002020-12-30T17:18:02.115+00:002020. Um ano mau?<p style="text-align: justify;">Acho que nunca tinha estado tão desejoso de fazer um post de fim de ano como neste fatídico 2020. Talvez porque precise de arrumar e compartimentalizar este ano esquizofrénico, pelo menos no que à corrida diz respeito, porque o resto terá que ser processado durante muito tempo. Mas como ninguém vem aqui para ler sobre "o resto", vamos lá à corrida!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1KSiAf9H3PWW9D9_UYbv0JO3P-DQOlU08UTbcNuwOE-tI_8tMB1D3sS3ls_2bkca0HbE0GsugPp5Cb17KdWTfp2lx_yp4LghFdeUMmbn2KRkFh0ArPMXo9KhpiLOrUEsSBkQ6M6P-H4si/s960/117288778_2615058575413631_8653753552944253629_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1KSiAf9H3PWW9D9_UYbv0JO3P-DQOlU08UTbcNuwOE-tI_8tMB1D3sS3ls_2bkca0HbE0GsugPp5Cb17KdWTfp2lx_yp4LghFdeUMmbn2KRkFh0ArPMXo9KhpiLOrUEsSBkQ6M6P-H4si/w400-h266/117288778_2615058575413631_8653753552944253629_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Se 2020 fosse uma expressão, seria esta, captada pelo Fritz na Arada.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O meu ano começou completamente imerso no universo APT, do Armando Teixeira e do Paulo Pires. Tinha começado em Dezembro de '19 e cheguei a Março com apenas 4 meses de treino acompanhado. A verdade é que foram precisos apenas 4 meses para sentir que entrei num nível completamente diferente de corrida! Os treinos diários mudaram completamente, estava a correr menos volume e muito mais intensidade. Fiquei mais rápido e, para surpresa minha, com mais resistência! A nível de provas tive resultados que nunca pensei possíveis, como o <a href="https://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/01/fim-da-europa-sky-running-na-estrada.html" target="_blank">20º lugar do GP Fim da Europa</a>, e sentia-me muito mais competitivo em provas de Trail, como no <a href="https://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/03/ultra-louzantrail-43km-foram-so-mais.html" target="_blank">Ultra Louzantrail</a>. Sentia-me confiante, a bater records de estrada em treinos, a competir a ritmos altos sem me poupar, e cada vez mais ansioso para o grande objectivo da primeira metade do ano: o meu 6º MIUT. </p><p style="text-align: justify;">Mas, então, aconteceu....COVID.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXcww9ISyAAwVKUerHzCyUrnM6MM-B651NaO5u6TBj_d6lkC-Wvg0RfPY0jrWU7PMtnLjDI8M5_sXI4CoUUa-jScBTRbpB-2LdJtseOTu3PT9WTigXfAz-fjJT5pHFOl4L1YEaOzzSdVNI/s1484/CROPExplosion822.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="970" data-original-width="1484" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXcww9ISyAAwVKUerHzCyUrnM6MM-B651NaO5u6TBj_d6lkC-Wvg0RfPY0jrWU7PMtnLjDI8M5_sXI4CoUUa-jScBTRbpB-2LdJtseOTu3PT9WTigXfAz-fjJT5pHFOl4L1YEaOzzSdVNI/w400-h261/CROPExplosion822.webp" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Tudo mudou. Para sempre. </p><p style="text-align: justify;">Apesar de tudo, nunca deixei de correr. Nunca papei aquelas teorias do início do pânico, quando as pessoas se começaram a virar umas contra as outras e até ir despejar o lixo era alvo de olhares de lado e três processos na polícia secreta. Continuei a correr, sempre sozinho é certo, perto de casa, mas continuei. Passei mais de dois meses sem ir à Serra, coisa que hoje em dia me arrependo muito, porque, não pondo ninguém em perigo, na verdade nada me dá mais saúde que fazer o que gosto. Mas fui correndo, com maior ou menor intensidade. </p><p style="text-align: justify;">Neste período de lock down ainda deu para fazer alguns desafios engraçados. Primeiro corri uma <a href="https://fb.watch/2HodIDeqoF/" target="_blank">maratona aqui no quintal</a>. Meti-me a correr à volta de casa e em menos de 4 horas (que era o tempo limite do desafio "km em casa") percorri 43km. A principal consequência desta parvoíce não foram as dores de pernas, foi dar-me ideias....</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ITf82318bnUDp6Z49Ainaca8rvS0IHY6KuyvM25hHcHT9oMVA5YxzziIG_s9diDMqR57whik97Qxp6O9jK479b6qE-7NaE2tOv02l6rM5pXUa-3T7sryXcAjEBuWrdg0Gia7iSyoeRgU/s1000/134116234_503698977268761_432362256881212985_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ITf82318bnUDp6Z49Ainaca8rvS0IHY6KuyvM25hHcHT9oMVA5YxzziIG_s9diDMqR57whik97Qxp6O9jK479b6qE-7NaE2tOv02l6rM5pXUa-3T7sryXcAjEBuWrdg0Gia7iSyoeRgU/w300-h400/134116234_503698977268761_432362256881212985_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Abastecimentos de luxo</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Assim que acabei a maratona do quintal decidi que ia correr 100km... à volta da minha urbanização!</p><p style="text-align: justify;">Dei-lhe duas semaninhas para recuperar dos 43km e, no primeiro de Maio, saí de casa antes das 6 da manhã com o objectivo de correr 100km num percurso de 500 metros. </p><p style="text-align: justify;">Ainda hoje me admiro com o que consegui nesse dia. Certamente ainda a aproveitar o treino da APT, corri os 100km mesmo em cima das 10 horas, uns minutinhos abaixo, que era o meu grande objectivo. Foi um dia espetacular, com muitos amigos a passarem por aqui, uns a darem meia dúzia de voltas, outros chegaram mesmo a correr uma maratona completa! Este foi sem dúvida o feito de 2020 que mais me deixa orgulhoso. Se não leram <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/05/o-dia-que-corri-100km-porta-de-casa.html" target="_blank">o post</a>, aconselho a dar uma vista de olhos (modéstia à parte). </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7oR_SCSm-Hq4eWviG7TV4MarkBzBDb89ez6llb4L-AAUWpY3s0caX7WT24eXg6VLG8Mg1YS4MkOvtmEPH4TISqyUdBQnEUP7Y6osy4quXXKRK115C84A08WOEDNOS6sTbjz9rgtkoaG6H/s1600/IMG_2815.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7oR_SCSm-Hq4eWviG7TV4MarkBzBDb89ez6llb4L-AAUWpY3s0caX7WT24eXg6VLG8Mg1YS4MkOvtmEPH4TISqyUdBQnEUP7Y6osy4quXXKRK115C84A08WOEDNOS6sTbjz9rgtkoaG6H/w300-h400/IMG_2815.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Segundos depois de parar o cronómetro, completamente drenado.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Ainda na senda de desafio covideiros, o terceiro que vos apresento foi talvez o que atingiu o valor mais alto na escala de parvoíce. Sem nenhuma razão aparente, numa sexta feira qualquer, decidi que no dia seguinte ia fazer um Every Single Street em Almeirim. O que é isso? Pois bem, passar a correr em todas as ruas de Almeirim. Assim foi, sem plano nenhum a não ser ir riscando ruas no relógio, saí de casa de madrugada sem fazer ideia onde me tinha metido. Foram 66km que me custaram horrores, com um calor bruto, sozinho, a andar para a frente e para trás numa senda obsessiva para pisar cada rua de Almeirim. Consegui! Mas... se estiverem a pensar numa parecida, esqueçam lá isso, metam-se antes a correr no quintal!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFC9dZNNOWkzFlgj-7lxpsk603rRxG9tgBPOo6IOGLgwKlc2zA6YUIYvupNiLkBpzCOhymepHXY-CrFMdc9JwGNMPi-7VmxHv-0jSeCx_btbz0800PNYsK-ElygBJY8zRhGcCsxrWFQPR6/s750/134093883_863679504447662_8265566217302144503_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFC9dZNNOWkzFlgj-7lxpsk603rRxG9tgBPOo6IOGLgwKlc2zA6YUIYvupNiLkBpzCOhymepHXY-CrFMdc9JwGNMPi-7VmxHv-0jSeCx_btbz0800PNYsK-ElygBJY8zRhGcCsxrWFQPR6/w400-h400/134093883_863679504447662_8265566217302144503_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pronto. Foi isto.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Quando as fronteiras começaram a abrir, o primeiro impulso foi logo voltar aos montes. Nem acredito que estive mais de dois meses sem lá ir, o regresso soube-me mesmo pela vida, até me emocionava. Primeiro umas corridas solitárias nos quintais do costume, Aire e Montejunto, mas, na ausência de provas, os planos mais ambiciosos começaram a fervilhar. Houve dois que se destacaram neste período pós lock down. </p><p style="text-align: justify;">O <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/06/transaire-e-candeeiros.html" target="_blank">Trans'Aire e Candeeiros</a>, em que na companhia do João Tomás, um amigo do Covid, atravessei a extensão do Parque Natural das Serras d'Aire e Candeeiros, num percurso de 66km em trilhos, muito interessante e mesmo na medida certa. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUhQhK3AyvAn0g79OUwoGmiE02QeGqFaOetNFenGFBCJRPeUIFbWC7cdGCmX8h8HayJm4qH_tIl5tvxnR_Qkg2NHobMcRxqbqpDKrAtpYFFypw2VrRKZo0RSiwV61v2kzSI4ooOJ7rIXY6/s960/102960422_543474123205215_3052267690420555924_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUhQhK3AyvAn0g79OUwoGmiE02QeGqFaOetNFenGFBCJRPeUIFbWC7cdGCmX8h8HayJm4qH_tIl5tvxnR_Qkg2NHobMcRxqbqpDKrAtpYFFypw2VrRKZo0RSiwV61v2kzSI4ooOJ7rIXY6/w300-h400/102960422_543474123205215_3052267690420555924_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com o João, um excelente companheiro de aventuras.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">E, umas semanas depois (acho que nesta altura andava a ir com sede de mais ao pote), A Travessia dos <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/06/dos-picos-do-acor-ao-vale-glaciar.html" target="_blank">Picos do Açor ao Vale Glaciar</a>, novamente na companhia do João, mas ainda com os extraterrestres Guilhermo Lourenço e João Lopes. Andar atrás destes três cavalos durante 76km e 4600+ foi o mais parecido com uma prova de endurance que tive durante todo o ano!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMbUBHjpmKfED7ff3Fy7dw1JkrMrv3DhiJkhGSQfZw_Hlz_KXC_o2tmn2LP2T7VmpfnNXunCclNulgfS4IF-YCwBJN2D-Es03aK9oMoWycuSrN4DTbI28vjFG1AjVCFtE2P3ZoJ5dlALtW/s960/106389089_1976692702455197_8273924523951754100_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMbUBHjpmKfED7ff3Fy7dw1JkrMrv3DhiJkhGSQfZw_Hlz_KXC_o2tmn2LP2T7VmpfnNXunCclNulgfS4IF-YCwBJN2D-Es03aK9oMoWycuSrN4DTbI28vjFG1AjVCFtE2P3ZoJ5dlALtW/w300-h400/106389089_1976692702455197_8273924523951754100_n.jpg" width="300" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">No meio das ideias que iam surgindo, defini um objectivo que não se limitará a 2020: ascender aos picos mais altos de cada distrito de Portugal continental, na companhia de um local, num percurso desenhado pelo mesmo. O projecto teve um inicio perfeito, com a <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/07/distrito-do-porto-sra-da-serra-1416m.html" target="_blank">subida à Sra. da Serra</a> no Marão, na companhia do Bruno. Logo de seguida aproveitei a minha amizade com o Aníbal Godinho e passei um <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/08/distrito-de-santarem-pico-aire-679m.html" target="_blank">dia espetacular na Serra d'Aire</a>, do distrito de Santarém. Tudo estava a correr bem e os planos de próximos distritos estavam já na calha, mas... aconteceu 2020 e lesionei-me. Passei o verão inteiro a meio gás, sem conseguir treinar.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIJQyZvlxmReapSiypsJI_wW91DUzo9zpIAo3jgzdQMM_zBkNko3jvnlItHatsWXhyphenhyphenDPAjlowPliZ6ZMRhq2_LpDSV_C7t5nf1TnRaN9ApHtgL-4XFWucToBk0x5xnJKWmVjfH2eTOb2y/s960/116130412_280993689632622_5988324393211244522_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIJQyZvlxmReapSiypsJI_wW91DUzo9zpIAo3jgzdQMM_zBkNko3jvnlItHatsWXhyphenhyphenDPAjlowPliZ6ZMRhq2_LpDSV_C7t5nf1TnRaN9ApHtgL-4XFWucToBk0x5xnJKWmVjfH2eTOb2y/w300-h400/116130412_280993689632622_5988324393211244522_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No topo do Marão</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrNQ6-RAS7lG_fK2D2u19yJ5G-6TzTBVAJkKU8pEnDURi2lkXuRvldYm36Fuhkc1t8sLc9V0kjfq0B_1pmIkm_jJ5yHHwlJt3O1oRzXnvecx_mQeVCkpeeS2_WYPP0RNhE3SnvzIh2hg1g/s1316/117749300_10214291441994885_6884156174980518764_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="1316" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrNQ6-RAS7lG_fK2D2u19yJ5G-6TzTBVAJkKU8pEnDURi2lkXuRvldYm36Fuhkc1t8sLc9V0kjfq0B_1pmIkm_jJ5yHHwlJt3O1oRzXnvecx_mQeVCkpeeS2_WYPP0RNhE3SnvzIh2hg1g/w400-h195/117749300_10214291441994885_6884156174980518764_o.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grande grupo.</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Ainda no capítulo do "só em 2020", aproveitei para fazer mais algumas coisas que andava a adiar. Uma delas foi subir montanhas pelo sitio mais improvável: a estrada.</p><p style="text-align: justify;">A primeira subida foi a clássica <a href="https://www.strava.com/activities/3740135302" target="_blank">Lousã - Trevim</a>, num percurso de 25km com 1000+. Para a segunda reservei o Santo Graal das subidas de estrada portuguesas: <a href="https://www.strava.com/activities/4511480401" target="_blank">Covilhã - Torre</a>. Esta com sensivelmente a mesma distância, 24km, mais com 1600 metros de subida. Adorei fazer ambas e de certeza que mais se seguirão. Há pelo menos mais 3 na Estrela que gostava de fazer. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGCz9mcUYAebU90dJFM1dBfGOmwfKpcwZj7ri3HIC4ZxZT0SqtOIyWQksh_AYPXnm4M2GL_nXoEpWX_SVyjMH05-_RTGKOzAxNWI64ujPyEM9-uly7rAFch_rVD3QnZcjue-Tp1W0wOVza/s960/132652130_3805004516185457_6312649402742857716_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGCz9mcUYAebU90dJFM1dBfGOmwfKpcwZj7ri3HIC4ZxZT0SqtOIyWQksh_AYPXnm4M2GL_nXoEpWX_SVyjMH05-_RTGKOzAxNWI64ujPyEM9-uly7rAFch_rVD3QnZcjue-Tp1W0wOVza/w300-h400/132652130_3805004516185457_6312649402742857716_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na Estrela, aos 1993m.</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTAULoL4mcY0J8fmBndk9QojdsfQXbSGK_6TpGRpZV0D1p2hHX4w-IFItI1MWgCbCcqMhHivwFfwTQxsZP2bIwL1u9-iAkcN6uMDxHFL_wb6TUKCT_VSWPV3bufo9kdf9ZAe5SKl4tF7WP/s1000/134123728_1134230986994446_866121739108695145_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTAULoL4mcY0J8fmBndk9QojdsfQXbSGK_6TpGRpZV0D1p2hHX4w-IFItI1MWgCbCcqMhHivwFfwTQxsZP2bIwL1u9-iAkcN6uMDxHFL_wb6TUKCT_VSWPV3bufo9kdf9ZAe5SKl4tF7WP/w300-h400/134123728_1134230986994446_866121739108695145_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vista do Trevim.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Este foi também o ano das provas virtuais. Não fiz nenhuma daquelas de estrada, em que se corria num sitio qualquer, enviava-se o tempo e recebia-se uma medalha em casa. Não condeno, cada um tem as suas motivações, mas essas para mim não fazem sentido. Corri algumas no monte, em percursos abertos, marcados ou guiados por GPX. Dou muito valor à malta que meteu estas provas de pé e nunca me importei nada de pagar os preços simbólicos que pediam, mesmo que não houvesse bónus nenhum. Só o trabalho que tiveram a abrir e manter trilhos é meritório! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Passei pelos Trilhos de Óbidos e Arnóia, pelos dois percursos brutais da XFun Race na Serra da Arada, o Grande Treino Secreto da Corredoura, pelo Alcanena Trail Serra d'Aire e Candeeiros e pelo Sartela Virtual, organizado pela malta de Alpiarça. Em todos percebi o empenho das organizações e em todos me diverti bastante! No fim deste post meto os links do Strava para cada um, se quiserem algum track é só pedir. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVJ_WYM4ZOvoeyLSbaZBNMAy1oGf8ObxfzItZ4j62uYzPDnPG80MnxDi8StRmR7JmisPU0oK0dVM5DUrAU81Xt3WHgm6xBYK5CrmXZ5RbwYfi9fcgymgtETLDZ4D6V3JvcEHqyr9eBzmIs/s960/116761825_2614397082146447_1440194830917944883_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVJ_WYM4ZOvoeyLSbaZBNMAy1oGf8ObxfzItZ4j62uYzPDnPG80MnxDi8StRmR7JmisPU0oK0dVM5DUrAU81Xt3WHgm6xBYK5CrmXZ5RbwYfi9fcgymgtETLDZ4D6V3JvcEHqyr9eBzmIs/w400-h266/116761825_2614397082146447_1440194830917944883_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2RQRW-KgorZofyIzdVR_RKmZ3S5jv_odFxJzv7D6wPGUDmhT4AOHXuk0ZmqbQJwi3jXQLT5w_gzfBX3r4Ic8iEINbs-Tqs6b4V0wMlVSxOGpzxIEx8ZMR1QgR1nI2RY50bvQNsowxe1wt/s960/117548420_140531604387040_7398286699134241353_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2RQRW-KgorZofyIzdVR_RKmZ3S5jv_odFxJzv7D6wPGUDmhT4AOHXuk0ZmqbQJwi3jXQLT5w_gzfBX3r4Ic8iEINbs-Tqs6b4V0wMlVSxOGpzxIEx8ZMR1QgR1nI2RY50bvQNsowxe1wt/w400-h400/117548420_140531604387040_7398286699134241353_o.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Duas fotos do grande Fritz, na Arada.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">O fim de 2020 trouxe ainda o luxo de treinar com neve. Dois fins de semana perfeitos proporcionaram dois treinos inesquecíveis na Estrela e na Lousã. Com a companhia de sempre, o João Miguel, corri em neve acabadinha de cair em dois dos meus sítios preferidos.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBerow9ZeegRsRKf_KCZwsrlpo6487On2-fST-bYCbzEQ30pP7oPLAj2xKVyORYJ8DhHY4orEGFFbg-2oorozuDI2Qyqe9L6_MscItlVTY_fxWarFVg25QPzXOnifW6Rhbx1D1oPhhg1Db/s1000/134477532_1056347351512624_7478552181051866357_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBerow9ZeegRsRKf_KCZwsrlpo6487On2-fST-bYCbzEQ30pP7oPLAj2xKVyORYJ8DhHY4orEGFFbg-2oorozuDI2Qyqe9L6_MscItlVTY_fxWarFVg25QPzXOnifW6Rhbx1D1oPhhg1Db/w300-h400/134477532_1056347351512624_7478552181051866357_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estrela</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitduNlpz_HSS_OVwL7DaplVHo6JrybUkh4o3ByyeaGgWJT6XRcItgql5PHGzcwHStBDkKxphYLyE8hCAwKWhVdhyFcLJQZ_5yuEW8zt1I-EVkq7b9gKz_GrVWEE9zwGReh6qD4Bpd3uHlG/s750/134045447_417752706013652_6753535869722136586_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="563" data-original-width="750" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitduNlpz_HSS_OVwL7DaplVHo6JrybUkh4o3ByyeaGgWJT6XRcItgql5PHGzcwHStBDkKxphYLyE8hCAwKWhVdhyFcLJQZ_5yuEW8zt1I-EVkq7b9gKz_GrVWEE9zwGReh6qD4Bpd3uHlG/w400-h300/134045447_417752706013652_6753535869722136586_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estrela</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65IhYxb-oGyh4Ct4Hn9gO4ig4FQhFVxwTVlqoZPJS0f_KHnJ_6QxMB4ulUiFFqqsq3RyC2Hpdk7kcI64iBN8Mybx9bN7doHUWohYGJgWJZiGC2wFqgGwN5YwiQYPZfmzICJvkGsl3Ha8A/s998/134063735_194214429045873_4803666344894291608_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="998" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65IhYxb-oGyh4Ct4Hn9gO4ig4FQhFVxwTVlqoZPJS0f_KHnJ_6QxMB4ulUiFFqqsq3RyC2Hpdk7kcI64iBN8Mybx9bN7doHUWohYGJgWJZiGC2wFqgGwN5YwiQYPZfmzICJvkGsl3Ha8A/w300-h400/134063735_194214429045873_4803666344894291608_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lousã (nota-se muito a cara de felicidade?)</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNEI-KI8qD5cn5z17rnO7TdxVYEBqdan4nUXvlylKTghXt6F-q_ZtsoHM9FeBkjIChS5MprLSLjzhF7mgEFfN7SeHstnHhU00VKhn9u69vtOi0IlfE4cOlXFeuPHtgwnkztP1INiSBCJ0V/s750/134314408_227985288873177_3304072052660190384_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="563" data-original-width="750" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNEI-KI8qD5cn5z17rnO7TdxVYEBqdan4nUXvlylKTghXt6F-q_ZtsoHM9FeBkjIChS5MprLSLjzhF7mgEFfN7SeHstnHhU00VKhn9u69vtOi0IlfE4cOlXFeuPHtgwnkztP1INiSBCJ0V/w400-h300/134314408_227985288873177_3304072052660190384_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lousã</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Por falar em Estrela, e antes de entrarmos na parte dos números do ano, assinalar um facto: 2020 foi o ano em que treinei mais vezes na Estrela! Entre o estágio da APT, a volta no meu dia de anos, a travessia, o Estrelaçor, etc, foram 7 visitas à serra!</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXKG-mcvYtVpEHSv6YYHp3PTQm0TBUbdg4738UkT0fZGsj9LbTsK-78d1b1DNph8SxNPxjWiTxx3ongtVXCrDi54aXAtKyNBULfcqM6TlVlRJCcYxjF0IQ6MtxXUnLCXElf8-S80rflhb/s750/133907079_411859696684596_6428005077850696056_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXKG-mcvYtVpEHSv6YYHp3PTQm0TBUbdg4738UkT0fZGsj9LbTsK-78d1b1DNph8SxNPxjWiTxx3ongtVXCrDi54aXAtKyNBULfcqM6TlVlRJCcYxjF0IQ6MtxXUnLCXElf8-S80rflhb/w400-h266/133907079_411859696684596_6428005077850696056_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aqui a meio dos 43km do Estrelaçor, onde arranquei um inesperado 6º lugar!</td></tr></tbody></table><br /><div>Quanto a números, mesmo com os 2 meses de confinamento e os 2 meses de lesão, acabou por não ser nada mau! Menos que 2019, mas isso já se esperava, até porque alterei a maneira de treinar.</div><div><br /></div><div>Distância - 3840km</div><div>Desnível - 106 mil +</div><div>Tempo - 400 horas</div><div><p style="text-align: justify;">Já os números aqui do blog foram uma vergonha. De longe o ano com menos publicações, 13 com esta. Os visitantes também cairam bastante, mas isso não me chateia muito. Tenho muito orgulho no que tenho aqui feito nos ultimos 8 anos, e mesmo com a popularidade dos blogs a cair a pique, não me vejo a abandonar este cantinho. Obrigado a vocês que aguentaram ler este até ao fim, aposto que são os mesmos que leram os outros 12 que escrevi este ano! </p><p style="text-align: justify;">Resumindo: foi um bom ano de corrida. Mas já passou. Agora, vamos lá a 2021!</p><p style="text-align: justify;">Links para o Strava das actividades principais do ano:</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3044619484" target="_blank">GP Fim da Europa</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3320537787" target="_blank">Maratona em Casa</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3379956942" target="_blank">100km da Adema</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3847347437" target="_blank">Every Single Street Almeirim</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3572833801" target="_blank">Trans'Aire e Candeeiros</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3679975055" target="_blank">Travessia dos Picos do Açor ao Vale Glaciar</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3740135302" target="_blank">Subida Lousã - Trevim</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/4511480401" target="_blank">Subida Covilhã - Torre</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3813718889" target="_blank">Distrito do Porto</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3920498068" target="_blank">Distrito de Santarém</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3711263678" target="_blank">Trail Óbidos e Arnoia</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3881116474" target="_blank">XFUN Race Arada</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/4528612593" target="_blank">Trail Sartela Virtual</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/4538474407" target="_blank">GTS</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/4490024305" target="_blank">Alcanena Trail</a></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p></div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-88037956015047635212020-10-26T19:18:00.008+00:002020-10-27T17:56:04.325+00:00Estrelaçor - Trail Longo (40km) - Somos mesmo estranhos...<p style="text-align: justify;">Nós somos estranhos. </p><p style="text-align: justify;">Às vezes lembramo-nos daquela corrida perfeita, de nos sentirmos bem, da temperatura ideal, a paisagem tirada de um postal... Mas isso é só às vezes. </p><p style="text-align: justify;">Quase sempre, quando vamos ao nosso arquivo de memórias, as primeiras a querer saltar cá para fora são daqueles dias terríveis, de quando batemos no fundo do poço e mal nos conseguimos levantar, quanto mais sair dele. Mas saímos. Invariavelmente saímos, e é isso que fica.</p><p style="text-align: justify;">Foi assim este fim de semana. Hoje, mais de um dia depois, não é de descer a fundo o Vale Glaciar ou de conseguir trotar na calçada romana à saída de Manteigas que me lembro. É de estar aos 1700m, a levar com chuva horizontal que me picava na cara como agulhas, dobrado para a frente para não ser levado pelo vento, a tremer de frio e dentro de água até meio da canela. É esse momento, um dos piores que já passei a nível de clima, que hoje me deixa um sorriso no rosto. </p><p style="text-align: justify;">Pois, somos estranhos...</p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDWe_7bAPHNA_v-F5w4iTaUCebc-TIZ-DLuJM0lNFtIyBqM7kPLr2MMHnACzoDX_vur8n4n8JAQy6DcdPU-XC7A4bgz9z71Jt-Vg8tzJlPXCEaPQJBvUCVKjpZKHAi3V1AmLjB-idUyXlY/s2048/122432990_1458137051242624_4625220358886814354_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDWe_7bAPHNA_v-F5w4iTaUCebc-TIZ-DLuJM0lNFtIyBqM7kPLr2MMHnACzoDX_vur8n4n8JAQy6DcdPU-XC7A4bgz9z71Jt-Vg8tzJlPXCEaPQJBvUCVKjpZKHAi3V1AmLjB-idUyXlY/w400-h266/122432990_1458137051242624_4625220358886814354_o.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do "Bué da Fotos".<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">A minha segunda prova da era DC (depois de Covid) foi na Serra da Estrela, mais uma vez organizada pelo Mundo da Corrida. Inserida num grande fim de semana de trail, que incluía os gigantes 180km, os 100km do campeonato nacional de endurance e do EstrelAçor fazia ainda parte uma prova de 46km, esta ultima sem Açor mas com muita Estrela. </p><p style="text-align: justify;">Primeiro: de louvar o gigantesco esforço do Mundo da Corrida para por esta corrida pé, ainda por cima uma semana depois de terem sido anunciadas novas medidas. Esteve em dúvida até uns dias antes, não imagino o esforço que teve que ser feito para organizar uma prova que passa por tantos concelhos. </p><p style="text-align: justify;">Segundo: a coragem de organizar estende-se à luz verde dada à prova de 46km. A previsão desde o inicio da semana era de temporal, o que se confirmou no dia. Quando cheguei às Penhas da Saúde às 7 da manhã e vi que a partida tinha sido adiada uma hora por causa da chuva temi o pior. Ali, aos 1500m, as condições eram dantescas. Cinco graus, chuva torrencial e vento muito forte. Foi precisa uma grande dose de coragem (e loucura) para mandar 100 pessoas para a montanha naquela manhã!</p><p style="text-align: justify;">Terceiro: nem tudo correu bem com a organização. Mas já lá vamos...</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp4yGJXsTMdjwbaftMluVsROOx2hEsDpt40GkJBgzMgi_uqRjnjOYdZfuK1j4kbo46VQMXbiIUFnCel23ROdl98qo99xx6F-ODzzK1Xff25KFDIvZSk2E77YWxp5a1DfJOBFKyaDCz_KQN/s2048/122701057_361022138516910_4142736050980146555_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1538" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp4yGJXsTMdjwbaftMluVsROOx2hEsDpt40GkJBgzMgi_uqRjnjOYdZfuK1j4kbo46VQMXbiIUFnCel23ROdl98qo99xx6F-ODzzK1Xff25KFDIvZSk2E77YWxp5a1DfJOBFKyaDCz_KQN/w400-h300/122701057_361022138516910_4142736050980146555_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dentro do carro, à espera da partida, com os grandes João Miguel e Alexandre. Lá fora chovia a potes.<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Passava pouco das 9 da manhã quando parti, inserido no meu grupo de 10 pessoas. Debaixo de chuva e muito vento, equipado condignamente, enfrentei os primeiros 3 ou 4km que nos elevariam à cota mais alta do dia, nos 1700m. À medida que subíamos, e relembro que começámos aos 1500, o tempo piorou de uma forma completamente brusca. Foi inacreditável. O vento aumentava de intensidade quando parecia que era impossível piorar, a chuva tornava-se mais pesada e, para piorar, corríamos constantemente com os pés de molho. Os trilhos eram autênticos ribeiros, muitas vezes com água pelos joelhos. O cenário manteve-se na Nave de Santo António, uma clareira plana que mais parecia uma lagoa gigante, corríamos literalmente com água pelo joelho! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrhKO_ElxW1MoMzDwBJ2KwjxC7oXXE8PDbnsXEKEa2FOyPntBezDxISHFioMcs7PY5gZY-QEiKaritp41JuJ_PCH2Njpd1J1BDNZYiM9h28xFr3voha9EwCb6Um68yThyphenhyphenPHfHisWmhuJnN/s2000/122777151_200255334809961_8990096025135347400_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1333" data-original-width="2000" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrhKO_ElxW1MoMzDwBJ2KwjxC7oXXE8PDbnsXEKEa2FOyPntBezDxISHFioMcs7PY5gZY-QEiKaritp41JuJ_PCH2Njpd1J1BDNZYiM9h28xFr3voha9EwCb6Um68yThyphenhyphenPHfHisWmhuJnN/w400-h266/122777151_200255334809961_8990096025135347400_o.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Retirado do Facebook da organização. "Foto do Zé" no trilho que saía da Nave de Sto. António.<br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">A descida ao ponto mais baixo, Manteigas, continuou no majestoso e inevitável Vale Glaciar. Desta vez rejuvenescido pelas dezenas de cascatas que brotavam de ambas as paredes do vale. Lá em baixo toda a água se concentrava numa furiosa linha de água que nos acompanhava, com o som omnipresente de água a correr. Adoro, mas adoro mesmo, estar na serra com chuva. A agua dá vida à serra. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A descida, metade em trilho metade em estradão, pedia velocidade. Assim foi. Ainda com pernas frescas meti ritmos impróprios (abaixo de 4, onde é que já se viu) que trataram de finalmente me aquecer os pés. Estavam uns blocos de gelo desde lá de cima! É claro que este entusiasmo todo ia ser pago lá para a frente, mas que se lixe. À medida que descíamos de altitude a temperatura aumentava, gostava de saber a amplitude térmica que apanhámos nesta prova!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Abastecimento em Manteigas. Toca de meter máscara, roubar meia banana e arrancar logo para a segunda metade da corrida. Tínhamos descido 18km, agora íamos subir 22!</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhisReTkJMfPqY9y_F6lpeZaBhJNVE57AfSk3eeaGJbUP_9T6FLkivLnRvpzA_svcrMv8L-Axd1aJHLib2ushiBqc2SKR4ULhYWAovGTIz0i0L3BkQZldMJKYmxos-HIWe1HPB0tw6uRiz7/s1080/122863787_787155658740795_5984035023241621813_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1080" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhisReTkJMfPqY9y_F6lpeZaBhJNVE57AfSk3eeaGJbUP_9T6FLkivLnRvpzA_svcrMv8L-Axd1aJHLib2ushiBqc2SKR4ULhYWAovGTIz0i0L3BkQZldMJKYmxos-HIWe1HPB0tw6uRiz7/w400-h266/122863787_787155658740795_5984035023241621813_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Do "Bué da Fotos", à saída de Manteigas.</td></tr></tbody></table><div><br /><div style="text-align: justify;">Tínhamos descido pelo fundo do vale, agora íamos subir do lado esquerdo, de volta às Penhas da Saúde. O início da subida foi pela calçada romana, um trilho que já conhecia. As pernas estavam um bocado perras do martelar da descida (cheguei aos 18km com média abaixo de 5'/km), mas decidi meter o trote no inicio da subida e ver até onde dava. Mais rápido ou mais devagar, com mais ou menos tricotar pelo granito, a verdade é que nunca deixei cair o trote! </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estava a ficar entusiasmado com a minha prova. Como expliquei no post do Piodão, passei o verão praticamente parado por causa de uma porcaria de lesão, mas há coisa de mês e meio que tenho andado em crescente de forma e a sentir-me cada vez melhor. Este percurso acabava por ser perfeito para o actual momento. Pouco técnico e sempre corrível, deixava meter um ritmo muito certinho. Mas o percurso estava muuuuito longe de ser a maior dificuldade do dia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_zmGb2IQ3_jg0sTmj39yKklhTBV7TYSMfHw6_Wob1iVxJRiCa0s4i7VHOJycvWZ9TJTumEfSsuoQJKtB-lGIdbIb4spE3t2QdUblFIsUSJCFYxRs5Gv_DUAmEMxf0N7BW5uQgyIZzuxcd/s750/122969400_1334583426903078_3343885258989256079_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_zmGb2IQ3_jg0sTmj39yKklhTBV7TYSMfHw6_Wob1iVxJRiCa0s4i7VHOJycvWZ9TJTumEfSsuoQJKtB-lGIdbIb4spE3t2QdUblFIsUSJCFYxRs5Gv_DUAmEMxf0N7BW5uQgyIZzuxcd/w400-h266/122969400_1334583426903078_3343885258989256079_n.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Num estradão pela Serra. Do "Bué da Fotos".<br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Vou aproveitar esta parte da subida para explicar o que quis dizer com o terceiro ponto lá de cima, para não acabar o post numa nota negativa. Como disse, desde o início da semana que se sabia que no domingo estaria um temporal. A organização decidiu meter em acção o plano B e mudou o percurso do trail longo. O percurso passaria a ter 40km e 1650+ e já não subiríamos à Torre pelo Covão d'Ametade. Aliás, não subiríamos à Torre por lado nenhum! Na altura aquilo caiu-me mal, até fiquei com pouca vontade de ir! É claro que não demorei muito a perceber que a opção foi mais que acertada. O tempo estava mesmo muito agressivo e o trilho que sai do Covão é super técnico. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Agora a parte má. Avisaram-nos que as marcações podiam falhar por causa do vento e chuva e aconselharam a levar o track no relógio. Ok, tudo bem. De facto constatei no percurso que as marcações estavam mesmo muito fracas e, verdade seja dita, tenho dúvidas que na maior parte dos casos tivesse alguma coisa que ver com o vento. Faltavam muitas vezes fitas em mudanças de direção e passei largas dezenas, até centenas de metros sem ver fitas. Mas ok, tinha track. Usei-o do inicio ao fim. O grande problema é que uns dias depois de enviarem o track com o novo percurso fizeram uma publicação no Facebook com uma TERCEIRA versão, a informar que seria o novo percurso. Mau. Saquei o track e meti-o no relógio, foi com ele que comecei a corrida. Felizmente não apaguei o outro, porque não demorei muito a perceber que não correspondia de todo ao que estávamos a fazer, tinham voltado à segunda opção sem avisar ninguém! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não sei quantas pessoas partiram, sei que chegaram 80 à meta, mas tenho a certeza que houve muita gente que se perdeu. É verdade, se calhar alguns deles nem se devem ter dado ao trabalho de meter o track no relógio, mas e aqueles que meteram o errado? Num dia com condições tão extremas ainda por cima a saberem que as marcações estavam fracas foi muito mau não terem reforçado a necessidade de o levar e pior ainda usarem uma versão que não a final! </div><div><br /></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbEM7ECaMx2oDP_7Q6q5hAYMwR46I8lFRpjnEG2iwN537fTGR6tpeANoN7DyIoja8AAbBoR7kM_6mixZvPt9oNVOiJZpLRfKUp3-1XIjVdnInLmsaq_ZKnCSJSt4TYVCzF7Gt2tCdHPtIL/s2048/122763910_1458137404575922_4732571614516116008_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbEM7ECaMx2oDP_7Q6q5hAYMwR46I8lFRpjnEG2iwN537fTGR6tpeANoN7DyIoja8AAbBoR7kM_6mixZvPt9oNVOiJZpLRfKUp3-1XIjVdnInLmsaq_ZKnCSJSt4TYVCzF7Gt2tCdHPtIL/w400-h266/122763910_1458137404575922_4732571614516116008_o.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O segundo (e ultimo) abastecimento, nos Poios Brancos! Do Bué da Fotos.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Pronto, já tirei isto da frente. Também não pode ser só dizer bem!</p><p style="text-align: justify;">Onde é que íamos? Ah, sim, na subida. Depois da calçada romana a subida tornou-se menos constante e inclinada, ia sendo intercalada com patamares planos ou a descer ligeiramente. O tempo, mais uma vez, piorou bruscamente com a altitude e acima dos 1500 tornava-se mesmo muito agressivo. Principalmente quando começámos a correr num planalto completamente exposto. O vento era incrível, houve alturas que tive dificuldade em manter-me de pé! </p><p style="text-align: justify;">Consegui sempre manter o trote nas subidas e correr no plano, mas, por incrível que pareça, NUNCA consegui aquecer! Estava constantemente com os pés dentro de água, com água empurrada pelo vento fortíssimo a entrar por todo o lado do meu impermeável. Corria literalmente a tremer o queixo, com as pernas tensas e perras. Nunca tinha sentido nada assim numa prova, normalmente quando corro o corpo aquece, mesmo naquelas segundas noites em que já nada funciona bem. </p><p style="text-align: justify;">O percurso, cruel, fez-nos percorrer um planalto muito exposto antes do culminar de 22km de subida, numa marco geodésico no Curral do Vento. Foi nessa ponta final, com o marco em vista, que passei o pior/melhor momento da prova. Meti o trote de lado, mãos nas coxas e dobrei-me todo para a frente contra o vento. Com os pés dentro de água até ao tornozelo, fui arfando e tremendo no meio do granito, a lutar com todas as forças contra um desconforto total e absoluto. Quando cheguei ao marco e vi os telhados das Penhas soltei um grito de raiva! PORRA, sentia-me vivo!!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI4OR5yQPskl0cDi2156aJjERHUaL1McikpAvuc8CiV7bJnzR2TzPc4_VvuVKYVsDpd42tx1lM8LuN0d897R7IjkCE2QdZfexYEFuTaSsXk0aiDBsbMc_8wri_iJEjU3GU71ihmHURCq5x/s2048/122406758_1458138184575844_2791475006565071792_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI4OR5yQPskl0cDi2156aJjERHUaL1McikpAvuc8CiV7bJnzR2TzPc4_VvuVKYVsDpd42tx1lM8LuN0d897R7IjkCE2QdZfexYEFuTaSsXk0aiDBsbMc_8wri_iJEjU3GU71ihmHURCq5x/w400-h266/122406758_1458138184575844_2791475006565071792_o.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chegada à meta, num dos raros momentos em que o vento forte empurrou as nuvens e deixou brilhar o sol. Foto do Bué. <br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Abriguei-me no secretariado e deram-me um copo grande de chá quente, mas estava a tremer de tal maneira descontrolada que não conseguia segurar no copo sem o entornar todo. Troquei umas palavras com o Hugo Água e o Orlando Duarte e fui a tremer para o carro, onde me vesti. Demorei pelo menos uma hora até me sentir minimamente quente! Lá fora a chuva caía cada vez mais forte. Fui vendo o pessoal a chegar, incluindo os meus companheiros João e Alexandre, todo uns verdadeiros vencedores que sobreviveram a um dos dias mais agressivos que apanhei numa prova. </div></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ5CW6cMEF5iRBrvl65lZTr-wsRlJBqNePO7V8dWvdvpvh-hSoZS3x0UOZc09ebiZWuFSf8V9GzOX-uqg8pUEAiWqgjHf_yqC8k5vX_I1UrhNQA9n_N5O7JvwkdyWQqMtww9ydX2v6II8U/s2048/122892488_401658101220188_8464823331320630510_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ5CW6cMEF5iRBrvl65lZTr-wsRlJBqNePO7V8dWvdvpvh-hSoZS3x0UOZc09ebiZWuFSf8V9GzOX-uqg8pUEAiWqgjHf_yqC8k5vX_I1UrhNQA9n_N5O7JvwkdyWQqMtww9ydX2v6II8U/w300-h400/122892488_401658101220188_8464823331320630510_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Prémios finisher do Piodão e Estrelaçor. Dos mais giros e originais que já vi!<br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">O resultado final foi um "não tão bom como parece" 6º lugar, em 4h21 para os 41km com 1650+. É claro que este brilharete só foi possível porque não estavam lá muitas trutas. Mas fiquei muito contente por voltar a fazer uma prova a sentir-me em forma. Venha a próxima, seja lá quando e qual for!</div><div><br /></div><div><a href="https://www.strava.com/activities/4241869145/overview" target="_blank">Link para o Strava.</a><br /><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p></div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-9457456831556379362020-10-04T12:45:00.001+01:002020-10-04T12:45:47.433+01:00Piodão Trail Running (25km) - Espera lá, isto foi uma prova?<p style="text-align: justify;">Sete meses depois do <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/03/ultra-louzantrail-43km-foram-so-mais.html" target="_blank">Ultra Louzantrail</a>, num mundo completamente diferente do de Março passado, foi dia de voltar a colocar um dorsal. O Trail do Piodão, inicialmente programado para Abril, seria o ultimo teste para o MIUT, que aconteceria 3 semanas depois. Neste universo paralelo a esse que deixámos em Março, o Trail do Piodão foi o dia de voltar a sentir o que é uma prova. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmyQ5XWuzzrVbezs8v4ZX0T4pKQG0ZFpKrj0CkucAkFmz7-4Qbctw0NOQK091iWbQKlpm2qHmnvIujG5c3one_ouwwfmjSGF4yB-mrLzis30nfcQYdFkyVUR6B8XoewQVOgI66GgTbXEKM/s2048/120814506_3823883064306570_7992584727829726634_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmyQ5XWuzzrVbezs8v4ZX0T4pKQG0ZFpKrj0CkucAkFmz7-4Qbctw0NOQK091iWbQKlpm2qHmnvIujG5c3one_ouwwfmjSGF4yB-mrLzis30nfcQYdFkyVUR6B8XoewQVOgI66GgTbXEKM/w300-h400/120814506_3823883064306570_7992584727829726634_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tirei esta foto no dia da Travessia Arganil - Manteigas, da estrada que vai para o Piodão. Não foi no dia da prova mas conta na mesma!<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Antes de começar, um pequeno throwback. Lembram-se <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/08/xfun-race-3-em-1-na-serra-da-arada.html" target="_blank">daquele dia na Serra da Arada</a>? De como foi espetacular e a fundo e à antiga? Pois bem, foi um bocado de mais. As pernas, que já estavam ofendidas dos 66km que tinha feito pelas<a href="https://www.strava.com/activities/3847347437" target="_blank"> ruas de Almeirim</a> na semana anterior, não aguentaram as descidas da Arada. Passei o limite e agarrei um porcaria de uma lesão na coxa direita que me atazanou o verão inteiro. Estive a pensar e a ultima vez que tive uma lesão foi em Junho de 2018! Na verdade, este era o fim de semana em que embarcaria nas segundas 100 milhas da minha vida, desta vez no Gerês. Inscrevi-me no primeiro dia! Enfim, 2020 a ser 2020... Depois de mês e meio em que fiz mais quilómetros a caminho da marquesa do que a correr, há duas semanas voltei a correr minimamente confortável. No entanto, foi só na sexta feira, a meio da tarde, que decidi ir ao Piodão, depois de trocar meia dúzia de mensagens com o João Miguel, que me faria companhia. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDBOnUGjYtQ3QAJjh6Yk0220y3iNT7UEN5jh52gWjegHtA7cekVRRl-s7jRM8M_4GIiJ01DPSHrnTrRHS6UwbZ6Id4nzM1nEFTGxQMRhSp9O536aSoT7p7AM31Jt5cDlMmK-weGJhhT9bc/s2048/120846931_4055634757796686_5767147105892129755_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDBOnUGjYtQ3QAJjh6Yk0220y3iNT7UEN5jh52gWjegHtA7cekVRRl-s7jRM8M_4GIiJ01DPSHrnTrRHS6UwbZ6Id4nzM1nEFTGxQMRhSp9O536aSoT7p7AM31Jt5cDlMmK-weGJhhT9bc/w300-h400/120846931_4055634757796686_5767147105892129755_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Piodão, também tirado no outro dia.<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Nos nossos dorsais constavam duas informações diferentes do habitual: uma fazia referência ao uso obrigatório de máscara, a outra informava sobre a hora da nossa partida. 9:22 para mim. Estranho mundo novo...</p><p style="text-align: justify;">Chegamos ao Piodão um bocadinho antes das 9. Equipámo-nos ao pé do carro no meio de tremeliques provocados pelos 6 graus que se faziam sentir na altura. Lá em baixo, no centro da vila, o Hugo Água dava ordem de partida ao primeiro bloco de atletas da prova dos 25km. Seguir-se-iam novos grupos de 3 em 3 minutos, ou o tempo suficiente para reunir 10 pessoas. Perto da meta um conjunto de atletas de máscara aguardava pacientemente que chegasse a sua vez de entrar no garrafão da meta. Um ambiente tão frio quanto a temperatura que se fazia sentir. Sem sorrisos nervosos, abraços ou aquelas conversas típicas de inicio de prova... Depois de ver o João a passar o controlo, foi a minha vez de entrar no bloco. Como um empregado de uma fábrica, piquei o ponto e juntei-me a meia dúzia de companheiros debaixo do pórtico. O Hugo, coitado, tentava dar a habitual animação ao momento, mas a solenidade da partida ficou no outro universo. Enfim, 9 e tal, depois de um 3, 2, 1 e uma buzinadela, lá partimos. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi35QGMWcrp8viQQq1mrL7dTnwR8tqf-ZX9r1_4TFwUUbRu-Q7qnycURESyzH4J7dLLMoZERcLC01XzjJrLhilaGK9LtRWwehkRDlIQD6I-oJme23Ubvf6y9383pZ820P05Y5xuZHNOHCQn/s1152/perfil.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="648" data-original-width="1152" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi35QGMWcrp8viQQq1mrL7dTnwR8tqf-ZX9r1_4TFwUUbRu-Q7qnycURESyzH4J7dLLMoZERcLC01XzjJrLhilaGK9LtRWwehkRDlIQD6I-oJme23Ubvf6y9383pZ820P05Y5xuZHNOHCQn/w400-h225/perfil.png" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">1400+ divididos em duas subidas. Perfeito!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;">Duzentos metros depois, uma placa a informar que podíamos tirar a máscara. Assim o fiz, dobrei-a e guardei-a na mochila. De repente vi-me no meio dos corredores estreitos ladeados pelas casas de xisto do Piodão. As primeiras queixas das pernas enquanto subia a trote uma escadaria, o primeiro alívio quando abri a passada na descida, a primeira sensação de euforia quando entrei no espetacular trilho que nos levaria até à Foz d'Égua... De repente senti a necessidade de subir o ritmo quando o trilho limpava, de apertar a passada nas ligeiras subidas. Senti o pulso a subir e a respiração a ficar pesada. A adrenalina a subir, as curvas, as pedras, as árvores a arranharem os braços. Espera lá, isto é mesmo.....uma prova??</p><div style="text-align: justify;">Terceiro km, Foz d'Égua. Base a primeira subida. Seguiam-se 7km quase sempre com desnível positivo, com passagem por Chão d'Égua, onde estava o primeiro abastecimento, no qual nem abrandei. Esta parte da prova era igual à que tinha feito em 2016 e 17, na distância ultra e ainda há 2 ou 3 meses lá tinha passado na <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/06/dos-picos-do-acor-ao-vale-glaciar.html" target="_blank">Travessia Arganil - Manteigas</a>, era a quarta vez que passava naquele estradão aos ésses, que nos levaria vagarosamente à cota 1300. Desde a primeira vez que lá passei sempre fiquei com a ideia que era uma excelente subida para fazer a trote. Mas por falta de pernas ou, no caso da travessia, economia de esforço, nunca tinha tentado ou conseguido. Desta vez não escapava. Meti um trote económico e tão constante como o desnível que nos embalava. As pernas foram-se soltando ao longo dos 4km e 500+ e cada vez me sentia melhor, à medida que ia passando companheiros. Seriam do meu grupo? Da distância ultra? De grupos que partiram à frente? Não faço ideia... Fui fazendo a minha corrida sem a menor noção da minha posição relativa. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJrXXnNZmDEC-dQ_QtlFfcv6wq-omJhpt_gkGIzdsGuke5aOtj7Hf50yGR3AgCNBPW43EKp39qaFeEglJkT7eiQhC7liscLzvSKJMHJf2qNwn2BrF55n-g_xjV9p2Y18_Pw7IIFG7HivN_/s1440/120601313_1249070048794476_3885479981398203120_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="1440" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJrXXnNZmDEC-dQ_QtlFfcv6wq-omJhpt_gkGIzdsGuke5aOtj7Hf50yGR3AgCNBPW43EKp39qaFeEglJkT7eiQhC7liscLzvSKJMHJf2qNwn2BrF55n-g_xjV9p2Y18_Pw7IIFG7HivN_/w400-h225/120601313_1249070048794476_3885479981398203120_o.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O estradão da subida. Tirado do Facebook da organização.<br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Lá em cima abandonámos o estradão e entrámos no trilho que nos levaria até Malhada Chã, em 5km de descida. A sensação de passar do trote e ter pernas para aumentar o ritmo na descida é impagável, as saudades que eu tinha! Ainda por cima fiz toda a descida completamente sozinho. Só eu, a minha respiração, concentração no trilho por vezes bastante técnico e o barulho da minha passada. Uma vozinha avisava-me para não abusar, é precisamente nas descidas que a coxa dá sinal. Portei-me bem, não fui à maluca. Apesar das pernas ainda terem reservas e a dor não ter aparecido sabia que as consequências apareceriam mais tarde. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEWjk1XDUEa3VaapTVRUt10V911Ang0o6rPaMsuV6lfhrrqNCZzOQSUqT-X95Ih_fEUrpxtIcCwcqSX1e_1QrxLcD4aMwNbvr0cIsAHrtXwsrQ-bRm6r2jCCqiifxt6-LsotxeAhPmpgqo/s2048/120839246_367007374679733_7833714730483921864_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEWjk1XDUEa3VaapTVRUt10V911Ang0o6rPaMsuV6lfhrrqNCZzOQSUqT-X95Ih_fEUrpxtIcCwcqSX1e_1QrxLcD4aMwNbvr0cIsAHrtXwsrQ-bRm6r2jCCqiifxt6-LsotxeAhPmpgqo/w300-h400/120839246_367007374679733_7833714730483921864_n.jpg" width="300" /></a></div><div style="text-align: center;">Visto no fim da primeira subida. Também tirada na travessia.</div><p style="text-align: justify;">Início da segunda subida e fiz, pela primeira vez no dia, uns metros de subida a passo, num trilho mais inclinado. Quando entrámos num estradão parecido com o primeiro voltei a trotar em direção ao marco geodésico. As pernas continuavam lá, o que me muito me surpreendeu pela positiva, já que tenho treinado mesmo muito pouco. Virámos a ultima montanha e já se via Piodão lá em baixo, seguiam-se 5km a descer, metade em estradão metade em trilho. Desta vez as reservas já foram bem maiores que na primeira descida, já que a coxa deu sinal, mas mesmo assim foi a muito bom ritmo que fiz a descida final que me deixou no Inatel do Piodão, 2h41 depois!</p><p style="text-align: justify;">Cruzei a meta ofegante, de máscara, e desliguei o relógio. Como expliquei lá atrás, fiz a prova em contra relógio, não fazia ideia se andava a ganhar ou a perder posições, mas isso não me impediu de deixar lá tudo! A classificação on-line esclarece que fiquei em 13º. Ok, eu aceito! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh9k2HA3QOxfzo1uEuYF5KFNoOQz9NTGCnirzguTkiiLPrtSyPkJO97Jh_qgO-m7uZJAm3urZD_T4uhEssGniyH96JhKp-6Uv_9vnKO9A34lnDahf_Z9m-6OpAw-bu7S_yeMdLF5qaBWDG/s2048/120876075_342961026975320_5065097566937714246_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1538" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh9k2HA3QOxfzo1uEuYF5KFNoOQz9NTGCnirzguTkiiLPrtSyPkJO97Jh_qgO-m7uZJAm3urZD_T4uhEssGniyH96JhKp-6Uv_9vnKO9A34lnDahf_Z9m-6OpAw-bu7S_yeMdLF5qaBWDG/w300-h400/120876075_342961026975320_5065097566937714246_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A única foto do dia!<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Mas se durante as 2h41 anteriores voltei ao mundo pré-covid, o ambiente na meta voltou a lembrar-me da nova realidade. Muito pouca gente, sorrisos e esgares de esforço tapados pelas máscaras... Sentei-me um bocado sem falar com ninguém enquanto esperava pelo João para poder finalmente extravasar um bocado a euforia que sentia. É essa a principal diferença neste universo paralelo. O convívio pré e pós prova desapareceu e isso faz muito mais falta do que eu imaginava!</p><p style="text-align: justify;">Mas nem tudo é mau! A prova foi espetacular e soube-me pela vida voltar a sentir-me dentro da competição. Nunca pensei que me fizesse tanta falta, principalmente porque nunca competi com muito mais que eu próprio! Fez-me ver que é possível haver provas nesta merda de mundo novo, é possível alguma normalidade. As coisas hão-de voltar ao que eram, até lá vou aproveitar todas as migalinhas e fazer o que mais gosto: correr!</p><p><a href="https://www.strava.com/activities/4144657254/overview" target="_blank">Link para o Strava.</a></p><p><br /></p>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-23420901698859169402020-08-16T20:52:00.000+01:002020-08-16T20:52:07.440+01:00Distrito de Santarém - Pico Aire (679m)<div style="text-align: justify;">Quando fiz a lista dos cumes correspondentes a cada distrito reparei que a grande maioria até já tinha subido. Haviam dois mais óbvios: Lisboa (Montejunto) e Santarém (Aire). De facto, acho que já subi mais de 100 vezes cada um deles! Pensei se faria sentido incluí-los na minha lista, afinal quase todas as semanas lá vou, por outro lado o que não faria mesmo sentido era retirar deste projecto as duas serras que mais me dizem em Portugal! Decidi avançar, mas com uma condição: o treino teria que ser guiado por alguém que tivesse lá ido ainda mais vezes que eu. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJMOk6uL1TlPD6yy2ABPp_R6OJxOOuUgkS7u2S9en6OHTe8efYs1RbCK1Y-ETnOCKNj6ychxHcc42BjWv6OJyLvAtP5My2NHLRxEdTVJqYA-JFl2U7SWnTdBvFsvxwFZnzp_KAQT797KCh/s2000/98301567_2861681740567437_1066715691295440896_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="2000" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJMOk6uL1TlPD6yy2ABPp_R6OJxOOuUgkS7u2S9en6OHTe8efYs1RbCK1Y-ETnOCKNj6ychxHcc42BjWv6OJyLvAtP5My2NHLRxEdTVJqYA-JFl2U7SWnTdBvFsvxwFZnzp_KAQT797KCh/w512-h384/98301567_2861681740567437_1066715691295440896_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Vale Garcia. Fotografia tirada num outro treino<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A escolha para o distrito de Santarém, o meu distrito, era mais que óbvia. Com certeza absoluta a pessoa em Portugal que pode afirmar com mais propriedade que aquela é a sua Serra. Mostrou-a aos amigos, à família e a milhares de pessoas, através da organização do Trail do Almonda, que vai para a 11ª edição. Um dos mais antigos e respeitados ultra-maratonistas em Portugal! Pois claro: o Aníbal Godinho!</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw3cNLzJhvShm4aHKr2Knakt-fyMuc4K4rseA9kvvZA0Exl2d1zgReLO3ML6WFo3U0gntIzycAgStkg1pn161x1R_itYyxxMHYCXEsci9I1u6ytwzbNjJeYx_O5cBF_-cjrFM4eG6ax8Wx/s960/117819029_10214291440714853_8563396080436997561_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw3cNLzJhvShm4aHKr2Knakt-fyMuc4K4rseA9kvvZA0Exl2d1zgReLO3ML6WFo3U0gntIzycAgStkg1pn161x1R_itYyxxMHYCXEsci9I1u6ytwzbNjJeYx_O5cBF_-cjrFM4eG6ax8Wx/w512-h384/117819029_10214291440714853_8563396080436997561_n.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu sei que a malta lá atrás está desfocada, mas eu também queria era mostrar o Aníbal!</td></tr></tbody></table><div><br /><div style="text-align: justify;">O encontro com o Aníbal estava marcado para as 8 de Domingo. À hora certa lá estava com o João Miguel, meu companheiro de Almeirim em tantas dessas dezenas de incursões a Aire, para nos juntarmos a um grupo muito porreiro de malta da equipa Caracol Trail Running e outros amigos, como o ilustre Hugo Água e o Rui Lopes, que vieram de Coruche. Como sempre acontece nestes treinos em grupo (pelo menos a mim, que não o faço com muita frequência) os normais constrangimentos de meter conversa com pessoas com quem não convivemos habitualmente desaparece no preciso momento em que se inicia o cronómetro. De repente éramos todos amigos de longa data, irmãos de armas a contar histórias de batalhas passadas! </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZFR6CGWHCV7jLaCM1G3WYIStlcn9BgHDZLZNciXSVjBwv8RVMvCVz6ibDBzq7ARkt02_KKRiIAg_QytFT56526Tcym4q11leKtablAwIfYqfsqpkFRbvUa5emkA6TbZFf_KGtzbbEar9A/s1316/117737788_10214291442674902_6697015043044419571_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="1316" height="249" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZFR6CGWHCV7jLaCM1G3WYIStlcn9BgHDZLZNciXSVjBwv8RVMvCVz6ibDBzq7ARkt02_KKRiIAg_QytFT56526Tcym4q11leKtablAwIfYqfsqpkFRbvUa5emkA6TbZFf_KGtzbbEar9A/w512-h249/117737788_10214291442674902_6697015043044419571_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com o grande Henrique Dias.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar da Serra d'Aire, pertencente ao Parque Natural das Serra d'Aire e Candeeiros (para quem não conhece, quando se vai na A1 para Norte, Aire é a serra que fica do vosso lado direito), estar a menos de 45 minutos da minha casa, confesso que até há coisa de dois não ia lá assim tantas vezes. Descobri Montejunto mais cedo, há 5 ou 6 anos, e fiz o erro de me acomodar lá. Mas Aire lá estava, proeminente, visível a quilómetros de distância em qualquer sitio da nossa Lezíria. Sabia que mais cedo ou mais tarde ficaria intimo dela.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Primeiro foi o Fojo, um trilho pelo qual me apaixonei. Subi-o e desci-o dezenas de vezes, numa espécie de introdução a Aire. Lentamente fui juntando trilhos, imaginando ligações, pesquisando dezenas de treinos do Aníbal e outros habituais e através de muito corte e cola de tracks fui entrando na Serra. Agora já temos uma relação. Imagino percursos e sei por onde ir se quiser alguma coisa mais rolante ou meter mais desnível. Conheço os trilhos mais bonitos e vistosos e as pedras mais desconfortáveis. Os pontos de água e os diferentes pontos de encontro.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEd8J8iVqmcRNOtlkqEIm68QNb5mQjFLgaDGnTvsLt9nm1B9fV9KcFgmJuRQBmnaQwJ0_qU8iTP-Rhmsj6NswlzJ8EW0CEkD3WlM5qK9HFDgGlhP1Yk27cFLUm-EI-w9dZtJ1UeeSIHYvS/s960/117935524_1664709193696339_5882864206184903069_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEd8J8iVqmcRNOtlkqEIm68QNb5mQjFLgaDGnTvsLt9nm1B9fV9KcFgmJuRQBmnaQwJ0_qU8iTP-Rhmsj6NswlzJ8EW0CEkD3WlM5qK9HFDgGlhP1Yk27cFLUm-EI-w9dZtJ1UeeSIHYvS/w384-h512/117935524_1664709193696339_5882864206184903069_n.jpg" width="384" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do Fojo, numa madrugada destas.<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Começámos por subir um dos meus velhos conhecidos: o trilho dos medronheiros, que liga com o Fojo para formar o meio km vertical de Aire. Um trilho muito inclinado, difícil, no meio de árvores, silvas e medronheiros. A ligação foi feita ao muito recente Trilhos dos Escuteiros, talvez o mais percorrido da serra nos últimos meses e um dos meus preferidos. 3km de subida muito variada, com patamares, muita pedra, zigue-zague e entrada e saída de bosques. Talvez o trilho mais desafiante da serra! A ligação ao parque de merendas, na face norte da serra, foi feita por um muito massacrante estradão coberto de brita de calcário, mas este é daqueles que vale a pena porque dá acesso a um dos melhor caminhos da serra, o trilho que faz o planalto inteiro, subindo ligeiramente até às antenas e ao Pico Aire. Inclinação pequena, muitas curvas e contra-curvas, uma maravilha para fazer toda a trote quase sem esforço! Lá em cima picámos o ponto no marco do Pico, ponto mais alto do distrito de Santarém com 679m e finalmente descemos pelo meu primeiro amor nesta serra: o Fojo. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foram 22km com 1000D+. Andámos a bom ritmo, foi um bom treino! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim7y-iGrFqSXdZCfabSLjEmV7UUt_JzU-4wYfv4Lo6HMGe7iCMhVQNdApmJyIfRbz3KX439fpytombenqrFyc-MndFLVeUspzd9ZDIJldPfz0q6heYwtwL3Eicnv5rWFS7ahUrheUCaAq5/s1316/117749300_10214291441994885_6884156174980518764_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="1316" height="249" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim7y-iGrFqSXdZCfabSLjEmV7UUt_JzU-4wYfv4Lo6HMGe7iCMhVQNdApmJyIfRbz3KX439fpytombenqrFyc-MndFLVeUspzd9ZDIJldPfz0q6heYwtwL3Eicnv5rWFS7ahUrheUCaAq5/w512-h249/117749300_10214291441994885_6884156174980518764_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">679 metros. Pico Aire<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas... sabem que mais? Isso não interessa nadinha! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como já expliquei no post do Marão, este "projecto" é muito mais do que treinar e subir aos marcos geodésicos. O que eu queria mesmo era ouvir as historias sem fim do Aníbal, conhecedor em primeira pessoa de tudo o que é corrida fora de estrada em Portugal, conversar com o Henrique sobre treino, trabalho e tudo e mais alguma coisa, ficar a conhecer a campeã Tetyana, falar com ela sobre o seu filho campeão de natação. Encontrar o Carlos, com quem tinha partilhado uns km o ano passado no Almonda, e o Ricardo. Rir com o Hugo enquanto as conversas fluíam já no Centro Escolar do Pedrogão, onde comemos um delicioso bolo de cenoura feito pela mãe do Henrique. Queria mesmo era ver o olhar orgulhoso do Aníbal e companhia, enquanto lhes explicava quais eram os meus trilhos preferidos da serra. É claro que conhecia o percurso. Conhecia-o de trás para a frente! Mas fazê-lo com o Aníbal foi impagável e precisamente o que eu quero que isto seja.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc9ZjGVjXOJo-d3_CacywjKeZmNKXFBTyK1sVFcv-m9xevsR3QNmQR6JZC87W60N7nH-KBtoXVpybcTXXVkpPl8xJzKnwrU_1KSxAbJWXJsdIXZmrTvBjo2uzWd1LvUgV4M_Zn3E5CA9Aj/s1316/117977020_10214291444914958_4321792645866302021_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="1316" height="249" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc9ZjGVjXOJo-d3_CacywjKeZmNKXFBTyK1sVFcv-m9xevsR3QNmQR6JZC87W60N7nH-KBtoXVpybcTXXVkpPl8xJzKnwrU_1KSxAbJWXJsdIXZmrTvBjo2uzWd1LvUgV4M_Zn3E5CA9Aj/w512-h249/117977020_10214291444914958_4321792645866302021_o.jpg" width="512" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas é claro que não podia ficar por aqui. Depois de um banho tomado nos balneários do centro escolar, seguimos para casa do Aníbal para almoçar! Basicamente fomos do quintal dele para casa dele, faz sentido. Lá se juntaram os filhos do Aníbal, o grande Tiago Godinho, que de certeza conhecem, e a simpática Joana, que deviam conhecer. A Maria do Rosário, mulher dele, os vizinhos do lado (literalmente), a Sara, o Hugo, o João Miguel.... Mais de 3 horas de almoço, entre amigos e família. A conversa era infinita, por entre km e km de trilhos e provas, risos e histórias intermináveis. Impossível pedir mais: correr em casa e sentir-me em casa. Entre amigos. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O distrito de Santarém está riscado da lista, mas algo me diz que as visitas a Aire vão continuar por muito e bom tempo. </div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-25644842090877235652020-08-11T16:40:00.004+01:002020-08-11T17:04:38.693+01:00Xfun Race - 3 em 1 na Serra da Arada<p style="text-align: justify;">Sou fã da malta do Spotcriativo Eventos. A primeira prova que fiz deles foi a Zela, logo na primeira edição, desde então já corri duas vezes no Pisão e outra na Arada Night Race. Têm sabido criar provas com uma identidade muito própria, principalmente aquelas que acontecem na magnifica Serra da Arada, cujas encostas exploram a fundo, não se limitando a aproveitar os muitos trilhos existentes. Para este ano tinham grandes planos, como uma prova de etapas a acontecer em Junho, mas claro que isso foi tudo ao ar. Como compensação souberam adaptar-se à nova realidade e criaram alguns desafios muito interessantes. Primeiro uma corrida vertical no Caramulo (palco da Zela) e agora a XFun Race, na Arada, onde participei no fim de semana passado (continua activo até dia 15 de Agosto).</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO_ddX4q_0Q6zuA8e8_jY58FlppQ1cbgbsy2w0D90iSIZXJbzHsTM09ltPkx9zilHxDJxqtOcvNFUJukf_9zEAe7YRgZsLo3jSg4gWRJq20Sddm3mxSvL48H2Yy9qGgKkA9_4lPLiGe3NI/s2000/117331930_140530331053834_3836244886080262797_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1334" data-original-width="2000" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO_ddX4q_0Q6zuA8e8_jY58FlppQ1cbgbsy2w0D90iSIZXJbzHsTM09ltPkx9zilHxDJxqtOcvNFUJukf_9zEAe7YRgZsLo3jSg4gWRJq20Sddm3mxSvL48H2Yy9qGgKkA9_4lPLiGe3NI/w512-h342/117331930_140530331053834_3836244886080262797_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Ah, até me estava a esquecer de outro atrativo das provas do Spotcriativo: a probabilidade de ficarem com uma fotografia tirada pelo Fritz é muito grande!</span><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">O desafio consiste em dois percursos a rondar os 12km e 1000+. Dentro de cada um exista uma subida mítica da Arada. A primeira é a subida do Fujaco (todas as distâncias do Pisão lá passam) e a segunda a subida da aldeia da Pena, que inclui o Trilho do Morto que Matou o Vivo e o Monstro da Pena. Daqui resultavam 4 classificações: uma para cada percurso completo e uma para cada subida. A orientação é feita pelo track, não há marcações, e o tempo para a classificação é retirado de segmentos do Strava. Simples. Bora lá.</span></p><p style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha5F77zB9101PEBOfTdfbzrDegYOX83S6BiC01mYc5tQ5LE5SlOIxoVogCx_uVi87Pqodsdxtp4RUClWqQP_C4FsD4rA4lRCOATLBfYmoxe-8xuTEFA2gT3rjC0B9CyiYNhUrAQxgCbsA7/s1669/117431855_140968867676647_4134557136515091177_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1113" data-original-width="1669" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha5F77zB9101PEBOfTdfbzrDegYOX83S6BiC01mYc5tQ5LE5SlOIxoVogCx_uVi87Pqodsdxtp4RUClWqQP_C4FsD4rA4lRCOATLBfYmoxe-8xuTEFA2gT3rjC0B9CyiYNhUrAQxgCbsA7/w512-h342/117431855_140968867676647_4134557136515091177_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Eu disse que valia a pena pelas fotos!</span><br /></td></tr></tbody></table><span style="text-align: left;"><br /></span></p><p><b>Percurso do Fujaco - 13km, 1080D+</b></p><p style="text-align: justify;">Às 6 da manhã já estava ao pé das eólicas, nos 1000m, com o João Tomás (devem lembrar-se dele de aventuras como a travessia do Parque da Serra d'Aire e Candeeiros e da de Arganil - Manteigas). Tínhamos dormido a noite anterior na Pousada da Juventude de São Pedro do Sul e saímos às 5:30 para começarmos a correr ao nascer do dia. Já lá estava o grande Samuel, aka FRITZ, fotografo por excelência da Arada mas sobretudo um gajo super porreiro. O sol ainda demoraria uma boa meia hora a nascer, por isso aproveitamos para conversar um bocado com o Fritz enquanto tomávamos o pequeno almoço trazido numa box da Pousada (excelente opção para pernoitar quando se quer treinar na Arada, Freita ou Caramulo!). Entretanto juntou-se o Sérgio, mentor do Spotcriativo, e às 6:40, minutos depois do nascer do sol, lá partimos.</p><p style="text-align: justify;">Já conhecia praticamente todo o percurso do Fujaco das participações no Pisão. Começámos mesmo em cima de um dedo da Garra, num trilho espetacular e técnico (como foram todos) que nos afundaria bem até ao fundo do vale, aos pés de Gourim. Há uns meses passei ali com água pelo meio do peito, desta vez mal molhei os pés. </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikpGIN93qc6-OInnDVy9ujNQbzjDZZ7kULXvKxtDhE5y4RqdYVJ4Ve9WHt0TdvZa-IqIorpecWlaOf18XiCe_Y6rt01LBHE-w0aRb7P97wDozBqIVxQ8BwE6dRtbL6epSxXlvHdjQ5w4oP/s2000/117221732_140530871053780_5825299134600185501_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1334" data-original-width="2000" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikpGIN93qc6-OInnDVy9ujNQbzjDZZ7kULXvKxtDhE5y4RqdYVJ4Ve9WHt0TdvZa-IqIorpecWlaOf18XiCe_Y6rt01LBHE-w0aRb7P97wDozBqIVxQ8BwE6dRtbL6epSxXlvHdjQ5w4oP/w512-h342/117221732_140530871053780_5825299134600185501_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">A descer a garra. Aquela estrada a serpentear foi onde o Tiago Ferreira bateu o record de subida em 24h de BTT, lembram-se? Foto do Fritz.</span><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">É claro que perdi logo o João de vista (só para verem o nível, está no pódio das 4 classificações), mas isso não me impediu de descer a fundo, como já não fazia há meses! Quando comecei a muito inclinada subida já ia ofegante e com as pulsações bem lá em cima. Que saudades! Mãos nos joelhos, dobrado para a frente e toca a içar-me pelos trilhos xistosos. Mesmo sem abrandar ainda saquei do telemovel para tirar uma foto à Garra antes de começar a descer. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_um_xHNsw1yrG2dSwYneu2_EkBDlx1ooOhq9O1Nw3_13Ns77Y0KYbo3sP_9mC1rXcLjHOK8Ja3NNPTrLOkEcPJQ8cscOpr32hJauoM_YkggZ5OfoR6b9ViwX2sAuyXn6mZlkLBGHFwnP/s960/117641502_306073667406543_8621047082328362248_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_um_xHNsw1yrG2dSwYneu2_EkBDlx1ooOhq9O1Nw3_13Ns77Y0KYbo3sP_9mC1rXcLjHOK8Ja3NNPTrLOkEcPJQ8cscOpr32hJauoM_YkggZ5OfoR6b9ViwX2sAuyXn6mZlkLBGHFwnP/w384-h512/117641502_306073667406543_8621047082328362248_n.jpg" width="384" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Fritz, desculpa meter uma foto minha aqui no meio das tuas!<br /></span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O modo era totalmente de prova. E prova rápida! Por isso, por cima de Gourim, dei só uma espreitadela ao relógio para saber a direção e lancei-me num trote esforçado para vencer os últimos metros de desnível positivo antes de começar a descer pelo estradão do Fujaco. Aí, mais uma vez, foi abrir a passada e martelar todos os músculos das pernas que passaram os últimos meses a folgar! </p><p style="text-align: justify;">Restava agora a demolidora subida do Fujaco. Mais ou menos 4.5km e 700+, com o desnível concentrado quase todo nos primeiros 2km. Não é uma subida muito técnica, o chão é em xisto solto e dá para meter uma passada constante, mas ao facto de ser muito longa e inclinada juntou-se um dia muito quente, mesmo àquela hora da manhã! </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX8-JdJXOq6pXqht0rZY4AwiTa-aym8xxFGpgtnQOzgKe8e6MXuDRm2qOHlr70IDO73FHGPJwTwTVeDwn1McuSjQzeqgUnPWRfdEMzOHNCJ-x9-vE4ScfkYz2w4-tVuEzKWIK5f6cGfQH-/s960/117640912_140531307720403_3846394823417305577_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX8-JdJXOq6pXqht0rZY4AwiTa-aym8xxFGpgtnQOzgKe8e6MXuDRm2qOHlr70IDO73FHGPJwTwTVeDwn1McuSjQzeqgUnPWRfdEMzOHNCJ-x9-vE4ScfkYz2w4-tVuEzKWIK5f6cGfQH-/w512-h512/117640912_140531307720403_3846394823417305577_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Acham que ia em esforço? Foto do Fritz. Viemos lá do fundo, do Fujaco.</span><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Pulsações no red line, completamente encharcado, pernas a arder e à beira do colapso, respiração ofegante e muito sonora. Caraças, como eu sentia falta disto! Baixei a cabeça, cerrei os punhos e meti um trote muito esforçado sempre que conseguia. Lá em cima já se viam as antenas onde estava a meta, o desnível era pouco acentuado nos últimos 2km, o que "obrigava" a abrir a passada e subir mais depressa. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL7szG5gcrWYC31-oLsf1IkmzoaC6L-WyryCV9vrUzIGdfRdDdZY1rz8MZsP0frMhyphenhyphenm7I0tsuhqlSHM5d2Vr4bfSujLejeUpP7STs70HObE7e_dBBvNwMNkS7t5qPkwNVogPDUUttjwnv_/s960/117572523_140531321053735_8054562310202648554_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL7szG5gcrWYC31-oLsf1IkmzoaC6L-WyryCV9vrUzIGdfRdDdZY1rz8MZsP0frMhyphenhyphenm7I0tsuhqlSHM5d2Vr4bfSujLejeUpP7STs70HObE7e_dBBvNwMNkS7t5qPkwNVogPDUUttjwnv_/w512-h384/117572523_140531321053735_8054562310202648554_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Foto do Fritz<br /></span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Foram quase duas horas (1h54) para completar o percurso. Quase 2 horas de muito esforço em que não deixei nada no depósito! ...espera, não deixei nada? Pois, isso vai ser um problema, porque dali a uns minutos ia ter um encontro com um Monstro...</p><p><a href="https://www.strava.com/activities/3881116474/overview" target="_blank">Link para o Strava do Percurso do Fujaco</a></p><p><b>Percurso da Pena - 11km, 1000+</b></p><p style="text-align: justify;">Chegamos ao fim do Fujaco, trincámos qualquer coisa, e arrancámos de carro para o São Macário, onde iniciava o percurso da Pena. Foram cerca de 15 minutos de viagem. Já tinha avisado o João sobre o Monstro da Pena, podem ler sobre isso <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2019/11/pisao-extreme-65km-visceral.html" target="_blank">aqui</a>, naquela que foi certamente das maiores aventuras da minha vida. Mais uma vez, conhecia mais ou menos todo o percurso, sabia que, ao contrario do Fujaco que tinha aqueles km de estradão a descer, todos os metros deste 11km seriam desafiantes. O que não esperava era ser de tal maneira triturado como fui!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2nM7YZLEAxajBBm0218BUQ8gbCmUsBGlrmCaKa7UpKkw8LRJVULGwS8I2jhoTJTuUxb6dBuKDUnn_bRJZwVqomSgOVpR5qQJZohgg_c0XgDpFmAQKcw1gRbRUl5ekXB-U83sr5jUnqFXA/s2000/117445315_140532744386926_5075847611795405738_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1334" data-original-width="2000" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2nM7YZLEAxajBBm0218BUQ8gbCmUsBGlrmCaKa7UpKkw8LRJVULGwS8I2jhoTJTuUxb6dBuKDUnn_bRJZwVqomSgOVpR5qQJZohgg_c0XgDpFmAQKcw1gRbRUl5ekXB-U83sr5jUnqFXA/w512-h342/117445315_140532744386926_5075847611795405738_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Desculpem a imodéstia, mas acho que esta é a minha melhor foto de sempre! Pelo Fritz<br /></span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Mal arrancámos percebi que tinha deixado um bocado das pernas no Fujaco. Normal, dei tudo e isso é coisa que não fazia há algum tempo. Desta vez nem tentei acompanhar o João, antes decidi fazer a muito dificil descida inicial resguardado para ter pernas para o Monstro. Foi a descida mais técnica que apanhámos, muito desafiante. Pedras e socalcos por todo o lado, usei mãos e rabo para conseguir descer, sempre em esforço, concentração máxima. Tricotámos uma crista vertiginosa e avançámos para o precipício que nos levaria até ao fundo do vale. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Dz8klzaOe2f9Vum0nEQkIFc431kS3ORxItf3TPz9tFqEgW3_jPnvgFvsEFICURRof10EHCmJa2tPRt7TXlS9tjQsZ-pIfj1qHuHnHcizacQ8AdkZpipLppibyE-zKvivgww-KLgy7ZfV/s960/117548420_140531604387040_7398286699134241353_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Dz8klzaOe2f9Vum0nEQkIFc431kS3ORxItf3TPz9tFqEgW3_jPnvgFvsEFICURRof10EHCmJa2tPRt7TXlS9tjQsZ-pIfj1qHuHnHcizacQ8AdkZpipLppibyE-zKvivgww-KLgy7ZfV/w512-h512/117548420_140531604387040_7398286699134241353_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Logo no início começaram as dificuldades. Foto do Fritz.</span><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">O litro de água que levava depressa se esgotou e a meio do percurso percebi que isso ia ser problemático. O dia estava muito quente e abafado. Não me estava a sentir nada solto, mesmo quando era a descer fácil, por isso desliguei um pouco o modo prova e liguei o modo sobrevivência, o meu amigo das ultras. Bebi água diretamente de ribeiros e enchi os flasks sempre que podia, enquanto subia o incrível trilho do Morto que Matou o Vivo, que me levaria até à aldeia da Pena.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilYnpTXomeNdHhP_rWTXplkvAJNfFiT3fhERYrlZ2NT0yyt1BZPd2u6oh5CYjdtzLnmYfpEO5uNxjejYbRHhDaPCahkZWAXketkdp2ECLkjnT4mo9ii7m7plpICCPRBZaV9SWQCHyORai7/s960/117626435_2688734814702010_1788690995371525418_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilYnpTXomeNdHhP_rWTXplkvAJNfFiT3fhERYrlZ2NT0yyt1BZPd2u6oh5CYjdtzLnmYfpEO5uNxjejYbRHhDaPCahkZWAXketkdp2ECLkjnT4mo9ii7m7plpICCPRBZaV9SWQCHyORai7/w384-h512/117626435_2688734814702010_1788690995371525418_n.jpg" width="384" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Esta é minha, a meio do Morto que Matou o Vivo. </span><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Para quem não sabe, este trilho tem esse nome porque, reza a lenda, estavam a transportar um caixão da Pena para Covas do Rio quando o deixaram cair em cima de um homem que morreu. Não sei se é verdade, o que me lembro sempre deste trilho é das impressionantes escarpas verticais que o ladeiam, formando uma garganta muito apertada. Só para verem a imponência, o relógio perdeu várias vezes o sinal de GPS durante a subida!</p><p style="text-align: justify;">Chegado à aldeia da Pena voltei a encher os flasks, terceira vez neste curto percurso, e preparei-me para enfrentar o Monstro da Pena, parte final da subida. Não o vou conseguir descrever tão bem como naquele artigo que fiz referência lá atrás sobre a minha participação nos 65km do Pisão, porque, na verdade, o impacto foi bastante maior na altura. Mas adorei revisitar os blocos enormes, subidos a força de braços, as cristas proeminentes e os caminhos impossíveis da verdadeira loucura sky running que é este troço da subida. </p><p style="text-align: justify;">Já com pernas a latejar, constantemente a dar sinal de câimbras, o Monstro literalmente cuspiu-me aos pés do São Macário. Desta vez já nem consegui trotar nos últimos metros, tudo o que tinha ficou naquela subida.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKav_IYyxk0DUEV2EcVCnVYpQFtN2YUiiVfT5KFJWfjjSMFnUs4ImoQdEvEQxt5kEhIiQptJBD-ctdzDFxtFb39sFoNIRgVASoOuy00-pWtACNLWrqVR16PYdvseAToGvV7elZm6DZDxbf/s960/117608602_140533404386860_7978282017542718275_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKav_IYyxk0DUEV2EcVCnVYpQFtN2YUiiVfT5KFJWfjjSMFnUs4ImoQdEvEQxt5kEhIiQptJBD-ctdzDFxtFb39sFoNIRgVASoOuy00-pWtACNLWrqVR16PYdvseAToGvV7elZm6DZDxbf/w512-h512/117608602_140533404386860_7978282017542718275_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Foi aqui que me libertei do Monstro. Mais uma grande foto do Fritz.</span><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Mais um vez foram duas horas para completar este percurso. Este muito mais técnico e desafiante que o primeiro. Fazê-los de seguida é claro que não foi a melhor das ideias, mas para quem não é de perto parece-me mesmo assim uma boa opção. Se optaram por os fazer de seguida, aconselho muito a começarem pelo Fujaco, fiz a subida às 8 da manhã e o calor era insuportável, não quero imaginar às 11 ou meio dia! </p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3881868832/overview" target="_blank">Link do strava para o percurso da Pena.</a></p><p style="text-align: justify;">Bem, dizia eu que fazê-los de seguida não foi a melhor das ideias. Então o que se faz depois de acabar os dois? Pois claro, vamos ao terceiro!</p><p style="text-align: justify;"><b>Percurso dos Incas - 11km, 720D+</b></p><p style="text-align: justify;">O nosso bonus track estava fora da Xfun Race. O Sérgio arranjou-me um percurso para passar pelo incrível trilho dos Incas, que o João não conhecia. Eu já tinha feito uma parte na UTSF e outra no Pisão, mas nunca tudo seguido. Pois bem, estava decidido!</p><p style="text-align: justify;">Começámos nada mais nada menos que ao meio dia e meia. Yep. Já tinha perdido e bebido litros de água e estava completamente derretido. Tinha tudo para correr bem.</p><p style="text-align: justify;">Arrancámos no parque de campismo do Retiro da Fraguinha e, agora mais descontraídos e sempre juntos, fomos papando a descida bastante difícil até à aldeia do Candal. Aos 4km, quando lá chegámos ao Candal, já implorava por uma bica de água, quando encontrámos um pequeno tanque. Milagre. Mas o melhor foi mesmo o oásis por onde passámos antes da Póvoa das Leiras:</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhORtNmEcuQNTOd4-MxlwOvP2I715GkH9pUbtqGhaMFA-1zyOU88b1QhdOAEWGfxfTL1npgAP4bx-Z8G_L85-Ctu0oFbuxTwHVdZ5HrB2efmWdnSsxqxiQqNGlezdRCInoYIQtbZUdOZys9/s960/117724412_3293236927424196_5529956696312814966_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhORtNmEcuQNTOd4-MxlwOvP2I715GkH9pUbtqGhaMFA-1zyOU88b1QhdOAEWGfxfTL1npgAP4bx-Z8G_L85-Ctu0oFbuxTwHVdZ5HrB2efmWdnSsxqxiQqNGlezdRCInoYIQtbZUdOZys9/w384-h512/117724412_3293236927424196_5529956696312814966_n.jpg" width="384" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Aqui não parece, mas ali no meio dava para mergulhar. Nem pensámos duas vezes!<br /></span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Notei logo no início da subida que a coisa não estava fácil. Não conseguia subir confortável de maneira nenhuma. Mãos nos joelhos, mãos na cintura, mãos atrás das costas, suspiros pelos bastões.... Enfim, quando não há pernas tudo atrapalha. O calor estava a tornar-se insuportável já na parte de baixo do vale, tínhamos constantemente 5 ou 6 moscas a chatearem-nos e a pousar na pele pegajosa do suor. Mas o pior, o inferno, chegou depois da Póvoa das Leiras, quando saímos da sombra das árvores.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlGTanJJ0exkkFADIHqC90cn_TWAV0lmIoX9HJ9c_Oz4buJswKrGSrB2Q1Wtl1Y3l38JLKpl5P09oT0CKmDvOPR7WqrjMNBJPC35KmCy-kdyU_jjKo2q_MoBcqfHnzPgwXctDkDIzzwbKd/s960/117606662_2447291028905017_6375888787450647306_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlGTanJJ0exkkFADIHqC90cn_TWAV0lmIoX9HJ9c_Oz4buJswKrGSrB2Q1Wtl1Y3l38JLKpl5P09oT0CKmDvOPR7WqrjMNBJPC35KmCy-kdyU_jjKo2q_MoBcqfHnzPgwXctDkDIzzwbKd/w384-h512/117606662_2447291028905017_6375888787450647306_n.jpg" width="384" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">O Trilho dos Incas.</span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">A imponência deste trilho é inacreditável. Quando lá passei a primeira vez, na UTSF, lembrei-me muitas vezes da travessia entre os picos do MIUT. Mais uma vez, é impossível uma fotografia de telemóvel fazer jus ao que vimos ali. </p><p style="text-align: justify;">O trilho é numa encosta totalmente exposta ao sol mas protegida do vento. O piso é todo ele em lajes de xisto e quartzo, brilhantes, que refletem a luz solar e conservam o calor. A sensação era literalmente a de estar dentro de um forno, calor por cima e por baixo. Estava completamente encharcado em suor e tentava racionar a água, sabia que agora já só teria no final. Voltei a ter aquela sensação de ter que lutar por cada passo, também ela afastada há meses. A certa altura tive que me sentar numa pedra e foi como se tivessem aumentado a temperatura do forno! Levantei-me logo e batalhei pelos metros finais, que teimavam em aparecer.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXxJNJOGQRj3pOob6oo_eabdWSFh01RV9rv5_z2LX-NF3pw1SM0tbE_Fg2Q9ugafRMD71PmD9p9E7PnfRNzE7l2i2tdDPprlL3P1SzVmBZOG8xHD9CpAwR_jLsdnrF3FrjV8wtDmD5tvMO/s960/117671460_597875604257025_3224808663399058329_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXxJNJOGQRj3pOob6oo_eabdWSFh01RV9rv5_z2LX-NF3pw1SM0tbE_Fg2Q9ugafRMD71PmD9p9E7PnfRNzE7l2i2tdDPprlL3P1SzVmBZOG8xHD9CpAwR_jLsdnrF3FrjV8wtDmD5tvMO/w384-h512/117671460_597875604257025_3224808663399058329_n.jpg" width="384" /></a></div><p></p><div style="text-align: justify;">Virado o colo, já perto dos 1100m, restavam dois km de estradão até ao parque de campismo, cumpridos em enorme esforço e clara falência física. Ufa!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3882789181/overview" target="_blank">Link para o Strava do Percurso dos Incas.</a></div><p></p><p style="text-align: justify;">No total foram cerca de 35km e 2800D+. Três percursos muito desafiantes, difíceis e igualmente interessantes. Foi de tal maneira violento que hoje, terça feira, ainda me custa a levantar. No domingo mal me mexia! Já não estava habituado a levar tanta porrada, mas foi um excelente treino para um desafiozinho que vai acontecer lá para Outubro do qual mais tarde vos falarei melhor, o Trans Peneda Gerês, de 160km. Por agora não quero pensar muito nisso, até porque estou cheio de dores nas pernas!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLy8gc7zevzjZ5MjEljq2pitlvHNvERSuUhSZ_k0Mh0oyOdIKBBbZPyvGiYKU1SeY7xCa-bxwLyynfQSGnuBgO01XQdNEpXhC85X6Q8k4TFWRLh37b6T_pAf6bXqDBXiDEb9bAq1irwpC0/s1878/117208428_140968924343308_1858569817606100968_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1253" data-original-width="1878" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLy8gc7zevzjZ5MjEljq2pitlvHNvERSuUhSZ_k0Mh0oyOdIKBBbZPyvGiYKU1SeY7xCa-bxwLyynfQSGnuBgO01XQdNEpXhC85X6Q8k4TFWRLh37b6T_pAf6bXqDBXiDEb9bAq1irwpC0/w512-h342/117208428_140968924343308_1858569817606100968_o.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Pumba, só assim para acabar!</span><br /></td></tr></tbody></table><p><br /></p>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-34211451252105449812020-07-26T16:07:00.004+01:002020-07-27T12:23:16.777+01:00Distrito do Porto - Sra. da Serra (1418m)<div style="text-align: justify;">Este fim de semana dei início a um novo objectivo. Desta vez não tem tanto a ver com o lado desportivo, mas com tudo o resto que o trail oferece. A ideia é subir aos pontos mais altos de cada distrito de Portugal. Dito assim parece básico, e, na verdade enquanto estava a ver a lista reparei que já tinha subido a praticamente todos! Mas este projecto é mais que isso. A corrida tem que ser guiada por alguém local, que conheça a serra como a palma da mão, e as voltas não serão demasiado longas, a rondar os 25/30km, para permitir ter físico e disposição para a segunda parte: passear com a família. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O primeiro distrito escolhido foi o Porto, por razão nenhuma em especial. Marcámos uma estadia de três dias em Amarante e falei com o Bruno Silva, amigo e organizador do Ultra Trail do Marão, do Marão Sky Up e de outras 1001 actividades na sua serra. Conhece o reino do Marão como ninguém e, mais importante ainda, tem uma paixão por aquelas montanhas que é impossível esconder. Para lá, não sei quem manda, mas no Marão manda o Bruno!</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoMstG0AnZrMfu9yw4ir0TT_HrpQScd2gvvIn2MddWH9Iu2NK26aBbF7kXI0tl4b-VnpurZnsVeBlWstp3QbTdS6_ONLonkGgN9xmN3e6gzjJw9BtCSXW2ET34EZm7BY3hEd9We4v80B0o/s960/116199619_2641987656064275_8829704800777681743_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoMstG0AnZrMfu9yw4ir0TT_HrpQScd2gvvIn2MddWH9Iu2NK26aBbF7kXI0tl4b-VnpurZnsVeBlWstp3QbTdS6_ONLonkGgN9xmN3e6gzjJw9BtCSXW2ET34EZm7BY3hEd9We4v80B0o/w375-h500/116199619_2641987656064275_8829704800777681743_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vista da Fraga da Ermida<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Às cinco e meia da manhã já o Bruno estava à porta do nosso <a href="https://www.airbnb.pt/rooms/3029083?source_impression_id=p3_1595767107_f7Vsh1M%2BgqBYtrUa&guests=1&adults=1" target="_blank">Airbnb</a>. Infelizmente teve um azar há duas semanas, caiu de bike e anda com um braço ao peito, não me vai poder acompanhar na corrida. Decidiu ir na mesma comigo, para me dar "assistência". Ainda lhe disse que não valia a pena, afinal eram só 27km e ele já me tinha dado um track, mas percebi logo que para ele qualquer desculpa para estar na serra é boa. Cumprimos os cerca de 15 minutos de carro até Ansiães, uma aldeia no coração do Marão, onde <a href="http://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2019/11/marao-sky-up-30km-ali-viveu-se.html" target="_blank">há uns meses iniciou o Marão Sky Up</a>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Pronto, vais por ali, encontro-te a meio do PR6".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uns minutos antes das 6 da manhã lá comecei. Se leram o artigo que escrevi em Novembro sobre o Marão Sky Up, devem lembrar-se da descrição que fiz da parte final da ultima descida. Escrevi na altura que tinha entrado para o top dos meus trilhos preferidos de sempre. Pois bem, fiz questão de lá passar de novo, desta vez a subir. A adrenalina e frenesim da descida da prova foram substituídos pela tranquilidade do nascer do dia, num trilho e numa serra só para mim. Uma maravilha de subida, pouco inclinada e muito variada, perfeita para trotar. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBedGjwi_XGHmRyOpWDM409Om33CsqvKsmudJdtTJL0F4x4-ztrgoPNZuZT02brTorhDzaloaR1eEZgcIgTQ_5xsDe3tWraVFMDH9aJLRlHhbrQQ2xpIbmpLerim8Ru4is9-5aG63N-A5B/s960/116224610_736966623765528_7465776842559427805_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBedGjwi_XGHmRyOpWDM409Om33CsqvKsmudJdtTJL0F4x4-ztrgoPNZuZT02brTorhDzaloaR1eEZgcIgTQ_5xsDe3tWraVFMDH9aJLRlHhbrQQ2xpIbmpLerim8Ru4is9-5aG63N-A5B/w375-h500/116224610_736966623765528_7465776842559427805_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As marcações são do PR6, aconselho muito a visitarem! Está completamente limpo e transitável.</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFCdtIUgmVHap68Show_NA7VuSKI4g471ApxPbUFm6BSmbl5jHt86ow4vQXw5PhX3P_XKmHla-zqc2dVxwM2Lw2Ff0TxRUTbUzsJm9SnZNLmLBG_9w94ZExb2hZdvKuT6PLd48ZN6E_B6Q/s2048/116235206_615705605740893_1750351687692063175_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFCdtIUgmVHap68Show_NA7VuSKI4g471ApxPbUFm6BSmbl5jHt86ow4vQXw5PhX3P_XKmHla-zqc2dVxwM2Lw2Ff0TxRUTbUzsJm9SnZNLmLBG_9w94ZExb2hZdvKuT6PLd48ZN6E_B6Q/w500-h375/116235206_615705605740893_1750351687692063175_n.jpg" width="500" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX8zuXgoary9GQ7CMiP2w7KOV3jOBiKSFB-MqBx2wDYKuSgX5DydbmVYsewGTQ7l13QbBCdlLmC5NwNSzKLq4kBfHWSNg7SkztRioYmoOelcM2WyZ6CEP88ckn8damB3-S0iUYtaVALsKe/s960/116155435_310078253518880_9153101487207444241_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="721" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX8zuXgoary9GQ7CMiP2w7KOV3jOBiKSFB-MqBx2wDYKuSgX5DydbmVYsewGTQ7l13QbBCdlLmC5NwNSzKLq4kBfHWSNg7SkztRioYmoOelcM2WyZ6CEP88ckn8damB3-S0iUYtaVALsKe/w375-h500/116155435_310078253518880_9153101487207444241_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Porque é que quando tiras selfies ficas sempre com cara de quem avistou um javali?" Sara.<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcqDqS_b4GCiTPAH4seyfBwT0EnpfwwqfK17SLJU-twVBltqwl7PaBhQjftLEvBYtzwKXp5aN4KOsIpyNzC38-DgRte_u5lOiShi1jWFzTM678NpCTew-fMblkLuzXJvwYjJA4tlGuz7Kr/s960/116153730_2677973509137532_7734775658392812320_n+%25281%2529.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcqDqS_b4GCiTPAH4seyfBwT0EnpfwwqfK17SLJU-twVBltqwl7PaBhQjftLEvBYtzwKXp5aN4KOsIpyNzC38-DgRte_u5lOiShi1jWFzTM678NpCTew-fMblkLuzXJvwYjJA4tlGuz7Kr/w375-h500/116153730_2677973509137532_7734775658392812320_n+%25281%2529.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Postal<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Patamar atrás de patamar, lá saí do PR6 e entrei numa zona mais despida da serra. Desta vez num trilho mais a pique, daqueles que se fazem com mãos nos joelhos. Continuava a correr na sombra, mas o sol, mais alto, já começava a iluminar um a um os picos mais altos que me rodeavam. Um privilégio estar ali àquela hora, completamente sozinho, com a serra só para mim. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9ccj6Gdax_eGNLxjJhErNHSyJFZpeAbrGabSxX9JrpqqK-pWaYU9_CPy9bJ7-8WS7TpFF6kcofa_QQEJS9yqYf3fOaF99-WuDzCS_Xao13fUYjFBrg3qOce0r0_mg4LKs_grZBwmSQvLn/s960/116134274_620188488607342_2166552112436625277_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9ccj6Gdax_eGNLxjJhErNHSyJFZpeAbrGabSxX9JrpqqK-pWaYU9_CPy9bJ7-8WS7TpFF6kcofa_QQEJS9yqYf3fOaF99-WuDzCS_Xao13fUYjFBrg3qOce0r0_mg4LKs_grZBwmSQvLn/w375-h500/116134274_620188488607342_2166552112436625277_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">À saída do PR6</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Bem, não era só para mim. Estava lá o pastor do Marão, o Bruno. Depois de me encontrar a meio do PR6, voltei a vê-lo por duas ou três vezes, nos locais mais inesperados, já perto da Sra. da Serra. Lembrava-me mais ou menos desta subida, por a ter feito a descer no MSUP, mas nesse dia estava um temporal lá cima, não deu para perceber bem o quão espectacular era o trilho na encosta ao lado da Sra. da Serra, onde se avista a proeminência do pico.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK2CEdV0xe6V7TPFztznGm_uLffFoAvIKQITMBEPJQs_UM_ZdxW_jKh0sds3bzB5VQazd22bh-QkmKQvFxrwJ_A240AHvIGkAEIJ19nb6KiZTIWY4VJ77fwh39XYr8B2NofXrNV9zAzJkz/s2048/116168766_307037770653923_3484618961992438359_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK2CEdV0xe6V7TPFztznGm_uLffFoAvIKQITMBEPJQs_UM_ZdxW_jKh0sds3bzB5VQazd22bh-QkmKQvFxrwJ_A240AHvIGkAEIJ19nb6KiZTIWY4VJ77fwh39XYr8B2NofXrNV9zAzJkz/w500-h375/116168766_307037770653923_3484618961992438359_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sra. da Serra lá em cima. <br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>O cume foi conquistado 10km depois da partida, 1140D+ desde Ansiães. A Sra. da Serra é o ponto mais alto da Serra do Marão e do distrito do Porto, aos 1418m de altitude.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZcjJ455p4uNhEbWOggun3dO6twO_E-1Na_WCKHrxx6jNeL2e4mRWGHFRlbxiH4NZvLiTe7smZbsg9n26TgYEb7NBkU7GuZcSULcCNkXF9mtiZVobjBPiqQuBhLjs0GB9PECE5_AQJZD3H/s2048/116340349_219480442620494_3762374341355973709_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZcjJ455p4uNhEbWOggun3dO6twO_E-1Na_WCKHrxx6jNeL2e4mRWGHFRlbxiH4NZvLiTe7smZbsg9n26TgYEb7NBkU7GuZcSULcCNkXF9mtiZVobjBPiqQuBhLjs0GB9PECE5_AQJZD3H/w500-h375/116340349_219480442620494_3762374341355973709_n.jpg" width="500" /></a></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Normalmente de poucas palavras, o ar sério transforma-se assim que entra na serra, mas foi ali em cima que vi o verdadeiro Bruno. Como quem mostra as divisões da casa nova aos amigos, apontou-me para todas as montanhas que a vista alcança a 360º . Num dia de visibilidade perfeita, conseguimos ver até à Serra da Estrela. Vimos a Sra. da Graça, o Montemuro, Alvão, Nevosa e os vários picos do seu Marão. Falou-me das subidas que planeia abrir e das outras linhas que só ele conhece. </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTWWvbG-Npl3KrD1f3jKFI68QWMDnsaGP7g-gBhV047W-Tttfc3q6YpjHjpf8lACpDXCBLa6hpcc920zwNlj_-dS2LiQdbM0cEmZ9f_Vk8yCsya5Y5kfArOiXEFTT8VouBNvC58pL9PJur/s960/116235200_1024417024672281_9014499611611414799_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="721" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTWWvbG-Npl3KrD1f3jKFI68QWMDnsaGP7g-gBhV047W-Tttfc3q6YpjHjpf8lACpDXCBLa6hpcc920zwNlj_-dS2LiQdbM0cEmZ9f_Vk8yCsya5Y5kfArOiXEFTT8VouBNvC58pL9PJur/w375-h500/116235200_1024417024672281_9014499611611414799_n.jpg" width="375" /></a></div><div><br /></div><div>Apontou-me o caminho a seguir, como quem traça uma linha imaginária pelas arestas e picos. Contou-me dos dois dias que passou a desbravar o trilho na crista que me levará aos Seixinhos e do miradouro da Fraga da Ermida, apenas uns metros abaixo da Sra. da Serra. Marcámos encontro para um colo, uns km à frente. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPzuRSPjn-qfkVMhwd-v2YQj9S8Hf6JMmkoQiB2Z9ihkqe3DFCKnikEx_V6fCdZYnftu9buRYWWbU7JlpRMUJaxeFjbYCmccoaeJoVVYym8k-G0DbPYLbeSCNcEMhwFHWbywgO2y7iPeir/s960/116199619_2641987656064275_8829704800777681743_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPzuRSPjn-qfkVMhwd-v2YQj9S8Hf6JMmkoQiB2Z9ihkqe3DFCKnikEx_V6fCdZYnftu9buRYWWbU7JlpRMUJaxeFjbYCmccoaeJoVVYym8k-G0DbPYLbeSCNcEMhwFHWbywgO2y7iPeir/w375-h500/116199619_2641987656064275_8829704800777681743_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fraga da Ermida<br /></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Antes de partir, aconselhou-me a, quando estivesse na Fraga da Ermida, fazer uma pausa e aproveitar bem as vistas. Assim o fiz, depois de uma boa subida que me voltou a deixar muito perto dos 1400m de altitude parei para respirar fundo junto ao marco geodésico da Ermida. Pausei o relógio e sentei-me no marco, a absorver o que me rodeava. Impossível descrever por palavras a serenidade que é estar lá em cima, completamente sozinho, com uma vista que alcança centenas de quilómetros. É isto que faz valer tudo a pena.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Seguia-se agora o tal trilho que demorou 2 dias a abrir, uma maravilha numa aresta, sempre a subir e descer maciços de granito, com um precipício para cada lado.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqW90pGpaMbnYRfM0JswEp2slZNhO8LcWqiKO2e7hNj9KL-807BSYP57rbFUj1sYzdtghyphenhyphenKG-PD_4U_EVSwcpzk5AkU6goP-ahdlZaWNTmhHp_-Fd-ryFMCkVrgJYYCf3qFvxZ4Q7MT66S/s960/116231768_2839633582949881_8344357611057924116_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqW90pGpaMbnYRfM0JswEp2slZNhO8LcWqiKO2e7hNj9KL-807BSYP57rbFUj1sYzdtghyphenhyphenKG-PD_4U_EVSwcpzk5AkU6goP-ahdlZaWNTmhHp_-Fd-ryFMCkVrgJYYCf3qFvxZ4Q7MT66S/w375-h500/116231768_2839633582949881_8344357611057924116_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A crista vista da Ermida. É claro que não pus um pé no estradão, imaginem uma linha a fazer a aresta toda. <br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiut6L6hSMNofj9VNhawWQQFkpv6XUnLdecdFiK6Mo1j95g5P2CbVwFzgob6c-Oa9thyphenhyphenebv1GBnnJ6UtFdD_qNVULkaKtxFmsmzjPYafUk5LEnetCOEuIbHfeUuFrYztdE4udUQxZHVmGUD/s960/116130040_1024814754619840_7539719693237625259_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiut6L6hSMNofj9VNhawWQQFkpv6XUnLdecdFiK6Mo1j95g5P2CbVwFzgob6c-Oa9thyphenhyphenebv1GBnnJ6UtFdD_qNVULkaKtxFmsmzjPYafUk5LEnetCOEuIbHfeUuFrYztdE4udUQxZHVmGUD/w375-h500/116130040_1024814754619840_7539719693237625259_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Quase no fim da crista. Lá ao fundo, o ponto mais alto é a Fraga da Ermida, de onde vim.<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5IwWzi4hhc-dLzyej2sdQ4jgHA88sbI0B8Ts6KEycfMvcaeCmq6N4rHf_YT0N3lToQGd0X0VmaE8GjgzSU2mRN0gPZwikTP2ZWOolRvtJ-wFLom5AWrbGRzm8vOkjOq21SxVHmgR6ejbq/s960/116231768_298228604923813_575563340107027949_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="721" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5IwWzi4hhc-dLzyej2sdQ4jgHA88sbI0B8Ts6KEycfMvcaeCmq6N4rHf_YT0N3lToQGd0X0VmaE8GjgzSU2mRN0gPZwikTP2ZWOolRvtJ-wFLom5AWrbGRzm8vOkjOq21SxVHmgR6ejbq/w375-h500/116231768_298228604923813_575563340107027949_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No marco geodésico dos Seixinhos.<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Para descer dos Seixinhos até Mafómedes fui pelo trilho da Luzzzir, dedicado à fotografa por excelencia do Marão, a Susana Luzir. Tentem lá adivinhar porquê:</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq4H4VdmKQjdjefczi3fysZ6RCmGb5mDWZg0JOKNENhL7iDWNQwkpCWc0C3dsQ4nA-38j3vGYP3hjyYVcOIYxeGkNbaU416JVCOZ1Uu0WOcBUCtJnpCEuOrs2rM9AoM7pI6xC1UpdenhsH/s1152/Sem+T%25C3%25ADtulo.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="648" data-original-width="1152" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq4H4VdmKQjdjefczi3fysZ6RCmGb5mDWZg0JOKNENhL7iDWNQwkpCWc0C3dsQ4nA-38j3vGYP3hjyYVcOIYxeGkNbaU416JVCOZ1Uu0WOcBUCtJnpCEuOrs2rM9AoM7pI6xC1UpdenhsH/w500-h281/Sem+T%25C3%25ADtulo.png" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">zzzzzz<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Abandonado o granito, este trilho foi todo feito em xisto solto, sempre aos zês para desfazer o desnível, num esforço muito maior do que fazia prever, já que ia constantemente a travar e a ajustar a direcção. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mafómedes é uma aldeia embrenhada na serra. É lá que está a Tasca do Valado, restaurante do Ricardo e da Paula, amigos do Bruno, e um albergue para montanhistas. Foi lá que enchi os flasks e me demorei uns minutos à conversa com o Bruno, antes de atacar os 500+ que me separavam da descida final até Ansiães. </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYPAIes-QXTVG4RIjEVcqtzhcbSzs3NphskqQkEQqugof9tZiPOOubNpd7MZaYQ-crY35ic_6g0LPFTyG3VRmNlsVdCv2ywGqVO_NdAsmuy2UHtgwNDbIgho-PbGuOe6ntzp1FNz_Jg-jS/s960/116334765_1396276873907611_8092500317747182129_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYPAIes-QXTVG4RIjEVcqtzhcbSzs3NphskqQkEQqugof9tZiPOOubNpd7MZaYQ-crY35ic_6g0LPFTyG3VRmNlsVdCv2ywGqVO_NdAsmuy2UHtgwNDbIgho-PbGuOe6ntzp1FNz_Jg-jS/w281-h500/116334765_1396276873907611_8092500317747182129_n.jpg" width="281" /></a></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipp7s4YE7KBSf05myd_c8DrPY0JFUC0tTDQyB3cX4mEdntSluVHC3YulnKUXd-LuOetQxQu7BuDhudhASGUyDiEanZGaVEVPAY7TMZmrUIaYiEtZMKvnnVLIK9j_ok69ophW0C_-6n5D6K/s960/116219331_665378264062640_8739346583563581171_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipp7s4YE7KBSf05myd_c8DrPY0JFUC0tTDQyB3cX4mEdntSluVHC3YulnKUXd-LuOetQxQu7BuDhudhASGUyDiEanZGaVEVPAY7TMZmrUIaYiEtZMKvnnVLIK9j_ok69ophW0C_-6n5D6K/w375-h500/116219331_665378264062640_8739346583563581171_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma parte da subida muito boa depois de Mafómedes<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAsWiRZ0_ZS-QDw6eSa7w1YRyHISAwh5rpw4K998npYOLTrQb9SgssIQzjMCGep-UDJJZQRW-mohAs_M2Msw5HT_neJVRihMU6ciJFA90p4iZFbggoTm_ZPJ7b_snAXYZ-j5__ami-WPHE/s960/116341745_318654069328945_574152288885812291_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAsWiRZ0_ZS-QDw6eSa7w1YRyHISAwh5rpw4K998npYOLTrQb9SgssIQzjMCGep-UDJJZQRW-mohAs_M2Msw5HT_neJVRihMU6ciJFA90p4iZFbggoTm_ZPJ7b_snAXYZ-j5__ami-WPHE/w281-h500/116341745_318654069328945_574152288885812291_n.jpg" width="281" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Já no topo da subida, pelo Bruno<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Seis km separavam-me agora de Ansiães, cumpridos praticamente todos a descer. O Bruno, como sempre, apresentou-me o trilho que se seguia, o dos "4 javalis". Mais um filho dele, aberto de fresco. O final perfeito para um percurso perfeito. Descida toda cumprida dentro de um bosque, sempre à sombra, a passar por várias linhas de água, por um trilho que parecia que sempre tinha existido ali daquela maneira. Para mim, é isso que distingue um bom de um mau trilho. Os bons trilhos parece que fluem pela montanha, nada é forçado, é intuitivo, nem precisava de olhar para o relógio para saber por onde seguir.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhZRTJ4UfqCc38DcVG36WotuNVSt4CGPDs368CHFbZEWI__yCY4SFgUdFS1RKiRoNgs7rqR25LCPDeNCA0FuJyEoOof_c1uiDkK8YPFxP9QyzDJiYuiPyH4whQAq1XcPB-vK-iuEFuIAZp/s960/116367552_746524412815768_1295603017363204517_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhZRTJ4UfqCc38DcVG36WotuNVSt4CGPDs368CHFbZEWI__yCY4SFgUdFS1RKiRoNgs7rqR25LCPDeNCA0FuJyEoOof_c1uiDkK8YPFxP9QyzDJiYuiPyH4whQAq1XcPB-vK-iuEFuIAZp/w281-h500/116367552_746524412815768_1295603017363204517_n.jpg" width="281" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chegada a Ansiães.<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Foram 27km e 1760+, como podem ver <a href="https://www.strava.com/activities/3813718889" target="_blank">aqui no Strava</a>. Mas, mais que isso, foi exactamente aquilo que eu quero que seja este "projecto". Uma volta guiada pelo anfitrião que conhece a casa melhor que ninguém. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas, como expliquei logo no início do texto, havia muito mais para este fim de semana que uma corrida. Ainda não era 11 horas quando cheguei a Amarante, bem a tempo de organizar as tropas para um dia em cheio. Voltámos a Mafómedes, para a Tasca do Valado, do Ricardo, onde almoçámos no restaurante com melhor vista de Portugal, pelo menos até prova em contrário.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOs4SN_Xt70kRYtGRpn2DzC2h2GO8P20hzZytERdxluNznVy0VczzAaCS8D5fyWgBvHs7mzAkmNzZKP3bK3bF1lmnajIge1xz5kghUVyqXNj1oiySIfQm8IYWRRVMXwS9UPbVfyV1JQZIe/s2048/116435514_643770749823363_3811371682183817920_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOs4SN_Xt70kRYtGRpn2DzC2h2GO8P20hzZytERdxluNznVy0VczzAaCS8D5fyWgBvHs7mzAkmNzZKP3bK3bF1lmnajIge1xz5kghUVyqXNj1oiySIfQm8IYWRRVMXwS9UPbVfyV1JQZIe/w500-h375/116435514_643770749823363_3811371682183817920_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Sara na Tasca do Valado. Lá atrás na montanha dá para ver os zês da Luzzzzzir!<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>De seguida, mais uma vez aconselhados pelo nosso anfitrião, fomos até à praia fluvial da Póvoa, um tesouro de águas translúcidas escondido aos 1000 metros de altitude.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQr4w8W-MWgenx48z9V-LySixpK76_KM_EB7333ZtCxfC9Tj_8Fk0hwpX4B8lnCpU3IH2TWQoe9HCluISoMbeFG_0vUlfB3Y1a5dxjXwsRZFrEojZeEaUEzLXzgLERtHdthMyUoXrTpVHz/s2048/116335631_1196442530735734_2698108810496459865_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQr4w8W-MWgenx48z9V-LySixpK76_KM_EB7333ZtCxfC9Tj_8Fk0hwpX4B8lnCpU3IH2TWQoe9HCluISoMbeFG_0vUlfB3Y1a5dxjXwsRZFrEojZeEaUEzLXzgLERtHdthMyUoXrTpVHz/w500-h375/116335631_1196442530735734_2698108810496459865_n.jpg" width="500" /></a></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas o ponto alto do dia foi mesmo ao jantar, num sítio que permanecerá secreto a pedido do Bruno, comemos trutas do Marão! Apanhadas há umas horas, num sitio que mais familiar só se fosse na sala de jantar da cozinheira!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHvNDsy7H5ONlzXRFNa3ithEZ9xsc3Gg_6VwEQRUXb1ZP9O88GixnnqS0OY7MhSfuysvr7G5UA9GR3wXVTqxTxeqw-JUFctQeNxqa1ZQUALMkMnyWTZuzhkRW4nHbEOoed_Zyr13n7NpM3/s2048/116706267_300487921200238_5641721516543144103_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHvNDsy7H5ONlzXRFNa3ithEZ9xsc3Gg_6VwEQRUXb1ZP9O88GixnnqS0OY7MhSfuysvr7G5UA9GR3wXVTqxTxeqw-JUFctQeNxqa1ZQUALMkMnyWTZuzhkRW4nHbEOoed_Zyr13n7NpM3/w500-h375/116706267_300487921200238_5641721516543144103_n.jpg" width="500" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf7bb_QCOkNaKbXFPLotCBTaLwO5wlc_alZNKME4e2ihdMH0v1mwNzpaK_feZnls04p5kmC8iW0-kcdXSfj_IDbcVnmSooBpCul66PHsxINVYxnZIHRIKNsgbA5JH52tu2xmix2I0hHP3y/s960/116427058_293550515058799_4599775134144939420_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf7bb_QCOkNaKbXFPLotCBTaLwO5wlc_alZNKME4e2ihdMH0v1mwNzpaK_feZnls04p5kmC8iW0-kcdXSfj_IDbcVnmSooBpCul66PHsxINVYxnZIHRIKNsgbA5JH52tu2xmix2I0hHP3y/w375-h500/116427058_293550515058799_4599775134144939420_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Depois de jantar ainda deu tempo de ir comer um gelado ao muito bonito centro de Amarante e ouvir um concerto de música clássica por um quarteto de clarinetes dentro da Igreja de São Gonçalo!<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSo7EvzfH4DlUmBNsoAdqBJi1n96OZcT32IdXfcnjQYuXr0m6C6HOcQh4p5_VFCZR12B01BVQBLjuAMaKZIkoQP22xek3fFaglNhz6MeUqoVCsbluERP2yOhtKZM-NHVk5tQWczE37Z3ia/s960/116366224_1398607773661634_8554389774432357547_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSo7EvzfH4DlUmBNsoAdqBJi1n96OZcT32IdXfcnjQYuXr0m6C6HOcQh4p5_VFCZR12B01BVQBLjuAMaKZIkoQP22xek3fFaglNhz6MeUqoVCsbluERP2yOhtKZM-NHVk5tQWczE37Z3ia/w375-h500/116366224_1398607773661634_8554389774432357547_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A ponte e a igreja de São Gonçalo.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Antes do regresso ainda deu tempo para uma corrida por Amarante, desta vez mesmo pela cidade. Decidi experimentar uma funcionalidade da Garmin que andava há muito para testar. Consiste em pedir ao programa para fazer uma rota, na distancia que quisermos a partir do ponto que quisermos. Ele utiliza os dados de milhares de corredores e manda-nos para os sítios mais populares. Foi assim que fiquei a conhecer a Linha do Tâmega, uma linha de comboio desactivada transformada em Ecopista. Uma volta de 12.5km muito agradável, onde fiquei a conhecer outra parte de Amarante. Podem ver <a href="https://www.strava.com/activities/3813726575" target="_blank">aqui no Strava</a>.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1I1YNe9pPA9JlLfmQbUnqz7DQL2E4KMX2qKjdVkW9tZnPCjsRr46vYOf2KLzZ9WvUOU4D6CbjWaoplm-X8R_tTwaS5HkIK4IF8lw7_Rf0TaredHTQEcyz4dAJ1Qcdha6eA3dpaIBph1na/s960/116199617_682551515660882_5762527057157865486_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1I1YNe9pPA9JlLfmQbUnqz7DQL2E4KMX2qKjdVkW9tZnPCjsRr46vYOf2KLzZ9WvUOU4D6CbjWaoplm-X8R_tTwaS5HkIK4IF8lw7_Rf0TaredHTQEcyz4dAJ1Qcdha6eA3dpaIBph1na/w375-h500/116199617_682551515660882_5762527057157865486_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A ecopista do Tâmega.<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Para o regresso dividimos os quase 400km com várias paragens. Cruzámos o famoso tunel do Marão até ao Peso da Régua, onde não estávamos desde 2014. Depois pedimos ajuda ao Google e encontrámos uma praia fluvial na Serra do Caramulo, onde estivemos bem lá em cima. Finalmente passámos pela Serra da Lousã e tomámos um banho rápido na praia fluvial do Cabril do Ceira. Este foi, sem dúvida, o momento anti-climax. O local é lindíssimo, mas parecia a praia de Carcavelos! Nem tive coragem de tirar uma fotografia. Aconselho muito a visita, mas vão lá durante a semana, de preferência no Inverno!</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOCZlIbIE4wy3qi3ITe-dPGyYRqVPspVlcPKknZCVwMYg-yK_QLRGhURhq0sKiW2jScuXtdYIxYpm5Tp8lWzMnFcK_jAFSP_AGaictPiffVTTI1ZmIZa2NC-R5zfcEcApQey1_wu-tKl4q/s960/116188045_618643625731274_4869635364717197476_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOCZlIbIE4wy3qi3ITe-dPGyYRqVPspVlcPKknZCVwMYg-yK_QLRGhURhq0sKiW2jScuXtdYIxYpm5Tp8lWzMnFcK_jAFSP_AGaictPiffVTTI1ZmIZa2NC-R5zfcEcApQey1_wu-tKl4q/w375-h500/116188045_618643625731274_4869635364717197476_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um mini São Gonçalo (a Maria Amélia diz que é um osso) e um café, na excelente (e surpreendentemente barata!) pastelaria O Moinho, mesmo ao pé da ponte. Se forem a Amarante não deixem de provar a doçaria.<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl8-5sgahvPzMCB3_qjlbpEtIVqDWGFnK5ufYk_xQO1b6npoLF3EYWVofrb1yhMxePiwey9Brvte14hQeqQEBc5hR67gZIx_gw8L8LQ9wUkZ9CxNSoUWkdHhgi4icouX9dbmVyk-ajIvBO/s960/116373279_1011338462618241_1537415839218141785_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl8-5sgahvPzMCB3_qjlbpEtIVqDWGFnK5ufYk_xQO1b6npoLF3EYWVofrb1yhMxePiwey9Brvte14hQeqQEBc5hR67gZIx_gw8L8LQ9wUkZ9CxNSoUWkdHhgi4icouX9dbmVyk-ajIvBO/w375-h500/116373279_1011338462618241_1537415839218141785_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">À saída do nosso pitoresco Airbnb. Vejam o link que meti lá cima para mais pormenores.</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiljm9_uVLFi25a4VBE945_vZgRPvLdlpGgOXyc5Yxij6XtVMP424MMR8aCiSLNOjFrevHhLD48g5p1JayHiBX3dkMYwZRWP38k5dhLV4FFyKJnVle82XNnH0GI3sgSg_G-YLhisjx4XwSw/s2048/116428899_311099260014382_8232189036713009971_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiljm9_uVLFi25a4VBE945_vZgRPvLdlpGgOXyc5Yxij6XtVMP424MMR8aCiSLNOjFrevHhLD48g5p1JayHiBX3dkMYwZRWP38k5dhLV4FFyKJnVle82XNnH0GI3sgSg_G-YLhisjx4XwSw/w500-h375/116428899_311099260014382_8232189036713009971_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No Peso da Régua, à beira Douro.<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvTgl34Tf9MC5lKIUgWiTI5Lc8zB4D2b_JySzPJHxdFSyfKh9A61GEwfv2DKuDVCTs4QJEtnMWsy638dG1ZrFgvUpr2GT3gV_ggaQCHXjJZQpt8uIp-0m7yRrHJlljRbd7fCljHd306qZ6/s960/116428899_3070167766393521_1000244405430852145_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvTgl34Tf9MC5lKIUgWiTI5Lc8zB4D2b_JySzPJHxdFSyfKh9A61GEwfv2DKuDVCTs4QJEtnMWsy638dG1ZrFgvUpr2GT3gV_ggaQCHXjJZQpt8uIp-0m7yRrHJlljRbd7fCljHd306qZ6/w375-h500/116428899_3070167766393521_1000244405430852145_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No topo do Caramulo, rio Dornas.<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Um início perfeito para este "projecto" que não tem prazo ou pressas. O nosso obrigado ao Bruno. Foste um anfitrião perfeito. Não deixem de estar atentos aos projectos que ele vai lançando, que vão ser muitos, parece-me!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nove horas depois de sairmos de Amarante, chegámos a casa. Completamente estafados mas de coração muito cheio. Foi um fim de semana com tudo o que gosto e procuro nesta paixão, que é a corrida de montanha. Não são só os trilhos que vão ficar na memória. É o ar satisfeito do rapaz que nos serviu as trutas, é aquele primeiro vislumbre de água cristalina depois de 3km stressantes a andar de carro numa estrada de terra esburacada a seguir à Póvoa, a surpresa de ouvir musica clássica dentro de uma igreja lindíssima, o sorriso orgulhoso do Bruno enquanto eu lhe dizia o que tinha achado do percurso... É isso e tantas mais coisas que fazem tudo valer a pena. Mal posso esperar pelo próximo!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-r8V0DXXIMF9wTz_62_mLKMs8ChqAAd3zd-Qb6Fz30WyoSpRH08ZYF3R_u4k1-Zj0kTBEOcuYwoLRja7IoIxIddY1n3nzs4DZokMVTrvV9UqIWwX3kMdHFX2SIhyZHTOYLw2RQQ0yLy44/s960/116130412_280993689632622_5988324393211244522_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-r8V0DXXIMF9wTz_62_mLKMs8ChqAAd3zd-Qb6Fz30WyoSpRH08ZYF3R_u4k1-Zj0kTBEOcuYwoLRja7IoIxIddY1n3nzs4DZokMVTrvV9UqIWwX3kMdHFX2SIhyZHTOYLw2RQQ0yLy44/w375-h500/116130412_280993689632622_5988324393211244522_n.jpg" width="375" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Strava:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3813718889" target="_blank">Percurso pelo Marão</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.strava.com/activities/3813726575" target="_blank">Percurso por Amarante</a></div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-14592132366870642772020-06-28T19:17:00.001+01:002020-06-28T21:32:50.034+01:00Dos Picos do Açor ao Vale Glaciar<div style="text-align: justify;">Por aqui continuam os desafios pós-covid. As ideias têm fervilhado e o que não faltam são alternativas às provas que, aparentemente, continuam muito longe de se voltar a realizar. Mas, sinceramente, no fim da viagem de ontem, apetece-me perguntar: <i>mas quem é que precisa de provas??</i></div><div><i><br /></i></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiq5OhCEGA1zy57fe3Pahrq8Ro6tgL_Jz6o8-LMzsYFhM2JUez_MiIrwA57rBIlMZZ9shStvDu9JG3YKjEq1D0VSfjShQ10DBoPluinc0swHfiD0qTVONEWJVqhlMyIsISmhaYaMQPv7DT/s2048/106440603_3650150801682213_3184684472755929741_n+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiq5OhCEGA1zy57fe3Pahrq8Ro6tgL_Jz6o8-LMzsYFhM2JUez_MiIrwA57rBIlMZZ9shStvDu9JG3YKjEq1D0VSfjShQ10DBoPluinc0swHfiD0qTVONEWJVqhlMyIsISmhaYaMQPv7DT/w500-h375/106440603_3650150801682213_3184684472755929741_n+%25281%2529.jpg" width="500" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há uns tempos tive a ideia de fazer a Travessia Trevim - Torre. Começar no alto do Trevim, passar por Góis, Arganil, Piodão e Torre. Pesquisei, falei com algumas pessoas, mas não estava conseguir encontrar nenhuma ligação de jeito entre o Trevim e Arganil. Depois comecei a montar o percurso a seguir a Arganil. Falei com o André Rodrigues, que me aconselhou o track do seu Desafio Picos do Açor para sair de Arganil, depois liguei no Google Earth os Picos a Piodão, juntei o percurso do Ultra Piodão, depois o do EstrelaAçor, que me levava ao Alvoco, e a partir daí subia o conhecido km vertical, descia o trilho do Major e finalmente desembocava no Vale Glaciar. No fim fiquei já com cerca de 75/80km. Se quisesse juntar o trajecto Trevim - Arganil teria que somar à vontade 30km, o que já daria mais do que me apetecia fazer. Ficou então decidido a Travessia Trevim-Torre passaria à Travessia dos Picos do Açor ao Vale Glaciar!</div></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="753" data-original-width="1419" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJPbN5fG2UlEV01DCHK0EnW09ie_gQUYr1rC6EmcXLglUJK9grK5rimszreueGUb2QCNS6MwbOZtwfrNKCUyvlGH6fKhnwjsqVfQGjB5qZm4mcpRn_PdVFsqhzk50SCZKIn4SzOluf9dKP/w500-h266/track.png" width="500" /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="1089" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHEpMwIJpag-f7O_ccPhdNhIBGeSmuQNjGQ4-aiLvudjfDJWRD4ZuLaJ_noT3G_q89aOh9t_9udaQcBh9WyurRkK4RipKnu-TSpWkvclAq72EC-GZQKq578oH-Fm9FeiM4Iemmgi7J-TrD/w500-h179/perfil.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="500" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O percurso acabou por ter 76km com 4650D+<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O plano estava traçado, lancei o desafio ao João Tomás, que, se bem se lembram, fez o Trans'Aire comigo, ao João Lopes, o Flecha da Parreira, e ao Guilherme Lourenço, que dispensa apresentações. Aos 3 havia de se juntar o meu amigo Jorge Duarte, colega da APT que conheci há uns meses num estágio na Estrela, que se encontraria connosco lá pelo Alvoco. Já repararam no denominador comum, não é verdade? Pois, são todos muito mais fortes que eu! Este facto acabou por se tornar preponderante durante o dia. Já lá vamos.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFdYEr6ybdwD7q6XQN4trLASWuRTMfaBXefZjI80JZ6lr2hYhWj6rHTUX1UsZPFsSQy0dW7ffdHkPVaZdpqIv_5FXCYvMCcNrPZBA4gvOpClh5jKMDvlZofJDbcEp7IlHtiyYBM3pTNQWg/s2048/106117513_196024345102855_2862262031134555769_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1538" data-original-width="2048" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFdYEr6ybdwD7q6XQN4trLASWuRTMfaBXefZjI80JZ6lr2hYhWj6rHTUX1UsZPFsSQy0dW7ffdHkPVaZdpqIv_5FXCYvMCcNrPZBA4gvOpClh5jKMDvlZofJDbcEp7IlHtiyYBM3pTNQWg/w512-h384/106117513_196024345102855_2862262031134555769_n.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na partida, junto às piscinas de Arganil.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de uma noite dormida em Arganil, às 6 da manhã em ponto iniciámos a viagem. O dia estava nublado e abafado, com muita humidade. Esta primeira parte, correspondente aos primeiros 15km do Desafio Picos do Açor, eram passados em trilho técnicos embrenhados na vegetação do Açor. Muita água, subidas a pique, trilhos xistosos e levadas espetaculares, embalaram-nos num constante sobe e desce que acumulou rapidamente muito desnível. O André tinha-me avisado que, dos 15km, 14 deles estariam limpos e que restaria pelo menos 1km ainda com mato. Assim foi, a grande maioria dos trilhos estava impecavelmente limpa e mais valor demos ao trabalho de quem os limpou quando entrámos na parte que tinha mato! </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrBunblz2GJbDtpXVAPOWR8HZGbrvVfmJc-V2V3nNjJMd5z-G2PlBbzO-fGirET3VqPEEEDCbHRJEPPV9X3TvdEW_3UrGyDSshLZy_cD3rzTicFdXDUIUiBRhpRMMMnopPDUwtS7Yq_arF/s960/83541576_1384709485072809_5311629998440934043_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrBunblz2GJbDtpXVAPOWR8HZGbrvVfmJc-V2V3nNjJMd5z-G2PlBbzO-fGirET3VqPEEEDCbHRJEPPV9X3TvdEW_3UrGyDSshLZy_cD3rzTicFdXDUIUiBRhpRMMMnopPDUwtS7Yq_arF/w375-h500/83541576_1384709485072809_5311629998440934043_n.jpg" width="375" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNdTmQzfMVDbtVZvBPp4QvX08yY2EwUNg7HuWr3pC1ms-76eWNMELYWmEgBRQKiXUZFm0f61g7isw20YyFrusLDOyeoeMYYbvpxK7lCd0wox4RvU_1zpZSdgbyMLTEUPxkf4knW8uMuYTr/s960/106196914_1168435920178661_2232948544150244075_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNdTmQzfMVDbtVZvBPp4QvX08yY2EwUNg7HuWr3pC1ms-76eWNMELYWmEgBRQKiXUZFm0f61g7isw20YyFrusLDOyeoeMYYbvpxK7lCd0wox4RvU_1zpZSdgbyMLTEUPxkf4knW8uMuYTr/w375-h500/106196914_1168435920178661_2232948544150244075_n.jpg" width="375" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm2111D2cQoGxC9KpeFVqKCZQCuunZTtMDTzHdqujQuVLXD3QYf29UAKDBk9csLst54Rzwh2SI38CT04-XK4qEw14964gpc9sYYOvJiYN_tbaQaodFpONxtyKAoNw3QHc6oHjWApopNe-m/s960/106199070_278259676754795_8172755049422350403_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm2111D2cQoGxC9KpeFVqKCZQCuunZTtMDTzHdqujQuVLXD3QYf29UAKDBk9csLst54Rzwh2SI38CT04-XK4qEw14964gpc9sYYOvJiYN_tbaQaodFpONxtyKAoNw3QHc6oHjWApopNe-m/w375-h500/106199070_278259676754795_8172755049422350403_n.jpg" width="375" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMiw3ifd1wQUkj3tKe6l5va8WSaQnY3LZrdJKxFAUcEjlpI0qIbfnItBcqh4fMu-UWiGOTjn2Avy_bCDOP0Leo6dGmVJ0EpdwVMdquCrYu42HukaQ39O68B1J_7SF5G1peDrpOikcSMA1z/s960/106301612_300990084416267_64253342280193762_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="721" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMiw3ifd1wQUkj3tKe6l5va8WSaQnY3LZrdJKxFAUcEjlpI0qIbfnItBcqh4fMu-UWiGOTjn2Avy_bCDOP0Leo6dGmVJ0EpdwVMdquCrYu42HukaQ39O68B1J_7SF5G1peDrpOikcSMA1z/w375-h500/106301612_300990084416267_64253342280193762_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A desbravar mato. Enquanto eram fetos e não silvas estávamos nós bem!<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLkdq-lD2XXEyoMeYmuVGWQwKA-166MREjAY5n_sqCnkz5F8QNYAmn7TIDmqB_HKOk55KnmqeeUBkTU7mMLe8DnEZECnH53jiytuJGI0zUD6kH2VkIhSgR0O3TDTeTYlJqD6_EOaHpoHYk/s960/106454420_1015284018868498_3998175467995786086_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLkdq-lD2XXEyoMeYmuVGWQwKA-166MREjAY5n_sqCnkz5F8QNYAmn7TIDmqB_HKOk55KnmqeeUBkTU7mMLe8DnEZECnH53jiytuJGI0zUD6kH2VkIhSgR0O3TDTeTYlJqD6_EOaHpoHYk/w375-h500/106454420_1015284018868498_3998175467995786086_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aqui estavam limpinhos<br /></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC29-vU_t3Z2-mKxfkmwCed83KAfJ1saYtHVpQiFJB_5BGNOdl1WnHNHH6eRoVdOOJEbCAf6FiCJEKr20HOS1GvDDkfH93BxynSX2Ahh8abdZlTTGdzO6ld5jPQJlQMXqF90TSbGHkt_BF/s960/106561169_1237695626572665_8262563436468137286_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC29-vU_t3Z2-mKxfkmwCed83KAfJ1saYtHVpQiFJB_5BGNOdl1WnHNHH6eRoVdOOJEbCAf6FiCJEKr20HOS1GvDDkfH93BxynSX2Ahh8abdZlTTGdzO6ld5jPQJlQMXqF90TSbGHkt_BF/w375-h500/106561169_1237695626572665_8262563436468137286_n.jpg" width="375" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbDG17p6K3yGVYUxeznPmJDtd8NV3eoWvqR6r5RyW3Lmg-ffN5Gwqi3ERmRR-WUCNKjAtPce9tkieyhrtGcK-GBA0WKP-sPUHHub29mUQHg99prHATSSQB6bX_PIqsrD1gTWAN7Rpl7UDz/s2048/106134346_198922921426382_4744809442175232374_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbDG17p6K3yGVYUxeznPmJDtd8NV3eoWvqR6r5RyW3Lmg-ffN5Gwqi3ERmRR-WUCNKjAtPce9tkieyhrtGcK-GBA0WKP-sPUHHub29mUQHg99prHATSSQB6bX_PIqsrD1gTWAN7Rpl7UDz/w500-h375/106134346_198922921426382_4744809442175232374_n.jpg" width="500" /></a></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desde o início que não me sentia nos meus dias. Esforçava-me para os acompanhar enquanto respirava ofegante. Desde o dia anterior que estava bastante mal disposto, coisa que muito raramente me acontece, e naquele dia suava em bica praticamente desde que partimos. Aproveitava aqueles minutos em que a progressão era lenta por causa do mato para recuperar o fôlego e acalmar a pulsação, mas, ao fim de poucos minutos, já estava com este ar acabado:</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYwVd5qRMZ-40yd8HNLyjxTSH0Xq50YJ8WnlK2VY-ZxiqUNco01W3CNPb4FtJa6BkUs2IwdNiR1NfC0UCdYrCI121xz19SY1ZNBdYwu4czQUHIr2l0viBzBnF5oWMuZy5wexqKPccjNdlj/s960/106201988_635149403769391_2818811535159916946_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="721" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYwVd5qRMZ-40yd8HNLyjxTSH0Xq50YJ8WnlK2VY-ZxiqUNco01W3CNPb4FtJa6BkUs2IwdNiR1NfC0UCdYrCI121xz19SY1ZNBdYwu4czQUHIr2l0viBzBnF5oWMuZy5wexqKPccjNdlj/w375-h500/106201988_635149403769391_2818811535159916946_n.jpg" width="375" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Saímos do percurso dos Picos do Açor pelos 14km, no Posto de Vigia, já com 1400+. A ultima subida foi a maior picada até então, com uns 400+, onde, mais uma vez, tive muita dificuldade em acompanhar os meus companheiros. Estava também preocupado com a hidratação, estava a beber profusamente tailwind para compensar a muita transpiração, mas sabia que até Piodão, nos 32km, dificilmente encontraríamos algum ponto de água. Falei com eles, que aparentemente estavam muito mais à vontade que eu, e todos tinham pelo menos 750ml de água, eu já só tinha menos que 500ml. Combinámos que em caso de necessidade eles me dariam água. </div><div style="text-align: left;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr29s62uv4y4cxXezQFubT8N8mOCobJPu1XNs7yZjAjlTh2y_-E_UUfH9yKf-qJ0ZT03JixmUTnOYXDr5eX0ylAQm6I0U9hl7aphFE3TBSauAHBCa59Q9RhJYUkrgQk9hc6z40KuVWvJat/s2048/106172894_271036381008027_1727822051318749805_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr29s62uv4y4cxXezQFubT8N8mOCobJPu1XNs7yZjAjlTh2y_-E_UUfH9yKf-qJ0ZT03JixmUTnOYXDr5eX0ylAQm6I0U9hl7aphFE3TBSauAHBCa59Q9RhJYUkrgQk9hc6z40KuVWvJat/w500-h375/106172894_271036381008027_1727822051318749805_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A subir a tal picada final, foto pelo João Tomás.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os 15km seguintes, até ao Piodão, foram desenhados no Google Earth. Não fazia ideia do que íamos encontrar! Parecia-me que seriam maioritariamente estradões das eólicas que percorriam a encumeada, mas a verdade é que andámos em alguns trilhos e marcámos o ponto em quase todos os marcos geodésicos do percurso. Acabou por ser uma secção muito gira, com algum desnível (700+), vistas espetaculares e sempre corrivel. </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJnWC24viaR5-wo8yvc-rY1HpN_xSTD0LTtav4m4MZxaIoImfRd9PAj8CRKwhqzWgxxBn6yms6egtxLamCLURzQgLrdrlffeWLZmk5-FPjDMNkReahzS6ARi4N9tx01VPRU_Oo9GosFqo7/s960/83707105_293862885148143_42140520856186262_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJnWC24viaR5-wo8yvc-rY1HpN_xSTD0LTtav4m4MZxaIoImfRd9PAj8CRKwhqzWgxxBn6yms6egtxLamCLURzQgLrdrlffeWLZmk5-FPjDMNkReahzS6ARi4N9tx01VPRU_Oo9GosFqo7/w375-h500/83707105_293862885148143_42140520856186262_n.jpg" width="375" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPT8QC6nZ6ron5Vh_S-4TYMu7VOaTLfL2ptd8lz7fbh92jvQAl1e26wXevDo64f5NsgkD6gjc2-co8nd7zmK9gI7407RrH6jQM4eoBjzExocliTJPEwkcMyr_3f-rWwsoHHP80TzwuHVIw/s960/106389089_1976692702455197_8273924523951754100_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPT8QC6nZ6ron5Vh_S-4TYMu7VOaTLfL2ptd8lz7fbh92jvQAl1e26wXevDo64f5NsgkD6gjc2-co8nd7zmK9gI7407RrH6jQM4eoBjzExocliTJPEwkcMyr_3f-rWwsoHHP80TzwuHVIw/w375-h500/106389089_1976692702455197_8273924523951754100_n.jpg" width="375" /></a></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ou seja, a única parte que íamos ao desconhecido acabou por correr melhor do que o esperado! Até à descida final para o Piodão... Quando já viamos os telhados de xisto da bonita aldeia, saímos do estradão que nos estava a embalar até ao Inatel para procurar um trilho que tinha encontrado já não sei onde. O problema é que já ninguém lá devia passar há anos, estava completamente dominado pelas silvas! Se podiamos ter voltado para trás? Pois podiamos, mas, como toda a gente que anda nisto sabe, quando se passa aquele ponto mágico do "epah, agora já não vamos voltar para trás, ainda por cima é a subir", já não há nada a fazer. Deixei lá uns bons gramas de carne agarrados àquelas silvas mutantes durante pelo menos 1km literalmente a abrir mato, mas lá conseguimos chegar ao Piodão, 32km, onde teriamos o primeiro "abastecimento".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLH_BJSWlsiPuxwSIKquOK2sumbQSocetthTDd96TX5JaJDh-fbiOZeWweIaIkm0_taV2l83DdNI4W_fhSxnKZeLnlxM4ylTB4T0EInaG7t97l3V_iPyhEiffkCQGo1q1BEiZDFfdFKObp/s960/106227218_1893783547418869_4702247511931681616_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLH_BJSWlsiPuxwSIKquOK2sumbQSocetthTDd96TX5JaJDh-fbiOZeWweIaIkm0_taV2l83DdNI4W_fhSxnKZeLnlxM4ylTB4T0EInaG7t97l3V_iPyhEiffkCQGo1q1BEiZDFfdFKObp/w375-h500/106227218_1893783547418869_4702247511931681616_n.jpg" width="375" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeM3xZyr4igdMbpy2OL2yzqzgAUekePxUJXCXr3IvTBiheaV-z69TFwOCypjoIWvX6AkU7ms4_rvcS557wMDcEnzk6s9wPbvTBKO2ZNoY79U1gnkKze2tI9lBwzjqZwrV20N7_MCkrWdGb/s960/106237746_3165638656829338_6380221527736792939_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeM3xZyr4igdMbpy2OL2yzqzgAUekePxUJXCXr3IvTBiheaV-z69TFwOCypjoIWvX6AkU7ms4_rvcS557wMDcEnzk6s9wPbvTBKO2ZNoY79U1gnkKze2tI9lBwzjqZwrV20N7_MCkrWdGb/w375-h500/106237746_3165638656829338_6380221527736792939_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Primeiro abastecimento.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já restabelecidos depois de uma boa paragem, flasks cheios, tailwind preparado, entrámos no percurso do Ultra Trail do Piodão até Chãs de Éguas. Aqui os trilhos estavam limpinhos e a progressão foi muito boa. Sentia-me bastante melhor depois da paragem, ainda assim tinha que vir muito perto do limite para os conseguir acompanhar. Também o calor decidiu aparecer por esta altura, depois de uns km muito confortáveis lá em cima, agora estava seco e quente. Bebi água e molhei-me em todas as bicas que ia encontrando, até porque até Teixeira de Baixo, local do terceiro "abastecimento" eram cerca de 20km. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A subida para sair da Serra do Açor foi pelo estradão aos zigue-zagues do Ultra Piodão, onde, mesmo a andar bem, fiz os meus companheiros esperar uns bons 10 minutos lá em cima. A situação estava a tornar-se um bocado frustrante, custava-me que eles tivessem que esperar, mas estava a dar o que tinha. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lá em cima, tal como me lembrava, a vista era deslumbrante. De um lado o estradão que serpenteava e culminava no Picoto da Cebola, ponto mais alto do Açor, do outro a imponente Estrela, com os 1990 parcialmente tapados por nuvens. O caminho para o Alvoco era em linha reta, num estradão na encumeada, com algumas das vistas mais bonitas de todo o percurso.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghlj2rv67v6YI1N1-6uiUI-ftrVY7vbbMRhsZNqCfNx5zebuCa1RJuvqGfhNIfv0KxsUWwcQBUD4kfzV0DGn_sNdQcIVMkJUrntqGahbNpq1VqEHZ1_w27oUToOe3VQa7k1-zg92VSGfGj/s2048/106135552_582888699098332_5868297223461540682_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghlj2rv67v6YI1N1-6uiUI-ftrVY7vbbMRhsZNqCfNx5zebuCa1RJuvqGfhNIfv0KxsUWwcQBUD4kfzV0DGn_sNdQcIVMkJUrntqGahbNpq1VqEHZ1_w27oUToOe3VQa7k1-zg92VSGfGj/w500-h375/106135552_582888699098332_5868297223461540682_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Em Chã de Éguas, antes da subida.<br /></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8XKA-_qoQMCZiJfUQG4GLO2SYfwhalKhmHriHOrvTG1Z0Q2sMskLIcT1heCl6CVRqIbyY4BLElG9JCr-SIfF0oGv4d8zgwptjru4jlW0FAObT5lOZZUbY4WXsnVjqVAOMQ6v_VChyphenhyphendkjD/s960/106020485_196334908401093_3224701592425221712_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8XKA-_qoQMCZiJfUQG4GLO2SYfwhalKhmHriHOrvTG1Z0Q2sMskLIcT1heCl6CVRqIbyY4BLElG9JCr-SIfF0oGv4d8zgwptjru4jlW0FAObT5lOZZUbY4WXsnVjqVAOMQ6v_VChyphenhyphendkjD/w375-h500/106020485_196334908401093_3224701592425221712_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lá ao fundo, o Picoto da Cebola.<br /></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhL90IfbJiNNwUjv2wQYl8iTQC_vtUf-nfrUDQkEEk9n6L0cHAtDYfyaPWjBmbvW2q903ZOe_bJ2DV73-7b-evRbfiSaphjajbxHwnA5iOkTOUUo1YJD_1kdgrWdFGNx6gCle0DipneseE/s2048/106113560_1164302917262578_4559955318198453511_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhL90IfbJiNNwUjv2wQYl8iTQC_vtUf-nfrUDQkEEk9n6L0cHAtDYfyaPWjBmbvW2q903ZOe_bJ2DV73-7b-evRbfiSaphjajbxHwnA5iOkTOUUo1YJD_1kdgrWdFGNx6gCle0DipneseE/w500-h375/106113560_1164302917262578_4559955318198453511_n.jpg" width="500" /></a></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOxHtCXVYVcjKeUrB4KmQ3gnjUl4A_DLLbFCAL2qTPMBBYlIjAcMlGU09wGgCOe0Voc3dkjqkXdVtKNrLq1P86JHMZUHbB0G5pu5UNm6ppDC5oeVPpid_iIDKBAiSdFKvOxKfyYHSLj2yf/s2048/106348417_2757046051243136_4815154050218403148_n+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOxHtCXVYVcjKeUrB4KmQ3gnjUl4A_DLLbFCAL2qTPMBBYlIjAcMlGU09wGgCOe0Voc3dkjqkXdVtKNrLq1P86JHMZUHbB0G5pu5UNm6ppDC5oeVPpid_iIDKBAiSdFKvOxKfyYHSLj2yf/w500-h375/106348417_2757046051243136_4815154050218403148_n+%25281%2529.jpg" width="500" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Chegámos a Teixeira de Baixo já com 52km. Parámos na primeira bica que encontrámos e sentámo-nos a beber e a comer o que trazíamos, desta vez não havia nenhum café. Íamos entrar na parte final do percurso, estávamos com cerca de 3000+ e faltava-nos nada mais nada menos que a subida do KV do Alvoco com mais um extra, já que iríamos partir abaixo da cota 500 e a subida andaria pelos 1600+. A má disposição já estava mais ou menos ultrapassada, mas cada vez se notava mais a diferença de andamento para os meus colegas. Antes de partimos pedi-lhes para não esperarem por mim, que nos encontraríamos no Alvoco. Preferia muito mais ir sozinho do que os estar a prender, e assim foi. Os 7 ou 8km que nos separavam do Alvoco foram praticamente todos cumpridos sozinhos a andar bem, sempre em trilhos que subiam vagarosamente paralelos ao rio. A cerca de 1km do Alvoco encontrei o grande Jorge, um amigo que fiz no estágio da APT e com quem gosto muito de correr. Tinha estacionado em Piornos, descido o KV e agora ia voltar para trás connosco. É pena que desta vez já me tenha encontrado em tão avançado estado de decomposição!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLpFnvmz3aXtpJu6MH2zdA4I3mj65jnMCjil-udH2PEoA0z_jilEwCTxEMBo3W_sNWOcZj4041Db2EHzGYypZbd1ZBhgSIbi9qFF0yMBLv0rALntHd4GYA-OA58Mwh42bCe9D9qnQSNyeU/s2048/106124320_618918652308141_9036549084674876129_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLpFnvmz3aXtpJu6MH2zdA4I3mj65jnMCjil-udH2PEoA0z_jilEwCTxEMBo3W_sNWOcZj4041Db2EHzGYypZbd1ZBhgSIbi9qFF0yMBLv0rALntHd4GYA-OA58Mwh42bCe9D9qnQSNyeU/w500-h375/106124320_618918652308141_9036549084674876129_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No abastecimento de Teixeira de Baixo<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQUA17qXU6kyLCtaGojjRm2qwYHxiPhDC9B46tnuExpEzjNFDGRnOPxYilVNAQIEstbw7QaC-lG1PEB0QERk5dzklx8e0hGgmu_vh9OCApjOm6FWqQR7HNMXl5sE91QZ1KInIGo4keZ2N/s960/83734217_3279686675432333_708498616484322575_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQUA17qXU6kyLCtaGojjRm2qwYHxiPhDC9B46tnuExpEzjNFDGRnOPxYilVNAQIEstbw7QaC-lG1PEB0QERk5dzklx8e0hGgmu_vh9OCApjOm6FWqQR7HNMXl5sE91QZ1KInIGo4keZ2N/w375-h500/83734217_3279686675432333_708498616484322575_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O João e Teixeira de Baixo ao fundo.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estávamos então com 60km e a beber uma coca-cola no Alvoco. Este percurso tem essa característica demolidora, acaba com o quilómetro vertical do Alvoco. Para mim, a mais dura e melhor subida de Portugal Continental. Desde aquele ponto são 1200+ em menos que 5km. Mas a parte principal, o KV, são 1000+ em 3.8km. Foi a sexta vez que o subi e já por lá passei em muito diferentes condições. Desde estar fresquinho, no inicio de um treino, a completamente acabado, como no EGT em 2016. A primeira vez, em 2014, foi no saudoso KV do Alvoco, uma prova organizada pelo Armando Teixeira que só teve essa edição. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esta não foi de todo a melhor subida que lá fiz, mas também não foi a pior. Subi devagar mas muito certinho, sem nunca parar a não ser para a obrigatória foto na mariola gigante que marca o fim da parte mais demolidora da subida. Mais uma vez cumpri-o sozinho, tendo quase obrigado os meus companheiros a subirem ao seu ritmo. Assim o fizeram. Só para perceberem, o Guilherme demorou menos 26 minutos que eu a subir (1h00 vs 1h26) e mesmo assim ficou a 18 minutos do record dele! </div><div style="text-align: left;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIw_UMZNu-OQJGn3mab15215mD6BMS4ro_18GCmAnEP9mQAXvrM-Wb-IJAUZZ4eLcsZ5Rmd1koD4OoJQy35ot1wshkMJwNJ5a9fEcoTzRogEX5BqQ1KcDIeAlOAe-hSwoucOY3eA2Zt1Y9/s960/83466320_1603384213157363_7052584175430818711_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIw_UMZNu-OQJGn3mab15215mD6BMS4ro_18GCmAnEP9mQAXvrM-Wb-IJAUZZ4eLcsZ5Rmd1koD4OoJQy35ot1wshkMJwNJ5a9fEcoTzRogEX5BqQ1KcDIeAlOAe-hSwoucOY3eA2Zt1Y9/w375-h500/83466320_1603384213157363_7052584175430818711_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Torre ao fundo do Planalto dos Corvos. Uma vista que provoca sempre alívio!<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDpLz6I1oRe-NNaE7oWhyphenhyphen4Kc5_qNYjIdzCCLzENUiJwNCbgjUOys9ThFiilKryRfBpDabqc1QIGQo4mr7xHstJb0aP80qvU4-9Ic01q8T-fsoR1Kn7SOGiKywZ7a0RDx6lomkf8lDzfcPq/s2048/106228631_291679035357699_6571678320326936059_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1538" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDpLz6I1oRe-NNaE7oWhyphenhyphen4Kc5_qNYjIdzCCLzENUiJwNCbgjUOys9ThFiilKryRfBpDabqc1QIGQo4mr7xHstJb0aP80qvU4-9Ic01q8T-fsoR1Kn7SOGiKywZ7a0RDx6lomkf8lDzfcPq/w500-h375/106228631_291679035357699_6571678320326936059_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mau aspecto, junto à famosa mariola gigante<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJNp2-_o9ptsCqKxdXfZadst61aAxhWelnMygaytD6veGoivXX5m1bp3uu3AAf0LAR2ApcJ9tfVdnBrmor_mubdRwMvHC-QGZ7gToBjL9FkKB1fPRk9jqQjYeEEyiYc4hgKSXcjbUiH_Mr/s960/106424563_2788745981409411_682840434551395510_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJNp2-_o9ptsCqKxdXfZadst61aAxhWelnMygaytD6veGoivXX5m1bp3uu3AAf0LAR2ApcJ9tfVdnBrmor_mubdRwMvHC-QGZ7gToBjL9FkKB1fPRk9jqQjYeEEyiYc4hgKSXcjbUiH_Mr/w375-h500/106424563_2788745981409411_682840434551395510_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A parte final da subida, com a mariola nas costa<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOPGTEuN4rt30GMC63oraquS8BYW0cMORW5kf0JYx7aLmTJBrVAPD2jSQNFur5P3OrgpYl0ICjHtHA4yV_rGjBB_uM0ONBG1_pftnI18hZO1ysD1YtNIZSE8rdHCbqUTgm9j-NkKd_UP-/s2048/106440603_3650150801682213_3184684472755929741_n+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOPGTEuN4rt30GMC63oraquS8BYW0cMORW5kf0JYx7aLmTJBrVAPD2jSQNFur5P3OrgpYl0ICjHtHA4yV_rGjBB_uM0ONBG1_pftnI18hZO1ysD1YtNIZSE8rdHCbqUTgm9j-NkKd_UP-/w500-h375/106440603_3650150801682213_3184684472755929741_n+%25281%2529.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alvoco lá ao fundo.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O quarto e ultimo abastecimento foi na Torre, onde o Jorge estava em casa. Fomos à loja do tio dele e mamámos uma valente sandes de queijo e presunto com uma coca cola. À entrada do centro comercial tive que por a máscara, que passou a fazer parte do material obrigatório. Agora imagem, todo rebentado, aos 2000m, com uma máscara na cara. Digamos que não foi lá muito confortável!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7UeybnSgIiLI_KPCkZcrLBsuVJkzFNF1B6AmrgcojCm6vMdJgXJu-zcWpWeq4hsIQ8JebwrTGcYEOJiEtvtkAe4L2dKPBwshwv8ahfhyphenhyphenOjMvSEnKjF-B-3txgLp_o-0YdHNrWXI-vr-nu/s2048/106139578_557948301554119_4303181463156339106_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1538" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7UeybnSgIiLI_KPCkZcrLBsuVJkzFNF1B6AmrgcojCm6vMdJgXJu-zcWpWeq4hsIQ8JebwrTGcYEOJiEtvtkAe4L2dKPBwshwv8ahfhyphenhyphenOjMvSEnKjF-B-3txgLp_o-0YdHNrWXI-vr-nu/w500-h375/106139578_557948301554119_4303181463156339106_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na Torre, já com o Jorge<br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqXBzMxupipTVDOMsFcfws1-O2uqSU78neobpJ-XGCg1YqkixWtwbzqOTFnZzF8UMj5bMmaQNOba8NHp0X9U1wQA4zrPHYRvGZxOEFSe5bFhBy1fIQsmq5ZYIsIPWQPs4DHrvjdi1g7ujD/s960/106375241_760827201391169_5984326939317074785_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqXBzMxupipTVDOMsFcfws1-O2uqSU78neobpJ-XGCg1YqkixWtwbzqOTFnZzF8UMj5bMmaQNOba8NHp0X9U1wQA4zrPHYRvGZxOEFSe5bFhBy1fIQsmq5ZYIsIPWQPs4DHrvjdi1g7ujD/w375-h500/106375241_760827201391169_5984326939317074785_n.jpg" width="375" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As sandes do tio do Jorge.<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Restava-nos agora "apenas" descer o mítico Major, depois apanhar o planalto da Nave de Santo António e descer pelos zigue-zagues até ao Vale Glaciar, onde cumpriríamos os km finais junto ao Zêzere, nascido uns metros lá atrás, no Covão d'Ametade. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já estava com o modo ultra ligado, em gestão cuidada do esforço, há umas boas horas. Tinha vindo desde o início em ritmo de prova a tentar acompanha-los, mesmo sem conseguir. Tal como numa prova já tinha tido momentos muito baixos. Mas lidei com eles, como faço em prova, e aproveitei aquele ressalto de quando voltamos à vida. Desci o Major de forma resguardada e ainda tive pernas mais que suficientes para atravessar a Nave de Santo António a trote, assim como a parte final já no Vale Glaciar. </div><div style="text-align: left;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNXNR0fKhFueR_vmyuq6hGnLmle9yZ559SC-Lxls_z_pGIuj2tPKlnqPbyK6eF2FVzbiPqWrrrqKuQRWLvOr99lQUmWo_klrJwTAYsrUUk6hiTSl0VUoErExD83v5E_z7RIw-NNFJrZDCX/s2048/106113558_2715565581990055_5809821812204493057_n+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNXNR0fKhFueR_vmyuq6hGnLmle9yZ559SC-Lxls_z_pGIuj2tPKlnqPbyK6eF2FVzbiPqWrrrqKuQRWLvOr99lQUmWo_klrJwTAYsrUUk6hiTSl0VUoErExD83v5E_z7RIw-NNFJrZDCX/w500-h375/106113558_2715565581990055_5809821812204493057_n+%25281%2529.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Vale Glaciar<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Inicialmente tinha pensado ir mesmo até Manteigas, mas o trilho do Vale Glaciar desaparece sensivelmente a meio do trajecto, sendo que os ultimos 4 ou 5km são cumpridos num estradão plano muito chato. Por isso decidi ficar a meio do vale, onde existe uma praia fluvial e dá para estacionar o carro. Lá estava a Sara, há umas 3 horas à nossa espera! Pusemos as pernas de molho nas águas geladíssimas do Zêzere, arrumámos a trouxa e iniciámos a viagem de quase 4 horas que ainda nos faria passar por Arganil antes de descer para casa!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1ERlSskJgBRLVsjsrjrpa4Q8Gd9SX2YIsq9MCWWpz4ld2l4Galq8Yhnj2adlonWTOu64wPZ3Z6EhpveVN0_2fkuF8aquYcqh3IFD-I826sceMA4ooVlwR7I-NjEK_5wHF0SeOYL3tKqZe/s2048/106062436_313736223352927_336833725272742023_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1ERlSskJgBRLVsjsrjrpa4Q8Gd9SX2YIsq9MCWWpz4ld2l4Galq8Yhnj2adlonWTOu64wPZ3Z6EhpveVN0_2fkuF8aquYcqh3IFD-I826sceMA4ooVlwR7I-NjEK_5wHF0SeOYL3tKqZe/w500-h375/106062436_313736223352927_336833725272742023_n.jpg" width="500" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Guilherme e o João, já de molho.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Foram 76km com 4650+ em 13 horas certinhas. Demorou bastante mais do que esperava, estava a apontar para as 11/12 horas, mas o percurso também foi muito mais difícil do que tinha imaginado. Encarei-o como uma autentica prova, de tal maneira que hoje estou num estado que raramente fico. Todo dorido, desidratado, arranhado... Mal me consigo mexer! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O percurso foi mesmo muito interessante. As travessias têm aquela coisa boa de conseguirmos passar em muitos sítios diferente na mesma volta, e esta foi bastante grande. Começámos nos trilhos técnicos e fechados dos Picos do Açor, andámos pelos estradões da encumeada do Piodão, subimos o demolidor KV, acabámos no lindíssimo Vale Glaciar... Houve de tudo! Houve também um grupo espectacular mas que claramente andou mais devagar pela minha presença. É raro estar num grupo de treino onde sou o mais lento, a sensação não é a melhor. Fiz o melhor que consegui, mas a conclusão que chego no fim disto é que há níveis para este jogo. O Guilherme está seguramente entre os 5 melhores do país, nunca tinha corrido com ninguém deste nível durante tanto tempo, é impressionante como estamos tão distantes. Planetas diferentes!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E agora? Bem, as ideias pós-covid continuam a aparecer. Todos os ingredientes que procuro neste desporto estão presentes nestas aventuras, e certamente esta não será a ultima. É verdade que tenho saudades das provas, porque....... bem, já não me lembro bem do que tenho saudades, acho que principalmente do convívio com amigos! Porque o resto, o desafio, a descoberta, a aventura, o esforço, a montanha, está tudo aqui à mão de semear!</div>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-38007578934359498382020-06-07T16:08:00.001+01:002020-06-07T19:08:38.850+01:00Trans'Aire e Candeeiros<div style="text-align: justify;">
Não é que as provas sejam de forma alguma uma obrigação, eu gosto de fazer. Mas não é só da competição que gosto. Adoro sair à aventura, andar em lugares desconhecidos, levar o corpo ao limite, descobrir novas sensações... O melhor de tudo é que, mesmo com todas as provas canceladas, só a competição é que não está disponível, o resto está tudinho aí fora à mão de semear! A motivação e vontade de correr estão bem lá em cima, tal e qual como se houvessem provas, e a verdade é que ando cheio de planos para estes tempos. Ontem foi dia de embarcar numa dessas aventuras: O Trans'Aire e Candeeiros!</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSmNBGTyJcWT8nzi-XRZeWkIj06_YhkCvHCpbb7jIe029npMfdtT1Tsda8YJwVnDMxoprgyrvKbm-0lwJsbMlHRoiFgYxQPzgqCZliVofyUB05StqNinrgF_PrVLAHy9xW6IU9CnXqNjBl/s1600/103500046_721857161909191_2014689611416762110_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSmNBGTyJcWT8nzi-XRZeWkIj06_YhkCvHCpbb7jIe029npMfdtT1Tsda8YJwVnDMxoprgyrvKbm-0lwJsbMlHRoiFgYxQPzgqCZliVofyUB05StqNinrgF_PrVLAHy9xW6IU9CnXqNjBl/s400/103500046_721857161909191_2014689611416762110_n.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Depois de anos a sonhar com este proje..... ok, esqueçam, no <b>domingo passado</b> pensei que podia ser engraçado atravessar o Parque Natural das Serras d'Aire e Candeeiros, que se situa aqui bem perto de casa. Conhecia algumas parte do parque, mas outras eram completamente desconhecidas. Peguei no telemóvel, fiz um print-screen ao google maps, uns rabiscos e... voilá! </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhykSg7Sjwu4R6A4gJtTb067UGFzlTw9diW6bGCt22rn3VJJ70BjeZ0tcjOpky6hpzJVjncO64bx9PCtm9icJ5js7b12MFcDZO8SW90c443W9EYLzlsBRx7rCfUlkQVvaUXuplCNWrt1USY/s1600/102820652_273734097079061_3792431613828070448_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhykSg7Sjwu4R6A4gJtTb067UGFzlTw9diW6bGCt22rn3VJJ70BjeZ0tcjOpky6hpzJVjncO64bx9PCtm9icJ5js7b12MFcDZO8SW90c443W9EYLzlsBRx7rCfUlkQVvaUXuplCNWrt1USY/s400/102820652_273734097079061_3792431613828070448_n.jpg" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Está feito o track!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro e mais importante passo estava tomado, decidir que ia fazer isso. Agora "<i>só</i>" tinha que arranjar um percurso que cumprisse o que queria. Falei com o Pedro Ribeiro, que é de Rio Maior, com o Guilherme Lourenço, que é da zona das Alcobertas, com o Aníbal Godinho, que é da zona de Torres Novas e, muito importante, com o João Tomás, que é de Porto de Mós. Reuni uma série de tracks de treinos e provas, uns deles, outros meus, e com a ajuda do João, que aceitou não só ajudar-me a desenhar o percurso mas também a acompanhar-me na aventura (acho que não demorou 15 segundos a pensar), traçamos o nosso Trans'Aire e Candeeiros!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn6PlzTbvkwvlKnkRDefhbn8rG7QVloIqdTOYLHPLgP9q2l7KUoSqkjI-gqrzHhWY5r9-OPqcJNcssY8vqdnlPkPzNShlCPrsG4ko3K9XpXgQe24UaVemy37blrmGuS13eML2-HL_x2rm1/s1600/102649493_290892425636972_2954881387065487339_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn6PlzTbvkwvlKnkRDefhbn8rG7QVloIqdTOYLHPLgP9q2l7KUoSqkjI-gqrzHhWY5r9-OPqcJNcssY8vqdnlPkPzNShlCPrsG4ko3K9XpXgQe24UaVemy37blrmGuS13eML2-HL_x2rm1/s320/102649493_290892425636972_2954881387065487339_n.jpg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não ficou muito diferente!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Tracks no relógio e, no sábado às 8 da manhã, lá estávamos no Alto da Serra, ao pé de Rio Maior, prontos a embarcar na aventura. Esperavam-nos cerca de 65km num percurso que obedecia a um principio: não nos interessava andar a subir e descer só porque sim, o objectivo principal era atravessar o parque e ir aos principais picos, pelo que tentaríamos sempre manter-nos na encumeada. Claro que fizemos tudo para fugir dos estradões e andar em trilhos.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh42RZ6tPxXlxvXxiDvRTy9OkNI5JeXdxiUwB2Qu41uAOEaZ3f3-tPA5WZVplZXgsXOdScZSD9Dq2nEBC8umoFh3H8Bj8yXQgJEefQZEk6H8a4WAg0axCgic-dpT_d9gOy_q1Ko8p0WKhb1/s1600/102445301_3082594818467750_4010875202702035115_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh42RZ6tPxXlxvXxiDvRTy9OkNI5JeXdxiUwB2Qu41uAOEaZ3f3-tPA5WZVplZXgsXOdScZSD9Dq2nEBC8umoFh3H8Bj8yXQgJEefQZEk6H8a4WAg0axCgic-dpT_d9gOy_q1Ko8p0WKhb1/s400/102445301_3082594818467750_4010875202702035115_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">PNSAC - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A primeira parte do percurso, que atravessa o parque eólico da serra, era a que conheciamos pior e foi onde fizemos o maior compromisso. É uma zona de muitas pedreiras e com poucos trilhos (pelo menos que nós saibamos) a atravessar longitudinalmente, então decidimos seguir num estradão que percorre a encumeada toda. O percurso total de 65km teve, talvez, 20km de estradão, praticamente todos concentrados nos primeiros 25km. Foi um mal necessário, já que queríamos começar em Rio Maior, mas até nem foi assim tão mau. O estradão andou sempre lá em cima e as vistas eram muito boas. Serviu como um bom aquecimento. Nesta altura já dava para ver a omnipresente Serra d'Aire, a uns impressionantes 50km de distancia em linha recta. Parecia impossível, mas naquele dia ainda lá haveríamos de passar. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYrkVVjQWTWU1Xbxx3UWs3hBsT24ipxmrPQ3QLJ46UCyIKLfHD8Lt8Otpscgcm52FVLvVSvQyRFhr2g_Mn9ZMefGp2czwM7p6MPkSPaSRtc-2Ns0ELT3dm2VJKlggiIuO6U_8Pm3uWyl9s/s1600/102370819_719972608774173_7817897726123956191_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYrkVVjQWTWU1Xbxx3UWs3hBsT24ipxmrPQ3QLJ46UCyIKLfHD8Lt8Otpscgcm52FVLvVSvQyRFhr2g_Mn9ZMefGp2czwM7p6MPkSPaSRtc-2Ns0ELT3dm2VJKlggiIuO6U_8Pm3uWyl9s/s400/102370819_719972608774173_7817897726123956191_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O João a chegar a um dos marcos geodésicos. </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Os primeiros 15km foram praticamente todos cumpridos neste estradão a um bom ritmo. A chegada a Vale Ventos, onde estava a Sara e os miúdos, que andaram a acompanhar-nos durante o dia, marcou o inicio da mudança no percurso. Os seguintes 5km já foram metade trilho metade estradão, sempre na encumeada e em progressão. Lá para os 20km passámos pelo <a href="https://jf-riomaior.pt/turismo-e-lazer/arco-da-memoria/">Arco da Memória</a> e iniciámos a primeira subida a sério em trilho para, praticamente até ao fim, não abandonarmos os single tracks. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0NS_p399lSUQUYCqOza_hePMR9jF8Clns6nAVK1a5_yma362dwvrK2XMlzrYwVy_B3MYRMg256I7rsUFoPB2__r5oq8TRgdkazudloySGFLtRkqwd7fMj7neWGi_tx9_MRTIFk3kQnILH/s1600/102850183_684123525707375_1601189560802992173_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0NS_p399lSUQUYCqOza_hePMR9jF8Clns6nAVK1a5_yma362dwvrK2XMlzrYwVy_B3MYRMg256I7rsUFoPB2__r5oq8TRgdkazudloySGFLtRkqwd7fMj7neWGi_tx9_MRTIFk3kQnILH/s400/102850183_684123525707375_1601189560802992173_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arco da Memória. Cliquem no link aqui em cima para saberem a história.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Estávamos a entrar na zona do João, pelo que ele criou ali um percurso de primeira qualidade. Sempre em trilhos bastante técnicos, percorremos uma crista com uma proeminência brutal, por trilhos que eu nunca imaginei que houvessem ali. Já nem me lembrava dos estradões do inicio, enquanto me tentava equilibrar, pedra ante pedra, na descida do picoto para a vila de Serro Ventoso, no fundo do vale. </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcLnzwNZW_2NIN4vIEKJmqBo4sMINMIJ6HyHUboXazIgkp-Ed4VLRkwSkVO1PDkAlLnN2zT1Jnw1LhoVsEx4CJJ3aLiFwZFGN3UhbZICt_k1z88yuCR3hUa63DVZNqxGAK5apIEbW6dJ1g/s1600/102418859_1985134124949994_5209158725522575655_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcLnzwNZW_2NIN4vIEKJmqBo4sMINMIJ6HyHUboXazIgkp-Ed4VLRkwSkVO1PDkAlLnN2zT1Jnw1LhoVsEx4CJJ3aLiFwZFGN3UhbZICt_k1z88yuCR3hUa63DVZNqxGAK5apIEbW6dJ1g/s400/102418859_1985134124949994_5209158725522575655_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A crista que percorremos durante 6 ou 7km. Como sempre, a imagem fica MUITO aquém da realidade</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh3mDQpqWXp8w2naIwel6AYxZew4bk00zujrgVvjZCEo4q0QhfIG3GhK4FmcYF05Eo3f2zARE7emjKwJD5qkbkXu_RubIFnRcs7-ZITFDQiSPTUWAxfF0gJtmFcEdz63hKEyymgNjUXCeM/s1600/102840889_292399038815659_5558246017215476560_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh3mDQpqWXp8w2naIwel6AYxZew4bk00zujrgVvjZCEo4q0QhfIG3GhK4FmcYF05Eo3f2zARE7emjKwJD5qkbkXu_RubIFnRcs7-ZITFDQiSPTUWAxfF0gJtmFcEdz63hKEyymgNjUXCeM/s400/102840889_292399038815659_5558246017215476560_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A subir para a crista</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6lbfxyhznoMcgmHRKkQR9zubywlmySEMxuHtQ5Dsa3rrsmfauYnjX1TAoZQOha__FF_7Gi91zfDIvyqCqOvrk9WgF0dOOBE5TF9vlJuFLoWLVGzLzFWCJZQz_tob9y4kfz9rk3bMA6zpT/s1600/102945154_290448471998343_1013550936662850364_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6lbfxyhznoMcgmHRKkQR9zubywlmySEMxuHtQ5Dsa3rrsmfauYnjX1TAoZQOha__FF_7Gi91zfDIvyqCqOvrk9WgF0dOOBE5TF9vlJuFLoWLVGzLzFWCJZQz_tob9y4kfz9rk3bMA6zpT/s400/102945154_290448471998343_1013550936662850364_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Trilhos espetaculares antes de chegarmos À crista da Bezerra</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8lpoUuFxdfueNSgPaKQkF7hLWqRUp-sStG3M9WacEqMAZtx9XQNDeKWEsADujofeBqOKa9O6hr7VUalf8Oeet90mYZjs1Wk4gc9OLcvchrTlqYXSADBSy3B8hDAsjsZamqcBSvPX3Jy3_/s1600/103500046_721857161909191_2014689611416762110_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8lpoUuFxdfueNSgPaKQkF7hLWqRUp-sStG3M9WacEqMAZtx9XQNDeKWEsADujofeBqOKa9O6hr7VUalf8Oeet90mYZjs1Wk4gc9OLcvchrTlqYXSADBSy3B8hDAsjsZamqcBSvPX3Jy3_/s400/103500046_721857161909191_2014689611416762110_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Algumas zonas bastante técnicas</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Depois de Serro Ventoso iniciámos a subida para mais um dos pontos altos do percurso e um verdadeiro ex-libris do Parque - a Fórnea. Quem não conhece, é obrigatória a visita. Um anfiteatro natural inacreditável na serra, que se enche de água e cascatas quando chove. É verdadeiramente impressionante estar ali, faz-nos sentir pequenos. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCpDwTNAcLYyKhA1r4t0JQfE6QG3LoPI42u3Vb2tEwMJTcnlfCRICPC0fBP6mUW-SkblXnUN0lkGQh1iodJxaKk6295OJwYh6P0Px77Jz32Y_yDJqUUMFbU1pdPOB4_Yjjt3pSn2aVIjEz/s1600/102960422_543474123205215_3052267690420555924_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCpDwTNAcLYyKhA1r4t0JQfE6QG3LoPI42u3Vb2tEwMJTcnlfCRICPC0fBP6mUW-SkblXnUN0lkGQh1iodJxaKk6295OJwYh6P0Px77Jz32Y_yDJqUUMFbU1pdPOB4_Yjjt3pSn2aVIjEz/s400/102960422_543474123205215_3052267690420555924_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A foto obrigatória na Fornea.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Lá, na Fórnea, estavam mais uma vez a Sara e os miúdos. Acordaram comigo às 6 da manhã, vestiram-se entre naturais birras e muito sono à mistura, prontos a passar um dia a andar de ponto em ponto à espera que eu passasse. Se acham que é cansativo correr 65km, imaginem o dia da Sara, mais de 8 horas sozinha com dois miudos cansados e com sono, fora de casa, de um lado para o outro!</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQjgUsTtwfMlGDqjENmXYrCxvJSq62jC4L8ovD_F7zeR8WxbtLYNTsl7o_qRx2FWTaCyVdwrnKiG8aJDzqhwvy11YpvFE4cj0ov98v_IOlcj12apttM7QpU-gvQn91TnPFpfuO-5BoAu5i/s1600/102842432_694707751353401_684300873588750523_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQjgUsTtwfMlGDqjENmXYrCxvJSq62jC4L8ovD_F7zeR8WxbtLYNTsl7o_qRx2FWTaCyVdwrnKiG8aJDzqhwvy11YpvFE4cj0ov98v_IOlcj12apttM7QpU-gvQn91TnPFpfuO-5BoAu5i/s400/102842432_694707751353401_684300873588750523_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com os artistas.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Depois da Fórnea começamos a percorrer uma encosta lindíssima que nos levaria até Minde. Foram quase 15km num single track limpo, com muito pouco desnível, que percorria toda a encosta. Com o João quase sempre na frente, andámos a muito bom ritmo pelo trilho perfeito para correr. Ora na encosta, ora na encumeada, por entre muros de pedra calcária amontoados à mão, típicos da região. De marco em marco, lá fomos ganhando terreno até à grande descida para Minde. Sem dúvida um dos pontos altos do percurso!</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJu2zO4pBwoCtZoiKcgmrrHna11E29u3088XYRKsR__-KDA1o_3hswJDoNnTyVspjXIqxBF4cR6GIAx9_7q092lV15l8eTBLVgMiaXEOFS9JcEhXW79RmmZ9C9OHhOXiXOEP4RciXUgzHM/s1600/102581889_253838089378329_1814029615577461380_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJu2zO4pBwoCtZoiKcgmrrHna11E29u3088XYRKsR__-KDA1o_3hswJDoNnTyVspjXIqxBF4cR6GIAx9_7q092lV15l8eTBLVgMiaXEOFS9JcEhXW79RmmZ9C9OHhOXiXOEP4RciXUgzHM/s400/102581889_253838089378329_1814029615577461380_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foram quase 15km desta maravilha</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Chegámos a Minde, 50km certos e perto de 1500+, com pouco mais que 5h30. Mesmo com algumas paragens pelo caminho, testemunha bem o bom ritmo que estávamos a meter. Principalmente à custa do João, que se farta de correr e me rebocou montes de vezes!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Faltavam agora cerca de 15km e a maior subida de todas, que nos levaria ao topo da Serra d'Aire, onde já estive dezenas de vezes em treinos. Chegámos a Minde sem um pingo de água e com fome. A Sara tinha ficado a orientar as tropas num parque infantil em Porto de Mós e não conseguiu ir ter connosco, por isso procurámos a primeira tasca e arrastámo-nos (pelo menos eu) para uma mesa na rua. Estava a trabalhar a vapores e precisava muito de comer bem. Felizmente aterrámos na Tasca do Chico, onde é feita a melhor bifana de Portugal, onde as médias estão à temperatura perfeita, mesmo antes de congelar, e os tremoços têm a quantidade certa de sal. Ui, pelo menos a mim pareceu-me o melhor sitio da terra.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-vlWzr9TxNiTeHFIVPm62Qr_eQQlgw2MLr6ud5K-VfGa9rFpeQsr5OkpHTzE0Bn_2PCHwbufWI56pDeDGOkjPCC1RHFYzDeWvrkFqnnisJFwiJpoWaZisbjmrx1eSylVjexrOZbBZhPi/s1600/103477706_2715773675337752_7404831896201183341_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-vlWzr9TxNiTeHFIVPm62Qr_eQQlgw2MLr6ud5K-VfGa9rFpeQsr5OkpHTzE0Bn_2PCHwbufWI56pDeDGOkjPCC1RHFYzDeWvrkFqnnisJFwiJpoWaZisbjmrx1eSylVjexrOZbBZhPi/s400/103477706_2715773675337752_7404831896201183341_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Perfeito.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Estivemos uma boa meia hora sentados, entre comida e conversa. Coisa que nunca faria numa prova, mas que ali soube pela vida. Restabelecidos, levantámo-nos já meio perros da paragem em direcção à Serra d'Aire. Foi só cruzar a A1 para o outro lado por uma passagem aérea e começámos uma longuíssima subida de 6km e cerca de 500+ até ao ponto mais alto. Metade deste trilho não conhecia, mas foi a subida perfeita para o final. Sempre em trilho, tricotámos por entre patamares e pedras numa inclinação muito confortável, até aos 680m do pico. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoK9JvvfDU5R3CXs29avirlrRhAp2miTDNpUcVC4eRmZ9fzMj45EcY4v3PDvxN6YNE4FKumLIhqKAkJrAyqjw8TPfrJEYp69QUIB2C9I2FlQFleM0Oq7WHREfZxYBANX2jMlZeiWt2mM9l/s1600/103133862_725186354914814_6511494329525918558_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoK9JvvfDU5R3CXs29avirlrRhAp2miTDNpUcVC4eRmZ9fzMj45EcY4v3PDvxN6YNE4FKumLIhqKAkJrAyqjw8TPfrJEYp69QUIB2C9I2FlQFleM0Oq7WHREfZxYBANX2jMlZeiWt2mM9l/s400/103133862_725186354914814_6511494329525918558_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lá em cima, no ponto mais alto.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Agora era só descer o planalto e finalmente apanhar o Vale Garcia. Foram 7 ou 8km sempre a descer num trilho muito bom, por onde já passei dezenas de vezes. Se na subida tinha tido as maiores dificuldades do dia, muito por ter comido (e bebido?) tanto em Minde, quando comecei a descer comecei finalmente a sentir-me bem e deu para acabar em grande, mais uma vez a bom ritmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Chegámos à pequena aldeia de Alqueidão com 65km e 2000D+ certinhos. Parecia de propósito. Foi uma chegada perfeitamente anti-climática, como sempre acontece nestas aventuras solitárias. Ninguém na aldeia sabia que aqueles dois tinham acabado de correr durante 8 horas, provavelmente não acreditariam que tínhamos saído aquela manhã de Rio Maior, a mais de 60km de distância. Pedimos água a um velhote que estava a cortar a relva no jardim e sentámo-nos num banco do largo da igreja a sorrir, sem falar, enquanto esperávamos pela Sara. Foi uma aventura e uma viagem perfeita, com todos os ingredientes que procurava!</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKQjsAzhtqz07mH_T1CswsIldW1Yba2gu_jQa-YnzHfOxAjiz7K9NGPnrqgQthJKqTJd3nFviWju-wqKXXJw3dGHWoRnkXJMaheUjv7iZu9YtTq0tLpuF1F8Xz6fW_r3TPElGnGOvTSLIR/s1600/102829152_199322277867393_2156596475745671479_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKQjsAzhtqz07mH_T1CswsIldW1Yba2gu_jQa-YnzHfOxAjiz7K9NGPnrqgQthJKqTJd3nFviWju-wqKXXJw3dGHWoRnkXJMaheUjv7iZu9YtTq0tLpuF1F8Xz6fW_r3TPElGnGOvTSLIR/s400/102829152_199322277867393_2156596475745671479_n.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Esqueçam as provas, não precisam delas para se motivarem. Há um mundo lá fora para descobrir e nós temos a sorte de fazer o melhor desporto do mundo. As possibilidades são infinitas, assim haja vontade e determinação. Pronto para a próxima aventura!<br />
<br />
<a href="https://www.strava.com/activities/3572833801">Link para o Strava</a>Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-20663377369213181002020-05-02T10:48:00.001+01:002020-05-02T11:49:11.649+01:00O dia que corri 100km à porta de casa<div style="text-align: justify;">
Ontem corri 100km à porta de casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porquê? Bem, antes de chegarmos aí, vou descrever como foi!<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meti o despertador para as 4 da manhã. Na noite anterior naturalmente custou-me a adormecer, estava agitado e ansioso, como numa prova. Dormi mal e desconfortável mas lá me levantei às 4. Comi 3 torradas, um copo de água, equipei-me, abri a porta de casa e entrei no meu circuito: um loop circular de 500 metros quase certinhos, com 3 ou 4 metros de desnível positivo por cada volta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibfVJVDJFS9XPA-7vvjr1MAHvbLHLxozkc5nEJkYWDcaK2SEhSE39-2IjW09uJS5x0L4eb5iQ3SDeBeVfKF0vlMb3BJFdRBb_xZt6D04mlfk3jC-4cPCPsuM6BsIBDRw7P0rTSEjSpWZZy/s1600/95321751_2533430320243124_5336114875183661056_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="508" data-original-width="609" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibfVJVDJFS9XPA-7vvjr1MAHvbLHLxozkc5nEJkYWDcaK2SEhSE39-2IjW09uJS5x0L4eb5iQ3SDeBeVfKF0vlMb3BJFdRBb_xZt6D04mlfk3jC-4cPCPsuM6BsIBDRw7P0rTSEjSpWZZy/s320/95321751_2533430320243124_5336114875183661056_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A madrugada estava meio abafada e húmida. Pousei uma mesa pequena no passeio com o abastecimento (tailwind, água e umas amêndoas) e às 4:45 da manhã, sem respirar fundo ou pensar muito nisso, liguei o relógio.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcTlxDkMZfxaRMIDxQypYPTIO9N0wTOL5Ttq88zF5XY9dldgNdHhkkQJpiGPXx2DU0iIa6RwQmSew2GbiUJsCR3Y1Dad2jRzb_b7RveL2UOItWx31XjKdR-UlBtNi3fsoOT0ovPxr97qNe/s1600/95644714_2533959086856914_4923723041818542080_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcTlxDkMZfxaRMIDxQypYPTIO9N0wTOL5Ttq88zF5XY9dldgNdHhkkQJpiGPXx2DU0iIa6RwQmSew2GbiUJsCR3Y1Dad2jRzb_b7RveL2UOItWx31XjKdR-UlBtNi3fsoOT0ovPxr97qNe/s400/95644714_2533959086856914_4923723041818542080_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O pórtico da meta.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Tinha planeado começar logo a correr entre os 6' e 6'30''/km mas cedo percebi que não era confortável. Sentia-me a travar e o movimento não era muito natural, por isso estabilizei entre os 5'30'' e 5'45''. As voltas foram sendo dadas praticamente sem esforço durante as primeiras duas ou três horas. Ainda deu para apanhar uma grande molha entre as 6 e 6:30 da manhã, mas logo parou e voltou o tempo quente e húmido. Pelos comentários que fui lendo, acho que a parte que faz mais confusão a toda a gente é andar num circuito fechado e curto, mas, sinceramente, não me fez grande confusão! Nunca cheguei a pensar muito nisso, ia correndo e pronto. Era essa a minha missão, palmilhar metros, tudo o resto era acessório. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passei à maratona com 3h56, 5'36''/km de média, mesmo muito confortável. Ainda não tinha comido nada, mas estava a ser certinho com o tailwind, já ia no 4º flask, por isso não sentia ainda nenhumas quebras. Passei o equador dos 50km lá para as 4h40, ainda a um ritmo muito constante, até que finalmente, lá para os 60km, a coisa começou a pesar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj10Bypevmw8op0dTTBH1lmB6hVAp7EmF32XyKg9ltvxOyyVSE7MlDOZtnh6onUrxfUTOgWT6RQmnOyM90OrA_tLamPdN_UiRTWLmo8eP6BfhTlFgew2a-Nrryf44PY23jr3tBlJe0JTMR/s1600/IMG_2810.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj10Bypevmw8op0dTTBH1lmB6hVAp7EmF32XyKg9ltvxOyyVSE7MlDOZtnh6onUrxfUTOgWT6RQmnOyM90OrA_tLamPdN_UiRTWLmo8eP6BfhTlFgew2a-Nrryf44PY23jr3tBlJe0JTMR/s400/IMG_2810.jpg" width="300" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já me sentia preso há algum tempo, tentava de tempo a tempo fazer umas passadas que dobrassem mais os joelhos para contrariar o movimento repetitivo das ultimas 5 horas. É o grande problema de estar tanto tempo a correr sem desnível numa estrada, o movimento é seeeeempre igual, milhares e milhares de vezes. Sentia a lombar a pesar e sem dar por isso corria mais dobrado para a frente, tendência que contrariava assim que me apercebia (isto também acontece muito no trail), os pés a ferver e as articulações dos joelhos e tornozelos cada vez mais perras. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
72, 73, 74km.. O ritmo mantinha-se abaixo de 5'40''/km, mas agora muito mais em esforço. O desconforto era cada vez maior e comecei a fazer as primeiras voltas acima de 6'/km. Foi por esta altura que comecei a combater uma vontade cada vez mais irresistível de caminhar uns metros, coisa que ainda não tinha feito. Continuava exclusivamente alimentado por tailwind o que, parece-me, foi um erro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
77, 78km. Cada vez mais difícil. Olhava para o relógio de 100 e 100 metros. O conforto tinha desaparecido por completo e agora já era uma luta constante para dar cada passo. Lá para os 78km a Sara ofereceu-me uma canja quentinha, o que recusei. Por incrível que pareça, a chegar aos 80km, já a sofrer muito, continuava com a mentalidade de "não posso parar, quero é despachar isto o mais depressa possível!"</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
79, 80km.. Corria dobrado com um semblante de agonia. A tentação de caminhar ecoava como uma sirene dos bombeiros na minha cabeça, luzes vermelhas por todo o lado. Até que finalmente...cedi. Pedi à Sara que me voltasse a trazer a canja e, depois de passar os 80km, sentei-me no nosso abastecimento a comer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtLx8XcCUxeDTR2ZDBDPHS6k3ierMw9ScQyA2uXdMEYk0jYerYU4Jc6-CZadM7yH68V4O4XmThmEC91dPKkuLVVXQ_0p7NN-AbujbcflQVKdKNDsMgNkB0xUoZHGkuytrfwfJNExW9huuO/s1600/95495165_2534218030164353_2029406136515428352_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtLx8XcCUxeDTR2ZDBDPHS6k3ierMw9ScQyA2uXdMEYk0jYerYU4Jc6-CZadM7yH68V4O4XmThmEC91dPKkuLVVXQ_0p7NN-AbujbcflQVKdKNDsMgNkB0xUoZHGkuytrfwfJNExW9huuO/s400/95495165_2534218030164353_2029406136515428352_o.jpg" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Adicionar legenda</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de pelo menos há 10km andar a correr ligeiramente acima de 6'/km, o ritmo continuava bastante aceitável, mas ali, sentado, decidi deitar isso borda fora e concentrar-me unicamente em sobreviver ao quinto final daquela insanidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comi a canja e estive ali 2 ou 3 minutos sentado, a primeira vez que parei de correr em quase 8 horas. Assim que me levantei os musculos e articulações das pernas gritaram de agonia, mas passados 200 ou 300 metros de corrida já estava novamente em piloto automático. Senti-me ligeiramente melhor depois da canja, por isso decidi que, até ao final, se tivesse que parar de novo não iria hesitar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente, foi sol de pouca dura. Que é como quem diz, o conforto da canja durou 2 ou 3km, depois voltei a entrar no poço. Comecei a caminhar cerca de 100 metros por cada volta, sempre a mesma distancia, a começar e a acabar no mesmo sitio. Era uma espécie de prémio por cada volta dada, só tinha que aguentar os outros 400 metros, depois tinha aquela pequena recompensa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já não sei o que me custava mais, se resistir à tentação de me mandar para o chão assim que começava a caminhar, se voltar a correr depois daqueles 100 metros. Tinha planeado voltar a comer uma canja aos 90km, mas depois de 2 ou 3 voltas que foram uma verdadeira agonia, voltei a sentar-me logo aos 89km. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Faltavam 11km, mas parecia-me uma eternidade. A partir daí foi um martírio! Demorei 1h20 a fazer estes 11km finais, a andar os tais 100 metros em praticamente todas as voltas e por quatro ou cinco vezes sentei-me mesmo no passeio durante uns segundos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ritmo médio tinha obviamente baixado nos ultimos 20km, mas continuava bem real a hipotese de acabar antes das 10 horas e foi mesmo à justinha, com 9h58, que terminei esta loucura de correr 100km à porta da minha casa!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipo14nHp7IgiOw_Pe7QXpCF8fbdE5Go7wH8VTedqig3bt9aC3NGpoimzZeOwRJFk4-77sHgPo05k7KiRjUnKMCn-wxbnto4AsTGWo_Daw6wgwQ5x267nV2cqR7vqJEVL1qc3hV4vpDf2pz/s1600/95486102_2534311616821661_4897641882978353152_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipo14nHp7IgiOw_Pe7QXpCF8fbdE5Go7wH8VTedqig3bt9aC3NGpoimzZeOwRJFk4-77sHgPo05k7KiRjUnKMCn-wxbnto4AsTGWo_Daw6wgwQ5x267nV2cqR7vqJEVL1qc3hV4vpDf2pz/s400/95486102_2534311616821661_4897641882978353152_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sentado na meta, já descalço </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Sem pórtico da meta, musica, ou entrevistas do Joca e do Hugo Água, acabei os 100km como quem acaba um treino de 10km. Desliguei o relógio e desfaleci no meio da estrada. Mantive-me sentado no chão uns bons 15 minutos até que me arrastei 20 metros até uma cadeira, onde estive uns 30 minutos. As dores nas pernas eram agonizantes, não tinha posição. Como acontece sempre depois de uma prova muito dura, estava sem voz, não por rouquidão mas porque não tinha energia para falar. Lá ia balbuciando qualquer coisa entre pensamentos dispersos e sorrisos de satisfação. Estava feito. Agora era arrumar a tralha e voltar para dentro de casa!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes de tentar explicar o "porquê", isto se ainda não deu para perceber depois deste texto, tenho que fazer uma referência. Estive sempre na dúvida se devia falar disto ou não, mas foi um factor tão importante que não faria sentido não o mencionar. Tinha planeado fazer isto tudo sozinho, por causa das regras da quarentena. Umas horas antes de começar a empreitada, fiz referência a isso na página de facebook do blog, e logo uns bons amigos de Almeirim se ofereceram para me fazer companhia por algumas voltas. Acabei por correr sozinho apenas nas primeiras 3 horas, a partir daí foram chegando uns, partindo outros, mas corri sempre acompanhado por 2 ou 3 amigos. Passaram por aqui várias pessoas, da espectacular comunidade de corrida de Almeirim. Foi lindo voltar a correr acompanhado, já não o fazia desde o inicio de Março, ainda melhor por alguns dos meus melhores amigos. Não vou fazer aqui referência a nomes porque não sei se ficariam confortáveis com isso, mas agradeço-vos do fundo do coração. Acho mesmo que para o ano podemos pensar em meter um porco no espeto ali no meio, umas colunas a bombar e tornar oficial os "100km da Adema"!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-n-HaxsHoBhHhNxJTHAX6zf78Dj5thcJQHXcipzF5uBfE9pMTG0M0XNkYZhjNUPcJ2fjcb1GcntfTD7qLjD6NAUTLk2pFNXgI8q-CFG2I5gixZ8MsjWbR42tgoiDccdpF2brJhCINsmiH/s1600/IMG_2799.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-n-HaxsHoBhHhNxJTHAX6zf78Dj5thcJQHXcipzF5uBfE9pMTG0M0XNkYZhjNUPcJ2fjcb1GcntfTD7qLjD6NAUTLk2pFNXgI8q-CFG2I5gixZ8MsjWbR42tgoiDccdpF2brJhCINsmiH/s400/IMG_2799.jpg" width="300" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora, a pergunta do milhão de dólares. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porquê?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que se leram o texto e, principalmente, se também fazem desporto de endurance perceberam perfeitamente. Nós somos como drogados. Junkies, viciados. Precisamos daquela dose de endorfinas, das pernas rebentadas, da voz rouca no fim de um grande esforço, de acordar doridos... Os problemas do trabalho, a angustia do Covid, todo o stress do mundo real, tudo isso passa para segundo plano quando andamos no fio da navalha, no limite das nossas capacidades. Quando chegamos a esse ponto, a única coisa que importa é conquistar o próximo metro, dar o próximo passo. Principalmente hoje em dia, estamos a viver uma época surreal. O mundo está virado ao contrário. Adormecemos mal, angustiados, a pensar como vai ser a partir de agora. Mais do que nunca sentia que precisava deste reset, de desligar tudo à minha volta, de fazer alguma coisa extremamente difícil e fazer disso, pelo menos momentaneamente, o meu mundo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPRvgBWQTNLplWon77LDsprgJtFuJaUWYovVbw-WbeTEKfOCvjOPTeDKE7bn4d_2ap_s9lUQitUEELU-e-35RUVzqCLdlJyxl7rjqKY-8Wo1mwlDCN5JAcshD4-bUrCby0ekZYZy09lI7c/s1600/IMG_2815.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPRvgBWQTNLplWon77LDsprgJtFuJaUWYovVbw-WbeTEKfOCvjOPTeDKE7bn4d_2ap_s9lUQitUEELU-e-35RUVzqCLdlJyxl7rjqKY-8Wo1mwlDCN5JAcshD4-bUrCby0ekZYZy09lI7c/s400/IMG_2815.jpg" width="300" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://www.strava.com/activities/3379956942/overview">Link para o Strava</a></div>
Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com25tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-69408884251791291012020-03-09T19:47:00.000+00:002020-03-09T19:47:18.054+00:00Ultra Louzantrail (43km) - Foram só mais 6h16<div style="text-align: justify;">
Estava a morrer de saudades de um bom dia de trilhos. Super motivado pelo <a href="https://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2020/02/armada-portuguesa-do-trail-agora-percebo.html">treino que tenho andado a fazer com a APT</a>, o Louzantrail apareceu como um primeiro teste a sério. Acabou por ser um sábado perfeito, em que todos os astros se alinharam para uma jornada épica de corrida de montanha. Choveu bastante durante a semana mas no dia da prova estava o céu limpo e temperaturas baixas. Havia água com fartura em todo o lado e os trilhos mesmo naquele ponto perfeito, antes de se tornarem demasiado empapados de lama e com os ribeiros todos quaaaase a transbordar mas ainda a correr no caminho certo. Era dificil pedir mais, mas ainda havia a cereja no topo do bolo. Uma cereja com 43km e 3100+!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1o4Hoeo265CWtXttMad0i9sgHB9k_3MSvePzrvsZ_yJFhOt81QXplKgHNhhFtAQZFqQxSGTDg1Twge2AoYr7KL0GMVuSAPfItEfGAZE1hr3qXynQmxWKEKI2NOTSyYfNMebVy8jP7Q5lj/s1600/88363994_2372552699709268_2637623692321882112_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="654" data-original-width="960" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1o4Hoeo265CWtXttMad0i9sgHB9k_3MSvePzrvsZ_yJFhOt81QXplKgHNhhFtAQZFqQxSGTDg1Twge2AoYr7KL0GMVuSAPfItEfGAZE1hr3qXynQmxWKEKI2NOTSyYfNMebVy8jP7Q5lj/s400/88363994_2372552699709268_2637623692321882112_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tenho uma foto do Matias Novo!</td></tr>
</tbody></table>
O percurso era exactamente igual ao do ano passado, por isso as comparações que fui fazendo com a minha prestação anterior foram inevitáveis. Na verdade, foi, a par da UTSF, das provas que me correram pior em 2019, por isso a ansiedade estava alta. Claro que com pouco mais que 3 meses de treino com a APT não estava à espera de subitamente ter uma mudança extra, mas já se sabe como nestas provas o estado mental pode alterar tudo.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihY38dgoqfZzMTCfRVu18Za0I4k1XzLvEnyEmClQbqN5p0PD84TqeWm1mAUIllO1NXEMaNKOAKvWVhv5s_jGcvlkRqeMyZ7wNq-3evXyhjb-274bqgqtun1XLfkSzkWmYuvTu6IK5IDeM_/s1600/88270169_2372552323042639_4053193090008088576_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="960" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihY38dgoqfZzMTCfRVu18Za0I4k1XzLvEnyEmClQbqN5p0PD84TqeWm1mAUIllO1NXEMaNKOAKvWVhv5s_jGcvlkRqeMyZ7wNq-3evXyhjb-274bqgqtun1XLfkSzkWmYuvTu6IK5IDeM_/s400/88270169_2372552323042639_4053193090008088576_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Matias Novo</td></tr>
</tbody></table>
Às 8 em ponto de sábado lá partiram os mais de 300 atletas. Como sempre tenho feito ultimamente, aproveitei os primeiros km em que normalmente se dispersa o pelotão para acelerar e posicionar-me mais à frente, de maneira a evitar engarrafamentos. Desta vez, mesmo a dar gás, quando entrei no trilho, pelo menos 1 terço do pelotão estava à minha frente! Uma prova com um nível bastante bom, como era de esperar. A primeira subida da prova mostra logo ao que vamos: 1000 metros de subida em pouco mais que 6km, com algumas descidas pelo meio, como é típico na Lousã. Imediatamente entramos no verdadeiro parque de diversões que são estas encostas da Serra. Ao contrário dos trilhos Abutricos de Miranda, que são mais agressivos e técnicos, aqui corremos em trilhos idílicos, confortáveis, quase que desenhados por um artista.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhswhxO2j2SlIKRighLw_joHVnmZgwYqyX2qguUf2K8vqPGBZxwmH5jM9MsWRbp6_EqQ01l7ImaHwoNqLeFKxgT1UuOUg3EDhaTYIR2_4LMWSk-C-JpzeVTf9sYT7drUgX2N4xnxRqnSPow/s1600/89391513_2372551163042755_7956507682700001280_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="626" data-original-width="960" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhswhxO2j2SlIKRighLw_joHVnmZgwYqyX2qguUf2K8vqPGBZxwmH5jM9MsWRbp6_EqQ01l7ImaHwoNqLeFKxgT1UuOUg3EDhaTYIR2_4LMWSk-C-JpzeVTf9sYT7drUgX2N4xnxRqnSPow/s400/89391513_2372551163042755_7956507682700001280_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jaguar, pelo Matias Novo</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
No dia antes tinha discutido a estratégia para a prova com o Armando (ainda me custa a acreditar que ando a receber dicas para provas do Armando Teixeira...), que passava por andar na primeira parte da prova num certo regime, isto é, num certo intervalo de intensidade ou frequência cardíaca. Rapidamente encaixei nesse intervalo enquanto subia a trote e passava para caminhada quando ultrapassava. Engraçado como cada vez tenho que olhar menos para o relógio para perceber se estou no intervalo desejado. O certo é que cumpri a primeira subida muito bem, sempre soltinho e sem grande esforço.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDB1xa6nlnPjrjn9mhu7wutWPZAcamNjqmnQbbWCXkOntaEqYwFsHJYMd9fiSxv5sfZSD1Q795uYTMVVq-JrLXF38fpPABUoPTOIGVjZ5_PnpClOSXv2DsPU6ZsGNhHQi42zIVxeNjQ6vo/s1600/88347014_2372551569709381_687690118823149568_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="622" data-original-width="960" height="258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDB1xa6nlnPjrjn9mhu7wutWPZAcamNjqmnQbbWCXkOntaEqYwFsHJYMd9fiSxv5sfZSD1Q795uYTMVVq-JrLXF38fpPABUoPTOIGVjZ5_PnpClOSXv2DsPU6ZsGNhHQi42zIVxeNjQ6vo/s400/88347014_2372551569709381_687690118823149568_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma das várias aldeias do xisto, pelo Matias Novo</td></tr>
</tbody></table>
Os trilhos perfeitos sucediam-se, um atrás do outro. Às tantas perde-se a noção se se está predominantemente a subir ou a descer, vamos apenas cumprindo o percurso, de cascata em cascata até à aldeia do xisto seguinte. Passagem pela clássica Levada, que este ano estava mesmo no ponto, quase quase a transbordar. Subidas técnicas na rocha, outras na terra mole, descidas fáceis em trilho limpo, outras feitas de rabo a escorregar na lama.. perfeito! O culminar foi entre os 18 e 22km, a parte que me correu pior em 2019, um ligeiro sobe e desce (mais sobe que desce), embrenhado na floresta ao longo de um rio, com os raios de sol a espreitarem por entre as folhas só para reforçar a transparência da água, e que acaba literalmente na base de uma cascata. De outro mundo.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhimaZiOt5wlFi05a_OzkqYzPhWNQL_1B8Xsl1meq4Z3fzs3TdekvcLsww7nzUsT-1WbPQdz_UcWd0eABdNwezK2SHtUujc_YUi0pP1LpSlA3hN-RT6qnrspArxxneta79NZzwvlevZkIFh/s1600/88397701_2609290329302125_4055477054831853568_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="581" data-original-width="960" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhimaZiOt5wlFi05a_OzkqYzPhWNQL_1B8Xsl1meq4Z3fzs3TdekvcLsww7nzUsT-1WbPQdz_UcWd0eABdNwezK2SHtUujc_YUi0pP1LpSlA3hN-RT6qnrspArxxneta79NZzwvlevZkIFh/s400/88397701_2609290329302125_4055477054831853568_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A cascata ao fundo do trilho. Foto do Miguel Cadalso!</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy9E1jJVKA1xopHyDFDTR6io4wBzW0v7vBCPO0NomcIW5Kqc67Iy1OPDj_iq9_YOXwAfYhyphenhyphenT-K_CgeX4kFq4-1i3o3o2jPzvAs_04PUUGcybdNa3r9pkpDFCliNba9UpL8c8eNUR3pZnOG/s1600/88973731_2609287219302436_2768463170845540352_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="570" data-original-width="960" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy9E1jJVKA1xopHyDFDTR6io4wBzW0v7vBCPO0NomcIW5Kqc67Iy1OPDj_iq9_YOXwAfYhyphenhyphenT-K_CgeX4kFq4-1i3o3o2jPzvAs_04PUUGcybdNa3r9pkpDFCliNba9UpL8c8eNUR3pZnOG/s400/88973731_2609287219302436_2768463170845540352_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A brutal levada, também pelo Miguel</td></tr>
</tbody></table>
A prova estava a correr-me exactamente como planeei, sem quebras nem nunca chegar perto do fio da navalha. Raramente ganhava ou perdia posições, a frequência cardíaca mantinha-se nos patamares que queria e as pernas só se queixaram, inevitavelmente, no medonho corta fogo que nos leva do Candal até ao Trevim. Simultâneamente a parte mais desinteressante e difícil da prova! Ultrapassado o Trevim senti que tinha pernas para os 10km e 1050D- da parte final da prova, o que me deixou muito satisfeito.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifMOShv8RjLJvs7MmIspei-pSqoqihe1hGad1ZY0w6X_vRvZ4lRYezqOM_llpDkWABkbf9epOmpruOrXfxLXmKTF0IWnigdWoNKl5EJWdVqBxNiHjRALjW8VzNtjt1zEprHVwbV7onEUJ-/s1600/89073368_2609289445968880_198670090302914560_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="572" data-original-width="960" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifMOShv8RjLJvs7MmIspei-pSqoqihe1hGad1ZY0w6X_vRvZ4lRYezqOM_llpDkWABkbf9epOmpruOrXfxLXmKTF0IWnigdWoNKl5EJWdVqBxNiHjRALjW8VzNtjt1zEprHVwbV7onEUJ-/s400/89073368_2609289445968880_198670090302914560_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O corta fogo medonho, pelo Miguel Cadalso</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTLd85thB1zvi9W7qcHoqGuubdfkmF6BVVL9IT-2t2648XUiXuhX3JtoI72ZEL7xZMWkwBKvJ1MHVLXtFwMlXxTGMthKhiAuHl7G0Jt5_lDQ6ka4R2LJSjrmVbpfoVLE8aLw6Hls8vYjBL/s1600/89388365_2372552009709337_767143247112830976_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="634" data-original-width="960" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTLd85thB1zvi9W7qcHoqGuubdfkmF6BVVL9IT-2t2648XUiXuhX3JtoI72ZEL7xZMWkwBKvJ1MHVLXtFwMlXxTGMthKhiAuHl7G0Jt5_lDQ6ka4R2LJSjrmVbpfoVLE8aLw6Hls8vYjBL/s400/89388365_2372552009709337_767143247112830976_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A chegar ao baloiço, mesmo antes do Trevim. Trocaram o baloiço. Este está maior, mas o outro era mais giro... Foto do Matias Novo</td></tr>
</tbody></table>
Mais uma vez, digo: esta prova até podia valer só por esta descida gigante, não fosse o resto do percurso tão bom. Fi-la praticamente toda sozinho, só com o som dos meus passos e respiração. Mesmo como eu gosto. Primeiro 2 ou 3km num trilho dificil e com pedra, muito exposto, no topo da serra. Depois 1 ou 2km de estradão para desenrolar as pernas e finalmente um serpentear de trilhos macios, umas vezes mais outras vezes menos inclinados, que desaguam no Castelo da Lousã. Perfeito! Trotei em todas as pequenas subidas, acelerei quando o terreno o permitia e desfrutei quando ficava técnico. Sempre concentrado e a dar o que tinha. Que final!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipu9gnD_LnQpyTlA3DBKKCLBVi1v3mSsIadCZpWYqAsqG2T2S0i0MNfuJD0kTFGmIH20RvW6ah81U_18lLWGPHw1kFy2LuMUUAgHo04EEvwxQSFLdcKjomfb9W-bXAkM4R1qhFYEqFI18L/s1600/87885540_779153865827492_7570544440964546560_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipu9gnD_LnQpyTlA3DBKKCLBVi1v3mSsIadCZpWYqAsqG2T2S0i0MNfuJD0kTFGmIH20RvW6ah81U_18lLWGPHw1kFy2LuMUUAgHo04EEvwxQSFLdcKjomfb9W-bXAkM4R1qhFYEqFI18L/s400/87885540_779153865827492_7570544440964546560_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aproveitar enquanto eles adoram cruzar a meta comigo. Daqui a uns anos reviram os olhos e voltam ao telemovel!</td></tr>
</tbody></table>
Cruzei a meta com 6h16, menos 35 minutos que o ano passado, em 69ª da geral. Como disse lá atrás, em tão pouco tempo de treino com a APT não ia de repente ganhar uma mudança extra, pelo que o resultado é o costume do que tenho feito. Aliás, provavelmente nunca será muito mais que isso, mas o que me deixou satisfeito foi ter feito a prova toda, num percurso que, apesar de espetacular, nem é muito ao meu jeito (aquele típico parte-pernas da Lousã é terrível) sem quebras e perto do meu máximo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No fim foram só 6 horas e 16 minutos de um fim de semana que começou na sexta e acabou no domingo ao almoço, passado com a família, num sitio que adoro, com montes de amigos e a fazer o que mais gosto neste mundo: correr na montanha. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sabem que mais? Foi perfeito!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikbrGmvQrjrimhT8x2ZNQAYBenMlJApVbbygYyteQYFZ9UMxWy_etTnfebOCwsSXE-InitDAMMrrnZ6WUi6I1FXfbgkpaF2BwQGCzDpvvcrvnv7ezqCBNBqaj3VUBOGed9RizufPOSycvh/s1600/89782585_2821829867905143_1926693325071450112_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikbrGmvQrjrimhT8x2ZNQAYBenMlJApVbbygYyteQYFZ9UMxWy_etTnfebOCwsSXE-InitDAMMrrnZ6WUi6I1FXfbgkpaF2BwQGCzDpvvcrvnv7ezqCBNBqaj3VUBOGed9RizufPOSycvh/s400/89782585_2821829867905143_1926693325071450112_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Passámos o fim de semana com o Alexandre e a família. O Alexandre é chef, pelo que o nosso jantar pré-prova foi ligeiramente melhor que a massa com natas do costume! Magret de pato com geleia de cebola roxa e puré de batata de doce. A fotografia está longe de mostrar quão bom estava! Não é bem frango com batata de pacote, mas não está mau! Já agora, se tiverem possibilidade, não deixem de ir ao restaurante CISCO em Almeirim! O melhor restaurante de Almeirim! Digam que são do trail</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwYUapFxFTlWa-8Pg5ga_Knk4VcncFUk-RAcnuZHwO84pckVsVosAHtaXPmaoEhudRMwmD8tjJNxlQJhoHIWoMpleeEGmYQO0cWk6IFyL-N2q89R2FqFYWPsC-0p3OQD4RronndlVfq9Vr/s1600/89787159_866475610444787_7388384784768040960_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwYUapFxFTlWa-8Pg5ga_Knk4VcncFUk-RAcnuZHwO84pckVsVosAHtaXPmaoEhudRMwmD8tjJNxlQJhoHIWoMpleeEGmYQO0cWk6IFyL-N2q89R2FqFYWPsC-0p3OQD4RronndlVfq9Vr/s400/89787159_866475610444787_7388384784768040960_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre, Mariana e Sara</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqXUzeij71WsD69uOUWIeWva7fAkmaNCGE8H6NxDzTOe-QoCMViAksxwV8CC6afPEG84GSDjnt2IwwiuxZI8ZLwGO-brGIguM5InpHDmmiK_lXob5Z7UESdrZhna0mwP6Qhd3azq6uByJd/s1600/88369595_139959440679084_3493157727163645952_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqXUzeij71WsD69uOUWIeWva7fAkmaNCGE8H6NxDzTOe-QoCMViAksxwV8CC6afPEG84GSDjnt2IwwiuxZI8ZLwGO-brGIguM5InpHDmmiK_lXob5Z7UESdrZhna0mwP6Qhd3azq6uByJd/s400/88369595_139959440679084_3493157727163645952_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Os raposinhos Pipia (do Alexandre), Mel e Manel, numa corrida de 500m. Tive que dizer que o Manel tinha mais 3 anos do que realmente tem ahah o miúdo é rijo e, apesar de ter sido o ultimo, completou as duas voltas ao circuito a correr! É o maior!</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZcHBV_6Kedb00Vj-SKb1mkMbeNyAkpiDp18IAUU9FIL3jXfDRAICQ4HjtyvtInEs_SRcRQyiULZhwahb3OJNsGiim5PZm0rjT7uBN1pWSCwGePpBs_50Mg48qMVUTvcmnYIhaMwVjzVgR/s1600/89440259_250596792617521_3656264143930916864_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZcHBV_6Kedb00Vj-SKb1mkMbeNyAkpiDp18IAUU9FIL3jXfDRAICQ4HjtyvtInEs_SRcRQyiULZhwahb3OJNsGiim5PZm0rjT7uBN1pWSCwGePpBs_50Mg48qMVUTvcmnYIhaMwVjzVgR/s400/89440259_250596792617521_3656264143930916864_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rapaziada toda a subir à capela da Senhora da Piedade</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjxbimJr4h688erb1tOkmf8v7i1By3qilr7XKtnOR9IZLlYYWmsJGkymMSfcEpAzcAszdwWh17joFO-tNOI73Dj7L8vTPJs0Zw7U1XtJAzoJTDd7FIawZUcrKLSm4vNA5Pxl0QsKU_JNHc/s1600/88261145_614751395767605_7853180411759820800_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="540" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjxbimJr4h688erb1tOkmf8v7i1By3qilr7XKtnOR9IZLlYYWmsJGkymMSfcEpAzcAszdwWh17joFO-tNOI73Dj7L8vTPJs0Zw7U1XtJAzoJTDd7FIawZUcrKLSm4vNA5Pxl0QsKU_JNHc/s400/88261145_614751395767605_7853180411759820800_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Já lá em cima</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2xYg3IyHVQ6SURLvWo2U2G77O5z1z0p-EXhoDPiJ-45WBc6kXunU6I4eYZdRi2_ggGvITauz7g_tgxorjDfoNnuadunKtjkusHaS34mIb7vy-9WF0xHkkLQT-UJd_wx7R2I79RddQrsnH/s1600/89785674_224742692006335_3604111129149702144_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2xYg3IyHVQ6SURLvWo2U2G77O5z1z0p-EXhoDPiJ-45WBc6kXunU6I4eYZdRi2_ggGvITauz7g_tgxorjDfoNnuadunKtjkusHaS34mIb7vy-9WF0xHkkLQT-UJd_wx7R2I79RddQrsnH/s400/89785674_224742692006335_3604111129149702144_n.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No trilho com a Mel</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-39174692181128428732020-02-23T21:40:00.000+00:002020-02-23T21:40:18.997+00:00Armada Portuguesa do Trail. Agora percebo!<div style="text-align: justify;">
Apesar de já terem passado mais de três meses desde que estou a treinar com Armada Portuguesa do Trail (APT) do Paulo Pires e do Armando Teixeira, andava a adiar este post. Adiei porque queria estar mais por dentro do que é a APT. Mais do que planos de treino, diziam-me, a APT é toda uma filosofia, uma maneira de estar no desporto e no trail em geral. Muito mais do que performance, interessa-lhes proporcionar ao atleta ciclos de treino conscientes, que permitam a prática da corrida por muitos e saudáveis anos. Era isso que me dizia o meu bom amigo Hugo Sá, quando me falava da sua amada APT, e foi isso que me disse o grande Armando Teixeira, nas várias conversas que tivemos ao telefone antes de decidir em definitivo entrar. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIJmJHuXvbayYAJbg1VToBBH_ZrL4LK7Q78_PxiCGyCgXOXoPl8h3JLT6K6NgvPUETCDEy-_rU3O1nLT71F7kCvcUjexuawUr8hwvtLDvncDN5N7PcS06GhqZ9M4tdYGEJZqL2prwd78lD/s1600/54415275_2060155327352841_6508827610565312512_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="828" height="151" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIJmJHuXvbayYAJbg1VToBBH_ZrL4LK7Q78_PxiCGyCgXOXoPl8h3JLT6K6NgvPUETCDEy-_rU3O1nLT71F7kCvcUjexuawUr8hwvtLDvncDN5N7PcS06GhqZ9M4tdYGEJZqL2prwd78lD/s400/54415275_2060155327352841_6508827610565312512_n.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Apesar de não ser um veterano, não sou propriamente um novato na corrida de rua e no trail, mas nos mais de dez anos que corro com regularidade nunca tive treinador. Felizmente, tive a sorte de não ter sido perseguido por lesões e fui aprendendo com os erros, fui ajustando os meus treinos conforme me sentia e experimentando coisas novas para ver se funcionavam. O ano de 2019 foi como que o culminar deste meu "método". Treinei praticamente todos os dias do ano (330 e tal), fiz 4500km, 140k D+, horas e horas sem fim no monte, provas fim de semana sim fim de semana não, umas melhores, outras piores... Não que estivesse, de todo, descontente, afinal de contas estava a fazer nada mais nada menos do que exactamente aquilo que me apetecia, mas senti que não era uma coisa sustentável. Não concebia fazer menos do mesmo que estava a fazer, não é a minha maneira de ser, então a solução teria que ser fazer menos mas diferente. Melhor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia 1 de Dezembro comecei, de maneira ainda relutante, a treinar com a orientação da APT. Fazia-me muita confusão não poder fazer o que me apetecia ou, ainda mais, chegar à aplicação da APT e ver que no fim de semana só tinha 2 ou 3 horas para fazer, em vez das 4 ou 5 que passaria no monte em qualquer fim de semana. Mas estava 100% comprometido (nem consigo fazer as coisas de outra forma) e segui à risca todos os treinos que me eram prescritos. Passei a treinar segundo a minha frequência cardíaca (nunca tinha usado uma banda na vida), passei a falar com o Armando 1 ou 2 vezes por semana e, gradualmente, comecei a ligar os pontos. As coisas começaram a fazer sentido. Comecei a treinar durante a semana a níveis de intensidade impensáveis há uns meses, percebi o sentido que faziam os dias de descanso e recuperação. Os treinos de fim de semana no monte foram aumentando em duração e em intensidade e sentia claramente evolução durante a semana, conseguindo ritmos mais altos para o mesmo pulso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este fim de semana participei pela primeira vez num dos famosos estágios da APT. Cheguei a Manteigas na sexta às 20:40 com o Ludovico e o Stefan, 10 minutos depois da hora marcada para o arranque do primeiro treino (<a href="https://www.strava.com/activities/3120157863">parte 1</a>, <a href="https://www.strava.com/activities/3120158410">parte 2</a>). À nossa espera estava o resto da malta, equipados, ao pé da Casa do Padre, onde iríamos dormir. Rapidamente nos juntámos a eles para o primeiro treino: uma subida pela estrada às Penhas Douradas. 5km a subir, 5km a descer, sob um céu espetacular. O clima era de festa mas as indicações eram claras: cada um subiria dentro do intervalo de intensidade prescrito. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://www.strava.com/activities/3121958793">O prato principal</a> foi servido no sábado, 36km com 1700+. Partimos todos juntos às 9 da manhã, depois de um pequeno almoço conjunto numa pastelaria. Mais uma vez, a ideia era treinar e não passear, pelo que rapidamente encaixei no ritmo do Stefan e do Jorge Duarte e, juntos, fizemos um dos melhores treinos que fiz na vida. Os três com andamentos muito parecidos em trilhos de sonho pelo planalto do Vale Rossim, descidas no limite até ao Vale Glaciar, subidas a doer até aos Poios Brancos ou Penhas Douradas. Frio lá em cima, calor cá em baixo, conversa, riso e pernas rebentadas no fim. Um buffet com tudo o que tive direito numa manhã perfeita de trail. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbeB7cqlxaiBx5C4PpPByM-aSbMhpexYs3oxsz1GyHDeIB3-RlKbdool6aWe_15WY13y5XBGFSnC40r-tuW5VJ-1b5pnjPq0Y4EEv-Rr5DRatvQTyEBHvzmP6-39OPv5GMG8DGTue9f7Lf/s1600/87457267_485263885696652_423212170243735552_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbeB7cqlxaiBx5C4PpPByM-aSbMhpexYs3oxsz1GyHDeIB3-RlKbdool6aWe_15WY13y5XBGFSnC40r-tuW5VJ-1b5pnjPq0Y4EEv-Rr5DRatvQTyEBHvzmP6-39OPv5GMG8DGTue9f7Lf/s400/87457267_485263885696652_423212170243735552_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu e o Jorge e o Stefan (a tirar a foto) no Vale do Rossim.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://www.strava.com/activities/3124570941">Já a sobremesa</a> foi servida hoje de manhã, num percurso mais curto e menos violento. As pernas agradeceram. Seguimos a Rota do Javali, que nos levou ao inacreditável Poço do Inferno por uma descida a fazer lembrar o PR7 da Freita. Foram 14km e quase 800+ culminados com uma sessão de crioterapia em Manteigas.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-uCF5jgyuQVVGqTv37pVsOuxiYteCQD-rYuTpCT8GVxDKb7z9Gw6yp1mNxuA9yeQEv2r2v_GrXhmTWGm8sCBYaVAZrfk7Hj61_Gzm5mhyXh4aUfgXpjSZZNzBkOO_xseIT3uQbWcN3-T/s1600/87242883_220154642361832_3345463946566959104_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-uCF5jgyuQVVGqTv37pVsOuxiYteCQD-rYuTpCT8GVxDKb7z9Gw6yp1mNxuA9yeQEv2r2v_GrXhmTWGm8sCBYaVAZrfk7Hj61_Gzm5mhyXh4aUfgXpjSZZNzBkOO_xseIT3uQbWcN3-T/s400/87242883_220154642361832_3345463946566959104_n.jpg" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu e o Jorge na Crioterapia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Mas não é pelos três treinos do fim de semana ou por sentir evolução ao longo dos últimos três meses que decidi escrever agora este post. Escrevo-o hoje, num domingo à noite, aquele horário reservado para escrever depois daquelas provas que me deixam nas nuvens, porque este fim de semana percebi finalmente o que é a APT. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Percebi-o hoje, depois de almoço, num restaurante em Manteigas, enquanto falava com pessoas que tinha conhecido na sexta feira. Falávamos não apenas de corrida, mas das nossas vidas, como amigos que se conhecem desde pequenos. Ainda embebedado por 3 dias de montanha, sorriso nos lábios, caras queimadas do sol, entre risos e conversa. Percebi finalmente que a APT é muito mais que um plano de treino numa aplicação. A APT foram os três dias que passei este fim de semana na Serra da Estrela. Foram as duas noites nas camaratas da Casa do Padre, os jantares na Cascata e os pequenos almoços na Floresta. Foi o toque de alvorada do Hugo, as histórias do Seabra, o Imodium do Jorge. A calma do Ludo e a experiência da Rosário. É a Kika e a Ivone, os ovos estrelados do Gil e a omelete do Stefan. A APT é o Armando, uma espécie de figura paternal de todos nós, alguns até mais velhos que ele, mas que todos, sem excepção, olhamos com admiração. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escrevo este post hoje porque percebi que, com evolução ou não, é ali, no meio deles, que quero estar. Obrigado ao Hugo e ao Armando por me abrirem as portas. Agora é hora de dormir que amanhã é dia de A2!</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5WfBNlfIaJIQDJIyTm4utNTx6W-tJvtuVVcM8PMZL4sXYMyIu0B6Y-EEA6QyqnRly_956bJHBECd2FJ0b9tTbuHZct2AmcysmDnacK-yJzsXmSnEgX1vWxUV6O0mmK3ko3_cvlgFY56uL/s1600/85127552_766826670473582_7164397322544087040_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="766" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5WfBNlfIaJIQDJIyTm4utNTx6W-tJvtuVVcM8PMZL4sXYMyIu0B6Y-EEA6QyqnRly_956bJHBECd2FJ0b9tTbuHZct2AmcysmDnacK-yJzsXmSnEgX1vWxUV6O0mmK3ko3_cvlgFY56uL/s400/85127552_766826670473582_7164397322544087040_n.jpg" width="318" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A malta (quase) toda no Poço do Inferno.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<br />Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-14675547693291047602020-01-27T13:05:00.003+00:002020-01-27T13:05:39.869+00:00Fim da Europa - missão cumprida<div style="text-align: justify;">
Depois de duas participações, em 2014 e 15, este ano voltei àquela que é, sem dúvida, a minha prova de estrada preferida: o <b>Grande Prémio do Fim da Europa</b>! (Eu sei que agora se chama só Corrida do Fim da Europa, mas eu vou continuar a chamar Grande Prémio porque...bem, é mais fixe!)</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQY2xKyfjYcAO0FYF4RNl60HsdQwgrOrjG896DTcnbuJ_eumKr9Hq8GUNQYy_6hfrDsA0Knsw13fMZSt_Y-IK9Kj0fiAvsJUVqynxSnWxJNUSQMgKK0aCEzzdgYRiBR_sLcdJV2TRL1mOx/s1600/83065324_2559071894201797_3497971612408348672_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="807" data-original-width="960" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQY2xKyfjYcAO0FYF4RNl60HsdQwgrOrjG896DTcnbuJ_eumKr9Hq8GUNQYy_6hfrDsA0Knsw13fMZSt_Y-IK9Kj0fiAvsJUVqynxSnWxJNUSQMgKK0aCEzzdgYRiBR_sLcdJV2TRL1mOx/s400/83065324_2559071894201797_3497971612408348672_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tirado do Facebook da Prova. Foto da chegada, no Cabo da Roca.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Antes de mais, vamos tirar uma coisa do caminho. Nos últimos 2 ou 3 posts fiz menção a uma mudança muito significativa aqui por este lados. Desde o dia 1 de Dezembro que passei a ter acompanhamento no treino, algo a que resisti durante anos, mas achei que estava na altura de dar o passo. Estou com a equipa da <a href="https://beapt-endurance.com/">Armada Portuguesa do Trail</a>, do Paulo Pires e Armando Teixeira. Pretendo fazer muito em breve uma publicação mais extensa sobre isto, ainda só passaram dois meses, quero ficar mais por dentro da filosofia de treino antes de falar sobre isso. O que por enquanto vos posso dizer é que mudou integralmente a minha maneira de treinar! Tem sido um mundo novo de descobertas a todos os níveis, estou mesmo muito entusiasmado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das mudanças "impostas" pela APT foi um planeamento mais sensato das provas, neste caso com vista ao primeiro objectivo do ano, o MIUT. Por isso, em vez de em Janeiro fazer logo uma ou duas ultras como de costume, este ano surgiu a oportunidade de voltar a uma corrida que sempre gostei muito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escusado será dizer que cheguei a Sintra com a confiança nos píncaros, além disso, por andar a fazer poucas provas desde Dezembro (foi só a São Silvestre da Golegã), estava ansioso por voltar a correr com um dorsal. Depois de um aquecimento de 15 minutos (sim, agora até faço aquecimentos!) posicionei-me a cerca de 30 metros do pórtico e aguardei os 5 minutos que faltavam para a partida.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkuIcG88SA8FhmMF47A261ybZQgj86NUnnNVxTGL8T3HvyToCOvgjVvB6JtcdhibTsz7KtGNwTHBUCNZiJMbD2k_zemsmC92NytTiAG2kRUktBQf8NLdNr3PMUqIw2KJvs9za2sfB5onY/s1600/IMG_5397.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkuIcG88SA8FhmMF47A261ybZQgj86NUnnNVxTGL8T3HvyToCOvgjVvB6JtcdhibTsz7KtGNwTHBUCNZiJMbD2k_zemsmC92NytTiAG2kRUktBQf8NLdNr3PMUqIw2KJvs9za2sfB5onY/s400/IMG_5397.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Retirado do Facebook da prova. Eu estou...para ali</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Pode parecer estranho, mas esta é aquela prova de estrada que toda a gente que prefere o trail devia fazer. É uma espécie de sky running, mas na estrada! Primeiro subimos a serra, andamos ali uns quilómetros no planalto no sobe e desce (imaginem que é uma crista daquelas lixadas do sky) e finalmente descemos a fundo, montanha abaixo. São 16.5km, 400+ e 550-. Uma prova de estrada completamente diferente da grande maioria, ainda por cima num dos sítios mais bonitos de Portugal. Não é por acaso que é das mais antigas (30ª edição) e conta todos os anos com mais de duas mil pessoas! este ano foram 2228 a cortar a meta. Impressionante, para uma prova tão exigente a nível de percurso e de logística como esta.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPVJItTx6XK4tgaS3nW6B8s_LfeovC8ZodgZr_gD0YxJmLnVTfM5pVlC92iL7QPRa57vUYmRBn1FRxZINZ9hud7EXPqRRaxkhAeFbOAj810xiqn4v3wyI1cF2PMQNIT7jvpwhNHOTHef7Z/s1600/Nova+imagem+%25282%2529.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="276" data-original-width="853" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPVJItTx6XK4tgaS3nW6B8s_LfeovC8ZodgZr_gD0YxJmLnVTfM5pVlC92iL7QPRa57vUYmRBn1FRxZINZ9hud7EXPqRRaxkhAeFbOAj810xiqn4v3wyI1cF2PMQNIT7jvpwhNHOTHef7Z/s400/Nova+imagem+%25282%2529.bmp" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Começamos com a subida da Rampa da Pena. Assim de estalo, até ao km 4, levamos logo com cerca de 250+! E aqui não há baby steps, é para ir a fundo! Pulsações a tocarem no red line e pernas a pedirem para abrandar, papamos as curvas e contra curvas que desfazem o desnível até lá acima. À mínima folga na inclinação a passada alargava logo. Apesar de ter partido relativamente perto do pórtico, devem ter saídos umas 200 pessoas à minha frente, a maior parte delas virei, uma a uma, nos 4km de subida, até estabilizar no planalto, lá para os 5 ou 6km.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWX8TejMTSraAGmvvL4n2OuX1zDnqRwh5kCl74PupZrPuPIYqzMlZ9YMvrYdCwu8PzvEPFopQ5EAq-Yse-FA-32BC0KTlwvBjVWDek3T_wj-65v_FK_8pDnCJN112a7WPpj3Spm4QngMlu/s1600/82953422_1711456245658238_7313241888088129536_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="512" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWX8TejMTSraAGmvvL4n2OuX1zDnqRwh5kCl74PupZrPuPIYqzMlZ9YMvrYdCwu8PzvEPFopQ5EAq-Yse-FA-32BC0KTlwvBjVWDek3T_wj-65v_FK_8pDnCJN112a7WPpj3Spm4QngMlu/s400/82953422_1711456245658238_7313241888088129536_n.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Esta parte do planalto, com constante sobe e desce, é provavelmente a parte mais dificil da prova. Depois da grande rampa inicial, as pernas rejubilam a cada pequena descida. Os ritmos disparam de imediato, mas como as subidas aparecem logo de seguida, é um suplicio mudar novamente para pernas de subida (malta do trail, isto diz-vos alguma coisa? Ah pois, também há parte pernas nas estradas de Sintra!). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o pináculo do ácido láctico é no já mítico km 10! Uma rampa com 15% de inclinação e pouco mais que 500 metros atinge-nos como um murro no estômago. Metemos a viola no saco e tentamos sobreviver àquela ultima subida antes da loucura dos 6km finais. Aqui sim, foi modo trail. Baby steps curtinhos, só para não ter que caminhar!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim que viramos o km 10 vemos o mar e o farol no Cabo da Roca lá ao fundo. Esperam-nos nada menos que 6km de descida, com inclinações às vezes bastante fortes! É prego a fundo e tentar não pensar muito na tareia brutal que as pernas levam nesta descida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deixei tudo o que tinha nesta descida! Acreditem, estava tão em esforço como na subida! Ganhei um respeito maior pela malta do Avalanche 0:29, que cumpriu os 10km a descer para tentar baixar dos 30 minutos. Hoje de manhã, no treino que fiz, senti bem estes km, mas a adrenalina de ir a velocidades anormais (óbvio record dos 5km, 17:26) e ver o farol a aproximar-se cada vez mais é impagável! Foi mesmo até à ultima gota e em grande esforço que virei a ultima rampinha mesmo antes da meta!</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgLEhGJ-B15R6Intxh6Ttju8CTOx2CuSdJcDSpUquRbjgaGnh3QWKPUCyoLSiMnRcTyhnIkxPTopFNTQjseYe3nGbJC1d_oPUVCrS1S5TD0vKf0vq1H-3mxSJgzRoTME617qL0ZJ4Nxu5H/s1600/84166092_2558912817551038_63362733394886656_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="807" data-original-width="960" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgLEhGJ-B15R6Intxh6Ttju8CTOx2CuSdJcDSpUquRbjgaGnh3QWKPUCyoLSiMnRcTyhnIkxPTopFNTQjseYe3nGbJC1d_oPUVCrS1S5TD0vKf0vq1H-3mxSJgzRoTME617qL0ZJ4Nxu5H/s400/84166092_2558912817551038_63362733394886656_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Reta da meta, num cenário idílico! Foto retirada do Facebook da prova.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Foi brutal! Definitivamente a minha prova de estrada preferida. A prestação também foi boa, com 1:08 na meta, mas nem tempos nem classificações (20º) batem aquela sensação saber que deixei lá tudo o que tinha. É assim que gosto de correr!</div>
Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-14521428485132981902020-01-16T18:12:00.002+00:002020-01-16T18:12:30.062+00:00Âncoras<div style="text-align: justify;">
Estava a 5 ou 6km da meta instalada na Lousã, em 15º ou 16º, na descida final do incrível <a href="https://quarentaedoispontodois.blogspot.com/2019/10/louzan-skyrace-24km-fast-furious.html">Louzan SkyRace</a> deste ano. Deixei tudo o que tinha e não tinha naquela descida. Arrisquei como raramente arrisco, a adrenalina vinha a níveis altíssimos, sentidos apurados, músculos e respiração no limite! Passei por 3 ou 4 caminheiros quando, 10 ou 15 metros à frente, tropecei, caí, rebolei, e, como que aproveitando o movimento natural da cambalhota, voltei a levantar-me e segui exactamente no mesmo passo. Acho que nem senti o chão, queria era seguir caminho e surfar aquela brutal onda até ao fim!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então que, quando me levantei, ouvi aquela frase.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Para que é essa pressa toda?! Já não vais ganhar nada!"</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao longo da vida tenho-me cruzado com pessoas destas. Mais do que não perceber porque é que faço o que faço, porque é que me esforço, porque é que acordo todos os dias de madrugada, abdico de muito e vivo obcecado com esta paixão tão forte que é a corrida, mais do que isso tudo, são pessoas que, a viver na sua zona de conforto, vêem com desdém aqueles que lá fora ousam fazer mais, ser mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Todos os dias? Isso só te faz é mal"</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A grande maioria das vezes é inconsciente, eu sei que é. Mas de vez em quando lá me cruzo com um deles e de imediato sinto aqueles tentáculos negros a quererem agarrar-me. A meter-me peso em cima, 1 grama de cada vez. A puxar-me para a sombra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Mas treinas tanto para quê? Já ganhaste alguma corrida?"</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aprender a reconhecer estes polos negativos foi o primeiro passo para me tornar imune. Decidi afastar-me o mais que posso deles. Aprendi a rodear-me de pessoas positivas, que gostem genuinamente tanto de falar como de ouvir. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"100km? Para quê? Que parvoíce!"</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O desporto, em particular a corrida, é o mais puro exemplo de meritocracia. Se trabalharmos, se nos esforçarmos, temos a recompensa. Gosto de estabelecer objectivos difíceis porque sei que trabalhando lá chego e, por outro lado, acho que é da maior importância fazer coisas difíceis!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje em dia quando percebo que alguém me está a prender uma âncora ao pé não fico irritado. Educadamente, e com um sorriso, digo-lhes:</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>É verdade, nunca vou ganhar a corrida. Mas ai de mim se não vou fazer o meu melhor em tudo o que faço!</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmxw0DB0O82wc15nWij-5KM5uUw_qtggjXd4vzcJQFY8fLlY1ns9llne9Y9lJM2Kqh_8CEAVvDdU6ZxBoI9AXv2cRyUEJ40SU1WNEne3D9u2ySidVkb6mN8yItR2kjpxcS7N5jq3agf-NQ/s1600/il_570xN.1502881725_5jgo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="570" data-original-width="570" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmxw0DB0O82wc15nWij-5KM5uUw_qtggjXd4vzcJQFY8fLlY1ns9llne9Y9lJM2Kqh_8CEAVvDdU6ZxBoI9AXv2cRyUEJ40SU1WNEne3D9u2ySidVkb6mN8yItR2kjpxcS7N5jq3agf-NQ/s320/il_570xN.1502881725_5jgo.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-45235759098167620952019-12-10T16:21:00.002+00:002019-12-10T17:10:59.214+00:00Desmotivado.<div style="text-align: justify;">
Eu não acredito nessa coisa da <i>motivação</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para mim é simples: ou se gosta de correr, de fazer desporto e de desafiar os nossos limites ou andamos aqui a procurar desculpas para não estar parado, até encontrar uma desculpa melhor para parar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não me levem a mal, é a minha opinião. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não preciso de motivação. Não preciso de uma prova no horizonte, de um PR dificil de bater, likes no Facebook ou de uma posição na classificação que gostava de conseguir. O que eu preciso é de correr. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até ao dia 1 de Dezembro (e nos próximos dias já vão perceber a relevância deste dia), o dia 325 do ano de 2019, houve 19 dias em que não corri. Dois dias antes e dois dias depois de cada uma das 3 provas de 100km que fiz, 5 dias em que estive doente, um dia depois do Pisão e 1 dia, em Julho, por preguiça. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Destes 306 dias em que corri este ano, a grande maioria foi às 6 da manhã. Se alguém vos disser que quando o despertador toca às 5 e pouco, todos os dias, seja de inverno ou de verão, se levanta da cama cheio de motivação...bem, é <b>pura mentira</b>. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esqueçam. 10 em cada 10 vezes apeteceu-me virar para o outro lado e dormir mais um bocado. 10 em cada 10 vezes não me apeteceu ir vestir o equipamento. 10 em cada 10 vezes hesitei antes de rodar a chave da porta de entrada. 10 em cada 10 vezes senti um arrepio quando abri a porta que me fez ficar com vontade de voltar para casa. 10 em cada 10 vezes não me apetecia minimamente correr! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas fui.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não precisei de estar motivado. Corri porque tinha que ser. Desliguei as luzes vermelhas todas, as sirenes e as vozes que me diziam que estava melhor na cama, liguei o cronómetro e fui! Tão simples como isso, não é preciso mais nada. Fui e pronto! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O melhor de tudo? 10 em cada 10 vezes valeu a pena. 10 em cada 10 vezes senti-me bem no fim, passei um dia melhor. 10 em cada 10 vezes estive mais bem disposto durante o dia, mais disponível, mais paciente e dormi melhor à noite. 10 em cada 10 vezes acabei ofegante, transpirado, muitas vezes esgotado, mas sempre, sem excepção, acabei a pensar: "ainda bem que fui!".</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhivbqzLEklBj-I442JW8gh-UVb5bxoUgBhvBgdJ3TrFVkJ_enC3viqRs2KXHOQnshV_yYEulS1_kdN4iyXYYxluRoFGGHYJPliWXGAlqMlMVJY5eud9BsDOaENZYxkMF0YxzKesuC8y_7z/s1600/IMG_5397.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhivbqzLEklBj-I442JW8gh-UVb5bxoUgBhvBgdJ3TrFVkJ_enC3viqRs2KXHOQnshV_yYEulS1_kdN4iyXYYxluRoFGGHYJPliWXGAlqMlMVJY5eud9BsDOaENZYxkMF0YxzKesuC8y_7z/s400/IMG_5397.jpg" width="236" /></a></div>
<br />
Sem desculpas. Vão e pronto!Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-31708314921203693212019-11-25T22:03:00.001+00:002019-11-25T22:49:39.528+00:00Pisão Extreme (65km) - Visceral<div style="text-align: justify;">
Parei, ofegante, em frente a uma parede cinzenta. Ao meu lado estava uma fita laranja que me indicava estar no sitio certo, mas não conseguia ver a seguinte. Olhei a 360º e tive uma vertigem, para trás estavam as rochas que tinha acabado de escalar, dos dois lados um precipício que se tornava infinito por causa do nevoeiro e à minha frente a parede. Granito, vertical, cinzento. Bem mais alto que a minha cabeça. Tinha que transpor a parede e procurar, lá em cima, a próxima fita. Pois bem, larguei os bastões, que ficaram pela milésima vez naquele dia pendurados nos pulsos, e, com a mão direita, procurei uma fenda na ronda. Fiz força, não se deslocou. Ok, agora os pés. Enfiei o pé esquerdo numa fenda da rocha e elevei-me. Agora procurava um apoio para o pé direito, que estava no ar. Dei dois pontapés numa pequena protuberância no granito para testar a resistência. Parecia ok. Icei-me e fiquei com a cabeça acima da parede. Arrastei os bastões pendurados e consegui puxar a perna esquerda lá para cima. Com um grande esforço pus-me agachado em cima do granito e assim que me levanto para procurar a próxima fita uma rajada de vento brutal provoca-me um desequilibro, ao mesmo tempo que limpa ligeiramente as nuvens em redor. Todo o meu corpo treme, um arrepio percorre-me a espinha e o sentimento é de puro medo quando vejo o caminho. Estava na barriga do Monstro da Pena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEA7ufGoegXzR7tv_N7YfE3HXlwb8Wu5y05q0peeKo45hG7YiObq46WQDT6HQdBXOPfLEMoftsCirPgT1i4APIC64wgk2FKApj_3vaUk7K2EUz2OZEOXrxgOb530aJ0vY3N7RVh4zRZeN3/s1600/76681720_2130799210548608_1321340259048357888_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="639" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEA7ufGoegXzR7tv_N7YfE3HXlwb8Wu5y05q0peeKo45hG7YiObq46WQDT6HQdBXOPfLEMoftsCirPgT1i4APIC64wgk2FKApj_3vaUk7K2EUz2OZEOXrxgOb530aJ0vY3N7RVh4zRZeN3/s400/76681720_2130799210548608_1321340259048357888_o.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Esta fotografia do Paulo Nunes ilustra na perfeição o que foi o Pisão Extreme. Reparem bem na dimensão dos dois atletas comparada com a magnitude da Montanha. Como diz o Armando Teixeira: Enjoy Being Small</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Umas boas horas antes de enfrentar o Monstro estava no Bio Parque de Carvalhais pronto para a aventura. Muitas caras conhecidas, abraços e sorrisos nervoso ocuparam o tempo até o Joca dar a partida. Essa aconteceu às 6 e pouco da manhã, ainda bem de noite, debaixo de uma chuva miudinha. A previsão era do tempo melhorar ao longo do dia, mas por enquanto estava muito frio, vento e chuva. Por isso parti com o equipamento para o frio todo vestido com esperança de ir retirando camadas nas próximas horas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0_1UWRwUiCnjn7JbvJl7Ka1bh493pLCALC2Y226RC6mMyDI9FApyczje26XAadkg2fknhq1h2ftyGov4Y_ymKFBpsa0GgoQRK2tyc71SaOrhhFUo02W5olWi8NONy_pkG1POqMP4plZ7V/s1600/77383403_2131254873836375_2769079812185128960_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="733" data-original-width="1100" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0_1UWRwUiCnjn7JbvJl7Ka1bh493pLCALC2Y226RC6mMyDI9FApyczje26XAadkg2fknhq1h2ftyGov4Y_ymKFBpsa0GgoQRK2tyc71SaOrhhFUo02W5olWi8NONy_pkG1POqMP4plZ7V/s400/77383403_2131254873836375_2769079812185128960_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eram 120 à partida. Decorem este número. Fotografia do Paulo Nunes.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Já conhecia bem os primeiros 8 ou 9km dos 65 do Pisão Extreme. O percurso era igual à prova de 35km, que fiz (e adorei) o ano passado. Uma primeira subida fácil, dividida em dois, levar-nos-ia até ao topo da garra, para um primeiro vislumbre da magnifica Serra da Arada, já para lá da cota 1000. É aqui que oiço falar pela primeira vez do Monstro da Pena, da boca do meu amigo Viriato Luís Nunes. O tempo, como era de esperar, piorava ao ritmo dos metros verticais conquistados, e, lá em cima, além da vista, tivemos oportunidade de sentir também pela primeira vez o clima de montanha que nos esperaria todo o dia. Com o capuz do impermeável enfiado na cabeça, por cima do gorro, lancei-me pelo dedo da garra abaixo, em direcção ao fundo do vale. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghCg0ucezkShGtZOxTgkX9EqiUeUO3BUeHubSS0zJKwoT38_sGN_V5LdBkkAvtJ9MzYb035jUmcoxNO7-z-zmnlvOg7-anKKqJ5jtaY59GLoXth1kI-kfRcTXs0k4Eo1VA_reNPdmWzWBr/s1600/78336733_2131554140473115_6606282643304611840_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghCg0ucezkShGtZOxTgkX9EqiUeUO3BUeHubSS0zJKwoT38_sGN_V5LdBkkAvtJ9MzYb035jUmcoxNO7-z-zmnlvOg7-anKKqJ5jtaY59GLoXth1kI-kfRcTXs0k4Eo1VA_reNPdmWzWBr/s400/78336733_2131554140473115_6606282643304611840_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A descer de bastões, pois claro. Foto do meu amigo Fritz</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A chuva intensa das últimas semana deu vida à serra, havia água por todo o lado. Quem conhece a Arada reconhece imediatamente as pregas formadas pelas encostas, agora imaginem que em cada uma dessas pregas corre uma cascata de água que desagua no fundo dos vales. A travessia de ribeiros no fim de cada descida era inevitável e a primeira delas foi na base da encosta de Gourim. Lá estavam dois bombeiros, com fatos isotérmicos, a ajudar-nos a atravessar o rápido de água gelada e com uma corrente impressionante. Mal entro a água chega-me à cintura e a corrente trata de me desequilibrar o suficiente para me molhar até ao peito. Estava dado o primeiro aviso.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLLa-ujML0c1QzhvB9R5lPIc9CxTvazrvtRmMcy6x0A1bTCzjkEmR-LVLlx1eL2uv1jiCMJjXvNHb4qc2CUOAmfjyVntjG1ZkKrGa2WotLrxI3El7-lbgwTWiSYnsdrtFeZjtUg3hUbIgL/s1600/76932018_780511022421597_1018259844492165120_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLLa-ujML0c1QzhvB9R5lPIc9CxTvazrvtRmMcy6x0A1bTCzjkEmR-LVLlx1eL2uv1jiCMJjXvNHb4qc2CUOAmfjyVntjG1ZkKrGa2WotLrxI3El7-lbgwTWiSYnsdrtFeZjtUg3hUbIgL/s400/76932018_780511022421597_1018259844492165120_o.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do bombeiros voluntários de São Pedro do Sul na tal primeira travessia.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Primeiro abastecimento, na Casa Margou, em Gourim. 8km e quase 1000+. Comi rapidamente e cumpri o resto da subida até ao ponto de separação das provas e iniciar o périplo pela Arada desconhecida. Lá em cima o caminho dividia-se em 3. À direita ia o pessoal dos 24km, diretos ao Fujaco, ultima subida da prova, em frente os dos 35, que desceriam até Drave onde chegaria dali a alguns quilómetros, e nós fomos para a esquerda, rumo ao desconhecido. A prova ia, finalmente, começar.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM8pPKLC3aXT4zkAsX9RcZac00mdSys1FvzSM4OlM9dIrE5aoL5xmJ0RTfeKVBwkAc-fGQqxnJNbs3phi97QAegWsWTw_v6bme1PvLJTGbIBS3XlVTj7PnE6k1n1p1v3paDgVBCqlsXAZ9/s1600/Captura+de+ecr%25C3%25A3+total+25112019+192215.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="287" data-original-width="864" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM8pPKLC3aXT4zkAsX9RcZac00mdSys1FvzSM4OlM9dIrE5aoL5xmJ0RTfeKVBwkAc-fGQqxnJNbs3phi97QAegWsWTw_v6bme1PvLJTGbIBS3XlVTj7PnE6k1n1p1v3paDgVBCqlsXAZ9/s400/Captura+de+ecr%25C3%25A3+total+25112019+192215.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ainda não vos tinha mostrado o pente. O ponto de separação é ali no inicio da terceira descida.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Uma descida enorme, muito técnica, com inclinações a andarem pelos 40%, empurrou-nos para as profundezas de um vale. A paisagem era de cortar a respiração, a toda a volta se viam cascatas brancas. Iamos conquistando a encosta despida de vegetação, sem trilho nenhum, por entre desequilíbrios provocados pela lama e xisto molhado. Lá em baixo começava a vislumbrar-se o destino: o inevitável ribeiro que teríamos que cruzar antes de subir. Mas desta vez havia uma diferença, não haviam bombeiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comecei a planear na cabeça a travessia. Decidi tirar as luvas, pensei eu que molhar as mãos seria inevitável e quis evitar ensopar as luvas antes de enfrentar a próxima grande subida. Meti-as dentro da mala e preparei-me para atravessar. Assim que entro a corrente empurra-me e..zuca, água até ao peito e luvas molhadas! Tá bonito. Dou um passo atrás e começo a tentar agarrar os ramos de uma árvore que cobriam a travessia, mas partiam-se sempre. Na outra margem estava um companheiro (que falou comigo várias vezes mas não decorei o nome, com um impermeável amarelo. Se leres isto, diz!) com a mão esticada. Arrisquei um passo, inclinado contra a corrente, e agarro-lhe a mão, que me puxa para fora das águas geladas. Esperei que a Jocelina, primeira mulher e minha companheira de vários km, atravessasse o rio e seguimos os 3 juntos montanha acima. Todas as 5 ou 6 pessoas que estavam ali naquela altura só conseguiram passar com ajuda, nem imagino o que foi passar aquilo sozinho!</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4dxMRB3PiZz6Bf6pnnF60R-lO20_Lx58dO-dAzGnmcAo_qK3HjpiUOHzPQN7ieSflhODE9P0aR50Pee39dvV8rGEdvbxyAAxkfKhOTyuman0bPVmAE2qupPHp6R-cbIHmA7GZlgbdgCUc/s1600/76917599_2131555070473022_3137518741244346368_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="959" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4dxMRB3PiZz6Bf6pnnF60R-lO20_Lx58dO-dAzGnmcAo_qK3HjpiUOHzPQN7ieSflhODE9P0aR50Pee39dvV8rGEdvbxyAAxkfKhOTyuman0bPVmAE2qupPHp6R-cbIHmA7GZlgbdgCUc/s400/76917599_2131555070473022_3137518741244346368_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais uma foto brutal do Fritz. Este sou eu.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A subida, com vista para o ribeiro, começou por umas escarpas muito agressivas. Calcei as luvas e preparei-me para a grande caminhada que nos levaria novamente à cota 1000. Mais uma vez o tempo foi piorando com a elevação, as nuvens que ora apareciam ora eram sopradas pelo vento, cobriam agora totalmente a serra. Não tinha conseguido aquecer depois do banho no rio e o ritmo de subida não era suficiente para produzir calor. A encosta era completamente exposta, o vento cada vez mais forte e cortante. Começou a chover com força e logo de seguida granizo que picava as pernas e a cara como agulhas. As mãos gelaram e pela primeira vez sentia-me eu próprio gelado, apesar de todas as camadas térmicas, que agora estavam completamente ensopadas. Seguia num comboio de 5 ou 6 pessoas, todas em silencio, provavelmente tão assustadas como eu. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Virámos finalmente a montanha! Só queria começar a descer para voltar a aquecer e, verdade seja dita, descida foi o que não faltou a seguir. Quase 4km, que começaram no trilho dos Incas e desembocaram nos Três Pinheiros (que eram três, em Julho já só eram dois e agora só já resta 1!), que fiz a subir uns meses antes na UTSF. Mais uma brutalidade de descida, super inclinada, pela encosta virgem, levou-nos a nova travessia de rio, esta muito mais larga e, agora sim, com dois bombeiros e cordas para ajudar. Vamos lá ao banho então.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihUwTgyrfS40XT2IbQEltBHyuhgT8TWwPZrWMM7hVjt5akudcGk45PrK-aTHaKTuoMRhhSc5mh_uq3bk5c1wiI2y-Lb4J7BU6Fa74rS4EPy_HId56RfzadZpH_cex-xB73Ir_tm0Ob0aTq/s1600/75650439_780511539088212_4723120564124778496_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="960" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihUwTgyrfS40XT2IbQEltBHyuhgT8TWwPZrWMM7hVjt5akudcGk45PrK-aTHaKTuoMRhhSc5mh_uq3bk5c1wiI2y-Lb4J7BU6Fa74rS4EPy_HId56RfzadZpH_cex-xB73Ir_tm0Ob0aTq/s400/75650439_780511539088212_4723120564124778496_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais uma foto dos bombeiros de São Pedro do Sul. Que trabalho fizeram eles!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Banho tomado e, como seria de esperar, mais uma subida nos separava do segundo abastecimento, em Regoufe. Aqui comecei a ver as primeiras desistências e o ar de desânimo era geral em todas as caras. A progressão estava a ser lentíssima, cheguei aos 18km com quase 4 horas de prova, mas tanto era lenta para mim como para os outros. Continuava num comboio um bocado compacto por esta altura. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A chegada a Drave foi por um trilho que já conhecia de outras aventuras e agora estávamos novamente a embocar no percurso dos 35km. Sabia exactamente o que me esperava: uma subida absurda à saída de Drave, depois descida por um trilho +/- corrível e finalmente uma parede quase vertical, conquistada à encosta. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8t2HVWpk5kcTs8Ott1Ymi8rrNZQSsnfG4x8pdi3CePsFVnS13XqeBNyAoeBEjSdx1CgX80E1lmFnI9X9TdeoZjZgLFJvyQUtcMkCdw4nIfrjB9bwX8aspjKOoR7s9SS986eHRehiR-iK1/s1600/77107460_2131714127123783_3061855565111099392_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="959" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8t2HVWpk5kcTs8Ott1Ymi8rrNZQSsnfG4x8pdi3CePsFVnS13XqeBNyAoeBEjSdx1CgX80E1lmFnI9X9TdeoZjZgLFJvyQUtcMkCdw4nIfrjB9bwX8aspjKOoR7s9SS986eHRehiR-iK1/s400/77107460_2131714127123783_3061855565111099392_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Malta à saída de Drave. O elevador estava avariado! Foto do Fritz.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Foi logo à saída de Drave que notei uma dor chata no joelho direito quando o fletia e usava a perna direita para me elevar. Comecei a defender-me usando muito os bastões, talvez por isso hoje ainda tenha alguma dificuldade em levantar os braços... As duas subidas, de 350+ cada uma, eram tal qual me lembrava: demolidoras. Sem trilho, com muita pedra e a exigir um planeamento de cada passo. A inclinação chega a passar os 60%! Tínhamos constantemente que usar os braços. Esta era a parte mais difícil da prova do ano passado e mais uma vez senti que estava dentro de uma máquina de lavar, desta vez nem faltou a água! É impressionante como as subidas se formavam à nossa frente, como uma onda gigante que vai crescendo, enquanto descíamos a encosta e vemos os pontos pequeninos do outro lado do vale.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Continuei em território conhecido na grande descida para Covas do Monte, onde os percursos se voltavam a separar. Agora já o comboio se tinha dispersado e seguia atrás de um atleta do país de Gales, que me serviu de companhia várias vezes. A descida era mais uma vez muito difícil, mas enganava e deixava-nos correr em certas alturas. Deve ter sido numa dessas que me desconcentrei e fiz uma daquelas entorses feias que até fazem CRAC. Dei um grito e sentei-me no trilho a dizer asneiras. O Galês perguntou-me se estava tudo bem e eu disse-lhe que sim, enquanto cambaleava novamente trilho abaixo para não deixar o pé arrefecer. O que vale é que foi no pé direito, a juntar ao joelho que estava a dar sinal só se estragava uma perna!</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6-LZuqaSB6DhyphenhyphenmeSjTZvWiVbzzQbhQRE8ISSdk3Iiq4DZ6qPLRtsy_-oqw-JOLLPVaksjTrWGuYeZ6Uc1e7Wrw41c6OrD0MCpu5xTKsZOoG5zBwqGTAIVJBKIJm7B2DDWpXBLVU5kqZ-3/s1600/78227459_2131557953806067_3483162024005861376_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="959" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6-LZuqaSB6DhyphenhyphenmeSjTZvWiVbzzQbhQRE8ISSdk3Iiq4DZ6qPLRtsy_-oqw-JOLLPVaksjTrWGuYeZ6Uc1e7Wrw41c6OrD0MCpu5xTKsZOoG5zBwqGTAIVJBKIJm7B2DDWpXBLVU5kqZ-3/s400/78227459_2131557953806067_3483162024005861376_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais uma foto brutal do Fritz.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Em Covas do Monte, novo abastecimento, sorvo duas sopas bem quentes e preparo-me novamente para entrar em território desconhecido. O Rodrigo Quintal dizia-me que a partir dali a coisa aligeirava, mas eu já desconfiava que não devia ser bem assim antes de uma seta nos mandar para o lado esquerdo e começarmos a subir mais uma encosta virgem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta foi a minha pior fase da prova, comecei a subida muito devagar e perdi algumas posições. Mas sabia que enquanto ela se mantivesse constante e sem grande tecnicidade eu conseguia ir descansando no ritmo e voltar a entrar na prova. Mas o Pisão tinha outros planos. A meio desta subida fizemos a primeira de muitas incursões em cristas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É muito giro ver o Killian a correr nas cristas, a saltitar de pedra em pedra. Mas é lá em cima, perto dos 1000m, com chuva, vento e frio que se vê realmente o que aquilo significa. Esqueçam os trilhos, esqueçam as subidas típicas do sky que tanto vos falo, esqueçam descidas técnicas com lama e cordas. Ali é outro mundo. Ali sente-se como em mais lado nenhum a vertigem da montanha, o respeito pela enormidade que nos rodeia e, muito sinceramente, o mais visceral medo. As bandeirolas estavam separadas algumas vezes dezenas de metros, entre elas era pedra e mais pedra, bem no topo da montanha. Progredia como podia, com a respiração mais ofegante pelo medo do que pelo cansaço. Sentia que ao mínimo deslize, e friso, <b>mínimo</b> deslize, as consequenciais seriam desastrosas. Eu sei, já estão a pensar que isto não tem jeito nenhum. A verdade é que estas provas não são para todos. É bom que à partida as pessoas saibam onde se estão a meter, nem todos têm que gostar do mesmo! </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOZmMLU6HDRlg4wz0VJYLPCIsCCjsrLR_AbJgA2PHmWmCTHqnVydJRbeBBgVUTklEqqEvml2ZB3Ehl8fx53Xs3aDWZJIvZ-2NWn8q4YR52AGBl6s1sXNYcdHgw709TJvtsyl-F4xP53KDX/s1600/66787244_939412669736567_275842174346592256_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOZmMLU6HDRlg4wz0VJYLPCIsCCjsrLR_AbJgA2PHmWmCTHqnVydJRbeBBgVUTklEqqEvml2ZB3Ehl8fx53Xs3aDWZJIvZ-2NWn8q4YR52AGBl6s1sXNYcdHgw709TJvtsyl-F4xP53KDX/s400/66787244_939412669736567_275842174346592256_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do Fritz num outro dia. Subimos por aquela crista de pedra. É pena não dar para ver bem a dimensão da coisa. Fritz, se estiveres a ler isto, faz favor de arranjar uma foto das cristas!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A descida continuou íngreme até ao Rio Paivô. Lá em baixo voltámos a embrenhar-nos nas árvores, num trilho maravilho ao lado do Rio, que corria furioso. A subida para a aldeia da Pena iniciou numa garganta brutal, no Trilho do Morto que Matou o Vivo (juro que não sou eu que dou estes nomes). Um daqueles sítios com paredes tão altas à nossa volta que o GPS até perde o sinal! Subimos por um trilho aos ésses, a acompanhar uma cascata. A água foi omnipresente em toda a prova, é espetacular sentir a montanha viva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8BD83bw1m-wF7Xc1Rz2G_i7aDw30T3Hx6RBHNeyDqJh0jKTUSZDhyphenhyphen62zXW7KuPYcIur-3UJ_Ha4XfJ2-EtDF9eIMMBweWnWblKibNSo0TM6VfIaiFoDcbeHWVEGE_19TBGgFRavHRmVBN/s1600/77389244_2053994348036856_8286294968406900736_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="639" data-original-width="960" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8BD83bw1m-wF7Xc1Rz2G_i7aDw30T3Hx6RBHNeyDqJh0jKTUSZDhyphenhyphen62zXW7KuPYcIur-3UJ_Ha4XfJ2-EtDF9eIMMBweWnWblKibNSo0TM6VfIaiFoDcbeHWVEGE_19TBGgFRavHRmVBN/s400/77389244_2053994348036856_8286294968406900736_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Inicio do trilho do morto, num dia de verão. Imaginem isto com 10 vezes mais água. Foto do Fritz.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A Aldeia da Pena surge numa pequena trégua a meio da subida. Um oásis que nos seduzia com as suas casas de xisto e fumo a sair de chaminés de salamandras. Parei no abastecimento e meti conversa com quem lá estava. Perguntei o que se seguia. Eram apenas 6km até à base de vida, faltava só metade da subida! "Mas a subida....." dizia a senhora, "a subida... bem, é ali". E apontou para uma encosta totalmente cinzenta do granito. "Como assim?" perguntei eu. "Sim, é por ali... mas é curta, são só 6km até à base de vida!". Hm.. algo se passava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estava prestes a enfrentar o Monstro da Pena.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Percebi imediatamente que estava lixado quando vi uma corda. Tínhamos passado por cristas vertiginosas, por inclinações de 60%, por descidas em precipícios e até por travessias de rápidos. Ainda não tinha visto uma única corda ou corrente! Agora ali estava ela, a rir-se de mim. Deixei os bastões pendurados nos pulsos e trepei por ela. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgHAs4AjkSjVS-uVT640IQLx9z8c655gLW0j88ASPqYIMj0ScxQCl2-OvElYIucdjIQDbJjwsZ_P5B98-z7VD0DKq4vdS7HafelATWbd28x2rP2asqlw-5F-BhA6HGncLkab4MTKxWxTrC/s1600/78647503_2130799690548560_1933390635079827456_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="639" data-original-width="960" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgHAs4AjkSjVS-uVT640IQLx9z8c655gLW0j88ASPqYIMj0ScxQCl2-OvElYIucdjIQDbJjwsZ_P5B98-z7VD0DKq4vdS7HafelATWbd28x2rP2asqlw-5F-BhA6HGncLkab4MTKxWxTrC/s400/78647503_2130799690548560_1933390635079827456_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Stian a passar na Aldeia da Pena. Vejam lá ao fundo as pedras, é o Monstro!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O que se passou no próximo quilómetro foi uma insanidade que demorei quase 45 minutos a transpor. Foram metros e metros de autentica escalada, de becos sem saída, de pedras escorregadias e braços a latejar. Todos os movimentos eram pensados, etapa após etapa. À medida que subíamos a vegetação ia desaparecendo, aumentando a sensação de vertigem, até que finalmente progredíamos na crista, esta ainda mais eriçada que a anterior. Imaginava o que era pensar em desistir naquele ponto, não havia volta a dar a não ser continuar até chegar a porto seguro! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando finalmente pisei terra firme respirei de alivio e soltei um riso nervoso. Ainda hoje me arrepio quando me lembro dos sítios onde passámos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A base de vida chegou pouco depois, aos 42km, em Macieira, depois de virarmos o São Macário. Estava com nada mais nada menos que 42km, 4700+ e 10 horas de prova. Sim, leram bem. Não tenho dúvidas nenhumas, estes foram os 42km mais difíceis que já fiz na vida. Nada se compara a isto. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir3vY1rfRWd-iTG9NblbRYMjpeuYMIIxtqlP5MLNZJqWxxPypRa9o7ayu50CZNK36QHUdekT_pDz1um_NcQtuTMlPf-BgRM13RYInnKkxMao2W2KkAyNmn-qAZF8s8yRglWnjuV0kiuVEB/s1600/78677630_2131668057128390_6208416900435673088_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="639" data-original-width="960" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir3vY1rfRWd-iTG9NblbRYMjpeuYMIIxtqlP5MLNZJqWxxPypRa9o7ayu50CZNK36QHUdekT_pDz1um_NcQtuTMlPf-BgRM13RYInnKkxMao2W2KkAyNmn-qAZF8s8yRglWnjuV0kiuVEB/s400/78677630_2131668057128390_6208416900435673088_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Peço desculpa pelas "imagens de arquivo", mas não tenho nenhumas melhores para ilustrar. Esta é do Paulo Nunes!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Na base de vida estava o meu amigo Hugo e a Ana, que foram incansáveis no apoio. Troquei a camisola térmica, tshirt, buff e luvas por outras secas, o que me deu nova vida. Bebi nada menos que 4 (quatro) taças de sopa e preparei-me para os 20km finais. Por incrível que pareça, mesmo depois daquele porradão que levámos até ali, sentia-me com força e ânimo! Enviei uma mensagem à Sara a dizer que só não acabava se me partisse todo numa descida. Acho que ela achou uma brincadeira, espero que não tenha percebido que isso era uma real possibilidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Felizmente a partir da Base de Vida a prova mudou completamente. Duas subidas de cerca de 350+ separavam-nos da graaaande descida em estradão até ao Fujaco, onde enfrentaríamos a ultima grande dificuldade, uma parede de 700+. Até lá segui acompanhado do Rodrigo Quintal, a navegar de fita em fita, em equipa, por trilhos mais acessíveis, que culminaram no tal estradão de 3km a descer até ao Fujaco. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lá, no ultimo abastecimento e na base do ultimo grande obstáculo, estava o João Miguel que me contagiou com o seu habitual entusiasmo. Não me demorei muito no abastecimento, na verdade estava deserto para me por à prova na grande subida e chegar ao fim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tal como me lembrava, a subida era super inclinada, a primeira parte, com 1.4km de extensão, tem uma inclinação média de 36%! Mas é o tipo de subida que eu gosto e onde estou confortável: sem grandes obstáculos que exigam muita amplitude de movimentos e com inclinação constante. Relaxei e deixei-me entrar na subida, num passo muito constante e confortável. Quando me apercebi estava a apanhar malta na subida e a deixar outros para trás! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora era só cumprir os quase 7km de descida que nos separavam da meta, de trilhos fáceis e finalmente estradão, o que fiz quase sempre a trote. Afinal de contas, pelo menos até aos 42km a corrida tinha sido praticamente nula. Estava todo amassado da cabeça aos pés, mas os músculos da corrida ainda estavam intactos! Foi isso e o entusiasmo de chegar antes das 15 horas, coisa que.....falhei por 6 minutos! ahah Não sem antes, a 50 metros da meta e numa ultima travessia de um ribeiro, me tenha desequilibrado e dado um mergulho que me deixou dentro de água até ao pescoço! Muito agradável.. ainda hoje não consegui aquecer!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na meta estava o Joca, ao qual respondi atabalhoadamente a algumas perguntas, e o meu amigo Sérgio, cérebro da organização, a quem dei um apertado abraço e agradeci pelas 15 horas passadas na montanha. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta foi daquelas que, muito mais que uma corrida, foi uma aventura. Sinto que não estou a conseguir passar neste texto as emoções que passei até à Base de Vida, mas há coisas que são perfeitamente indescritíveis. Esta prova é única em Portugal e, como disse lá atrás, não é mesmo para todos. Dos 120 que começaram, apenas 59 atravessaram a meta e eu fui o 25º destes. Muitos dos que ficaram pelo caminho são tão ou mais capazes que estes 59 vencedores, mas num dia destes há factores que são imprevisíveis e que de um momento para o outro nos tiram da prova. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje sinto que fiz parte de algo especial, que todos os 120 que lá estiveram se tornaram meus irmãos de armas. Ah, e dou graças aos Deuses todos que existam por ter acabado, é que não me apetecia nada ter que voltar a passar por aquilo tudo!</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<a href="https://www.strava.com/activities/2886442397/overview">Link para o Strava.</a><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4248522017818877191.post-26082112420535528202019-11-11T12:44:00.002+00:002019-11-11T12:44:44.761+00:00XI Trilhos de Casaínhos - Sempre a mesma coisa.<div style="text-align: justify;">
Casaínhos. Mais uma vez, Casaínhos...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É todos os anos a mesma coisa! É que não muda nada! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este ano tivemos sorte, estava um bom dia. Mal lá cheguei comecei logo a ver caras conhecidas. Dos 300 inscritos acho que devo ter cumprimentado uns 290! Os tais 300 que todos os anos (e já vamos na 11ª edição) esgotam a prova em poucas semanas, mesmo com praticamente zero promoção. Sempre a mesma coisa...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vi a malta da organização, meteram-se com a Sara, que este ano não correu, e perguntaram-me pelos miúdos. Vi amigos que já não via há um ano, desde a ultima edição de Casainhos. Trataram-me pelo nome e, como todos os 6 anos que lá fui, senti-me em casa. Em família. Não muda nada...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O percurso? Adivinhem! Yep, igual a todos os outros anos! 14km, 600+, sem inventar, sem arranjar miraculosamente uma ultra maratona pelos cabeços de Fanhões ou uma caminhada para chamar mais gente. Nah, ali há um distância, há bons trilhos, há boas subidas e há dois abastecimento. Quem quer, quer. Quem não quer... bem, paciência, sempre foi e sempre será assim! Igual...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este ano até foi o meu melhor de sempre em Casaínhos! Foram 14km feitos com a corda no pescoço, quase sempre em conjunto com o meu amigo João Oliveira, que me valeu um 4º lugar na classificação geral! O escalão? Bah, esqueçam isso, em Casaínhos não há cá dessas coisas! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Despachei-me depressa e fui vendo o pessoal a chegar. Vi o Sommer a chegar com o filho num tempo espetacular (há quem diga que o está a treinar para me ganhar), vi a Mariana Prudêncio a vencer a classificação feminina, vi o João mais uma vez a superar-se, vi dezenas e dezenas de amigos a cruzarem a meta de sorriso na cara. Cada vez que alguém chegava, um miúdo da organização dizia o número do dorsal em voz alta e outra pessoa apontava numa folha de excel, juntamente com o tempo, tirado à mão. Onze anos, zero chips. É assim que se faz em Casainhos, à antiga!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por falar em sempre a mesma coisa, e o almoço? Pois claro: canja e feijoada! Todos. Os. Anos. Servido por baixo dum telheiro em mesas corridas, como se fossem aquelas matanças de porco à antiga feitas nas garagens dos tios. Garrafas de sumo, água e vinho espalhadas pelas mesas, conversas a sobreporem-se, sem musica de fundo irritante e uma cerimónia de pódio que não durou mais que 5 minutos. O que interessava ali era estar com a família, conversar e matar saudades. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Casaínhos? É sempre a mesma coisa, não muda nadinha!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
...ainda bem!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTDXvA8K_nA4qnXQVjvSoA5b3fGN9eS5AWOT8qZBH9gUhEgSjjdsvSZcm8oLOJ-kfYTk8-nip6koZ5_SfffwDxxeJDtoukQw9PP8HX-a-Btnile49j8n4ih0AGYBX1Sptb9sK3yAZakAVV/s1600/77200158_10218381545283353_6440425669351440384_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="836" data-original-width="1440" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTDXvA8K_nA4qnXQVjvSoA5b3fGN9eS5AWOT8qZBH9gUhEgSjjdsvSZcm8oLOJ-kfYTk8-nip6koZ5_SfffwDxxeJDtoukQw9PP8HX-a-Btnile49j8n4ih0AGYBX1Sptb9sK3yAZakAVV/s400/77200158_10218381545283353_6440425669351440384_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">É isto!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Filipe Torreshttp://www.blogger.com/profile/03797395185941407054noreply@blogger.com14