As minhas corridas na estrada

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

II Freita Sky Marathon - Tão mais que uma prova...

Apetece-me escrever tudo sobre este fim de semana, mas estou há uma hora em frente ao computador e não sei por onde começar. 

Apetece-me escrever sobre o plano louco de ir acampar com mais 10 adultos e 14 crianças para o parque de campismo mais incrível que já vi, no Merujal, topo da Serra da Freita. Um bosque plantado no meio de uma encosta granítica, bem lá em cima, nos 900m. Sobre os jantares, literalmente, em cima do joelho ou dos dias tão preenchidos que parecia que tinham 36 horas. Sobre os  passeios pelos PRs, guiados pela criançada. Da carne do Nino da Freita ou das noites mais geladas que já senti, nas quais nem 4 sacos-cama e uma família amontoada chegavam para aquecer o nariz.

Queria falar daquele passeio de carro que demos. Uma caravana de 5 carros, a aproveitar a ultima hora de luz do dia, numa daquelas estradas que se vêm nos filmes e onde não se sabe o que é mais impressionante: a parede do lado direito ou o precipício do lado esquerdo. 

Também não queria deixar de vos falar sobre a Serra da Freita. A inacessível, a agreste, a inacreditável Freita. Ninguém me convence que assim que passamos Vale de Cambra não entramos num portal que vai dar a outro mundo, a prova disso é que passámos 3 dias sem rede no telemóvel. Não, aquilo não pode ser do nosso mundo. 

Depois houve a prova, no domingo. O ano passado foi sem dúvida alguma o percurso que mais me surpreendeu, dos meus preferidos de sempre. Para o conhecerem melhor, aconselho-vos a ler o que escrevi o ano passado, porque desta vez nem saberia por onde começar. 

O percurso, esse, era igualzinho. Queria falar-vos sobre aquele crescendo brutal de emoções, ou dificuldade, não sei bem. Da gestão possível de uma prova que sabemos à partida nos vai mastigar vivos. Da sempre surpreendente transição do fundo dos vales xistosos para os planaltos graníticos. Do frio na barriga quando se desce para a Mizarela, da sensação de esmagamento quando olhamos para trás e vemos a água a escorrer na encosta. Do desespero da descida do PR7 até à base da ultima subida, uma crista vertical que nos leva de volta aos 900m.  Nenhuma outra prova me faz adiar até tão tarde a sensação de missão cumprida, foi preciso chegar até aos 41 de 42km, 2800m subidos e quase 7, para finalmente respirar fundo e sentir que estava feito, e bem feito. Provavelmente das provas que me correram melhor até hoje. O culminar perfeito de um fim de semana perfeito, que empurrou para um cantinho qualquer joguito de futebol nessa tarde.

Este post fica só como introdução, um dia vou falar-vos sobre isso tudo. Ou então não, se calhar fica  lá do outro lado do Portal de Cambra, naquele mundo que não é o nosso, é o da Freita.












3 comentários:

  1. Epah, agora fiquei com "água na boca". Manda lá vir essa história.
    O percurso já o "conheço" do ano passado, como o referiste, mas a aventura deste ano tem coisas que provavelmente o tornam diferente.


    A Freita tem dessas coisas. É minha conterrânea e mal a conheço.
    Ainda andei um bocado atrás de ti, mas acabaste por me fugir, e com a separação das distâncias nunca mais te vi.



    Parabéns pela prova, e boa recuperação.
    Prazer em conhecer-te já agora. (Fui o fotografo da foto com o Hugo)

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    1. João! Epah claro que sei quem és. Só uns minutos depois de te apresentares é que me veio À cabeça, desculpa não ter percebido logo. Grande abraço, parabéns pela tua prova!

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  2. Oupas escrever sobre a coisa.
    Vá ...

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