As minhas corridas na estrada

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Oh não, mais um post resumo!

Olá. Ainda vou a tempo do post de 2016? Não? Meh.. faço na mesma.

2016...

2016 foi..... bem, foi esquizofrénico. 

É isso. 

Provavelmente o ano com mais convulsão na minha vida. A nível pessoal e familiar foi uma autentica loucura. Desde o nascimento do "mai novo", até à construção da nossa actual casa (que começou e acabou durante 2016), duas mudanças, o trabalho que passou por uma fase terrível e acabou o ano numa das melhores de sempre... 

A montanha russa teve espelho na corrida. Em Janeiro, mês que fui sorteado para ir ao UTMB, praticamente não corri por causa de uma lesão. Com o MIUT a aproximar-se perigosamente arrisquei reiniciar os treinos mesmo não estando 100% seguro que estava recuperado. A coisa correu bem e com dois meses e meio de treino afincado consegui arrancar a melhor prova da minha vida, num dia praticamente perfeito e dificilmente repetivel na Madeira.

No final das 24h e SETE MINUTOS do MIUT 2016
A seguir à prova da Madeira cometi provavelmente o maior erro do ano, que foi participar no Estrela Grande Trail apenas um mês depois. Na verdade foi toda uma conjugação de factores que passaram muito pela sobranceria com que encarei esta prova e que resultaram no fracasso que foi a minha participação no EGT 2016. 

Pelo menos deu para boas fotos!
No fim era altura de lamber feridas e limpar o histórico. Três meses separavam-me do Ultra Trail du Mont Blanc. Mais que o óbvio grande objectivo do ano, a participação no UTMB transformou-se numa das experiências mais avassaladoras da minha vida. A prova correu-me mal. Com o devido distanciamento, admito que ainda não estava preparado para ela, mas faria tudo exactamente da mesma maneira para poder VIVER aquelas 44 horas nos Alpes. Ainda hoje me arrepio quando viajo mentalmente por aqueles trilhos, e a prova que não me consegui desligar dela é que ainda carrego a pulseira vermelha. 


Além das provas, 2016 fica também marcado pelo melhor "treino" da minha vida. E meto treino entre aspas porque a viagem a Serra Nevada foi muito mais que um simples treino. Agora consigo perceber que foi a partir daí que passei a encarar a corrida de uma maneira diferente. Desde aquele fim de semana na montanha, atrai-me não só a parte competitiva do trail, o treino, o chegar mais longe e mais rápido, mas principalmente a aventura. O passar horas na montanha. Aquela sensação de iniciar um treino, ou prova, e não fazer a mínima ideia do que nos espera. A gestão do esforço, o diálogo interior.... 

Pronto, já chega, tá a ficar lamechas.

No fim da segunda ascensão ao ponto mais alto da Península Ibérica.
Ok, já está um ano despachado. Passemos a 2017.

Assim, curto e grosso, estas são AS provas de 2017:

MIUT (115km, 7200D+, Abril) - Vou para o hat trick. Como já disse por aqui, é impossível resistir ao MIUT, é a prova perfeita. Tem tudo o que gosto numa corrida, desde percurso a organização. Mal posso esperar para voltar à ilha e tentar chegar a Machico 7 minutos mais cedo que o ano passado!

Andorra MITIC (112km, 10000D+, Julho)- Balancei muito na escolha desta prova. A ideia original era nova viagem ao Alpes, para o Eiger ou Lavaredo. Pesou principalmente o factor económico, é muito mais barato ir para Andorra com a família do que para os Alpes Suíços ou Italianos, mas já se tornou mais que isso. As estatísticas da Mitic são ridículas. Enfrentarei o mesmo desnível que no UTMB mas com 60km a menos. Desde a primeira edição a taxa de desistências nunca foi inferior a 50% e o tempo médio para terminar anda sempre à volta das 40 horas, o mesmo que no UTMB (relembro, com 60km a menos!). É uma brutalidade de desafio. Eu, que sempre disse que não gosto de provas demasiado técnicas, vou-me enfiar precisamente na boca do lobo! O respeito é gigante, mas a vontade de superar o desafio ainda maior. Já sonho com a famosa subida a Comapedrosa, um quilómetro vertical entre os 2000 e 3000m de altitude, cumprido em 3km!

UTAX (110km, 6000D+, Outubro) - A Serra da Lousã é dos meus sítios preferidos de Portugal. Adoro Gondramaz, onde já passei vários dias com a família. Além disso tenho uma dívida com esta prova, depois de em 2015 não ter participado por lesão. 

Além destes três colossos, a agenda do primeiro semestre já está bastante preenchida com passagens pelos Abutres (50km em Janeiro), Vila de Rei (50km em Março) e Piodão (50km em Abril). Depois, relativamente a provas, apenas tenho intenção de participar novamente no Grande Trail Serra de Arga. Logo se verá.

Pronto. Aguentaram com mais um post resumo de 2016 e planos para 2017. Parabéns! 

Antes de ir embora, vou fechar esta publicação com a minha fotografia preferida de sempre. Simboliza tudo o que foi aquela semana nos Alpes. Tirada pela Joana, namorada do Zé Nuno, que estava com o Manelíco ao colo, no fim do UTMB. Foram 44 horas percorridas não só por mim, mas por eles os 5. O Zé, a Joana, a Sara, a Mel e o Manel.

Vamos a 2017!

5 comentários:

  1. Um ano de 2017 que promete... Estou para ver se metes a malta a chorar com a descrição da MITIC. Bons treinos e grande abraço

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  2. Parabens. Magnifico

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  3. Mais um grande ano! E um 2017 a prometer ainda mais! :)

    Força!

    Um abraço

    ps - Gostei de ler que ainda trazes contigo a pulseira :)

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  4. Belas fotos, meu caro, belas fotos.

    Sim, o resto do relato que as acompanha também é muito interessante, o que aoenas prova que esta coisa das corridas mexe com muito de nós e dos nossos.

    Abraço.

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  5. Grande 2016, e um enorme 2017 em vista. A maior "sorte" do mundo para concluíres todos os desafios a que te propões.
    Grande abraço

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