As minhas corridas na estrada

segunda-feira, 22 de junho de 2015

II Louzan Trail (52km) 2015 - Desilusão.

Custou-me escrever aquela palavra no titulo deste post. Custou-me porque me apercebi da dedicação e do muito trabalho realizado pelo Montanha Clube Trail Running, e vi sinceridade nos olhos dos voluntários que ao longo do caminho me confessavam, envergonhados, que a coisa não estava a correr bem. Custou-me por ter ouvido já no fim da boca do Luís Mota, uma das pessoas que mais gosto e admiro no desporto, um pedido de desculpas pelo que correu mal. Por isso tudo e por ter expectativas tão altas custa-me dizer que foi uma desilusão, mas a verdade é que foi. Não só pelo percurso que não foi totalmente do meu agrado (uma opinião pessoal e logo discutível, claro), mas pelas falhas óbvias de organização. No fim do dia só houve algo maior que a desilusão: a satisfação por ter conseguido chegar ao fim de uma das provas mais duras em que já participei.


O meu Louzantrail começou logo na sexta feira e os planos não podiam ser melhores: um fim de semana num dos meus sítios favoritos, Gondramaz, com a família e amigos. Ao todo éramos 9, incluindo dois amigos que iriam correr os 25km (lembram-se do Francisco?). Bom tempo, corrida, família, amigos, montanha...ah, vida boa! :)

Foto de família em Gondramaz
Os dorsais foram levantados na véspera, o que permitiu uma saída de Gondramaz bem descansada meia hora antes da partida da prova maior, numa altura em que o termómetro do carro marcava 22ºC. Nada que não estivéssemos à espera, a previsão era de temperaturas a rondar os 40ºC. Porque é que os meteorologistas só se enganam quando não convém? :\

Chegados ao centro nevrálgico da corrida, o Parque Carlos Reis na Lousã, ainda tive tempo de cumprimentar várias caras conhecidas antes da partida. Essa foi às 8:30 em ponto, numa altura em que já estavam os cerca de 160 atletas prontos para enfrentar os anunciados 45km com uns abismais 3500D+.

Primeiros metros. Aqui ainda era fácil.
Depois de percorridos cerca de 3km dentro da cidade entrámos finalmente na Serra por trilhos clássicos da Lousã, que já conhecia de outras aventuras. Apesar de ainda os reconhecer, a sensação de deslumbramento quando se penetra naqueles vales fundos ladeados por monstros ainda se mantém. A Serra da Lousã é brutal, e até ver o meu sitio preferido para correr. Uma espécie de parque de diversões da corrida, onde tudo é possível. Por enquanto corríamos numa face da Serra mais protegida do sol. A vegetação densa e o rio que atravessávamos de um lado para o outro tornavam o ar fresco e agradável, perfeito! O que não foi perfeito foi um companheiro que com 6km de prova achou que ainda ia a tempo de apanhar o Nuno Silva no 1º lugar, e então desatou a empurrar pessoal nestas passagens pelo rio de forma a ganhar preciosas posições. O resultado foi um colega empurrado que mergulhou na água fria e que se podia ter aleijado. Os óculos escuros do artista ficaram para trás esquecidos. O homem ia tão desembestado que nem nos ouviu a chamá-lo para devolver os óculos que eu apanhei e deixei no abastecimento mais próximo. Espero que não tenha tido problemas com os mosquitos que se esborracharam nos olhos devido à alta velocidade.

De nenúfar em nenúfar
Passado o fantástico Castelo da Lousã, continuei sempre em boa companhia pelos espectaculares trilhos que nos levariam até à aldeia do Talasnal. Num ritmo confortável e por trilhos muito bons para correr, ora subíamos (mais), ora descíamos (menos) ora abrandávamos para apreciar por momentos o sítio de sonho onde corríamos.

O espectacular Castelo da Lousã, tirado da net.
O Talasnal chegou depois de um subida bem empinada e um lance de escadas comprido, que já tinha feito a descer noutras aventuras  e que me deixou a escorrer água, completamente ensopado em suor. O abastecimento estava montado numa praça central da aldeia e ao pé estava um grupo de tocadores com um acordeão, um cavaquinho e mais uns instrumentos a animar o pessoal. Bananas, gomas, amendoins, tomate e batatas fritas. Fraco, mas é o primeiro, compreensível.  Comi uma banana com sal e emborquei 4 ou 5 copos de água. Antes de me ir embora fiz as habituais perguntas: a que km estamos, a que distancia está o próximo? "hmm ... err.... é o quilómetro 5 e tal, o próximo é +/- a 5 ou 6km". Olho para o relógio que marca 9km e olho para o rapaz meio atrapalhado. Confiro no dorsal, que tem uma representação do perfil altimétrico, que este abastecimento deveria estar aos 5.5km. Estávamos com 9km de prova e já com um erro de 3.5km. Não gostei, mas engoli.

Seguiu-se uma das subidas mais difíceis até então, cerca de 500D+ em 3km, até à primeira vez que tocaríamos a cota dos 1000m. Mais uma vez num trilho que já fiz a descer, bem embrenhado no meio do bosque num zigue zague furioso por entre as árvores. Uma daquelas subidas que dá prazer! Foi duro, muito duro, a fazer lembrar uma amiga que conheci na Madeira, mas igualmente divertida. Deixou marcas, mas soube muito bem chegar lá acima, sair da floresta e ter aquela sensação de missão cumprida.


Segundo abastecimento, 14.5km, duas horas e meia. Cheguei lá com fome e desgastado da subida, mas só tinham água e isotónico para me oferecer, assim aceitei. Mais uma vez não me souberam responder logo a que quilómetro deveríamos estar, mas chamaram outro membro da organização que confirmou o mesmo erro de 3.5km. Conformei-me com esta diferença, nem protestei (as pessoas que lá estavam não tinham culpa nenhuma). Incomodava-me mais a fome que tinha e fiquei um pouco receoso com a resposta "penso que no próximo há" quando perguntei quando haveria comida...

Seguiu-se a brutal descida até à aldeia de Candal. Brutal não tanto pela dureza, mas pela paisagem de postal que a Serra nos apresentava. Começou com um estradão muito inclinado e coberto de pedras soltas para depois entrar por trilhos e estradões mais suaves, que permitiam não ir tão concentrado no caminho e apreciar a paisagem. Afundávamo-nos num vale muito fechado, rodeado por monstros, e lá em baixo entalado entre as montanhas estava Candal com as suas casas de xisto.

Candal, tirado da net.
Cheguei ao abastecimento de Candal com quase 3 horas de prova e cheio de fome. Fui directo para a mesa da comida mas a perspectiva não era muito animadora.. Ao oferecido no 1º abastecimento só se juntava marmelada e um bolo seco que se empapava na boca à primeira trincadela. O desvio era agora de 4km em relação ao previsto, estávamos no quilómetro 18 e comia a segunda banana com sal do dia. Assim que saí do abastecimento fiz algo que cada vez faço menos, comi um gel e empurrei com água. Não gosto da sensação que dá, mas correr com fome ainda é pior.

A chegar ao Candal.
Eram 11 e meia e o calor já apertava, e muito. Comecei a parar em todas as fontes e ribeiros para molhar a cabeça e braços e assim foi até voltarmos à cota dos 300 e poucos metros por uma descida muito técnica após o Candal. Lá em baixo, no fresquinho, corremos um quilómetro na famosa levada, ponto de passagem obrigatório em todas as provas na Lousã. Infelizmente estava em obras e não tinha a água a passar, mas é sempre muito agradável correr no fundo do vale. Terminada a diversão, íamos começar a segunda grande subida do Louzan. que nos faria subir cerca de 600 metros em 5km, de volta aos 1000 metros de altitude.

Depois da levada iniciámos a subida por um troço onde passámos por 3 ou 4 escadotes (?) que desembocou num dos únicos segmentos em alcatrão. Foi cerca de 1km até voltarmos a entrar nos trilhos. À entrada deste novo trilho estavam vários bombeiros e um sinal de perigo, nunca é bom prenuncio :) Foi então que deixei de participar numa prova de trail e comecei um segmento de alpinismo. O local era uma cascata, que agora estava quase seca, por onde tínhamos literalmente que escalar. Várias vezes lancei os bastões para o patamar de cima e escalava as paredes como se fossem muros. Por esta altura apanhei um corredor veteraníssimo do nosso pelotão, que todos conhecemos, e que dizia raios e coriscos da organização, que aquilo era um exagero desnecessário e que se tinha inscrito num trail e não numa prova de aventura. Imagino o que terá dito uns quilómetros à frente, na subida ao Trevim...

A subida continuou durante muito tempo com a vegetação a ficar cada vez menos densa. Perto dos 1000 metros de altitude deixou mesmo de existir e agora escalávamos por estradões áridos completamente expostos ao sol. Apesar de ser a 4ª prova que faço na Lousã, nunca lá tinha corrido com céu limpo. É impressionante contemplar aquela paisagem e quase compensou o escaldão que apanhei no pescoço!

Estávamos novamente nos 1000m de altitude e lá ao fundo já se viam as antenas do Trevim, por isso psicologicamente foi duro quando tivemos que descer vertiginosamente outra vez até aos 600m, local onde estava o 3º abastecimento de sólidos, aos 27km (supostos 21km) na aldeia de Cerdeira.

Cerdeira
Este abastecimento foi em conjunto com a prova de 25km por isso estava cheio de gente. Foi bom porque encontrei o João, que estava comigo em Gondramaz, mas nunca me sinto confortável em abastecimentos muito cheios. A barraca da Super Bock fazia sucesso, mas durante a prova dispenso, por isso virei-me para a mesa da comida que estava cheio de fome. Bananas, gomas, tomate, amendoins..... Procurei por algo mais substancial como uma bifana ou sopa, mas tive que me contentar com mais uma banana com sal. Sabia que de seguida iria enfrentar a subida mais difícil da prova e não gostei nada de sair do abastecimento com fome. Meti mais um gel que disfarçou o desconforto e pus-me a caminho. 

O petisco seguinte era a conquista de Trevim, no ponto mais alto da Lousã aos 1160 metros. Era a minha quarta subida ao Trevim, mas foi de longe a mais difícil de todas. Refresquei-me numa fonte antes de enfrentar os cerca de 700D+ em menos de 3km.
Trevim
O sol estava a pique e forte como nunca. As temperaturas rondavam os 40ºC e o ar era muito seco, partimos da cota 600m, por isso a vegetação não era muita. Sabia que ia ser duro, mas nunca pensei que fosse tanto. Metade da subida foi por uma cascata seca, completamente coberta por pedras soltas e grandes, utilizei novamente a táctica de atirar os bastões lá para cima para conseguir escalar. De vez em quando atrás de mim rolavam dezenas de pedras grandes que eu receava atingissem alguém lá atrás. Pouco depois fui que quase acompanhei as pedras e fiquei de costas agarrado a um ramo seco. Uma escalada quase vertical, perigosa, que quando saiu da cascata continuou numa face completamente exposta da Serra. Não havia trilho, as marcações estavam apenas espalhadas na encosta, a subida era quase vertical com uma inclinação brutal. Confesso que não gostei desta subida. Não por ser dura, não é preciso pensar muito para me lembrar de subidas mais longas e duras que já fiz e gostei, simplesmente achei aquilo absurdo e desnecessário. Um exagero. Podem chamar-me menino à vontade, não estou aqui para ficar bem na fotografia, para mim a prova não tem que ser extremamente dura para ter qualidade e aquela subida, volto a frisar: na minha opinião, passou um pouco dos limites.

Demorei 24 minutos a cumprir o ultimo quilómetro da subida e a entrar no recinto das antenas do Trevim com 30km. Lá em cima vi algumas pessoas a atirarem a toalha ao chão e o caso não era para menos. Apressei-me para ir ao abastecimento que, mais uma vez, tinha apenas liquido. Desta vez a minha primeira pergunta não foi "a que quilómetro estamos" mas sim "quando é que há comida?". É no próximo, responderam eles. 

Descíamos agora na outra face da Serra, muito mais árida que a anterior. A subida começou por um trilho aos ésses entre árvores altas, muito divertido, mas logo desembocou num estradão ligeiramente a descer completamente exposto ao sol que se prolongou por 2 ou 3km. Os primeiros 30km tiveram 2400D+, uma enormidade, mas felizmente ainda tinha pernas para conseguir fazer o estradão a trote. Quando o corpo já se estava a habituar a esta nova solicitação, tau, toma lá uma subida de cento e tal metros verticais por um estradão! Subimos, subimos, chegámos às eólicas novamente, andámos 200 metros em plano e descemos por um trilho paralelo à subida, onde até dava para ver os companheiros que ainda subiam. Estes carroceis justificam-se quando a orografia do terreno não dá para mais, mas na Lousã...? 

Descíamos agora no que penso ser um trilho para o BTT, já que corríamos dentro de um carreiro fundo e muito estreito, com uns 20cm de largura, que subia e descia no meio dos pinheiros. Era difícil correr ali e aquele sobe e desce já me estava a parece novamente desnecessário. Há muito tempo que já não passávamos por nenhuma fonte ou ribeiro, dos nossos passos resultava uma poeira fina incomodativa que aumentava a sensação de secura. 

Cheguei ao abastecimento dos 30km com 37km de prova. Era o último abastecimento de sólidos por isso andava a sonhar há algum tempo com comida a sério que de certo estaria ali. Mas não. Bananas, gomas, amendoins, batatas fritas... Seis horas e meia de prova, fui para a 4ª banana com sal do dia. As meninas do abastecimento diziam bem dispostas que as gomas estavam a ser um sucesso. Quando repararam no olhar de quem lá estava quando disseram aquilo, acrescentaram "um sucesso, mas entre nós! eheheh" :\

A sério..?
Mais um gel no bucho e fiz-me ao caminho.

Continuámos por uma zona da Lousã que não conhecia, mas também não fiquei com saudades. Trilhos chatos, muito duros, um sobe e desce muito acentuado que me estava a dar cabo do juízo. A meio do caminho para o abastecimento oiço uma voz lá de cima a perguntar se quero água. Olho para o relógio e, fazendo conta ao desvio, os quilómetros batiam certo com o abastecimento dos 35. Digo que sim, e logo três rapazes descem o monte a correr com garrafões de água nas mãos! Afinal não era um abastecimento, eram 3 pessoas da organização que conscientes das dificuldades que estaríamos a passar andavam a oferecer água a quem encontravam pelo caminho! Espectacular e, lá está, por estas e por outras custa-me dizer que foi uma desilusão. 

Cheguei ao abastecimento do Terreira das Bruxas com 44km. Já estava confuso e não sabia em que abastecimento era suposto estarmos, se dos 35 ou 40km, por isso perguntei a quem lá estava. Ninguém respondeu e reparei que olharam entre eles de uma maneira um bocado envergonhada, até que um engraçado me pergunta "em que quilómetro estás?" 44, respondi eu, "então é isso!"....

Terreiro das Bruxas
Este abastecimento, apesar de estar anunciado apenas de líquidos, tinha as habituais bananas e laranjas. Só não reparei se havia gomas. No entanto nem consegui comer nada, o organismo já estava a desligar e cada vez estava mais frustrado com os agora 9km de diferença do previsto. Despachei-me dali e comecei a descer para os 10km finais de prova.

Antes de começar a ultima grande descida passámos por uma cabana de escuteiros onde estavam dois voluntários, miúdos novos. Indicaram-me o caminho e logo de seguida um deles, meio enfadado, pergunta-me "ainda faltam muitos?" ahaha

A julgar pelo perfil que nos entregaram a descida seria continua e prolongar-se-ia até ao próximo abastecimento, a 5km da meta. Fiz-me a ela com ânimo, a meta já estava próxima e ainda por cima estávamos a voltar ao lado bom da Lousã. Foi uma boa descida, muito variada, com troços técnicos, passagens por aldeias do xisto e subidas íngremes...! Pois, afinal não era bem sempre a descer até ao abastecimento, aliás, a descida ainda teve lá pelo meio uns 200D+! 

Foi na subida final, por um estradão que percorremos em sentido inverso no início, que rebentei. Arrastei-me sem dignidade por aqueles metros que nos levaram de volta ao Castelo e parei várias vezes para recuperar o fôlego à sombra. Era lá no Castelo, aos 49km (supostos 40) que estava o último abastecimento. Lá chegado sentei-me no chão e estiquei as pernas. Bebi a água quente que me davam e ouvi as queixas e frustrações de quem lá passava. As pessoas estavam indignadas, e com razão, compreendo que a certa altura tenham que descarregar. Mas eu não gosto de o fazer junto dos voluntários que estão nos abastecimento que não têm culpa nenhuma. Um dos membros da organização presentes lamenta que tenham sido feitos tantos esforços para proporcionar uma prova de topo e que depois as coisas tenham corrido tão mal, ao mesmo tempo que nos dava ânimo para os 6km até ao final. 

Os últimos quilómetros começaram por ser feitos ao longo de um riacho. Cruzámo-lo vezes sem conta e nesta altura já nem procurava rochas secas, muito pelo contrário. fazia mesmo questão de enfiar as pernas dentro de água, de preferência até ao joelho. 

Cheguei ao fim 10 horas certas depois de começar, completamente exausto e rebentado. Os últimos 6km, que afinal foram 4, contribuíram para os 52km de prova com 3000D+. Agora vem-me à cabeça os 50km dos Abutres, que com todos os condicionalismos ainda assim foram cumpridos em uma hora a menos! Fui 39º classificado, mas entre os cerca de 160 que iniciaram a prova somente 87 terminaram, quase metade!



Foi uma prova dura. Muito dura. Quase como se o objectivo principal da organização fosse proporcionar uma experiência extrema aos participantes, e essa foi uma das razões da minha desilusão. Quanto à minha apreciação do percurso é meramente uma opinião pessoal, o que não posso concordar é que, como já li por aí, digam que a organização foi "imaculada" e os abastecimentos "top". Até as marcações deixaram algo a desejar, com uma tendência para poupar fita. As falhas são facilmente resolúveis e aposto que para o ano não vão existir, o tipo de corrida é que, a manter-se, não me vai voltar a cativar. Enfim, é a minha opinião e pelo que tenho lido no facebook contrária à maioria dos comentários. O que vale é que ninguém me leva a sério!

26 comentários:

  1. Filipe, sou um leitor assiduo do teu fantástico blog, e temos estado em muitas provas :)
    Pois sou um dos que discorda em relação ao percurso, achei simplesmente fabuloso...mas apenas o percurso! As falhas nas marcações (da responsabilidade ou não da organização...) os abastecimentos muito básicos, do qual só comi tomate e sal, laranjas e a coca cola quente...os Km's a mais que se fizeram sentir na ultima parte da prova...foi duro, muito duro. Parabéns pela tua prova :) está feita :) se estaremos lá para o ano???? logo se vê, mas considero a Lousã um verdadeira parque de diversões do Trail e estarei certamente em lá em Outubro :) Muitos parabéns pelo Blog :)

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  2. É, é o que vale ;)

    Fica mais uma para a história.


    Abraço

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  3. Filipe, antes de mais Parabéns por teres sobrevivido a esta prova, espero eu que sem mazelas de maior. Quem calcorreou aqueles trilhos, tenha sido na prova grande ou na mais curta, tenha terminado ou não, para mim é malta com um valente par de TinTins e cujos T's têm de ser obrigatoriamente em maiúsculas!
    Não consigo arranjar palavras para descrever o que lá se viveu de modo, a que alguém que não tenha sentido a serra no sábado passado, perceba a enormidade da coisa.
    Tendo feito a prova dos 25K, confesso que ainda hoje estou a tentar digerir a prova pela disparidade de sentimentos que me proporcionou e pelo pedaço de coração que deixei espalhado por aquela serra afora... confesso que ainda não sei dizer se gostei ou não, se aquilo foi mesmo assim duro "com'ós cornos" ou se foi reflexo da minha inexperiência.
    Não querendo levantar falsos testemunhos, desconfio que fomos apanhados em alguma disputa entre organizações locais sobre quem tem a prova na Lousã mais dura (ao estilo de quem tem a pilinha maior...) Estou por isso bastante expectante relativamente ao menu a ser proposto no UTAX'15. No entanto não posso deixar de salientar que a dureza das provas deveria ser igualmente acompanhada em qualidade do trilho, na informação prestada, dos abastecimentos e das marcações, factores que nesta prova não estiveram em nível semelhante às edições anteriores, onde só foram tecidos largos elogios.
    Na minha modesta opinião, não basta por provas cá fora e acreditar que a beleza da serra (que é de facto imensa!) faça o resto do trabalho, ou que os voluntários salvem o dia sem as ferramentas necessárias e apenas com sorrisos.
    E depois há que referir o seguinte: o tempo limite de ambas as provas aumentou substancialmente em real time, decisão tomada no dia durante a prova e não me parece que tenha sido "só" a meteorologia a influenciar.
    É muito "giro" por a malta de gatas serra acima em modo oração à Nossa Senhora do Empeno, mas o resto do trabalho de casa tem também de ser feito e não basta dizer "treinasses!" como tenho lido por ai.
    Há aquela velha expressão de que o "o tamanho não importa o que importa é o que se faz com ela"... e parece-me que é um caso flagrante de não se saber o que fazer com o que se tem.
    Nunca guardo os dorsais das provas que faço mas o desta, mesmo estando todo esfarrapado, vai ficar guardadinho junto à medalha (muito bonita e feita por mãos especiais!) mais não seja para me relembrar que tenho um pedaço meu para recuperar na Lousã.
    Bons trilhos!

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    1. Bolas Liliana, o teu comentário foi melhor que o post! ehehe Antes de mais parabéns também pela tua grande conquista, já soube pelo Luís que foi mesmo muito sofrida! Os meus amigos que foram aos 25km fartaram-se de sofrer também. Nunca tinha pensado nisto nessa perspectiva de luta de galos, mas faz muito sentido! Espero bem que a organização da UTAX não vá na conversa, porque quero ir lá fazer os 100km, e o ano passado a prova dos 42km foi das melhores que já fiz! Em relação ao tempo limite, já ouvi histórias inacreditáveis! Acho que se vão começar a saber mais cedo ou mais tarde.. Enfim, a medalha lá ficará bem guardadinha :)

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  4. Subscrevo quase tudo, excepto a parte do percurso porque foi a minha primeira experiência na Lousã e achei muito bonito e variado. Ainda bem que não fui a única a achar que a escalada ao Trevim foi demasiado exposta e que aquela "descida" final cheia de subidas uma surpresa pouco agradável.

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  5. Bolas mais uma prova mal organizada este fim de semana? Foi tudo afetado pelo calor? É pelo menos a 4ª prova que leio que teve falhas este fim de semana. E claro não estou a falar de falhas do tipo "ah faltaram garrafas de água ou assim", estou a falar de falhas graves que levou até uma prova a ser anulada e vai ser repetida.

    Embora nunca tenha feito trail, percebo bem as tuas queixas, pois pecaram no essencial mesmo. É que nem entendo como é possível falhar nessa questão dos abastecimentos por exemplo, até tendo em conta (pelo que disseste) que a prova teve mão de um dos grandes nomes do trail nacional.

    Não pode correr sempre bem não é Filipe? Parabéns por mais um de qualquer forma!

    Um abraço

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  6. Em primeiro lugar, muitos parabéns por teres concluído uma prova com esse grau de dificuldade. És um resistente!

    As coisas têm que ser ditas preto no branco e não acho aceitável que uma prova seja anunciada com uma distância e tenha tantos quilómetros mais. Não acho aceitável que, tendo o grau de dificuldade que tem, tenha sido tão pobre em alimentos. E não acho aceitável que tenham barrado atletas por terem inventado um tempo limite de passagem que não constava nos regulamentos.
    À partida, os atletas têm que ser conhecedores de todas as regras do jogo.

    Um abraço e força para os próximos desafios.

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  7. Acho que a malta está mal habituada e esquece-se que quem se inscreve numa prova com esta altimetria tem que estar preparado para fazer 20km a mais se for o caso..se nao fiquem pelas provas mais curtas ou caminhadas..neste momento o mediatismo do trail fez com que se pense em provas de trail como se fossem p um casamento..se o abastecimento tem tamaras ou nao..se esta bem enfeitado..se fizessem provas no exterior viam o que realmente é ..

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    1. Não concordo nem um bocadinho com isto:

      "Acho que a malta está mal habituada e esquece-se que quem se inscreve numa prova com esta altimetria tem que estar preparado para fazer 20km a mais se for o caso"

      E regulamentos, não há? Não estamos a falar nem de 20 ou de 200 metros de diferença

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    2. É que essa parte que citaste, tem mesmo piada, enfim. Num cenário hipotético em que eu sou um dos melhores do mundo, treino em especifico para fazer uma prova com X distância, plano de treinos xpto para ter o máximo desempenho nessa mesma distância, e depois metem-me 20km em cima? mau_tempo, desculpa mas LOL isto é irreal em qualquer parte do mundo e em qualquer modalidade.

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    3. Iup, olha vou fazer uma meia-maratona... ups... afinal era uma maratona... (exemplo)

      A sério??

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    4. Penso ser normal haver pequenos desvios, também devido aos "nossos" GPS. Agora, a diferença relatada e a reação do pessoal dos abastecimentos indica que não foi apenas essa a questão.

      Sobre o resto não me pronuncio, não tenho experiência trialista para tal, mas, meu caros, regras são regras, regulamentos são regulamentos e apenas aquela alinea dos casos omissos é que permite alterações durante a prova, não todas as outras.

      Quanto ao tipo de terreno, lá está, a variedade é muita, e ou se gosta ou não, desde que tudo seja feito em segurança.

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  8. Filipe, concordo em absoluto com tudo o que dizes!
    E se tu, com o currículo impressionante que já tens, o dizes ainda me dá mais confiança para dizer que esta foi a prova mais dura que eu e o Vitor alguma vez fizemos.
    E infelizmente não a completámos pois fomos "barrados" por uma barreira horária que não constava no regulamento...Ficámos no Trevim depois da pior subida alguma vez feita por nós. O CA RAIO ERA AQUILO??? Pelo que nos disseram conseguimos fazer a parte mais dura da prova mas depois não nos deixaram continuar, íamos com mais de 10h de prova no Trevim...

    Os abastecimentos sólidos eram francamente poucos, as fitas falhavam nalguns cruzamentos e a história dos km's a mais é inaceitável! 8 ou 9 km a mais não pode acontecer!

    Apesar das temperaturas a rondar os 40ºC o pior foi mesmo as sucessivas subidas exageradas. O trail não é isto! Se se diz que o trail é a corrida na natureza como se pode chamar trail a uma prova em que uma pessoa quase nunca corre e passa a vida é a escalar?! Literalmente!

    Eu adoro desafios e gostei do desafio e quero voltar um dia para me vingar. Mas acho que tem que começar a haver uma distinção entre trail/corrida e extreme trail/esqueçam lá a corrida que vocês vieram aqui é pra trepar.

    Nos próximos dias também nós daremos a nossa opinião.
    Mas acho que focaste os pontos mais importantes. E penso que a Liliana Moreira é capaz de ter razão...não sei se não haverá pra ali alguma competição de forma a ver quem faz a prova mais dura na Lousã. A Serra da Lousã é linda. Haverá necessidade de tanto extremo?

    Posto isto, muitos parabéns pela tua prova! Mais um grande feito teu! :)

    Beijinhos e boa recuperação

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    1. "E infelizmente não a completámos pois fomos "barrados" por uma barreira horária que não constava no regulamento..."

      Pois eu cá o que faria, seria exigir o dinheiro da inscrição de volta, se não consta no regulamento, não faz qualquer sentido colocar-vos de fora da "corrida"

      "Eu adoro desafios e gostei do desafio e quero voltar um dia para me vingar. Mas acho que tem que começar a haver uma distinção entre trail/corrida e extreme trail/esqueçam lá a corrida que vocês vieram aqui é pra trepar."

      É exactamente por isso que a mim, cada vez menos me apanham em "corridas" de trail, que muitas vezes não passam de caminhadas e de alpinismo

      Abraço

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  9. Antes de mais, muitos parabéns por mais uma, bem dura por todos os motivos e mais alguns.
    As opiniões dividem-se em extremos completamente opostos pelo que tenho lido por aí, e agora tb aqui pelos comentários postados. Mas é evidente que houve falhas e graves, na distância, nas marcações por exemplo. A história do percurso divide bastante as opiniões, mas isso são os gostos de cada um, e gostos não se discutem - mas podemos ter opiniões - eu não estive lá, mas se efecivamente teve partes assim perigosas como descreves tb não gostaria de ter participado - podem-me chamar de menino tb - acho que se anda a esticar um pouco demais a corda, e um dia destes se houver um azar maior vamos ver como vai ser - é só uma opinião. Quanto aos abastecimentos, as opiniões que vou lendo por aí a falar é autossuficiências na grande maioria é dos atletas do primeiro terço do pelotão, que além de estarem melhor preparados fazem a coisa em metade do tempo da maioria do pessoal - e estando lá 12 horas em vez de 6, ainda por cima estando menos bem preparado ou sendo "pior" atleta são duas situações completamente distintas ... é no mínimo um pouco complicado levar um farnel para 12 horas ... eu costumo andar carregado como uma mula, a minha mochila às vezes pesa 4 ou 5kg pq tento ir prevenido para tudo, e mesmo assim falha sempre alguma coisa ... e queria relembrar, que o trail tem tido o desenvolvimento que tem também muito ás custas do "atleta Zé Povinho", que anda ali a fazer "monte", mas que se esforça tanto ou mais que um super atleta, e que fica feliz da vida por se arrastar até à meta, e não conseguir dar um passo na semana seguinte. Era giro ver trails para meia dúzia de super-atletas, não era? Ninguém está a pedir um banquete de casamento, apenas uma sopa ou umas sandes para matar o bicho ali pelo meio ... só isso.... custa tão pouco e todos ficavam satisfeitos ...os que não quiserem ou não precisarem que não comam. É só uma opinião.
    Abraço campeão

    P.S. Tenho que concordar com o "mau tempo" numa coisa ... as Ultramaratonas estão a banalizar-se, e existe muito boa gente a meter-se em aventuras sem estar minimamente preparado. Esta prova era só por si duríssima, pela distância, pela altimetria e pelo local onde se realiza - não conheço o percurso, mas já fiz os Abutres e de certeza que haverá muito trilho idêntico. A juntar a isso a temperatura que se faz sentir - a prova sendo em meados de Junho o mais provável é que esteja quente. Tudo variáveis a ter em conta ... claro que no teu caso isto não se aplica ... experiência e preparação tens que chegue, aliás se não fosse assim, não terias chegado ao fim como quase metade dos participantes.

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    1. "Era giro ver trails para meia dúzia de super-atletas, não era? Ninguém está a pedir um banquete de casamento, apenas uma sopa ou umas sandes para matar o bicho ali pelo meio ... só isso.... custa tão pouco e todos ficavam satisfeitos ...os que não quiserem ou não precisarem que não comam. É só uma opinião."

      Não podia estar mais de acordo contigo! Mas faz algum sentido numa prova promovida por nomes "grandes do trail", os atletas andarem 10 horas no meio do mato movidos a banana com sal?

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  10. Ora bem...Louzan Trail 2015...
    Fui, estive lá, ultra45, abandonei aos 28km...Culpo a lesão o calor e principalmente falta de treino!!! Organização, a meu ver, impecável em todos os momentos, marcações?? Levantai a cabeça elas estavam lá, excepto algumas que verifiquei que durante a prova, alguém levava atada na mochila, portanto tiradas! A organização, pelo que sei, teve que andar em sprint a tentar repor a maior parte das mesmas, logo a alteração das distâncias... Abastecimentos tinha o necessário e ao que estou habituado, "lambarices" levo comigo na mochila. Achei incrivel o pessoal que iam com as mochilas quase vazias para uma prova de 50km com aquela calor! Ou então sou eu que levo coisas a mais... não sei! A mim não me faltou nada no que toca a comes e bebes até desistir.
    Costumo treinar sozinho, sem abastecimentos e por acaso também na Lousã, um treininho longo de 25km pode demorar até 6 horas, dependendo do trilho que escolhemos, para quem gosta de correr a correr não é de todo o sitio ideal. não achei a prova extreme...achei normal para a Lousã, durinha como sempre, exige sensatez e respeito com o acréscimo do calor mais ainda.
    É a minha visão da coisa...e como as opiniões são como os "peidos, cada um fica com o seu!" ;)

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  11. Muito bem Filipe!

    "Foi então que deixei de participar numa prova de trail e comecei um segmento de alpinismo. O local era uma cascata, que agora estava quase seca, por onde tínhamos literalmente que escalar. Várias vezes lancei os bastões para o patamar de cima e escalava as paredes como se fossem muros. Por esta altura apanhei um corredor veteraníssimo do nosso pelotão, que todos conhecemos, e que dizia raios e coriscos da organização, que aquilo era um exagero desnecessário e que se tinha inscrito num trail e não numa prova de aventura. Imagino o que terá dito uns quilómetros à frente, na subida ao Trevim..."

    É exactamente por exageros como o que falas que eu não largo a estrada, mas é a minha opinião! E alem disso cada um corre onde gosta...

    Mas eu (com vertigens) ir participar em provas (eventos) onde tenha de fazer alpinismo e colocar a minha integridade fisica em perigo? Nem pensar nisso!

    Um grande abraço!

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  12. Filipe, antes demais parabéns por mais uma ultra concluída!
    Como sabes eu estive lá e subscrevo integralmente o teu post. Na realidade quase que podia fazer copy paste para o meu blog. Tirando "pequenos" pormenores, ter levado mais 3 horas, ter rebentado muito antes e de me ter perdido 2 vezes, está aqui tudo!
    No Domingo cheguei a pensar que me tinha enganado na prova com todos os elogios à organização que apareciam no FB... Acho que o teu post está super equilibrado e construtivo. É óbvio que se viu o enorme trabalho da organização mas as falhas existiram e acho que não faz sentido tentar escamoteá-las.
    Mais uma vez (Abutres all over again) uma prova onde só metade dos atletas terminam não é, para mim, normal. Há actualmente um grande celeuma com a “profissionalização” do Trail, provas assim só vão extremar ainda mais as posições. Não somos todos “super” atletas, será que é possível organizar provas sem um pelotão de atletas amadores?
    E sim, se vou estar 12h em prova espero que haja mais que bananas e amendoins nos abastecimentos. E se não houver que a organização o escreva explicitamente no regulamento para ir preparado. “Sólidos” é algo vago.
    Termino com um grande abraço e incentivo para este teu espaço que é actualmente dos melhores aqui do no rectângulo.

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  13. Bem, li todo o "post" relativo ao trail da Lousã bem como todos os comentários. Não fui ao trail, por isso vou fazer fé na excelente descrição que fizeste da tua prova,
    Independentemente da corrida em questão...seja ela trail...estrada...corrida vertical, etc..., devem existir regulamentos das provas, claros e inequívocos, para que todos os participantes possam saber exactamente com o que contar. É esse o objectivo dos regulamentos, caracterizar a prova e colocá-la dentro de parâmetros previamente definidos com o maior rigor possível. Primeiro que tudo deveria haver uma estrutura central organizativa personificada por um director da corrida a quem cabe tomar decisões sobre regulamentos, sobre acontecimentos e que seja o responsável por toda a corrida durante o desenrolar da mesma.
    Posto isto, e partindo do princípio que a direcção de corrida sabia, ou veio a saber, do erro de quilometragem e não fez nada para o alterar em tempo últil é revelador de que não tinha plano B para eventualidades deste tipo, ou não dispunha dos meios técnicos para fazer alterações ao percurso de modo a encurtar a provar nos tais 9km.
    Num dia de calor a rondar os 40º (medidos à sombra) uma prova deste tipo provavelmente (provavelmente não...de certeza) que necessitará de meios adicionais de apoio aos atletas em matéria de abastecimentos. É fácil de perceber os índices de desidratação e o défice energético a que todos facilmente estariam sujeitos ao fim de uns quilómetros.
    A segurança da prova é requisito fundamental para uma boa organização e não basta pôr uma ambulância ou uma equipa de cirugiões pronta a intervencionar quem caiu de uma altura de 10m e estatelou-se numa rocha...ou quem levou com um "pedragulho" no crânio. Não são estes meios que representam a segurança da prova. A segurança faz-se pelo zelo da integridade física do atleta, independentemente da dureza da parte do percurso em questão. Se a escalada mencionada era susceptível de libertar pedras para quem viesse atrás, deveria ter sido procurado uma escalada alternativa sem esse risco.
    É do conhecimento geral que muitos organizadores de Trail optam muitas vezes por aumentar os D+ em percursos que não necessitariam de tais "incrementos" altimétricos e acabam muitas vezes por obter um produto final de inferior qualidade.
    O facto de que as pessoas dos abastecimentos não eram possuidoras de informação exacta quanto a aspectos da prova revela que não houve reunião com os vários sectores expostos aos atletas, não houve informação veiculada aos mesmos sobre as vulgares perguntas que o "trail runner" costuma fazer, não houve por isso cuidado e preparação no trabalho de casa da direcção de corrida.
    Alterações ao regulamento, com a prova a decorrer, são naturalmente de evitar, não faz sentido nenhum...e caso seja necessário fazê-lo só em situações que o justifiquem e na maioria das vezes seria sempre em benefício dos atletas e nunca em seu prejuízo.
    A boa vontade das pessoas que muitas vezes tentam solucionar as lacunas que vão aparecendo durante as provas não é reveladora de boa organização...é reveladora apenas de boa vontade e de percepção de que algo está a correr mal.
    Abraço e boas corridas.

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    1. Houve um erro no endereço de URL....aqui fica o reparo..

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    2. Estou perfeitamente de acordo com o que escrevestes, faz particularmente sentido a frase que abaixo transcrevo!

      "Independentemente da corrida em questão...seja ela trail...estrada...corrida vertical, etc..., devem existir regulamentos das provas, claros e inequívocos, para que todos os participantes possam saber exactamente com o que contar. É esse o objectivo dos regulamentos, caracterizar a prova e colocá-la dentro de parâmetros previamente definidos com o maior rigor possível."

      e especialmente com este (motivo pelo qual muitas das vezes eu opto por "fugir" do mundo do trail"

      "A segurança da prova é requisito fundamental para uma boa organização e não basta pôr uma ambulância ou uma equipa de cirugiões pronta a intervencionar quem caiu de uma altura de 10m e estatelou-se numa rocha...ou quem levou com um "pedragulho" no crânio. Não são estes meios que representam a segurança da prova. A segurança faz-se pelo zelo da integridade física do atleta, independentemente da dureza da parte do percurso em questão."

      Abraço

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  14. Filipe, parabéns pela excelente prova! Contrariamente a ti, não fiquei desiludido com a prova, embora não me tenha agradado a distância extra com que fomos brindados. Tudo o resto enquadrou-se dentro das expectativas que tinha à partida. Estava calor é certo; a distância anunciada era de um Ultra (não percebi onde foi o engano mas parece-me que terá sido logo ao início...) portanto, mais seis quilómetros não me parece ser o fim do mundo; finalmente, o mais importante quanto a mim era o acumulado positivo que era de 3.500m. Para quem já fez coisas parecidas já estava a contar com algumas dificuldades! Quanto à sinalização pareceu-me suficiente, tanto mais que andei "horas" sozinho, e sou do género de me perder com facilidade, no entanto nem uma única vez tive problemas. Cheguei ao fim com parte das "cenas" de comer que tinha levado, o que também indicia que os abastecimentos, apesar de não serem banquetes, tinham o necessário. Enfim, ao fim de 10h36m estava cansado mas, contente por ter ido ao UltraLouzan Trail. Grande abraço!

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    1. Ainda bem que gostaste Paulo, isso é que é preciso. É como disse no artigo, apesar de algumas coisas poderem ser apontadas à organização, a maior parte da minha desilusão vem da minha opinião pessoal e de ter ou não gostado de algumas partes do percurso, mas isso cada um tem os seus gostos, claro. Parabéns pela tua prova!

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  15. Olá Filipe!! Já acompanho o teu blog há muito tempo, mas nunca tinha comentado. Será agora a primeira vez :)

    Ouvi vários comentários acerca da prova... todos concordavam com a situação da diferença de quilometros, alguns com os abastecimentos e menos coma dureza do percurso. Quanto ao 1º ponto para mim é o mais grave e inadmissível, assim como as falhas nas marcações. Quanto à dureza da prova, concordo contigo... quero fazer trail, não estar num campo de concentração dos Fuzileiros (com todo o respeito).

    Acima de tudo dou-te os parabéns pela forma como vives com a corrida, sempre numa boa onda :)

    Eu ando a treinar a pensar nos 100 km, mas estou com algumas dificuldades na definição de periodização: percebo os vários ciclos que devem existir na perspectiva de estrada, mas no trail já tenho mais dificuldades. Por exemplo quando investir mais nas séries, nas séries em subidas, quando fazer mais d+ ou quando devo fazer mais uns quilometros de estrada para ganhar velocidade. Tudo o que encontro só se refere à evolução de quilometros, não ao tipo de treino que devo fazer na perspectiva de trail. Consegues arranjar alguma coisa para a minha pessoa aprender? ;)

    Beijinho,
    Rita "A Ruiva" Paiva

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    1. Olá Rita! Obrigado então pelo primeiro comentário :) Infelizmente não sou mesmo a melhor pessoa para te ajudar, também não tenho ninguém a orientar-me por isso baseio os meus treinos no que sempre fiz para a estrada, nomeadamente no treino para a Maratona. Tenho uma rotina +/- implementada, em que faço por semana 3 treinos mais "técnicos", um de escadas, um de rampas e outro longo, depois preencho os outros 3 dias com uma corrida leve e 15 minutos de pranchas em casa (domingo descanso). Vou aumentando a intensidade dos treinos técnicos conforme os ciclos em que me encontro, mas, por exemplo, há meses que não faço um treino de séries e sinceramente já sinto a falta! Estou cada vez mais inclinado para pedir ajuda profissional, acho que é a melhor solução para pessoas como nós. Desculpa não conseguir ajudar-te mais.

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