Já tentei aqui pelo blog algumas vezes, mas
é muito difícil definir por palavras o que significam para Almeirim, e
particularmente para mim, os 20km. Há alguns factos que o explicam: é das
provas mais antigas e com mais tradição em Portugal, neste momento é a única
com a distancia de 20km, foi palco para os grandes nomes do atletismo português
brilharem (o record nacional dos 20km foi estabelecido em Almeirim). É isso
tudo, mas os 20, para nós Almeirinenses, é muito mais que factos. Os
20 são a nossa prova. Mais que isso, os 20 são a nossa cidade. Até podem ser
organizados por uma minoria de Almeirinenses (e eu até conheço pessoalmente
muito poucos), mas todos nós que já os corremos, que já aplaudimos ou que já
esperámos numa rua fechada para passar os sentimos como nossos. É na nossa rua
que todos os anos passam 2000 pessoas a correr, são as nossas águas que bebem,
a nossa sopa que todos falam e as nossas caralhotas que arrancam sorrisos.
Este
ano comemorou-se a trigésima edição seguida, a primeira sem o membro fundador e
pioneiro do atletismo em Almeirim Gabriel Duarte, a quem se fez uma justa
homenagem na partida. Mas a melhor homenagem que lhe fizeram foi precisamente
não mudarem nada. Tudo nos 20 trabalha em piloto automático. Eles, as
formiguinhas, sabem exactamente o que fazer e onde estar. Nós, os que corremos,
só temos que dizer presente. E os outros, os que enchem a recta da meta, os que
espreitam à janela, os de Alpiarça que
esperam à entrada da barragem, os dos restaurantes que esperam 5 minutos
antes de ir preparar a sopa para os turistas, esses só têm que continuar a
observar com um sorriso orgulhoso. Porque afinal, os 20 também são deles.
Homenagem ao Gabriel Duarte |
Este
ano corri os meus nonos 20. O plano era percorrê-los a ritmo de treino longo,
já que no próximo domingo é a Maratona do Porto. Tentei convencer-me a mim
mesmo disso, mas não precisei de mais que 3km a seguir à meta para saber que só
me estava a enganar. Nos 20 é para dar tudo, ponto! Acabei no limite, apesar de
um tempo uns bons minutos pior que o meu melhor, e com a certeza que as pernas
no dia seguinte iam protestar (e assim foi). Mas que se lixe, nada paga aquele
sentimento de passar a voar pelos nossos quintais, de desesperar pelo retorno
em Alpiarça, de antecipar o sofrimento na subida da Compal e finalmente
percorrer a Avenida 25 de Abril com a certeza que se deixou tudo, mas mesmo
tudo, nas ruas da nossa cidade. Só assim é que vale a pena!
A entrar na recta da meta. Eu disse que ia a dar tudo! |
Bem que palavras.
ResponderEliminarQuando ai habitava não era atleta,corrida que não conheço,agora que estou no estrangeiro e corro não estou ai para fazer essa corrida do meu concelho,talvez um dia quem sabe.
Mas essas palavras me encheram de emoção.
Obrigado.
O reconhecimento de quem corre e aplaude nas ruas é-me suficiente para me considerar grata. Sou uma das "formiguinhas", que trabalha por amor à camisola, há já 25 anos. Por isso, penso ter alguma legitimidade para lhe agradecer as palavras e a amizade aos 20. Obrigada e que seja sempre assim... "a valer a pena!"
ResponderEliminarTenho que ir aí experimentar a coisa.
ResponderEliminarAbraço e venha a Maratona do Porto
Fico contente por verificar que Almeirim continua com os seus 20 Km sólidos e recomendados pela sua grande qualidade e pelo seu lugar na história da Corrida Popular, coisa que em Cascais não se verificou e que foi deitado fora a troco não sabemos bem de quê. Parabéns, Almeirim.
ResponderEliminarEntão não falas no teu pódio? :p
ResponderEliminarEu gosto muito da distância de 20km. Com o fim dos 20km Cascais, os 20 de Almeirim ainda se tornam mais únicos. Mas mesmo ainda temos os 20km em linha de Cascais-Oeiras-Lisboa.
Abraço
Esta é daquelas que sempre que possível queremos voltar.
ResponderEliminarBem nos pareceu que ias a acelerar e bem! Mas tu safas-te bem no Porto e vais chegar bem antes de nós. Mesmo muito antes porque tu és uma máquina!
Beijinhos e abraços :)