As minhas corridas na estrada

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Aquele post.

Sim, vão ter que apanhar com ele. Não era no 4º ano de blog que ia deixar o 4º post resumo por fazer.

Se bem se lembram, 2016 foi o ano esquizofrénico. O quê, não se lembram desse post? Como pode! Enfim, mais atenção, por favor. 

Como estava a dizer, se '16 foi o ano esquizofrénico, '17 foi o ano da estabilidade. Estabilizei a minha vida profissional e familiar e com isso estabilizaram os treinos. Foi o ano em que consegui melhor cumprir o que, na altura, me parecia o plano de treino ideal. Adoptei definitivamente os treinos de madrugada e sem chatices de lesões consegui quase sem falhas cumprir os 3000D+ mínimos semanais, isto nas alturas de carga. 

Os números finais mostram praticamente os mesmos quilómetros do ano passado (3600) mas mais desnível positivo ganho (140 mil em 2017, vs 120 mil em 16). Passei a fazer religiosamente duas sessões de ginásio por semana, coisa que aprendi a gostar e neste momento não consigo passar sem. Com isto andei praticamente todo o ano a sentir-me muitíssimo bem fisicamente. Mas se no dia a dia e nos treinos me sentia bem, esta estabilidade e aumento qualitativo do treino na verdade não se traduziu em melhores performances nas provas. Principalmente naquelas que realmente gosto: as grandes.

A primeira do ano foi a terceira na Madeira. Voltei para o Hat Trick no MIUT, aquela que considero a prova perfeita. No entanto, perfeito é um adjectivo que definitivamente não descreve a minha prestação. Ao contrário de 2016 não senti que fiz uma prova sólida, acabando quase uma hora depois do tempo desse ano. Tal como no UTMB, voltei a sentir dificuldades musculares nas descidas e logo na semana seguinte comecei no ginásio.


Julho foi o mês da grande prova do ano, o Andorra MITIC. E que prova! Tudo naquela corrida bate certo. Alta montanha, selvagem, técnica e muito, muito dificil. Adorei cada metro e ao contrário do MIUT acho que fiz uma prova bastante sólida, a melhor do ano e provavelmente das melhores da minha vida. Uma experiência inesquecível e indescritível. Uma prova obrigatória.


Depois veio Agosto que, como sempre, foi dos meses mais produtivos do ano. Mais quilómetros, mais desnível, mais confiança. Foi assim, num estado quase de levitação, que cheguei à Lousã para enfrentar os terceiros três dígitos do ano. Infelizmente acabou por não ser a prova que tinha idealizado. Apesar de sólida, esperava sentir-me melhor e andar mais. 


Ainda antes da prova da Lousã, embalado pela tal confiança exacerbada, decidi inscrever-me em mais uma empreitada de 3 dígitos até ao fim do ano, o Azores EPIC Trail Run. Percebi imediatamente a seguir à UTAX que me tinha precipitado, que o corpo pedia descanso. Acabei por ir aos Açores fazer a prova possível, depois de passar as escassas 5 semanas entre provas a lamber feridas. Uma prova muito complicada devido ao clima e terreno, acabou por ser muito mais dificil do que julgava. Arrependido por começar ou não, foi uma experiência fantástica correr nos Açores e um fim de semana que não trocava por nada. 


Cumprido o EPIC, guardei o mês de Dezembro para fazer reset. Acabou por ser um mês muito dificil. Como quase sempre depois de uma prova grande o sistema imunitário fica debilitado, por isso andei algum tempo a batalhar febres e dores no corpo, além das mazelas físicas que se foram acumulando. Acabou por ser o pior mês dos últimos anos. Mas agora acabou e 2018 está já aí!

Para o ano novo, estas são AS provas:

MIUT (115km, 7200D+, Abril) - Vai ser a minha quarta participação e...bem, já não há muito mais a dizer sobre ela. A novidade deste ano é que vou assumir a tentativa de chegar antes da meia noite (o record está em 24h07 de 2016). 

X-ALPINE (111km, 8400D+, Julho) - Demorei muito tempo até chegar a esta decisão. Estava muito inclinado para uma nova inscrição no UTMB, mas decidi adiar por mais um ano o regresso às 100 milhas. No entanto, o que não queria por em causa era o regresso aos Alpes. Se eu tivesse que idealizar um perfil perfeito acho que chegaria a algo como o da X-Alpine. Vejam:


Basicamente a prova tem 5 subidas, respectivamente com 1900, 1400, 1500, 900 e 1200 metros de desnível positivo. Já disse por aqui que o que gosto é subidas e descidas longas. Além disso vamos andar em alta montanha (todos os picos são acima dos 2200m, com o mais alto perto dos 2900), em terreno muito técnico verdadeiramente alpino.  Com uma taxa média de desistências superior a 50%, é uma prova que na 10ª edição é conhecida por ser uma das mais difíceis naquelas montanhas. Uma espécie de Mitic dos Alpes. 

Para a ultima prova grande do ano ainda estou em dúvida entre duas. O desejo é ir ao Ultra Trail Atlas-Toubkal (UTAT), em Marrocos. Mas provavelmente a viagem em família aos Alpes vai dar-nos cabo do orçamento, por isso em principio apostarei na caseira Estrela-Açor, versão 100km, que acontece em Outubro.

Como sempre, além destas, participarei em várias provas de distancias menores, a começar já daqui a duas semanas nos Trilhos dos Reis e acabando, obviamente, em Casainhos e nas Lavadeiras :).

Esquizofrénico, estável ou nenhum dos dois. Espero apenas que 2018 seja mais um ano com muita montanha, muita aventura e muitas horas a fazer aquilo que mais gosto com quem mais gosto. Mal posso esperar!



3 comentários:

  1. Muitos parabéns pelo ano e pelas provas de prestações épicas e desejo-te um excelente 2018, para ti e todos os teus.

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  2. Muitos parabéns pela esquizofrenia de 2017 e venha uma melhor ainda em 2018.

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  3. Um ano fantástico cheio de aventuras boas!! Estive para desistir de ler este post quando li "que ias ao ginásio 2x por semana e até gostavas" mas depois de respirar fundo 2x lá segui até ao fim :) ... 2018 promete. O que te desejo é que consigas repetir 2017 pelo menos num aspecto ... sáude, para treinares sem lesões e poderes preparar todas as aventuras como deve ser. O resto conquistas com maior ou menor esforço.
    Abraço

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