As minhas corridas na estrada

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Desmotivado.

Eu não acredito nessa coisa da motivação.

Para mim é simples: ou se gosta de correr, de fazer desporto e de desafiar os nossos limites ou andamos aqui a procurar desculpas para não estar parado, até encontrar uma desculpa melhor para parar. 

Não me levem a mal, é a minha opinião. 

Eu  não preciso de motivação. Não preciso de uma prova no horizonte, de um PR dificil de bater, likes no Facebook ou de uma posição na classificação que gostava de conseguir. O que eu preciso é de correr. 

Até ao dia 1 de Dezembro (e nos próximos dias já vão perceber a relevância deste dia), o dia 325 do ano de 2019, houve 19 dias em que não corri. Dois dias antes e dois dias depois de cada uma das 3 provas de 100km que fiz, 5 dias em que estive doente, um dia depois do Pisão e 1 dia, em Julho, por preguiça. 

Destes 306 dias em que corri este ano, a grande maioria foi às 6 da manhã. Se alguém vos disser que quando o despertador toca às 5 e pouco, todos os dias, seja de inverno ou de verão, se levanta da cama cheio de motivação...bem, é pura mentira

Esqueçam. 10 em cada 10 vezes apeteceu-me virar para o outro lado e dormir mais um bocado. 10 em cada 10 vezes não me apeteceu ir vestir o equipamento. 10 em cada 10 vezes hesitei antes de rodar a chave da porta de entrada. 10 em cada 10 vezes senti um arrepio quando abri a porta que me fez ficar com vontade de voltar para casa. 10 em cada 10 vezes não me apetecia minimamente correr! 

Mas fui.

Não precisei de estar motivado. Corri porque tinha que ser. Desliguei as luzes vermelhas todas, as sirenes e as vozes que me diziam que estava melhor na cama, liguei o cronómetro e fui! Tão simples como isso, não é preciso mais nada. Fui e pronto! 

O melhor de tudo? 10 em cada 10 vezes valeu a pena. 10 em cada 10 vezes senti-me bem no fim, passei um dia melhor. 10 em cada 10 vezes estive mais bem disposto durante o dia, mais disponível, mais paciente e dormi melhor à noite. 10 em cada 10 vezes acabei ofegante, transpirado, muitas vezes esgotado, mas sempre, sem excepção, acabei a pensar: "ainda bem que fui!".



Sem desculpas. Vão e pronto!