Ora deixem só aqui desviar estas 6 fraldas sujas do mais novo, arrumar os 263 bonecos da mais velha, acalmar o choro duplo, tirar o som ao telemóvel do trabalho, fechar o mail, só mais um esforçozinho, espera, está quase, é agora..... CONSEGUI!!! Saí da toca, estou VIVO!!
Antes de mais, as boas noticias: estou finalmente 100% livre de lesões!
Agora as más: falta 1 (UM) mês para o MIUT!
Pronto, na verdade não é caso para tanto drama... Depois de 4 meses a batalhar com as consequências de ter abusado no ano de 2015, os últimos dois meses a treinar sem espinhas souberam incrivelmente bem. Sei que 3 meses de treino a sério para uma brutalidade de prova como o MIUT é muito pouco, mas também estou consciente que saber o que me espera é uma grande vantagem.
A outra grande vantagem? Essa tem um nome: Sara. Num 2016 de máxima intensidade, com mudanças muito grandes na minha vida, se não fosse ela a segurar as pontas era impossível estar em condições para o MIUT. E a verdade é que estou bem! Tenho treinado muito, mas principalmente tenho treinado bem. Para isso contribuiu muito a descoberta de um novo parque de recreios a menos de 1 hora de casa, a Serra de Montejunto.
A vista no fim do treino de ontem |
Poser... |
Um pico a 670 metros, subidas com 3km e quase 500+ e uma variedade grande de trilhos muito técnicos. Um verdadeiro paraíso para treinar onde já apanhei de tudo: sol, chuva, frio, granizo do tamanho de berlindes e até um nevão!
Foram já vários os treinos com muito desnível e a consequência disso são algumas semanas a roçar os 5000d+. Sim, ando um bocado obcecado com isto do desnível positivo, mas porque me parece um factor determinante no treino para uma prova como o MIUT, com 7200d+ em 115km. Além de treinos com muita subida e descidas o mais longo e técnico que consigo encontrar, tenho-me focado muito em treinos de escadas, rampas e o muito útil Bosu.
Entretanto ainda consegui encaixar dois treinos brutais na Serra de Sintra, num circuito perfeito, idealizado pelo treinador José Carlos Santos, o Sintra Trail Extreme Remixed. Um percurso com 26km e 1600d+, com 90% de single tracks muito, mas mesmo MUITO divertido! Uma espécie de condensado com tudo o que a corrida de montanha tem de bom e que devia ser obrigatório a toda a gente que faz trail.
No fim até dá direito a crioterapia na Lagoa Azul |
Continuo sem nenhum acompanhamento no treino, apesar de ter plena consciência que o treino para uma prova como o UTMB requer mais do que instinto e senso comum... O MIUT vai ser determinante para a continuação ou não desta estratégia.
Apesar do pouco treino sinto-me mais forte e melhor preparado do que o ano passado, e ainda me faltam duas semanas de carga. No entanto, há uma grande diferença em relação a 2015, apesar do treino ser melhor tenho zero provas este ano, enquanto que no ano passado nesta altura já tinha os 50km de Proença e Abutres e os 117km de Sicó. Estou menos desgastado, é certo, mas o ritmo de prova é completamente diferente e receio que possa vir a ser uma limitação na preparação. Com isso em mente, e porque me sinto bem, decidi ir aos 50km do Piodão dia 2 de Abril. Vai servir como ultimo grande treino, mas com uma grande condição: ao mínimo sinal de lesão paro imediatamente, para não acontecer como em Arga. Escusado será dizer que estou super ansioso que chegue a prova, estou cheio de saudades!
Ok, acabou aquele momento sublime do dia em que as sesta dos miúdos coincidem, de volta ao mundo real. Até ao Piodão!